Meus cabelos que antes estavam pretos voltaram a ficar vermelhos e me neutralizei. Eu pensava apenas neles. Sim, neles. Mas ainda me perguntei o porque estava neutralizada sendo que pensava em duas pessoas. Ele tirou sua camiseta e virou de costas para mim, pude ver uma pequena marca, como uma tatuagem onde estava escrito “Mundo Guardião”. As letras estavam na cor preta e em seu redor havia uma mancha vermelha, como um pequeno borrão.

- O que é isso? –disse ainda um pouco confusa.

- “Mundo Guardião” é aonde pertencemos agora. Existe uma espécie de manual desse mundo, mas precisa ser encontrado. É uma de nossas missões aqui na terra, depois que encontrarmos o livro, teremos quase todas as respostas e poderemos nos livrar da maldição. Tudo está relacionado ao Mundo Guardião, somos parte dele agora.

Matt me olhava e parecia estar se lamentando por tudo que havia acontecido. Ele segurava as lagrimas ao me ver olhando para Phantom, e meus cabelos começaram a escurecer novamente.

- Não sofra – ele disse enxugando uma lagrima que rolava pelo meu rosto.

Phantom apenas olhava o momento em que estava observando meu namorado. Trocavamos olhares e as lagrimas corriam espontaneamente, sem um motivo definido.

- Eu ainda sinto que estou te perdendo, a cada dia essa sensação aumenta.

Eu o abracei e meus cabelos estavam voltando a avermelhar, não causava dores nele.

- Posso continuar a falar? –disse Phantom incomodado porque estava quase beijando Matt. Me virei para ele novamente e ele segurou em minha blusa e começou a erguê-la.

- O que esta fazendo? – disse o impedindo com aquilo.

- Ei idiota o que pensa que ela é?

Matt se aproximou para bater no Phantom. Ele nem se moveu.

- Encoste em mim que te jogo a 500 metros daqui – ele disse maldoso e com uma voz grave. Houve um pequeno silencio e depois ele soltou um leve sorriso caçoando e falou:

- Até sua namorada é mais forte que você. Soube que ela te jogou longe numa briga.

Ele riu alto e zoava da cara do Matt.

- PARE! – gritei.

Matt o olhava com muita raiva, se tivesse condições ele bateria nele. Mas sabia que naquelas circunstâncias, não ia dar certo bater numa criatura forte como ele.

- Você também está marcada. Já encontrou sua marca? – Phantom disse.

- Eu não tenho marca alguma!

Ele segurou meu braço e virou de modo que pudesse ver meu pulso. Ali estavam as tais palavras “Mundo Guardião”.

- Mas... eu não tinha isso! Como foi... como aconteceu?

- Esqueci de dizer que após a primeira visita de seu guardião , ai sim você realmente estaria amaldiçoada. Essa é a marca final.

Segurei meu pulso. Eram muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. E a carta de Phantom? Percebi que ainda segurava a carta em minhas mãos e nós todos havíamos até esquecido de que estávamos ali para ler a carta. Então desdobrei o papel e percebi que a carta era muito parecida com a que eu havia recebido. O mesmo papel, o mesmo formato de letra e mais alguma coisa era muito idêntica.