Every Rose Has Its Thorn escrita por apataeavaca


Capítulo 18
Look at your game, girl


Notas iniciais do capítulo

Oooookay, só avisando que esse capítulo contêm fortes emoções, tipo o... não, não vou dizer, melhor vocês lerem. É isso ai, povo, até as notas finais!



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“Can you feel? Are those feelings real? Look at your game, girl”

28 de março de 2003 – Apartamento emprestado (cozinha)

Suzannah P.O.V
- Entãoo, que tal mais farinha na panqueca e menos no meu cabelo?! – perguntou Will balançando a cabeça de um lado para o outro e fazendo voar farinha para todos os lados. Ele estava tentando me ensinar a fazer panquecas, mas, como posso dizer?!, acho que não estava funcionando muito bem. De qualquer modo, era o professor que não era exatamente dos melhores. Eu também não ousaria dizer isso alto e ter de enfrentar a ira macabra do laranjinha, é claro.
Foi esse momento que Gabrielle escolheu para entrar na cozinha com uma maçã verde nas mãos. Sob nossos olhares, ela andou de uma lado para o outro como se fosse o chefe da máfia e depois se sentou num dos bancões filhos da puta da bancada. Então ficou lá, jogando a maçã de uma mão para a outra e tirando minha concentração.
- Vai falar alguma coisa ou vai só ficar ai? – perguntou Matheus que estava debruçado sobre um caderno de desenho que ele levava para todos os lados. Talvez você não saiba disso, mas o Matheus era O CARA nessas coisas de artes... sabe como é, sempre tirando nota máxima e tudo, enquanto eu continuo desenhando aqueles bonequinhos de palitinhos. Fazer o que, né, nem sempre a gente tem a sorte de nascer lindão e talentoso. Puff.

- Eu... estou... tentando... fazer... o lançamento do século – respondeu ela pausando após cada palavra para fazer a maçã voar para a outra mão. O Matheus estava ficando visivelmente irritado... não que eu ligasse.
- Suzannah? – chamou Will me fazendo parar de prestar atenção no casal mal-humor. – Você tem que prestar atenção aqui! – acrescentou ele retirando das minhas mãos a frigideira com uma panqueca carbonizada. Eu digo que esse professor não sabe ensinar!
- Você acaba de desperdiçar um real e trinta e nove centavos de farinha no cabelo do Will – comentou Gabrielle ainda com a maçã nas mãos. – Eu estive pensando – continuou ela, aparentemente mudando o assunto de pato para ganso – agora que a gente engordou nossa conta no banco com o prêmio da competição, o que a gente faz? Porque, quero dizer, a gente não pode voltar pro S.O.S...
Nem lembrava mais que existia um S.O.S, mas belê.
-... e também não podemos ficar aqui. Uma hora o tio do Paulo vai voltar de seja lá pra onde ele tenha ido.
- Também não podemos ir pra casa, porque todos acham que estamos, hm, estudando – comentou Will.
- Exato – concordou ela de volta – Então, o que a gente faz agora mesmo?

Foi aí que algo entrou voando pela cozinha, berrando. Inconscientemente, dei um salto na direção do Will, que me pegou no colo antes que eu caísse sei-lá-pra-onde.
- Manolaiada, eu tive uma ideia de gênio! – gritou. Era a Marielle. De onde essa menina saiu?
- Credo, precisava gritar desse jeito? – perguntei, pulando de volta para o chão com o coração batendo a mil.
- Precisava! – gritou Marielle de volta. – Essa é a ideia mais fodásticamente perfeita que alguém já teve! É brilhante, brilhante, é genial! Vocês são, pra mandar a real, um bando de sem tetos. Então eu tive uma ideia que vai REVOLUCIONAR a situação de vocês! Gabrielle, vem comigo!
- Cadê o incêndio? – perguntou Gabriel derrapando ao parar na porta da cozinha por onde Gabrielle e Marielle tinham acabado de sair. – Will, já te disseram que você está meio pálido hoje?

- Qual é a da farinha? – disse J.C se intrometendo no meio da conversa. Abri a boca pra responder, mas algo me interrompeu. Um algo macabro que berrava e atendia pelo nome de Maely.
- WILL, SEU LARANJA DO INFERNO, VOCÊ ENLARGUECEU MINHA PANTUFA! – gritou ela tacando a pantufa de zóio esbugaiado no Will e agarrando um punhado de limões, que ela saiu tacando nele.

