Um Dia de Sol escrita por Bia11mil


Capítulo 1
One-Shot


Notas iniciais do capítulo

Espero muito que gostem^^



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Era sábado. Um sábado de sol, sem nuvens ou qualquer indicação de que o tempo poderia piorar. Riza ainda com o seu pijama velho e desgastado de malha branca e vermelha se espreguiçava acordando de bom humor.

        Não se lembrava de acordar tão bem, estava muito feliz já que finalmente havia tirado um dia de folga. O mundo não iria acabar, ninguém corria perigo de vida, os relatórios estavam em dia e ela estava de folga, um sábado perfeito.

        Ela sentava ainda tomada pelo sono na cama desarrumada e resolveu que aproveitaria aquele dia ao máximo, iria descansar em um lago que existia na central.

        Depois de uns dois bocejos ela levantou e abriu as cortinas do quarto. Black veio sorridente cumprimentando-a como se dissesse ”Bom dia” e ela prontamente respondeu acariciando o pescoço do lindo animalzinho e desejando-lhe um bom dia também.

        Era sete e dez, a loura tomou um café simples e nem se preocupou em arrumar a louça depois. Normalmente ela era metódica e organizada, mas naquele dia havia acordado tão feliz que não se preocupou com aquele detalhe.

        Enfiou seu corpo de curvas excepcionais em um biquíni verde claro com branco que tinha na parte de cima um círculo prateado entre os seios. Sua saída de praia, que ela só usava no lago já que a central não fazia fronteira com o mar, era branca, curta e bem folgada.

        Passou a mão numa bolsa esverdeada que já ficava pronta para o lago, tinha uma revista, protetor solar e várias outras coisas para o lago.

        Finalmente pronta deixou comida e água para o amado cachorrinho e entrou no seu carro prateado em direção ao lago. Os cabelos estavam soltos e cobertos por um chapéu bege com renda e os olhos eram cobertos por um delicado óculos escuro que talvez fosse elegante demais para um simples lago, tinha detalhes prateados na lateral que somados ao metal vazado davam um designe moderno aos óculos.

        Estacionando o carro ela pode ver a areia branca, ainda não corrompida pela poluição, e atrás dela um lago de águas escuras e doces que abrigava inúmeras pessoas que haviam tomado a mesma decisão que Riza.

        Jogou a sua canga azul com coqueiros no chão e sentou-se com elegância e suavidade. Alguns homens já olhavam para a loura com pensamentos maliciosos, ela sorriu ao ver quanta atenção atraia. Tirou o protetor solar da bolsa e quando foi passar ouviu uma voz conhecida, uma voz grossa, masculina e que provocava efeitos em Riza que nenhuma outra voz fazia.

        -Parece que tivemos a mesma idéia, Riza.

        O moreno erguia-se com o seu típico sorriso repleto de charme e sedução. A pobre tenente foi obrigada a prender a respiração, a visão do moreno com aquela bermuda azul escura era estonteante. O abdômen bem formado por anos de treinamento militar estava a mostra e a vontade de parar e ficar observando era muito grande, mas se ficasse olhando debilmente para ele seria o fim da mulher. O cabelo e os olhos negros pareciam refletir o brilho do sol e completando a cena estonteante estava aquele cheiro delicioso típico do moreno, Riza se indagou se ele havia passado perfume para ir ao lago ou se o aroma maravilhoso vinha do corpo dele mesmo.

        Percebendo a hesitação que tinha cometido ela se levantou e quase bateu continência, então contendo a reação instintiva disse:

        -Coronel, o que faz aqui?

        -Riza, não estamos no quartel. Vamos esquecer, por um momento, os cargos. Eu estou aqui com a intenção de curtir um dia de sol, provavelmente, a mesma coisa que você pretende.

        Ele tinha razão, era o que ela pretendia, mas agora seria impossível. Não conseguiria aproveitar nada sabendo que ele estava ali, logo ele... O único homem que conseguia fazer seu coração delirar e seu sangue pulsar mais quente nas veias. E o seu dia havia começado tão bem e ela não havia pensado nele nem uma vez até àquela hora, havia sido um recorde.

        -Coronel... her...hum...Quer dizer, Roy. Eu pretendo curtir meu dia de sol, então, por favor, mantenha distância.

