Os Campos de Hera escrita por Matheus MB


Capítulo 13
E nossa jornada continua.


Notas iniciais do capítulo

Eae pessoal, desculpa a demora, culpem a maldita escola!



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O impulso foi maior que a soma do impulso de Tyson com o do hipocampo. O som do metal não fora do meu escudo, como eu achava. Tiago estava lutando contra um tritão que não era do bem, e por poucos segundos, a espada do tritão não acertara sua barriga. Voltando ao impulso. Voamos. Essa é a palavra certa. Nós quase nos teletransportamos de tão rápido que estávamos. Chegamos na superfície e vi Tiago carregando Tyson, fui ajudar-lo. Tyson realmente estava muito pesado. Wendi estava pálida, dos pés (não me pergunte como eu sei, é só um modo de dizer) à cabeça. Não tínhamos nos afastado muito da terra, então não foi difícil levar Tyson até a beira do lago. Errado. As ondas estavam muito violentas, o que dificultou ainda mais nosso trabalho. Wendi as vezes tossia e cuspia água, então eu ia ajudá-la. Conseguimos chegar em terra alguns minutos depois de um cachorro-enguia tentar morder meu pé antes que o machado de Tiago abrisse um buraco de pó em seu peito. Conseguimos em fim, levar Tyson para terra firme. Ali não era muito melhor, estava chovendo, e nós estávamos morrendo de frio. Não porque nos molhamos na água, o que não aconteceu, mas sim por causa do vento e da chuva. Wendi estava soluçando sem parar, eu que tive de ser o médico naquela hora. De alguma forma, tinha um fogo intenso dentro do meu corpo... Queria pular, correr, falar, descobrir (e até mesmo roubar) qualquer coisa... Peguei ambrósia e néctar da bolsa de Wendi. Reparti em quatro, e todos nós superamos o frio logo depois. Tyson agora murmurava palavras sem sentido como “Rago-Riri!” e nós riamos, até que Pervollo apareceu na água.

- Vão, a guerra ainda vai demorar para acabar. Poseidon... – ele falou, então foi puxado por alguma coisa em baixo d’água.

- Pervollo! – gritei.

Wendi gritou e Tiago soltou um suspiro aterrorizado, Pervollo apareceu voando junto com uma baleia de chifres, que mordia um braço dele. Pervollo cravou a espada na cabeça da baleia e ela virou pó, revelando um braço com grandes furos. A água realmente estava mais assustadora, as ondas estavam maiores e a água estava mais avermelhada.  Pervollo apareceu novamente na beira do lago.

- Vão, vão, busquem um táchi e fujam daqui, vai ficar bem pesado. Poseidon ordenou que mais tropas viessem para cá, por isso, tenho certeza que teremos vitória. Mas vocês ainda precisam ir. Vão! – Ele falou, ele olhou para Wendi e apontou para algum ponto na água. A flecha que ela mandou voou com uma rapidez enorme e atingiu um cachorro-enguia que tinha pulado da água em direção de Pervollo. – Espero encontrar vocês depois dessa guerra. Adeus.


- Adeus, Pervollo – dissemos, e então eu e Tiago carregamos Tyson e andamos até a estrada Landing Clinton.

Táxi? Como iríamos chamar um táxi?

- Oh, oh – falou Tiago, como se lesse meus pensamentos – Como vamos chamar um táxi?

- Para isso existe os filhos de Apolo super-espertos. – falou Wendi dando uma piscadela.

Ela abriu sua bolsa e tirou um N8 de lá de dentro.

- VOCÊ É LOUCA? – gritamos eu e Tiago, em uníssono.

- Ei, o que houve? – ela perguntou, como uma inocente.

- Você sabe muito bem que não podemos ligar para canto nenhum, os monstros vão nos localizar! – Tiago falou, com uma cara de surpresa.

- Você sabe disso, Wendi, por que trouxe um celular? – perguntei, não entendendo-a.

- Vocês é que estão loucos. Enfrentamos pássaros gigantes de bronze, enfrentamos uma deusa, uma fúria, um ciclope maluco, enfrentamos cachorros que mais pareciam enguias, enfrentamos lagostas, o que mais vocês imaginam  que a gente vai enfrentar?! – gritou ela, de volta.

- Não sabemos Wendi, mas é melhor prevenir. – falou Tiago

- É verdadeiramente melhor prevenir. – concordei – Mas... Que deusa nós enfrentamos?

- Quione, filha de Bóreas, ninfa das neves, Eumolpo, lembra? – Wendi falou, como se eu fosse a pessoa mais burra do mundo.

- Para mim, Quíone era aquela que Ártemis matou... – falei

- Essa é outra. Uma é Quione, outra Quíone, entendeu agora? – ela falou, um pouco mais estressada.

- Certo, mas, voltando ao assunto, eu acho melhor não usar o celular – falou Tiago.

- Eu estou em dúvida, porque o celular é a nossa última saída, mas ao mesmo tempo poderia vir um táxi-montro nos buscar... Mas não temos escolha, temos que usar o celular, desculpa aí Tiago, é a única saída. – falei, por fim.

Wendi fez um gesto como “Está vendo? Eu falei” e em seguida entrou na internet. Às vezes eu realmente fico impressionado com o quanto que Wendi tem, ela entrou na internet no fim do mundo!