- Credo, casal apocalíptico! – comentou J.C sentando-se com a maior facilidade no bancão. – O que aconteceu, afinal. Pensei ter ouvido a voz da Marielle.

- É – respondi tirando o avental florido do Paulo e tacando longe -, ela passou por aqui, abduziu a Gabrielle com uma conversa doida e foi embora.

- Hey, o que você ta desenhando ai? – perguntou Gabriel se debruçando sobre Matheus com uma taça de gelatina nas mãos.

- Nada. – respondeu Matheus sem tirar os olhos da folha de papel - Só toma cuidado pra não derrubar o que quer que seja que você estiver comendo.

- Eu? Derrubar? – disse Gabriel brincando de fazer a gelatina tremer na colher - Eu não derrubaria...
Mas a questão é que ele derrubou. E digamos que o Matheus não tenha ficado exatamente alegre, de modo que os dois começaram a correr pela casa, Gabriel gritando e chamando pela mãe e Matheus ameaçando arrancar-lhe o baço e vender no mercado negro.

- Certo – conclui, olhando para J.C, porque ele parecia ser a única pessoa minimamente normal ali. Tirando, é claro, o fato de que ele estava desenhando na mancha de farinha de cima da mesa. – Acho que eu vou assistir T.V.

- Ótima idéia – respondeu ele pulando para o corredor atrás de mim.

Joguei-me no sofá e liguei a T.V nos desenhos.
- Não – disse J.C arrancando o controle da T.V da minha mão e mudando para o canal de leilão de gado.
- Me devolve, eu quero assistir Dragon Ball! – gritei pulando em cima do sofá para tentar arrancar o controle das mãos dele. Claro que ele ergueu a mão até lá no céu com aqueles brações, mas eu subi no encosto do sofá e pulei nas costas dele, me segurando nele pelos cabelos – Devolve!
- Hey, chegam... – começou Gabrielle abrindo a porta da frente e se deparando com a seguinte cena:
a) eu, em cima do J.C agarrada nele como um filhote de tamanduá e brigando pelo controle remoto;
b) Maely usando Will como alvo para tacar limões, uma vez que ela o colocara de ponta cabeça na poltrona babada do Gabriel;
c) Matheus acabando com a raça do Gabriel com uma chave de braço que estava fazendo com que ele ficasse roxo. Em sua defesa, pelo menos o tom de roxo combinava com o cabelo.
- G-gabrie-ga... – tentou dizer Gabriel, mas Matheus não deixava.
- SOCORRO! – gritou Will quando um dos limões atingiu um lugar indevido e o fez cair de cara no tapete.
- Séra possível São Crispin dos Morrinhos Saltitantes, o que raios esta acontecendo aqui?! – berrou Gabrielle - Eu não posso virar as costas por cinco minutos que esse bando de babuínos faz o que não deve! Maely, largue os limões! Will, recomponha-se! Suzannah, desça das costas do J.C, é perigoso brincar com alturas! E, Matheus!
Matheus olhou para ela com cara de pastel, como se não estivesse fazendo nada de errado, enquanto Gabriel parecia dar seus últimos suspiros.
- Que é? – perguntou ele na maior cara de bolacha.
- Mate o paspalho por mim, obrigada.

- Certo, agora que conseguimos reanimar o Gabriel – estava dizendo Marielle uns quinze minutos depois; Gabrielle tinha nos colocado sentados lado a lado no sofá, organizados por ordem de tamanho (e isto incluía o Paulo, que chegou de penetra na nossa festinha). Ela tentara organizar-nos por ordem de idade, mas aí eu ficava muito próxima do J.C e sumia entre ele e o Matheus. Puff. -, como eu havia dito, vocês são um bando de trombadinhas sem teto e em uma coisa vocês têm que concordar comigo: uma banda que canta em inglês não tem futuro no Brasil. De modo que eu tive que dar um jeito nisso.

- Explique! – pedi com a voz meio abafada, já que o Will tava me apertando de encontro ao braço do sofá.

- A gente vai pra Los Angeles!

- Fala sério! – gritou Matheus espremido a quatro lugares de distância.

- É isso ai, a gente não pode ficar aqui pra sempre! – respondeu Gabrielle toda bela e folgada na poltrona babada do Gabriel. Muquirana!