        -Direta como sempre, Riza. – Ele sorriu fazendo os dentes alvos cintilarem e quase matarem a pobre tenente. - Mas você não quer uma companhia para o sábado?

        -Não Coronel. – Chamá-lo de Roy só piorava a situação, ela ficaria com o desgastado coronel mesmo. Além disso a distância era o melhor para ela não perder a cabeça e agarrar aquele ser fisicamente perfeito.

        A resposta firme e direta, típica da mulher esbelta a frente de Roy, abalou um pouco o moreno. Ele esperava que ela ao menos hesitasse quanto aquilo, mas seus maiores medos pareciam se concretizar cada vez mais: da única mulher que amara de verdade o detestar e o considerar apenas um boêmio desorganizado e arrogante.

        E tudo aquilo matava Roy por dentro. Na noite anterior ele estava em uma boate que abrira a pouco tempo na cidade e todas as mulheres o queriam (como sempre), ele escolheu uma morena com os olhos negros cintilantes, curvas divinas e um busto que nenhum cirurgião plástico conseguiria fazer igual. Ele havia escolhido a mulher fenomenal não só pela sua beleza vulgar, mas porque ela era completamente diferente da sua tenente. Queria esquecê-la de uma vez. Entretanto, teve que dispensar a mulher logo depois e foi ali que ele viu que jamais conseguiria ficar novamente com outra sem ser a sua Riza. Roy entrou em desespero.

        No início ele tentou encontrar mulheres que se parecessem com Riza, normalmente loiras siliconadas que só se pareciam com ela na aparência já que o cérebro era mínimo. Entretanto, ele já havia percebido que aquilo era pior, quando ele ficava com uma mulher muito diferente da tenente ele pensava menos nela.

        Porém ele nunca deixava de pensar nela. E agora o seu problema se agravara.

        Ele foi se distanciando da tenente vagarosamente e se não fosse o seu bom senso ele teria deixado seus olhos ficarem grudados naquele corpo que a tenente podia se orgulhar de possuir (e que para ele era mais belo e bem formado do que o corpo de qualquer outra mulher que ele já tivesse visto antes).

        Ele se sentou em uma cadeira de plástico amarela que tinha uma propaganda de cerveja atrás e ficou pensando em como faria aquela mulher, a única que nunca o quis ele achava, lhe dar uma chance mínima. Ele precisava mostrar para ela que a amava, além da carne e do desejo, um amor verdadeiro.

        O moreno resolveu tomar um banho no lago para refrescar a mente já que não havia tido nenhuma idéia brilhante até então.

        Riza toda hora virava a cabeça para ver o moreno sentado naquela cadeira amarela em uma mesa de uma das barraquinhas do lago, a sorte dela é que os homens são todos distraídos e Roy estava particularmente determinado a descobrir algo e por isso não notou os olhares freqüentes que lhe eram mandados por ela.

        Ele também não notou os outros milhares de olhares que o rodeavam o que, infelizmente, foram todos notados por Riza. “Vagabundas” Riza pensou com raiva.

        Entretanto, a mulher também recebia diversos olhares na praia, mas ela estava muito entretida para notar esse fato.

        Quando Roy entrou no lago a tenente viu o mundo parar de girar por alguns segundos só para ela poder observar melhor ele entrando na água escura com um pulo onde ele botou as mãos para frente e mergulhou de cabeça. Nossa, ele era muito lindo.

        Um homem esguio e musculoso que estava vidrado na loira desde que ela chegara ao lago finalmente tomou coragem e foi falar com ela nesse momento também.

        -Com licença, uma mulher tão linda e sozinha nessa praia pode não me querer como companhia. Mas posso ter o privilégio de conversar alguns minutos com você antes da minha presença ser um incômodo?

        A loira já havia recebido diversas cantadas, algumas boas, algumas ruins e outras péssimas. Mas aquela ganhava como a mais fofa. O homem fora educado e elegante, além do elogio não ter sido vulgar.

        Os cabelos lisos e curtos do homem eram de castanho escuro reluzente e sedoso, dava vontade de passar a mão para sentir a textura macia e agradável ao toque. Os olhos verdes como uma das largas folhas das árvores da Amazônia e a boca grossa e sedutora também contribuíram para que Riza sorrisse para ele, lhe dando uma permissão muda de continuar a falar com ela.

