Saga de Idron & os Assassinos

Capítulo 26 – O Gnomo dos Livros

                - Como assim?! Então você é o Kaz? – perguntou Rogg espantado.
                - É verdade.

                O Rei de Kaziles estava ficando um pouco desconfortado com a reação do garoto. Mas já que ele falou, teria que ouvi-lo.
                - O que mais você quer saber? – perguntou Kaz.

                Ainda nas terras do reino de Kaziles, Darty estranha a ausência de seu amigo Klaus...
                 - Será que o Klaus está bem? É melhor seguir a direção dele, antes que eu fique pra trás.

                Já que Klaus tinha se rendido para Sayato, ele foi levado até o esconderijo de Idron. Então Sayato começou a gritar ao entrar no lugar.
                - Olha quem eu trouxe! Olha quem eu trouxe!

                E todos os outros capangas estavam espantados ao verem Klaus amarrado... E vivo! Isso fez com que chamasse a atenção de Idron imediatamente. Ele se levantou de sua cadeira confortável rodeado de vítimas recém-capturadas. Quando ele olhou qual era o motivo de todo o alvoroço...
                - Você! – exclamou Idron ao ver Klaus. – Eu te matei!
                - Se você tivesse me matado de verdade, eu não estaria aqui – disse Klaus bem arrogante.

                Sayato se afasta lentamente de Klaus e deixa os dois a sós para conversarem.
                - Acho melhor eu não ficar aqui. Até logo chefe.

                Idron ficou um pouco preocupado ao saber que ele deixou alguém sobreviver pela terceira vez. A primeira foi o Sayato. Que atualmente é um dos seus capangas principais.
                - Fico surpreso ao saber que um de vocês tenha sobrevivido. Creio que NÃO por muito tempo!
                - Idron – Klaus abre um belo sorriso e continua. – Leskion e Rogg também estão vivinhos da “silva”!
                - O quê?! Não, impossível! Depois de todos aqueles golpes que eu executei e vocês três ainda continuam vivos?

- Ainda tem alguma dúvida nisso?
                - Já disse. Só fiquei surpreso. E sabe, admiro o potencial de vocês. Ninguém desse reino é tão forte quanto eu e logo vocês, que são crianças!
                - Ei! Alto lá! Quase adolescentes.
                - Que seja imbecil! – exclamou Idron dando as costas para Klaus.
                - Eu quero lhe fazer uma pergunta bem séria.
                - Estou ouvindo...
                - Você ficou sabendo do sequestro de uma garota a mais de 4 semanas atrás? O nome dela é Siana. E ela foi levada por um exército de soldados esqueletos.
                - Soldados esqueletos?! Hum... Ouvi rumores que eles não pisam por essa região há anos. Mas o que eu tenho a ver com isso? – perguntou Idron curioso.
                - Já vi que você não sabe de nada.

                Idron começou a andar em círculos, pensando no que ia fazer de agora em diante... Ele sabia que os garotos só podiam estar hospedados no reino de Kaziles. E pra acabar com tudo isso de uma vez...
                - Irei atacar o reino de Kaziles.
                - Como? – perguntou Klaus.
                - Cala a boca garoto. Irei e ponto final! Kaziles... Prepare-se.
                - O que o reino tem a ver conosco?
                - Não quero seus amigos lá e muito menos gosto daquelas pessoas. Kaziles já era pra estar em ruínas. E é isso que vou fazer... AGORA!

                Idron faz alguns sinais para os capangas golpearem Klaus e logo começa a caminhar para a saída de seu esconderijo. Klaus é pisado pelos capangas várias vezes e fica caído no chão com dores.

                Na casa de Naila, Leskion tenta procurar um jeito de derrotar Idron de uma vez por todas. Até que ele escuta um barulho de uma carroça e um homem reclamando.
                - Quem será que está lá fora? É melhor eu conferir.

                Era uma espécie de anão, só que bem diferente. Parecia com um duende. Aparentemente velho, de óculos, cabelo grisalho e usava um roupão azul de mangas longas.

