Os Campos de Hera escrita por Matheus MB


Capítulo 17
Os Campos de Hera


Notas iniciais do capítulo

Aaaaaaah, chegando no fim... Vou chorar -N



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/150905/chapter/17

Mais monstros estavam caindo da ponte, e nós estávamos tomando mais força para correr em direção à cápsula. Já estávamos no final da ponte e descobri que a cápsula não tinha portas, por isso não foi tão difícil de adentrar nela. O ambiente era luminoso, ouro enfeitava todo aquele lugar. No centro havia um cristal gigante que assim como o resto do ambiente era dourado ao redor dele alguns degraus e nas paredes da cápsula, estavam vários tipos de armas: machados, espadas, arcos, lanças, escudos, elmos, armaduras, adagas, etc. E no fundo dela um homem gigante de olhos vermelhos, com uma lança negra ao mesmo jeito de altura que o homem. Então eu ouvi gritos de monstros atrás de mim. Ativei meu escudo e desembainhei minha espada após colocar a maca de Tiago no chão, mas não houve necessidade. Os monstros gritavam, pois algum campo de força impedia que eles entrassem na cápsula.

- Monstros não são bem-vindos num local sagrado de Asgard. Bem-vindos à Bifrost, meu nome é Heimdall. – falou o homem de olhos vermelhos atrás de nós.

- Mas existem semideuses aí também. – Wendi falou.

- Meio-sangues que deixaram de se unir aos deuses-reis também não são permitidos. – respondeu Heimdall.

- Espera... Bifrost é a ponte de arco-íris da mitologia nórdica. E Heimdall é seu guardião! A mitologia nórdica existe também nos dias de hoje? – perguntei, pensativo

- Não, imagine, só passei aqui pra ir no fast-food da McDonald’s¹. – respondeu Heimdall, sarcasticamente, o que fez lembrar-me de Tiago - Chega de perguntas e vamos ao que interessa. Por que estão aqui?

- O quê? Você não vê nosso amigo? Eu preciso salvar ele! – gritei.

- Acalme-se pupilo, perto de mim você não é ninguém. Vou perguntar de novo. Por que vocês estão aqui?

Tentei dar uma investida nele, mas Wendi me segurou.

- Somos quatro meio-sangues: eu, Wendi, filha de Apolo; Rafael, filho de Hermes; – falou Wendi, e quando ela pronunciou meu nome, ele deu um bocejo – Tyson, filho de Poseidon e Tiago, filho de Afrodite. Nós viemos pela missão de salvar uma deusa. Ela estaria nos Campos de Hera, e fomos em busca ao tal lugar. Descobrimos que os Campos se movem rapidamente e o único jeito de chegar a tal lugar seria passando por sua ponte e que sua ponte ficava atrás do reino de Éolo. Viemos até aqui então, fomos atacados por pássaros da Estinfália, fúrias, ciclopes, semideuses, cães-enguia, lagostas gigantes e a deusa Quione, uma traidora. – ela fez ênfase no traidora. – viemos até aqui então com o pai de Rafa, Hermes, que conseguiu fugir dos olhos de Zeus. Quando chegamos à montanha, Quione, um semideus, um cão infernal e uma harpia nos esperavam e os monstros da porta estavam subindo a montanha naquela hora.

“Rafael lutou contra Quione, eu contra a Harpia, Tiago contra o semideus e Tyson contra o cão infernal. Rafael por um momento dominava a luta, mas depois Quione tomou o poder e quase o matara, então Tiago apareceu por trás e dissipou-a com uma adaga. Mas, Heros, o semideus, estava, também, atrás de Tiago, e cravou a sua espada em sua barriga. Ele está muito mau, e achamos que a única salvação dele será irmos aos Campos de Hera o mais rápido possível” falou Wendi com palavras que jorravam como água.

Heimdall tocou a testa de Tiago.

- Nada irá salvá-lo. – pronunciou – mas irei dar a você a passagem até Os Campos de Hera.

- Muito obrigada. – falou Wendi.

- Não há de quê, filha de Apolo. Subam nos degraus, cuidado com seu amigo. – disse ele, agora com uma voz mais grossa e rouca ainda.

Ignorei o que ele disse, eu tinha que salvar Tiago, não era um ser nórdico esquecido que ia mudar isso.

- Pense no que você pensa Rafael Jonhson. – Heimdall disse, como quem lesse meus pensamentos.

Heimdall se dirigiu a uma espada que nem para ele era adequada e tocou a ponta dela no chão. Tudo começou a rodar, a maca de Tiago balançava sem parar e eu e Tyson tivemos de colocar muita força. O cristal que estava atrás de nós estava brilhando muito e de repente tudo começou a se dissipar.

Estávamos num jardim extremamente verde, como o jardim de meu sonho. As árvores tinham frutos limpos e maduros.

- Aqui sim! Provavelmente aqui tem espinheiras santas. Rafa, vamos procurar folhas dessa planta. Seus frutos são pequenos e alaranjados como uma pitanga, mas são muito mais delicados. A gente volta com no mínimo 3 folhas, Wendi. Vamos rápido – Tyson falou, com uma voz avoada.

- Certo, vou tentar estabilizar o ferimento enquanto vocês não voltam. – falou ela, colocando uma colher de Ambrósia na boca de Tiago.

Tyson retirou de sua mochila outro cubo, assim como o da maca ele clicou em algum botão e o cubo se transformou em um cachorro de metal.

- Cuide de Tiago e Wendi, RobotDog. – Tyson falou.

O cachorro correu latindo até Wendi e suas orelhas ficaram verdes de repente.

- Obrigada, Tyson. Agora vão e tenham cuidado, já me basta um ferido. – Wendi falou.