        -Posso saber o seu nome?

        -Meu nome é Elizabeth, mas pode me chamar de Riza.

        -Riza, é um apelido gracioso. Combina com você.

        Ele sorriu e a pele morena natural contrastou com os dentes cintilantemente alvos. Era um bonito sorriso.

        A mulher precisava de alguém que lhe tirasse os pensamentos de Roy e ela sabia que não era certo usar alguém assim, mas o homem era perfeito tanto para ela se distrair quanto para colocar ciúmes em certo moreno que se banhava perplexo no lago.

        O homem se chamava Victor e era inteligente, simpático e solteiro. Uma verdadeira raridade que só se encontra uma vez na vida. Ele e Riza já conversavam a cerca de vinte minutos, enfurecendo Roy.

        Ele precisava bolar um plano para separá-los logo, era a sua futura esposa com quem aquele cara ridículo estava se metendo. O quê, esposa? Roy não acreditava que havia pensado naquilo, é claro que amava a tenente e a desejava, mas casamento era outra história. Mas alguns segundos depois a ideia de passar o resto dos dias ao lado daquela mulher feroz e maravilhosa lhe pareceu esplêndida e ele sorriu ao vislumbrar aquele futuro.

        Mas para que aquilo acontecesse Roy precisava separar aqueles dois agora.

        Ele não podia ir lá, entrar no meio e chutar o homem de lá. Na verdade, poder ele até poderia, mas as chances de Riza ficar brava com ele por ter dispensado o seu paquera eram muito grandes e ele não queria que ela ficasse com raiva dele. Então ele viu quem seria o idiota de fazer isso em seu lugar, entrando na praia com um sorriso sacana no rosto, típico dele, estava um homem de bermuda vermelha e com um cigarro na boca: Havoc.

        O loiro andava todo maroto pela areia observando nada discretamente todas as mulheres por qual passava e aproveitando o sol que brilhava forte no céu. Era um sábado de sol perfeito para ele, ou pelo menos era até ele avistar o Coronel vir andando apressado em sua direção.

        -Havoc, - Roy começou a falar. – preciso de você.

        -Droga, Coronel, logo hoje que eu ia arrumar uma namorada nova você apareceu. Que saco!

        O loiro estava claramente irritado com a presença nada querida do pobre coronel que só queria uma pequena ajudinha com a mulher que amava.

        -Mas Havoc... Você tem que me ajudar.

        -Nada disso Coronel, eu estou de folga e não pretendo fazer nada além de curtir o meu laguinho e tentar ficar com alguma garota.

        -Havoc, se você me ajudar eu te conto o segredo de como eu consigo ficar com tantas mulheres diferentes.

        Os olhos do loiro brilharam com a expectativa e ele foi obrigado a aceitar ajudar o seu chefe.

        -O que você quer que eu faça?

        -Preciso que você separe a Riza daquele cara ali. – O coronel apontou para onde os dois ainda conversavam animadamente, Victor cada vez mais charmoso e perto dela.

        -Porque?

        -Porque eu to mandando. Vai logo.

        -Você está interessado na Riza, Coronel? – Havoc riu daquilo. – Se eu fosse você desistia, ela te odeia. Você é tudo o que ela mais detesta, um boêmio inútil.

        -Cala a boca Havoc. – Roy soou raivoso. – Você que o segredo ou não, vai logo.

        -Mas se eu for ela vai se irritar comigo. E você sabe como ela é eu tenho medo de não acordar amanhã por ter feito isso. Eu não vou arriscar a minha vida, não senhor. Prefiro continuar sem pegar mulher do que morto.

        -Havoc, se você não for eu te mato. – Roy o fitava com os olhos cobertos pela franja e a feição assustadoramente convincente.

        Não sobrou outra opção ao pobre Havoc além de sair andando na direção da tenente.

        -É... Foi uma boa vida a minha, bem intensa e agitada, mas eu não queria morrer tão jovem. – Ele murmurava infeliz. – Eu queria ter tido mais namoradas e não ter perdido todas para o Coronel, mas é a vida.

        Havoc chegou perto deles e resolveu que já que ia morrer de qualquer jeito pelo menos ele iria morrer fazendo um trabalho descente para o Coronel, embora ele não merecesse é óbvio.

