Lágrimas e Lágrimas. escrita por Pudding


Capítulo 11
Juntos?




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Ele suspirou e repetiu com a voz baixa:

- Eu... amo você.

- Eu também amo você Matt.

Ele suspirou novamente, me olhou e percebeu que eu estava neutralizada. Meus cabelos balançavam com o vento e os fios vermelhos estavam intensos, cortando a imagem que eu tinha de Matt. Ele tirou os cabelos do meu rosto e me abraçou. Por fim, ele disse, novamente:

- Se amar?

Ele se referia a parte de “se amar para quebrar a maldição”.

- Sim. Eu não sei o que fazer. Eu amo você, nao consigo amá-lo!

Ele se aproximou a mim, olhou bem e viu que estava com a mente vazia, então me beijou. Seu beijo era lento, mas tinha algo que não entendi. Era especial, era como se ele beijasse pela ultima vez.

- Eu sinto que estou te perdendo para algo. Sinto como se fosse morrer sem você.

- Não diga isso! – disse e o beijei levemente. – eu te amo, isso não vai mudar! Tente me entender. Eu preciso amá-lo para quebrar a maldição. Não sei como fazer isso. Deve haver outra maneira.

Ele se aproximou, pegou minhas mãos e ficamos ali até anoitecer. Não pensávamos em nada, apenas trocávamos carinhos e de vez em quando falávamos algo e riamos juntos.

Contando tudo isso, parece muito estranho. Matt é muito especial, mas não sei se ainda estamos namorando. Estamos aqui juntos agora, mas e como serão as coisas depois?

Fui com ele até a casa dele, sua mãe me olhou feliz por ter trazido-o de volta, apenas sorriu da varanda e ele entrou.

- Eu te amo. – ele disse, receoso.

- Eu também te amo – respondi instantaneamente. Ele sorriu.

- Nosso namoro... estamos juntos né?

- Claro amor – respondi. Senti um alivio aquela hora, está tudo bem.

Fui para casa e passei o restante do meu dia pensando em tudo. Será que é possível me entender?

No dia seguinte, Phantom veio até minha casa, ele chegou bem no momento em que lia e relia a carta deixada pelo guardião.

- O que é isso? – ele disse espiando a carta.

- Foi o guardião.

- Ele também te deixou uma carta?

- Você também tem uma? – estávamos nos perguntando sem que ninguém respondesse nada.

- Sim, ele me deixou uma, vamos a minha casa buscar! – disse Phantom se levantando num pulo, então saímos correndo.

- Amor?

- Matt? – ele estava na porta.

Phantom? – Matt disse assustado.

Espere. Ele esta vendo o Phantom? O que está havendo?

 - Você está vendo o Phantom amor? – disse interrogando Matt.

- Agora posso vê-lo! O que ele estava fazendo dentro da sua casa?

Bem que o guardião disse, aos poucos iríamos descobrir os segredos. Agora, Matt podia ver Phantom, não sei se isso é bom... ou ruim.

Matt fez uma cara brava, não gostou de que ele estivesse lá. Ele pareceu surpreso com a aparência de Phantom, mas não entendi muito bem se ele o achou estranho, ou mais bonito do que ele.

- Er... eu te expliquei que tenho uma ligação muito forte com ele amor. Você tem de aceitar isso. Mas nada além da amizade. Você sabe dos meus problemas e sabe que ele esta envolvido nisso - disse enquanto ele observava Phantom sem dizer sequer uma palavra.

Ele continuou emburrado, mas daí disse:

- Eu vou ser sincera com você, estava indo a casa dele.

- O QUÊ???

- Íamos pegar a carta que o guardião deixou a ele. Assim como aquela que eu recebi.

- Até parece que ele ia fazer apenas isso com você... – disse Matt resmungando.

- Amor... pare com isso, venha com a gente.

Fomos todos para lá. Chegando lá ele pegou a tal carta e nos convidou para entrar. A sua casa era um pouco estranha, não tinha muitos móveis e ele parecia guardar muitas lembranças. Havia porta-retratos espalhados por toda casa, e olhei para uma gaveta aberta, estava cheia de cartas e bilhetes. Era uma casa muito bagunçada, ele parecia estar morando sozinho, afinal apenas um quarto era mobiliado e os outros estavam vazios. Entramos em seu quarto, era mais bagunçado ainda. Ele foi até a gaveta cheia de cartas. Pegou uma carta com seu papel aparentando ser meio antigo e disse:

- É essa. É do nosso guardião, leia – disse entregando a carta em minhas mãos.