- Aqui está, uma frota de táxis que passam por estados. Vou ligar para este número. – falou ela.

Ela digitou os números no N8, jogou seus cabelos para trás e colocou o telefone no ouvido.

- Sabia que você fica linda quando está com raiva? – sussurrei para ela.

Ela deu um sorrisinho, mas continuou em sua postura de poderosa chefona.

- Alô... Aqui é Wendi Hils, estou na estrada Landing Clinton, será que você poderia mandar um táxi aqui?.. Estou na frente do Great Salt Lake e queria saber se o táxi vai até o Peak Pikes... Certo... Vou esperar, obrigada. – ela falou, no telefone.

- Isso que é uma xerife bem treinada, não? – falei levantando as sobrancelhas e dando uma risada.

- Há, há, há. Muito engraçado. Prestem atenção. Não quero saber se o cara que vier vai ver nossas armas ou não, se a Névoa não nos ajudar, vamos dizer que estamos indo para um desfile. Ele chega daqui a 10 minutos mais ou menos, foi o que a mulher falou, então vamos ter de esperar. – ela explicou, e foi até a mala de Tyson, e abriu a maca móvel.

Eu e Tiago o colocamos na maca. Olhei para meu braço e vi que já estava parcialmente curado 100%. Tinha certeza que ia ficar uma cicatriz naquele lugar. Wendi pegou os costumeiros curativos e passou a se dedicar em acordar Tyson.

- Cara, como está seu ombro? – perguntei pra Tiago.

- É, está indo, não dói tanto, mas ainda lembro daquele pássaro perfurando-o. Isso me assusta. – ele respondeu – Mas e seu braço?

- Cara, está quase curado, mas acho que vai ficar uma cicatriz no lugar, isso me assusta. – falei e ri.

- Palhaço – falou ele.

- Ei, filhos de Hermes são assim mesmo!

Os olhos dele cresceram.

- Falando em Hermes, Rafa, você desapareceu ontem, na luta contra a Fúria. Por um segundo, eu achava que você estava na janela, depois desapareceu, só deixando um rastro gigante. – ele falou – Aquilo não foi você, foi?

- Não sei, eu só corri, e depois que percebi o caminho. – respondi – Cara, queria saber em mais detalhes o que aconteceu com vocês.

- Nada demais. Você jogou Wendi no banco, o que permitiu que eu e Tyson atacássemos o ciclope, mas ele era gigante. Então eu tive que falá-lo para largar o bastão de gelo, que Quione tinha criado. Ele caiu direitinho, o que deu tempo para uma flechada de Wendi bem no nariz dele. Ele não morreu, ao invés disso, me lançou para dentro do ônibus. Algumas partes estavam pegando fogo lá dentro, porque Wendi atirava flechas no ônibus para acabar com o poder de Quione. Tyson correu e me tirou do ônibus. Eu não tinha opção, sabia que Tyson poderia resistir ao fogo, mas eu não conseguiria, então corri para Wendi e comecei a ajudá-la. Muitas vezes, quando acertávamos Quione, sangue dourado saia, mas logo a pele dela curava. Eu comecei a falar para ela parar de congelar o ônibus, e Wendi mandava flechas no ônibus, ao mesmo tempo que lutava com o arco-espada contra a deusa. Enfim, o ônibus explodiu e Quione derreteu...

- Hum...

- Mas e a fúria? Como você conseguiu escapar?

- Bem, meu escudo ajudou... – falei, batendo no guarda-chuva em uma forma de carinho.

- Pessoal, o ônibus está chegando, eu sinto. – Wendi falou, depois puxou Tyson, que, ao que parecia, estava acordado.

Ativei meu escudo e dei mais uma checada para ver se não tinha machucado alguma parte dele. Minha respiração falhou. Imagens começaram a brotar na frente do escudo, como um feitiço, e as reconheci tão imediatamente quanto a do hipogrifo. No meio do escudo, aparecera um círculo, e um tridente. E o hipogrifo ficou ao redor, separada das outras imagens como um verdadeiro guarda-chuva. As outras imagens: Eu, sobrevoando em cima de um pássaro de bronze com um pássaro ao longe sendo atingido por uma flecha; Eu e a Fúria; Eu, Wendi, Tyson e Tiago nadando, destruindo uma lagosta e um cachorro-enguia... O escudo absorvera as lembranças de alguma forma... Talvez Tyson tenha programado para isso. Então o táxi buzinou e eu acordei dos meus devaneios. De alguma forma, o táxi, que antes eu não conseguia ver, estava parado na nossa frente. Entramos no táxi, armados. Wendi foi na frente, em posição de uma suposta líder.

- Colorado, o mais próximo possível do Peak Pikes. – ela falou para o motorista.

Tyson estava sorrindo novamente.

- Funcionou? – ele sussurrou para mim.

- Perfeitamente – respondi, em baixo tom.

A viagem foi BEM longa. O taxista disse que davam em torno de 9 horas e meia, mas eu acreditava que talvez Tiago o convencesse que já tínhamos pagado o táxi.Tyson e Tiago cochilaram, e depois senti a mão de Wendi vacilar, quando estávamos na metade do percurso (segundo o taxista).

Coisa boa: Nenhum sinal de monstro algum. 


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem. Mandem reviews!



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