        -Riza, – Ele chamou agitado. – nossa eu acabei de encontrar o Coronel e agora você. Todo mundo veio ao lago hoje, isso não é bom.

        -Havoc? – Riza estava claramente surpresa.

        -Quem é ele?

        -Esse daqui Victor é um amigo do trabalho. Havoc, este é Victor. Victor, este é Havoc.

        -Prazer Victor. Nossa! Vocês ficam tão bonitos juntos, que me lembra aquele último cara que a Riza ficou. Lembra dele, Riza? Era muito gente boa é uma pena que ela tenha terminado com ele. – Havoc falava rápido e animado tentando deixar a mulher com a pior reputação possível com Victor. – Sabe por que Victor? Por uma bobeirinha. Ele chegou uns dois minutinhos atrasado para buscar ela no trabalho, fiquei com pena daquele cara.

        Victor arregalou os olhos verdes surpreso, tudo isso por um mísero atrasinho de nada. Riza estava vermelha de vergonha, a história do término não era bem assim, mas no momento ela só pensava em como mataria Havoc antes dele acabar com as suas já poucas chances de ficar com Victor.

        É verdade que o homem inteligente, educado, fofo e belo ao seu lado não era Roy Mustang, aquele infeliz pelo qual o seu coração cismara de bater mais forte, mas era ele aquele que a faria esquecer o boêmio irritante pelo menos por aquela noite.

        O pobre loiro tremia sabendo do seu triste destino que se seguiria após cumprir a sua missão, ele seria um mártir. Entretanto, ele foi corajoso e continuou a falar.

        -Também teve aquele outro cara, qual era mesmo o nome dele... Acho que era Lucas ou Tony, tanto faz, só sei que quando ele foi à Central pegar a Riza olhou para o lado, na direção da bunda de outra mulher. Ele ainda está no hospital, não é Riza?

        -Ho-hospital? – Victor perguntou assustado.

        A primeira história de Havoc era mentira, mas essa segunda bem... Também não havia sido bem assim. Na primeira história o homem havia chegado quarenta minutos atrasado e não “dois minutinhos” e ao chegar a tratara mal e foi grosso, chegando ao cúmulo de empurrá-la brutalmente para dentro do carro. Na segunda história, na verdade o homem não “deu uma olhadinha”, ele paquerou descaradamente outra mulher na frente dela e quis obrigá-la a aceitar que ele precisava de liberdade. E o fato dele ir parar no hospital... Bom isso na verdade pode ser considerado auto defesa já que o homem segurou seu pulso com força e começou a gritar com ela. Riza só mostrou um pouco das suas habilidades como integrante do exército, só isso.

        Mas naquele momento aquilo não era muito importante, a mulher estava morrendo de vergonha e com as maças do rosto muito avermelhadas. De longe certo moreno chamado Roy Mustang olhava e a admirava.

         Victor começou a pensar se ele tivera uma boa ideia em vir falar justo com aquela garota, ela era espetacular, mas não valia a pena o risco. Gaguejando e nervoso ele se despediu e foi para outro canto.

        Havoc sentiu muito, muito medo naquela hora.

        A tenente o fuzilava com o olhar feroz e matador, olhos de águia. A saída de praia e o biquíni gracioso não amenizaram o medo do loiro que tentou se explicar.

        -Sabe Riza, é... Você tem que entender, bom... Sabe como é... Ele... Ele não era o cara certo pra você. Escute o seu amigo aqui, ele era só um malandro boêmio, só não é pior que o Coronel, é óbvio, mas você merece mais, com certeza mais.

        Roy ao ouvir aquilo se enfureceu, Havoc havia falado que ele era pior que o homem. “Imprestável, Havoc seu incompetente.” Pensava o moreno. O objetivo era separar os dois para tentar unir ele com ela e não separar os dois e falar mal do coronel.

        -O Coronel, porque você falou nele? – Riza perguntou desconfiada.

        -Sabe Riza, é... Você tem que entender, bom... Sabe como é... – Havoc começava a enrolar e gaguejar exatamente como havia feito antes.

        -Havoc, - Riza começou firme e fatal. – eu encontrei com o Mustang na praia. Porque você tocou no nome dele?