                Seus livros estavam espalhados no chão. Deu a entender que a carroça tinha derrubado tudo. Vendo isso, Leskion resolve ajudá-lo.
                - Acho que ele precisa de uma mãozinha ali.

                Ao se aproximar do velho, um livro que estava no chão acaba chamando a atenção do garoto. Tinha uma capa verde e com um simples letreiro “A Grande Geografia Fantástica”. Em seguida o pegou.
                - Esse livro também é seu? – perguntou Leskion para o velho.
                - É obvio! Está vendo outro vendedor de livros por aqui?
                - Desculpa. Não precisava ser grosso comigo. Apenas quis ser gentil em ajudá-lo recolher todos esses livros. Mas já vi que você não quer...

Vendo que o garoto tinha boas intenções de ajudá-lo, o velho se sentiu no lucro e então voltou com a sua palavra.
                - Claro que eu quero. Por favor. Você não tem pena de um velho como eu?
                - Os ranzinzas NÃO!
                - Acho que começamos com o pé esquerdo, deixe-me apresentar. Sou um Gnomo bastante conhecido pelas coleções de livros que tenho. Chamo-me “Jhengo”. E você...?
                - Sou o Leskion. Apenas um estrangeiro nesse mundo.
                - De onde você veio?
                - Terra.

                O planeta Terra (o mundo em que vivemos) ainda é um pouco desconhecido para os habitantes de Honix. Somente alguns conhecem sobre a existência da Terra, pelo fato deles terem experiências acidentalmente com os humanos. É certo afirmar que uma grande população que desapareceu da Terra, vieram morar no mundo de Honix. Quando Leskion mencionou a palavra Terra, o gnomo Jhengo se interessou muito a respeito.
                - Como é o seu mundo? – perguntou Jhengo.
                - É... Um lugar onde nós humanos vivemos.
                - Deve ser interessante. Depois eu quero que você me ajude no próximo livro.
                - Então você escreve livros?
                - Sim.

                Leskion percebeu que Jhengo não era uma má pessoa, em seguida resolveu ajudá-lo a recolher os livros espalhados no chão.

                Mas de repente vários monstros começaram a cercar Leskion e Jhengo! Eles eram as criaturas conhecidas como “Os Scrowgans”. Voltaram.
                - Scrowgans? Aqui? – perguntou Leskion espantado ao ver os monstros.
                - Temos que sair daqui humano!
                - Fugir? Não – Leskion sacou suas duas espadas que carregava nas costas e continuou. – Irei derrotá-los!

                Chegou a hora de ver as novas habilidades que Leskion adquiriu com o treinamento do senhor Ozak. E os Scrowgans partiram para o ataque. Leskion chutou a cara de um dos monstros e depois encravou as duas espadas nas costas dele. Ao remover as espadas, Leskion percebe que Jhengo está sendo atacado por três Scrowgans. Como ele estava um pouco distante, Leskion resolveu criar uma nova técnica.
                - Aguenta firme aí Gnomo! “Habilidade de Dragão: Bola de Fogo Triplo!”

                Leskion fechou suas duas palmas da mão, fechou os olhos, logo em seguida abriu-as e três bolas de fogo tinham se formado em sua frente. Sem pensar duas vezes, Leskion as arremessa contra os Scrowgans! Fazendo eles se derreterem simultaneamente.

                Jhengo tinha ficado de olhos arregalados quando viu Leskion projetando o fogo.
                - Como...?
                - Ah é, esqueci de falar pra você Jhengo. Sou o Herdeiro do Dragão do Fogo.

O barulho da técnica de Leskion, fez com que chamasse a atenção de Naila. Ela ficou observando pela janela o que acontecia do lado de fora.

                Em sua nova tentativa, Leskion pega o livro em que ficou interessado e pergunta ao Gnomo, se não poderia ficá-lo.
                - Esse livro... Eu posso lê-lo?
                - NÃO! É uma obra que eu roubei de um... Xi! Falei demais!
                - Então você roubou?!
                - Digamos que eu peguei emprestado por tempo indeterminado, não é? – disse Jhengo num tom cínico.
                - Eu ajudei a recolher seus livros, te salvei daqueles monstros e você ainda não vai me ceder este livro?
                - Está passando na cara garoto? Está, está?
                - Com certeza! – exclamou Leskion já ficando furioso.
                - Então pode ficar – disse Jhengo tranquilamente.

