Você não Está mais Aqui. escrita por Kanon Hoshigaki


Capítulo 4
Saudade


Notas iniciais do capítulo

Então eu finalmente terminei. Demorou um pouco por que eu estava pensando na melhor forma de terminar. Obrigada se você leu até o final. ♥



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Nunca se viu alguém chorar tanto em um enterro. A senhora Fichel derramou lágrimas por todos ali naquele tão fúnebre evento. Desde a hora em quem realizaram a missa até quando pousaram o caixão para finalmente enterrar o corpo de Rudy. O pai permanecia de pé, ereto com um soldado ao lado do filho mais novo. Leo também não conseguia esboçar reação alguma quando seu espelho de masculinidade permanecia tão inabalável. No final do enterro, os parentes tiveram que se esforçar para consolar corretamente a mãe do falecido, por que ela não conseguia parar de tremer e de chorar descontroladamente. Ao seu lado estava seu marido, ali, firme e forte, segurando a sua mão esquerda enquanto a irmã puxava-lhe a cabeça para um abraço apertado e aconchegante. 

Leo estava de frente para a lápde, onde estava escrito "Rudy Estetrich Finchel. Um filho excepcional, um irmão zeloso, um anjo". Passou os dedos por cima do marmore liso, e apertou os lábios, confuso. Não sabia como deveria se sentir, por que na verdade não acreditava ainda no estava acontecendo. Parecia tanto com aquele pesadelo em que ele fugia sem dar explicações, e que logo logo estaria acordando na cama do quarto e sairia para cozinha, podendo assim ver o irmão mais velho sorrindo de novo e tomando uma xícara do seu chá favorito, e provando acima de tudo que aquilo não passava de um pesadelo. Queria voltar para casa. Ele devia estar em casa.

Desde então a casa estava sempre em silêncio. Mamãe não cantava mais enquanto lavava os pratos e arrumava a casa. O almoço era sempre a mesma coisa. Ninguém falava com ninguém, apenas comiam, olhando para a cadeira vazia no canto da mesa, que fazia a senhora Finchel chorar só de olhá-la. Depois que chegava do trabalho, papai se trancava no velho porão,e só saia de lá bem tarde da noite.  A família nunca esteve tão distante.

Depois da escola, Leonard chegava e passava pelo antigo quarto do irmão. O vento consolava a falta de qualquer som amigável e familiar no lugar. A cama estava ainda da mesma forma que ele deixou naquele dia em que sairam para a floresta. arriscou entrar, e sentar ao lado da cama, como fazia todas as vezes quando ia ver o seu irmão no quarto. Olhou para os antigos perteces dele, o pote onde ele guardava vagalumes.Na cabeça, tinha alguma coisa que ele pensava ter esquecido. Olhou mais um pouco ao redor, e estreitou os olhos, quando uma faísca de lembrança trouxe uma informação que estava oculta durante todo esse tempo. 

Voltou para seu próprio quarto e procurou a bolsa que haviam levado no dia. Achou-a dentro do armário,  e remexeu por dentro procurando algo extremamente importante.Achou então um pedaço de papel dobrado, sentou-se no chão todo empolgado por curiosidade, e abriu diante dos olhos, então viu uma carta escrita na letra de Rudy.

"Olá Leonard, como você está?

Desculpe por não está ai com você.Dei esta carta para você  sem dizer nada, porque seria melhor que lêsse somente quando eu já tivesse partido. E claro, você correspondeu bem a esse meu desejo. 

Não se preocupe mais com as visões assustadoras que você, o papai e a mamãe andaram tendo. Eu os deixei exatamente para livrá-los disso. Você não vai mais precisar se esconder no armário ou ir dormir na cama do papai e da mamãe. Muito menos terá que se refugiar no quarto e rezar bem alto para abafar os meus gritos de dor, de angustia quando o padre vinha aqui me visitar. O que nos atormentava não vai mais nos incomodar, e a minha partida é a prova disso. Desculpa ter que ser assim tão de repente, mas eu vou estar bem com Deus lá no céu. Não vou mais sofrer de dores no corpo, não vou mais vomitar sangue, nem me contorcer de agonia, assim como vocês terão o seu devido descanso agora. Estarei olhando por você mesmo que não consiga me enxergar.Seja forte, sorria para dar todo o apoio ao papai e a mamãe, ok? Eles precisam de você agora, faça isso por eles, mesmo que seja muito difícil.

Quando estiver com saudades, olhe para os vagalumes e lembre como foi legal quando faziamos aquilo juntos. Lembre-se de não demonstrar medo e fraqueza! Porque é isso que eles querem de você.Não dê esse prazer a eles, eu acredito que você é mais forte!

                                                   Amo vocês, espero vê-los logo,

                                                                   Rudy."

 Leo travou. Apertou o papel contra o peito, e chorou um pouco, bem baixinho, para que ele não ouvisse que estava fraquejando. Era impossível ver aquilo e não morrer de saudades. Mas como tinha prometido, iria ser forte. Agora tudo o que precisava era procurar por um dos pais. Então foi até o porão, pois sabia que lá o pai estaria. Seus passos ecoaram pela casa quase vazia, e o levaram até a escada que subia para a porta da entrada. Antes parou, limpou o rosto molhado com as costas das mãos e treinou um sorriso de conforto, o melhor que um menino de sua idade podia esbanjar. Abriu a porta, e prestes a chamar o pai com animação, se deparou com a visão do homem forte e controlado que era o senhor Finchel, chorando encostado a mesa de trabalho, soluçando com tamanho desespero, de causá-lo vergonha.O pai ouviu o barulho da porta se abrir, e imediatamente viu o filho atonito com o que estava vendo, e tratou de desfarçar e limpar o rosto inchado e molhado de pranto, para tentar sorrir, mesmo que doesse.

- Filho... O que houve? Por que não está lá embaixo fazendo o dever?

Leo sorriu. Ele tinha que sorrir. andou até o pai e o abraçou, dizendo.

- Por que eu queria ver o senhor. Rudy disse que você precisava de mim agora. - Falou ele, e o pai apertou mais ainda o abraço para conter o choro escandaloso. 

- Mas ele não está mais aqui, filho. - Disse entre soluços reprimidos.

- Por que ele tinha mesmo que ir.


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Notas finais do capítulo

É eu sei, o final ficou estranho e confuso ok? Se você não gostou comenta ai! KKKK Desculpem a falta de informações ai '-' era apenas um aideia simples no começo.