        -Tecnicamente falando, foi só na patente. Não foi bem no nome, sabe, o nome dele é Roy Mustang e não Coronel. Mesmo que a autora esteja escrevendo com letra maiúscula, ainda não é o nome dele. Na verdade eu nem sei por que a autora ta fazendo isso, porque você não vai tirar satisfações com ela e depois a gente se encontra. Agora eu já vou indo, beijos tchau a gente se vê. – E ele saiu andando com um sorriso fingido para não demonstrar o medo que o corroia.

        -Havoc, volte aqui. – O tom imperioso fez o infeliz loiro ter que dar meia volta e volver ao lado da mulher loira. – Você mente muito mal. Agora me responda, o que o Coronel tem a ver com isso?

        O loiro refletiu por alguns segundos: morrer queimado assim que o Coronel estivesse seco e com suas luvas de volta ou morrer com um tiro assim que a tenente colocasse as mãos em uma arma. Ele sabia que Roy podia ouvir qualquer coisa que falasse e decidiu que se ele andasse com um balde d’água do seu lado pelo resto da vida ele podia sobreviver aos ataques do seu chefe.

        -Riza, o Coronel me pediu para separar vocês dois. Eu fui ameaçado de morte, por favor, não faça nada comigo. Eu imploro.

        A mulher loira não sabia se matava o Roy Mustang, se matava Havoc ou se matava os dois juntos. Por algum motivo desconhecido ela estava inclinada para a terceira opção.

        Percebendo que estava enrascado o loiro se virou rapidamente e apontou para onde o Roy estava e disse:

        -Ali está ele, vá falar com ele.

        A mulher enfurecida foi para lá pisando firme na areia o que deu tempo do Havoc fugir desesperado.

        -Mustang, - Ela começou a falar completamente irada. – porque você fez isso?

        O moreno amaldiçoava Havoc com palavras que eu, infelizmente, não posso colocar aqui já que nos avisos da história não tem “Linguagem Imprópria”, então, por isso vou deixar os pensamentos daquele moreno fenomenal para que vocês fiquem imaginando. Embora eu acredite que qualquer coisa que você imaginar não chegará nem aos pés daquilo o que Roy xingava o inocente, coitado, fofo e lindo loirinho.

         Roy estava completamente sem saída, o que falaria para ela agora?

        No fundo do seu coração Riza nutria uma flor de esperança, que ela tentava muito matar, de que Roy tivesse feito aquilo por ciúmes. Mas por fora a tenente não demonstrava nada além da maior raiva possível.

        -Riza, fique calma. Eu não gostei dele, por isso pedi para Havoc afastá-lo de você.

        -Você, Roy Mustang, não gostou dele. – Ela debochava raivosa. – E o que você, Roy Mustang, tem a ver com a minha vida pessoal. O que você, um boêmio preguiçoso e safado, pode falar dele.

        As palavras duras eram proferidas com rancor, porém em nenhum momento a mulher perdeu a compostura, se descabelou ou gritou enfurecida. Ela demonstrava a raiva pelos olhos expressivos, mas não perdia a elegância ou deixava que algum desconhecido que passasse por ali percebesse a sua revoltosa situação. Era uma militar, mas antes disso ainda era uma dama.

        Roy pareceu abalado com essas palavras, o medo sumiu de suas feições masculinas e fortes, seus olhos tomaram uma triste ansiedade e sua voz tornou-se além de mais branda, mas contida e grossa. De certo modo ele também estava mais sedutor e romântico naquela hora o que deixou Riza um ouço abalada e, por um momento, a raiva vacilou em seus olhos ferozes.

        E Roy com candura falou em voz baixa para elea, de modo que eu tive que me aproximar para escutar.

        -Riza, escute bem. Eu posso não ser o homem mais correto do mundo e posso ter fama e até mesmo ser um boêmio preguiçoso, desorganizado e safado. Mas eu tenho um amor, alguém que ocupa meu coração e que jamais esquecerei.

        Ele fez uma pausa pesada e Riza, além de boquiaberta, estava abismada e o medo era visível em todo o seu corpo. Ela achava que aquela que conseguira tomar o coração do coronel não era ela. Ele continuou.

        -Todas as mulheres com quem tive casos, noites e experiências, foram tentando esquecê-la. Tão diferentes dela e eu tão idiota de não perceber. Eu desisto de toda a minha vida impura e infiel por ela, mas é óbvio que ela jamais me desejaria, jamais me amaria. Não estou aos pés dela.

