Lágrimas e Lágrimas. escrita por Pudding


Capítulo 19
Última visita




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/150967/chapter/19

- Vou a farmácia - disse Phantom interrompendo o silêncio e virando-se em direção a porta.

Matt P.O.V

Desgraçado. Eu te odeio. Você sempre quis me matar, não é? Acho que não vai conseguir. Eu amo muito você, Anne. Mas mesmo assim, tenho medo de que você não sinta o mesmo. Sei que no fundo você não odeia aquele idiota do Phantom. Mas tudo bem, eu cuidarei de você com todas as minhas forças.

Deitei-a novamente no sofá, e fui buscar uma toalha molhada, para limpar seu corpo. Os ferimentos eram grandes, mas isso não seria problema. Algum tempo e ela já estaria bem novamente. Não poderíamos levá-la a um hospital, estava na hora de nos isolarmos até que essa maldição seja desfeita. Provavelmente teríamos de morar junto com Phantom, naquela casa isolada, ao fim de uma rua sem saída. Tudo bem, eu suporto isso pelo bem dela. Até que todos nós sejamos livres. Novamente.

Phantom chegou e percebeu que Matt já havia limpado quase todo o corpo dela, e jogou a sacola que havia trazido da farmácia no chão.

- Agora eu te mato, seu desgraçado.

- Oh, você voltou Phantom? Ótimo! Me ajude a cuidar da Anne, ela precisa tomar um analgésico e também precisamos fazer alguns curativos. Ande logo, me ajude aqui!

Ele falava ironicamente, e sorria vitorioso. Phantom explodia por dentro, mas precisava fazer isso pelo bem dela. Ele deu de ombros, e jogou a sacola perto de Matt.

- Faça sozinho, se é bom o bastante.

Matt sorriu educadamente e começou a desenrolar as ataduras, enfaixar os ferimentos e cuidar dela. Ele fazia isso com muito cuidado, e esquecera que nada sabia de curativos e cuidados médicos. Era o amor, a ternura que ele sentia por ela. O que ele tinha certeza que Phantom não sentia.

- Quando acabou, ele se limpou e fez um curativo em seu queixo, onde havia apanhado de Phantom. Tomou um analgésico, mas pouco se importava com a dor. O que importava era Anne. Ele pegou-a nos braços, e a carregou para o quarto, deitando Anne na cama. As roupas de Anne estavam ensangüentadas, e ele precisava fazer algo. Então ele lembrou que, quando eles haviam vindo ali pela primeira vez, Anne já havia deixado roupas na casa de Phantom, pois era certo que ela moraria ali. Ele abriu o guarda-roupa de Phantom e pegou uma camisola azul-claro, e sentou-se na cama novamente.

- Eu não posso fazer isso... – disse para si mesmo, um pouco constrangido.

Ele começou a desabotoar a blusa dela, com medo de que ela despertasse e ficasse com raiva dele. Depois, tirou a calça jeans apertada, com um pouco de dificuldade. Comtemplou-a, e depois trocou-a rapidamente, esforçando-se para não se distrair, para que ninguém pensasse que ele estava aproveitando de uma garota desacordada. Sim, eles eram namorados mas... Matt tinha profundo respeito por Anne, e jamais fizera nada para magoá-la. Ele terminou, cobriu-a com um lençol de seda. Sentou na beira da cama, e contemplou-a novamente.

- Tão linda, minha pequena...

Phantom fitava-o na porta, e pode sentir as lágrimas aflorarem aos olhos. Ele se segurou e saiu, foi preparar algo para comerem. A casa de Phantom era sombria, recheada de quadros velhos e sem sentido, na opinião de Matt. Ele se levantou e acariciou os cabelos vermelhos e macios de Anne, que estava cada vez mais linda e viva. Deu-lhe um beijo leve nos lábios e sorriu para si mesmo.

Ele observou o quarto de Phantom.  Era pequeno, com uma janela velha e quebrada, os vidros sujos. O quarto parecia abandonado , como se Phantom não o usasse a muito tempo.

- Sombrio, assim como ele – pensou Matt, sem demonstrar qualquer diferença.

Ele saiu do quarto e foi em direção a cozinha, onde Phantom preparava um café e abria um pacote de torradas. A cozinha também tinha um aspecto de abandono. Ele fitou Matt, e deu de ombros.

- Quer comer? – Phantom disse ainda de costas.

- Não, não tenho fome.

Ele virou-se e estendeu uma bandeja com café quente e torradas com um potinho de geléia e outro de manteiga.

- Coma.

Matt pegou a bandeja e sentou-se no sofá da sala. Phantom pegou uma xícara de leite quente e sentou-se em uma poltrona na sala, junto a Matt. Nenhum dos dois disse qualquer coisa, mas Phantom foi o primeiro a romper o silêncio.

- Acho que daqui em diante iremos morar juntos, certo?

Matt fez um pequeno silêncio enquanto engolia uma torrada seca.

- Sim, algum problema?

- Não – Phantom suspirou – nenhum.

- Assim é melhor, logo poderemos nos livrar dessa maldição.

Phantom não parecia feliz ali, queria que aquilo não acabasse. Afinal, quando acabasse, Anne voltaria a sua vida normal, com Matt, e ele seria esquecido.

- É, logo nos livraremos, e eu voltarei pra lá.

- Pra lá? – disse Matt um tanto alterado.

“Droga! Falei demais.” Pensou ele. “Matt não pode saber disso!”

- Nada, esqueça.

- Está nos escondendo algo Phantom?

Ele deu um gole no leite quente e suspirou, balançando a cabeça em forma negativa.

- Espero que não esteja mesmo – disse Matt indiferente.

- Olá, pessoal! – a voz sombria invadiu a sala.

- Oi guardião – sussurrou Phantom desanimadamente. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews, por que vocês não vem até mim?