- Além do mais – continuou Marielle -, eu tenho uma tia que, tipo, ela é uma suuper produtora! Eu tenho certeza que quando ela conhecer vocês, ela vai querer fazer de vocês uma banda super fodona!

Claro, porque hoje em dia nós somos uma bandinha mixuruca. Obrigada.

- Sério, o que a gente ainda está fazendo aqui? – perguntou J.C lá do outro lado da bagaça.

- Seguinte, cambada – disse Gabrielle ficando em pé em pose de general ou sei-lá-o-que – todo mundo ta de acordo em sair do Brasil? Porque isso vai exigir um pouco das nossas habilidades ninjas, tipo arranjar passaporte pra todo mundo até... amanhã.

- Fala sério, é só o que a gente quer! – respondeu Maely. Obviamente, todos concordávamos.

- Então é isso ai, a Marielle fica responsável de conseguir as passagens...

- E a gente fica responsável por arrumar nossa despedida do Brasil – disse Gabriel ficando de pé e fazendo aqueles cumprimentos estranhos com o Matheus. Tipo hi-five.

- Desde que não gaste muito do nosso rico dinheirinho! – avisou Gabrielle.

Um montão de horas depois e nós estávamos esparramados pela sala, esperando o entregador de pizza e o Paulo, que tinha saído pra pegar seja-la-o-que-for.

- Gabriel, atende a porta! – gritou Gabrielle quando tocaram a campainha.

- Claro, sempre o Gabriel! Gabriel pega isso, Gabriel faz aquilo... – reclamou ele baixinho para a irmã não escutar.

- Gabriel, cala a boca!

Um segundinho depois ele estava de volta escondido atrás de uma pilha de caixas de pizza, sendo seguido por Paulo, que trazia uma caixinha e duas garrafas de Coca-Cola.

- Beleza – disse ele quando nos sentamos em rodinha no chão. – Eu preciso da pessoa mais mandon... err, inteligente e respeitada entre vocês. Quem seria?

- Eu, é obvio! – respondeu Gabrielle se aproximando de Paulo com um sorrisão.
- Você só precisa assinar aqui porque... – continuou ele – Ah, mas você provavelmente não quer fazer isso. Mesmo você sendo fodona, você não iria querer...

- É claro que eu quero, me dá aqui esse papel! – disse ela, arrancando o papel das mãos dele e assinando o nome numa letra garrafal.

- Obrigado! – disse ele, recolhendo o papel com a rapidez de um ninja e pegando a caixinha que tinha trazido – Certo, isso aqui é um jogo milenar super foda chamado Pindorama.

Ele estendeu um tabuleiro doido cheio de quadradinhos coloridos no meio da sala e dividiu a gente em quatro grupos. Eu e o Will éramos o grupo um, Gabrielle e Maely eram o dois, Matheus e Gabriel o três e Marielle e J.C eram o quarto grupo. O Paulo ficou sendo o que ele chamou de Mestre Sala.

- Beleza, cada cor aqui nesse tabuleiro representa uma coisa – disse ele, apontado misticamente para várias pilhas de cartas das mesmas cores que os quadradinhos do tabuleiro - Vermelho: representa os desafios. Quem cair ai tem o direito de lançar um “desafio mortal” pra qualquer outra equipe, mas isso é valido somente na próxima vez que a pessoa que tirou o vermelho for selecionada pra jogar de novo. Quem cai no vermelho ganha 70 pontos. Azul: representa perguntas simples. - Azul era a cor que mais tinha no tabuleiro. - Toda vez que alguém cai no azul, o M.S., que no caso sou eu, pega uma carta aleatória e lê a pergunta. Quem diz que não quer responder a pergunta lida, é condenado a um desafio qualquer que será selecionado pela minha pessoa. Quem cai no quadrado azul, ganha 15 pontos. Se você cair no branco, você só fica paradão lá e ainda ganha 20 pontos. O laranja é roubada, porque você cai direto em um desafio, mas o bom é que se passar no desafio, ganha 80 pontos. E por último, o preto, quem cair ai, perde tudo. O jogo tem duração de uma hora e o objetivo é simples: conseguir mais pontos antes das outras equipes.

- Certo, acho que essa parte eu peguei – falei, tentando processar as informações. Pessoas pequenas também têm cérebros pequenos? – Mas e quanto às perguntas? Quero dizer, que tipo de perguntas são essas?