        -Ela deve ser muito especial para você. – Riza comentou sem graça e triste.

        Roy arregalou os olhos como se não acreditasse que a moça tão inteligente ainda não houvesse percebido de quem ele falava.

        -Riza, ela é você. Era muito esforço meu ter que te ver com todos aqueles outros namorados, mas hoje eu não me agüentei. Peço desculpas sinceras. Sei que você não me quer, que eu não deveria ter falado nada disso e espero, sinceramente, que isso não tenha estragado a nossa amizade.

        O moreno realmente acreditava que ela não gostava dele enquanto o mesmo acontecia com ela, tão ceguinhos e bobos. Ele só havia feito aquela declaração porque, além de se sentir culpado, tomou uma coragem louca ao ouvi-la falar com tanta raiva dele.

        Sem mais palavras Roy se virou, a tenente deu um passo para frente se aproximando do abalado coronel e o virou de volta para si. Ela colou seus lábios em um beijo deliciosamente lento e carinhoso, eles se exploravam como se aquele fosse o primeiro e último beijo que dariam. Ambos habilidosos e apaixonados ficaram minutos naquele jogo de línguas prazeroso.

        Até que eles foram obrigados a puxar o ar e se fitaram completamente perplexos. Talvez eles falassem alguma coisa, ou o silêncio ficasse pairando no ar, mas isso sempre será uma dúvida para mim porque naquele momento Havoc chegou aos dois com um largo sorriso e falou:

        -Eu sabia que vocês iam acabar ficando juntos. Viu como foi bom o que eu fiz!

        Está certo que o loiro era lindo e seu abdômen definido era maravilhoso e estonteante, os fios do cabelo sedoso pareciam brilhar ao sol como ouro puro. Entretanto, que aquele loirinho fora demasiado inconveniente esta claro pelos rostos raivosos de Roy e Riza que haviam sido interrompidos.

        Havoc não percebeu isso, é claro, e ainda teve a audácia de perguntar.

        -Agora chefinho, você me prometeu o segredo de como conseguir uma namorada.

        Roy suspirou fundo contendo a raiva e a vontade de socar o seu subordinado. Depois de alguns segundos falou:

        -Havoc, não existe segredo. – Então ele olhou para Riza, sorriu e completou. – Mas o importante é o amor.

        -O quê? – Havoc perguntou decepcionado e perplexo. – Eu arrisco a minha vida e não ganho absolutamente nada. Você é muito mau chefe, muito mau.

        Ele e Riza riram, mas Roy ficou com pena dele e falou para ele.

        -Havoc, pode não ter segredo. Mas aquela moça está te olhando desde que você chegou a praia, mas é muito tímida para vir até aqui.

        Com o polegar o moreno apontou para mim, o que fez com que eu quase morresse de vergonha. (Sim queridos leitores, eu estava na praia observando todo o desenrolar da história. Sempre fui muito observadora e acompanhava a história de camarote. Agora pode voltar a ler o final da história.)

         Esta certo que eu fiquei um pouco encantada com o loirinho gracioso e bobinho, mas... Mas... Bom... Droga, parece que o Roy estava certo. Eu corei quando os três olharam para mim.

        Havoc veio até mim e acabamos indo conversar enquanto nos banhávamos na água do lago, o que aconteceu com o Roy e a Riza depois eu parei de prestar atenção já que agora eu possuía um loirinho muito mais interessante para me concentrar.

/////////////

        Agora eu vou entregar esse texto como presente para a Riza e o Roy que estão completando um ano de namoro hoje, daqui a pouco é o aniversário de namoro meu e do Havoc.

        Eu sou escritora e posso ter influenciado em algumas partes, mas acho que eles vão gostar.

        -Amor. – Havoc me chamou porque, embora ele não parecesse, era um namorado super romântico e atencioso. – Já está pronta para ir a festa deles?

        -Estou sim.

        Eu mostrei minha roupa para ele, um vestido jeans tomara que caia com uma meia calça preta e uma bota negra de salto alto e bico fino. Ele me abraçou e sussurrou no meu ouvido enquanto acariciava meus cabelos negros:

        -Você quer me matar de ciúmes assim? A mulher mais linda do mundo e é só minha.

        Beijamos-nos com intensidade e fervor, não importa quantos anos se passarem eu jamais enjoaria dos beijos do meu loiro.