Segurei a carta com um pouco de receio, sentindo um certo medo do que ela podia conter, Matt apenas olhava. Phantom sem pensar, segurou meu braço depois de pegar a carta, meus cabelos antes estavam neutralizados, começaram a escurecer e de repente estavam completamente pretos. Matt me olhou e falou, desviando o olhar para Phantom:

- Tire as mãos dela, seu idiota. Você já a fez sofrer muito. Eu a amo de verdade.

Ele se aproximou e me puxou, afastando-me do Phantom, mas as dores foram mais fortes e ele me soltou. Phantom o olhava com um ar sombrio, como se fosse aquele o destino que meu namorado tivesse de sofrer. E ele parecia estar gostando disso:

- Como pode? – perguntei a Phantom.

- O quê?

- Ficar feliz por vê-lo sofrendo. Ele é um humano mortal, e me ama! Que mal há nisso?

- Eu também te amo.

Matt olhou para mim e também fitou Phantom como se quisesse se levantar de onde havia caído e arrebentar a cara de Phantom, esmagá-lo como um objeto qualquer, mas isso era impossível. Ele também provocava. Sorria daquela maneira maléfica, irônica e desafiadora, com clara intenção de atingi-lo. Eu achava Phantom muito cruel às vezes, Matt é só um humano mortal.  Eu não agüento mais isso.

- Chega – disse interrompendo aqueles ohares que os dois trocavam, como se estivesse prontos para começar uma briga.

O silêncio pairou e ainda estávamos parados no quarto de Phantom. Ele apenas continuou calado e sentou em sua cama. Ele me lançou um olhar convidativo e me sentei também. Mas Matt ficou em pé, apenas olhando.

- Temos... temos que ficar juntos – por fim disse cortando todo o silêncio. Olhei primeiramente para Matt, que fez um semblante não muito bom e depois olhei para Phantom, que estava emburrado.

- Parem com isso! – gritei. – Temos que fazer isso para que ninguém seja prejudicado! Será que nenhum de vocês consegue entender?

Eles se calaram. Enfim entenderam que precisamos ficar todos juntos para passar por tudo isso, então comecei a falar:

- Eu e Phantom estamos amaldiçoados. Não somos mais humanos. Nós conversamos e ele me disse que temos uma ligação com criaturas de outra dimensão, um mundo do mal. Para se livrar dessa maldição, eu e Phantom temos de nos amar, pois na terra existem varias pedras como essa que encontrei, porem toda pedra tem um par, e o par de minha pedra é a que pertence a ele. Não sei como vou amar ele, sendo que amo você, Matt. Não posso amar você, como a carta que recebi do guardião me diz para fazer. “ame, ame muito. Ele sente o mesmo”. A quem devo amar, vocês dois dizem sentir o mesmo! É complicado para mim. Eu quero me livrar da maldição, mas não quero fazer Matt sofrer. Mas se não fizer isso, não vou poder ficar junto com ele!

Eu parei. São muitas coisas, não tenho como explicar isto. Phantom se aproximou de mim e Matt se mostrou um pouco irritado. Phantom não ligou e soltou aquele sorriso malicioso e brilhante.

- Porque seus dentes brilham?

- Eu não sei, São coisas que só as criaturas como eu e você temos. É como o cabelo e os olhos, são as marcas que foram deixadas em nos para que nos diferenciem dos outros. Agora, faz parte de nossas vidas... ops, não temos vidas. Somos apenas corpos que suas almas estão guardadas junto aos guardiões. Corrigindo, agora faz parte de nós sermos diferentes, e temos que aceitar isso.

- Tem certeza de que tudo isso é real?

- Sim. Eu não sei se você percebeu, mas somos marcados. Literalmente.

Ele acabou de dizer isso e tirou a camisa. Ele estava mais forte e mais bonito do que alguns anos atrás. Matt ficou mais bravo ainda, mas para Phantom ele era insignificante. 


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Notas finais do capítulo

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