- Algumas delas envolvem conhecimentos gerais, você sabe, tipo, qual a capital do Cazaquistão, mas algumas falam sobre vocês mesmos, como por exemplo, se vocês já mataram aula, essas coisas. – respondeu ele – Mas é muito importante que vocês não mintam, caso contrário, a Gabrielle se ferra.

- Mas é o que, hein, colega? – gritou ela em resposta.

- É, sabe, aquilo que você assinou era um pacto com a Deusa da Morte, Néfts, e diz que, se algum jogador mentir, uma maldição vai ser lançada sobre a pessoa que selou o pacto, no caso você. – respondeu Paulo, pegando um punhado de cartas embaladas em papel vermelho, parecendo que nunca haviam sido abertas.

- MAS HEIN?! – gritou Gabrielle, entrando em choque – Você, sua criaturinha desprezível, você me enganou!

- Nada disso, você nem esperou eu falar do que se tratava e já foi logo assinando seu nome em documentos alheios! – defendeu-se ele.

- Certo – respondeu Gabrielle, tentando se acalmar e voltando a se sentar ao lado da Maely – Quem mentir, morre.

É isso ai, faltava somente alguns minutinhos para o fim do jogo e Marielle e J.C haviam acabado de cair no preto. Pela quinta vez. Gabrielle e Maely estavam empatadas com Matheus e Gabriel, na liderança. A questão era que Gabrielle estava se esforçando para ganhar e Matheus e Gabriel só estavam lá brizando e jogando conforme a sorte aparecia pra eles. Para cada sete rodadas, em seis eles caiam nos quadradinhos brancos e ficavam lá, só acumulando pontos. Filhos de uma boa mãe.

- Waaaah! – gritou Gabrielle depois de girar a roleta e cair no único quadradinho vermelho do tabuleiro – Era isso mesmo que eu queria! Agora eu vou DESTRUIR esses dois!

Ela realmente, REALMENTE estava se esforçando pra ganhar.

- Acalme-se – disse Paulo, estalando os dedos na frente dela – você só vai poder desafiá-los na próxima rodada.

Eu e Will éramos os próximos. Ele girou a roleta e puff!, caímos no azul. Paulo leu a cartinha:

- Você já se fantasiou de uma pessoa do sexo oposto?

- Sim – respondi, me lembrando do dia fatídico ocorrido lá no S.O.S e parecia fazer um milhão de anos.

- Ah, sério, não vou responder isso, que pergunta idiota! – disse Will rindo.

- Certo, então vamos ao seu desafio. – respondeu Paulo indo atrás das cartas de desafio.

- Não, não, que desafio?! Eu respondo, eu respondo! – gritou Will, tentando tirar as cartas das mãos dele.

- Nada disso, você se recusou a responder, agora tem de fazer o desafio! – respondeu Paulo afastando a carta das mãos do laranjinha – Certo, isso está ficando interessantes; esse desafio vai envolver outra equipe, que será escolhida por meio da roleta. Todos os integrantes das duas equipes têm de participar.

Obrigada, coisa laranja.

Will girou a roleta novamente, fazendo com que a outra equipe escolhida fosse a equipe dois.

- Willian, se eu perder pontos por sua causa, te mato! – ameaçou Gabrielle quando Paulo fez um suspense do caramba antes de ler a pergunta.

- Certo, vocês tem que escolher uma bolinha que está dentro dessa caixinha – disse ele. Eu, Will, Maely e Gabrielle retiramos de lá quatro bolinhas com números – Muito bem, Suze e Gabrielle, números 12 e 04, são uma dupla e Will e Maely, números 1 e 15, são a outra. O desafio é, tcharam, beijar a outra dupla!

Sério qual foi de todo esse suspense?! Dei um beijo na bochecha da Gabrielle e Will fez o mesmo, com a Maely. Coisa mais fácil!

- Meu Deus, eu não posso com gente burra! Será que burrice pega? – disse Paulo mais consigo mesmo que com a gente, pegando um livrinho de dentro do bolso e procurando sei lá o que – Aqui está, regra 27, emenda 3, subparágrafo 2, sessão revisada: em caso de desafios que incluam contato com outras equipes, meninas beijam meninas no rosto. Meninos beijam meninas na boca.

Will e Maely ficaram imediatamente como pingüins estáticos. Isto é, eu imagino que seja um pouco complicado digerir uma notícia dessas assim do nada, porque o negócio começou como um joguinho inocente, quase uma amarelinha no pátio da escola e de repente tinha até troca de saliva no bagaio. Coisa tensa.