        Ele acabou vendo o papel decorado e impresso que eu levava na mão.

        -O que é isso?

        -É um presente especial que eu fiz para eles.

        Havoc pegou, abriu em uma página qualquer e começou a ler.

        -O que? – Ele disse revoltado. – Que descrição é essa do Mustang?

        Seus olhos arregalados e sua boca aberta estavam engraçados e eu comecei a rir.

        Ele exigiu explicações novamente.

        -Calma Havoc. – Eu disse parando de rir, embora ainda mantivesse um sorriso no rosto. – É a história do dia que eles descobriram que se amavam e, também, a do dia que nós nos conhecemos.

        -E porque você descreveu o Mustang, assim, “O moreno erguia-se com o seu típico sorriso repleto de charme e sedução. A pobre tenente foi obrigada a prender a respiração, a visão do moreno com aquela bermuda azul escura era estonteante. O abdômen bem formado por anos de treinamento militar estava a mostra e a vontade de parar e ficar observando era muito grande, mas se ficasse olhando debilmente para ele seria o fim da mulher. O cabelo e os olhos negros pareciam refletir o brilho do sol e completando a cena estonteante estava aquele cheiro delicioso típico do moreno, Riza se indagou se ele havia passado perfume para ir ao lago ou se o aroma maravilhoso vinha do corpo dele mesmo.” ? - Ele leu aquele parágrafo em voz alta.

        O rosto de Havoc era perplexo e cômico ao mesmo tempo.

        -Jean Havoc, - Chamei manhosa e com os meus olhos azuis pidões. – você sabe que eu te amo mais que a qualquer um. Vai ficar com ciúmes de um carinha qualquer. Além disso também tem um descrição sua.

         Antes que ele tentasse ler a sua descrição eu dei um passo e acabei com o já curto espaço que nos separava.

        Eu estava a apenas alguns centímetros dele e fui em direção a sua boca, mas a milímetros de distância parei e chupei o seu pescoço enquanto sussurrava maliciosamente.

        -Eu sempre tive uma queda por loiros.

        Ele me puxou colando ainda mais nossos corpos e tomou meus lábios em um beijo necessário. Ele foi me conduzindo aos beijos até a nossa cama e me deitou com carinho.

        -Havoc. – Chamei

        -O que foi? – Ele disse entre beijos.

        -Precisamos ir para a festa.

        -Não precisamos não.

        -Precisamos sim, Havoc. São nossos amigos.

        -Dane-se eles.

        Um beijo particularmente mais quente e as mãos de Havoc passando por meu corpo me fizeram desistir da ideia de ir a festa, aquela noite seria bem mais divertida.

        Mas para o nosso azar o telefone tocou. Tivemos que parar tudo para que eu atendesse já que por Havoc o telefone podia tocar até o apocalipse que ele não se importava. Eu atendi e era um muito inconveniente Roy Mustang perguntando onde nós estávamos.

        Eu disse que já estávamos indo e desliguei.

        -Então, de onde paramos? – Havoc perguntou com um sorriso malicioso e se aproximando de mim.

        -Paramos na frente da porta indo para a festa, Havoc. Vamos logo!

        Eu saí de perto dele, pois sabia que mais um beijo e toda a minha convicção iria para o espaço.

         -Coronel, idiota. - Ele reclamava baixo.

        Havoc me seguiu de cabeça baixa, mas quando íamos entrar no carro ele me pressionou contra a porta e falou:

        -Quando voltarmos...

        Eu não permiti que ele terminasse a frase o beijando com fervor.

        -Vamos continuar de onde paramos. - Eu terminei a frase que ele havia começado.

        Eu dei um selinho em seus lábios finos e deliciosos e entrei no carro o deixando um pouco abismado, mas depois de alguns segundos ele entrou no carro e fomos para a festa sorrindo.

        A festa foi ótima, mas foi ainda melhor quando voltamos para casa. E a minha intuição me diz que Riza e Roy também estavam aproveitando seu aniversário depois da festa.


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro de português, por favor, me avisem por que eu acabei de escrever a história e fiquei tão feliz que não revi os erros gramaticais. Desculpem-me.Reviews ajudam a melhorar as notas sabia? Você treina o português, a gramática. Olha quem bom. Mande reviews e treine a sua escrita^^



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