                Leskion ficou com uma grande vontade de socar o rosto de Jhengo. Mas se acalmou e jogou o livro em direção a janela, onde justamente Naila estava. E acabou atingindo o rosto dela! Jhengo e Leskion apenas escutaram um pequeno gemido, mas isso não interferiu a atenção deles.
                - Espero que algum dia você me devolva o livro. Agora irei para o reino de Kaziles acertar uns ponteiros com o Rei.
                - Tudo bem Jhengo.
                - Até breve.

                O Gnomo pegou sua carroça cheia de livros e seguiu em direção ao reino. Leskion caminhou até a entrada da casa de Naila e antes de bater na porta, ela aparece e acerta uma frigideira na cabeça dele!
                - Isso é pelo arremesso do livro que você jogou contra mim! – exclamou Naila furiosa.

                Leskion apenas coçou a cabeça e começou a dar boas gargalhadas... Depois de se entenderem novamente, Leskion começa a ler o livro com Naila.

                O céu escurece e tochas são acessas.

                Idron e seus capangas se aproximam do reino de Kaziles e o guarda que fica responsável pela vigilância, alerta os outros sobre a chegada dos assassinos.
                - Idron e sua quadrilha estão aqui! Avisem ao Rei!

                O Gnomo Jhengo, tinha acabado de chegar ao prédio da realeza. O portão estava aberto, apenas dois guardas foram atendê-lo.
                - O que deseja?
                - Vim fazer uma reclamação para o Rei. O porquê eu não posso abrir uma livraria alojada no reino!

                Neste exato momento, o guarda que ficou encarregado de avisar ao Rei do alerta do vigia, chegou espantado e informou aos outros guardas:
                - Idron está por aqui! Peça as ordens ao Rei de posicionamento!

Os outros dois guardas que estavam falando com o Gnomo Jhengo, correram subindo a escadaria e chegaram até onde Kaz e Rogg estavam.
                - Emergência majestade. A quadrilha de Idron está querendo invadir o reino.

                Rogg ficou espantado quando ouviu isso, mas logo pensou: “Eu preciso detê-lo!” A sua coragem tinha voltado com tudo. Depois de ouvir sobre o passado de seu inimigo, Rogg se vê obrigado a contar a seus companheiros o mais breve possível. Sendo que no momento, as coisas tomaram outros rumos.
                - Kaz, eu vou indo.
                - Pra onde Rogg?! Você sozinho não é capaz de enfrentar o Idron.
                - Não tenho escolha. Proteja a população.
                - Rogg!

                Não adiantou querer prender Rogg naquele prédio. Kaz simplesmente não queria que Idron derrubasse mais sangue. Mas isso é porque ele não sabe do que realmente Rogg é capaz agora!

                Os guardas que protegiam o portão principal foram mortos facilmente pelos capangas de Idron. E quando o último deles caído no chão estava quase sobrevivendo, Idron se aproximou e disse:
                - Avisa para o Rei que eu cheguei... Mas que cabeça a minha, você não está em condições não é? Peninha!

                Idron se afastou do guarda, e então dois assassinos surgem e o apunhalam facadas sobre o abdômen, fazendo o guarda perder a vida...

                Enquanto que Idron tinha ido revistar os equipamentos atrás de seu bando, Rogg aparece!
                - Vocês dois! – exclamou Rogg falando com os dois assassinos que tinham acabado com a vida do último guarda. – Pagarão!

                Rogg correu rapidamente em direção a eles e socou o abdômen do assassino da direita e logo chutou a cabeça do assassino da esquerda. Fazendo-os desmaiarem.

                Quando o tumulto tinha sido criado, Idron voltou para ver o que tinha acontecido. Logo se deparou com seus assassinos caídos no chão. E quem estava perto deles? Rogg.

                E finalmente os dois se re-encontram, Rogg arregala os olhos ao ver Idron. Pois algo estava diferente nele...