- Tão esperando o que?  - perguntou Paulo com um sorrisão sacana no rosto. Maely parecia um pimentão, de tão vermelha.

- Eu não vou fazer isso – disse Will, as sardas do rosto se sobressaindo.

- Não mesmo – concordou Maely.

- Ah, vão sim! – gritou Gabrielle se descabelando – Eu ainda quero ganhar do Matheus e terminar com isso VIVA! São Crispin dos Morrinhos Saltitantes, tenha dó da minha alma! E você, companheira de equipe do pau oco, se você não fizer isso, EU vou ser amaldiçoada! E, quero dizer, é só o Will, poxa, ele não é tããão feioso assim! Façam suas trocas de germes ai e boa!

Will se limitou a mostrar o dedo do meio pra ela. Mas bem que ela tava certa.

- Ah, quer saber?! – disse Will baixinho, de modo que só eu pude ouvir, porque estava do seu lado – que se foda!

E foi aí que o laranjinha ficou de pé num salto e beijou a Maely. Eu admiro as pessoas que são assim, sabe, decididas. Nem se importam com a feiúra exterior, só vão lá e botam pra quebrar! A questão é que aconteceu alguma coisa quando as salivas dos dois se juntaram, porque de algum modo, eles ficaram lá, grudados. É, sabe, sem querer se soltar.

- Certo, agora eu vou girar a roleta pra ganhar do Matheus e... Ei, Will, você já pode parar! – disse Gabrielle balançando os braços freneticamente. Esse povo que não sabe respeitar a falta de vergonha alheia!

- FUSÃÃÃO! – gritaram Gabriel e J.C, imitando Goku e Vegeta. Sério, o que esses dois fumaram?

- HEEEEEY, ALOU, SINTONIZA EM MIM! – gritou Gabrielle, a ponto de agarrar a Maely pela barriga e puxar pra longe do Will, já que ele estava segurando ela pela nuca. Eu quase pude ouvir o som de desentupidor de pia. Brincadeira! – Hello! Aqui, olha pra mim, MAELY, NÃO VÁ PARA A LUZ! Você ta me ouvindo?

Então o casal ternurinha se largarou, cada um mais vermelho que o meu cabelo e ficou cada um pro seu canto, num momento plauzivelmente tenso.

Certo, a questão era que o tempo estava acabando e agora era a vez do Matheus e do Gabriel, que caíram no laranja.

- Seguinte, o desafio tem que ser cumprido pelo mais novo da equipe – foi dizendo Paulo, olhando para os dois como se soubesse de algo que nós não sabíamos. E ele provavelmente sabia.

- É isso ai, me fudi – comentou Gabriel.

- Ótimo, então aqui está seu desafio: se declarar para alguém.

- Que seria?

- Você escolhe.

- Okay – disse ele, respirando fundo e olhando para o chão, como se de repente ele fosse super interessante. Eu pessoalmente achava que ele estava a ponto de ter um treco, mas fiquei na minha pra ver o que ia acontecer – Não era bem assim que eu gostaria de estar dizendo uma coisa assim, mas aqui vai...

Prendi a respiração

- Era pra gente ser amigo. – começou ele, ainda encarando o chão e adquirindo um tom de vermelho nas bochechas que fazia com que ele ficasse muito fofinho - Só isso, amigos pro que der e vier, sempre juntos, como irmãos. Mas alguma coisa não deu certo e a amizade começou a crescer de um jeito incontrolável e, talvez, de um jeito errado. Eu acho que eu provavelmente não deveria dizer isso...

O relógio tocou, sinalizando o final do jogo, e todos começaram a fazer a contagem dos pontos, interrompendo a conversa do Gabriel com o chão. Fiquei quieta, esperando o que ele diria no fim, com uma sensaçãozinha estranha fazendo um barulho danado dentro de mim.

- ...mas eu acho que talvez... eu te amo.

E foi aí que ele olhou pra outra coisa que não o chão: pra mim.


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Notas finais do capítulo

E então, e então, e então? O que acharam? Eu, pessoalemente, gostei bastante. E, pra aqueles que não gostaram do fato do primeiro beijo da Maely e do Will ter sido tão sem emoção - já que foi narrado pela Suzannah -, esperem pelo próximo capítulo, dicona! É isso, manolaiada, até lá! ♥



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