Tyson correu para o meio das árvores e eu segui seus passos. Passamos por arbustos e árvores tão verdes quanto tinta. Então teve meio que um flashback na minha mente e eu lembrei de meu sonho. O arbusto que o Pavão saia continha frutos alaranjados. Não era um arbusto, era uma Espinheira Santa! E sim, eu estava reconhecendo o local que estávamos.

- Tyson, por aí não, por aqui! – gritei, sorrindo.

Saí em disparada em direção a árvore grande que eu vira no sonho, tudo igual. A luz ficava cada vez mais forte. Os pássaros também cantavam com mais força. Justo o que precisávamos estava no centro dos Campos de Hera, onde também estava Ártemis! Cheguei a clareira de meus sonhos, a Espinheira Santa estava ali, intacta. Então ela balançou, assim como no sonho.

- Argos? – perguntei – sou eu, vim salvar Tiago, ele está realmente mal!

Então o belíssimo pavão apareceu atrás da espinheira e percebi que Tyson não estava por aqui, provavelmente eu me apressei de mais. O pavão se aproximou de mim, com as penas reluzindo. A cauda dele era muito maior da que eu vi no sonho, muito mais azul. Ele olhava para mim com olhos tão vermelhos quanto o de Heimdall.

- Tyson, achei a Espinheira. E encontrei Argos também! – gritei, chamando-o.

O pavão pupilou, continuando a olhar para mim.

- O que houve Argos? – perguntei.

Vocês me encontrarão nos Campos De Hera. uma voz surgiu em minha cabeça Sou o eu do passado, o eu que protegia Hera por tudo. E é quase impossível capturá-lo com mais de 100 olhos ativos. Mas vocês ainda tem uma chance, apenas uma. Hermes me decepou, tocando uma música, que me fez dormir.

Então o pavão me atacou. Ergui meu escudo a tempo de pelo menos proteger uma bicada. Depois foram milhares ao mesmo tempo.

- Tyson! – gritei, desesperado.

Não era possível matá-lo. Eu tinha que cantar, meu deus, Wendi deveria estar aqui, ela é filha de Apolo, não eu.

Bzzz um barulho soou na clareira Estabilizando... Cuidando com sua esquerda, Rafa! Consegui desviar o ataque do pavão e tentei subir numa árvore próxima Ele não vai te deixar em paz... Bzz... Me dá esse microfone!.. Não... Reconheci uma voz, a de Hermes e a outra ainda estava difícil de descobrir, um pouco suave e afinada demais. Rafael, não suba essa árvore, dessa e enfrente seu inimigo cara a cara... Me dá o microfone, Apolo! Conseguia agora distinguir as vozes.

- Ok, enquanto eu procuro a 1ª música no Godle¹ aqui... - falou Apolo.

- Rafa, dessa a árvore, erga seu escudo e não corra, piorará as coisas, eu já enfrentei ele antes e o conheço. Se for atacá-lo, ataque na cauda.- falou Hermes

Obedeci o que meu pai mandava e mandei uma onda sonora no pavão, quando ele estava caído, golpeei-o com a espada em sua calda, em vão. O pavão se movia rápido de mais. Minha roupa estava toda rasgada, com sangue por todos os lados.

- Aguenta, Rafa! – gritou Hermes

- Cala a boca! – gritei, e o pavão fez uma cara de espanto, sim, eu li a expressão do pavão.

Eles estavam falando somente em minha cabeça.

- Tomando posse do microfone... Rafael, repita o que eu falar, no mesmo ritmo – disse Apolo

- No mesmo ritmo – repeti, com um sorriso torto eu.

- Cara, tem certeza que ele não é filho da musa... Deixa para lá. – ficou em dúvida Apolo – When you were standing in the wake of devastation

-
When you were standing in the wake of devastation – repeti

- When you were waiting on the edge of the unknown / And with the cataclysm raining down / Insides crying, "Save me now” / You were there impossibly alone – recitou Apolo

Repeti o que ele disse e reconheci a música “Iridescent” Linkin Park. O pavão agora me olhava furiosamente, tive que desviar de muitas bicadas dele, mas algumas me pegavam fácil, fácil.

- Do you feel cold and lost in desperation / You build up hope but failure's all you've known – cantei, sem esperar Apolo

- Teu filho leva jeito, bro – Apolo falou para Hermes - Remember all the sadness and frustration / And let it go / Let it go.

- Remember all the sadness and frustration / And let it go / Let it go. – cantei, apressado.

- Acalme-se, ou ele não cai no sono! – gritou Apolo.

- And in a burst of light that blinded every angel / As if the sky had blown the heavens into stars. – cantei, mas demoradamente.

- Também não vira o Morfeu, né? – resmungou Apolo.

- You felt the gravity of tempered grace / Falling into empty space / No one there to catch you in their arms. – cantei, no ritmo que eu acho que Apolo gostou… - Do you feel cold and lost in desperation / You build up hope but failure's all you've known.

Continuei cantando. Apolo não me corrigia mais. Continuava também me defendendo do pavão o máximo que eu podia. Os ataques dele estavam começando vacilar, alguns olhos da cauda estavam negros. Estava na última estrofe da música.

- Remember all the sadness and frustration / And let it go /– cantei - Let it go.

O pavão caiu lentamente no chão, com todos os olhos fechados.

- Parabéns, Finn Hudson – Apolo, finalmente se proclamou.

- Bzzz... Filho, você tem uma hora para que Argos acorde de novo. O amarre na árvore grande que você passou, colha as espinheiras e depois salve a irmã desse cara aqui. –
disse meu pai.

- Certo, pai. – falei e pude jurar que ele sorriu, de onde estava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mande reviews, pessoal!
______________________________________________________________
¹McDonald's: Maior empresa de lanchonetes do mundo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os Campos de Hera" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.