Você não Está mais Aqui. escrita por Kanon Hoshigaki


Capítulo 2
Sorriso


Notas iniciais do capítulo

Esse foi o mais dificil de fazer eu acho. Eu realmente quis que o Rudy fosse sorridente, e queria deixar meio oculto o que seria feito. mas acho que não deu.



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Leonard estava satisfeito em estar apenas ao lado dele. Rudy olhava para a janela  o tempo inteiro, parecia preocupado com alguma coisa. Eram nessas horas que Leo queria ser maduro o suficiente para entender os problemas do irmão mais velho. Por que as pessoas mais velhas tinham esse costume de ficar caladas quando sentem algo ruim? Não falam, fingem que está tudo bem. Quando ele estava triste, ele dizia que estava triste e ficava tudo bem.Era só pedir desculpas que a tristeza ia embora. Será que era esse o problema?

- Rudy…Me desculpa…
- Pelo o que? - Rudy se virou de uma vez, surpreso.
- É que você está triste e… Eu queria que você ficasse bem de novo.

Rudy ficou um pouco corado e riu logo em seguida, afagando os cabelos loiros do menorzinho.

- Ah, Leo, eu estou bem. Não se preocupe. Mas obrigado mesmo assim. - O irmão mais velho fez menção de se levantar, sentando-se na cama. Leo estranhou a ação dele, e o viu se erguer e se esticar, com uns gemidos preguiçosos. Pôs as mãos na cintura e pegou Leo no colo. - Ei, quer fazer algo legal hoje?
- O que, por exemplo? - Perguntou Leonard, segurando-se nos ombros do maior.
- Vamos pegar uns vaga-lumes naquela caverna. O que acha? Eu tô cansado de ficar nesse quarto, me faz ficar mais doente ainda. 
- Mas o papai e a mamãe não deixam você sair!
- Eles não estão aqui, Leonard. Não vão saber, vai ser o nosso segredo. 

Rudy sorriu da forma mais segura possível, alterando a atmosfera drásticamente, oferecendo conforto ao irmãozinho.Leo tinha a sensação de que os dois estavam fazendo algo errado, mas ver que o seu espelho principal, o seu irmão, estava garantindo sucesso no plano, então já não parecia tão errado assim. 
Concordou então. Pegaram dois potes, um para cada, para usar como aquário para os vagalumes. Rudy garantiu que Leonard estivesse com seu casaco, já que fazia muito frio ao entardecer. Preparados, saíram em direção a floresta, pelo caminho já feito antes por outros. Rudy ia na frente, marcando as árvores pelo caminho com uma tinta branca que guardava na bolsa. O menor resolveu não perguntar nada, mesmo estando curioso para saber o porquê dele estar marcando o tronco delas daquela forma.
Não conversaram a caminhada inteira. Era bem estranho, já que Rudy adorava conversar. Ele parecia triste da mesma forma que estava no quarto, não adiantava ele disfarçar com um sorriso repentino. Será que teria que pedir desculpas mais vezes? Leonard pensava. Já perto de um vale onde estava a gruta, Rudy pareceu se recordar de algo de repente. 

- Ah, me lembrei de algo! - Disse ele.
- O que foi? - E Leo perguntou.
- Eu lembrei que deixei cair as redinhas. Aquelas que usamos para pegar mais rápido. 
- Aonde? Você lembra? 
- Lembro sim. Leo, me espere aqui. Se eu demorar, vá logo pegando algumas. Mas não se preocupe. Qualquer coisa, você sabe voltar para casa, eu marquei o caminho para você. - O mais velho se abaixou a altura do menorzinho, para encará-lo com um sorriso cheio de sofrimento, mas disfarçado com bastante animação. Logo Rudy se ergueu, e quando estava prestes a sair, pareceu ter se lembrando de outra coisa, e voltou num segundo. - Guarde isso pra, por favor. - Disse, entregando um papel dobrado. Leo nem olhou, estava distraído pensando no será que trazia tanta angustia ao mais velho, que não declarou mais nada e apenas sumiu na floresta, deixando um Leonard confuso e pensativo, sentado em uma pedra.

E como previsto, ele demorou bastante. Entardeceu, e ainda não tinha voltado. Leo ficou tão entediado que entrou na gruta sozinho e pegou algumas, umas bem pouquinhas, mas o bastante para um menino de 7 anos pegar por conta própria. Depois, voltou para o mesmo canto para esperar, mas nada o irmão voltar.Se perguntava se ele havia se perdido. Se havia voltado pra casa e os pais já estivesse lá ou… Não tinha mais opções. “Voltar para casa.” Ele pensou, cabisbaixo. “Ele deve ter ido pegar algo e quando chegou viu papai e mamãe lá. Tenho que arranjar uma boa desculpa para estar na floresta.” E enquanto caminhava, foi seguindo as marcações que o irmão fizera, até chegar onde estava a sua casa. Entrou devagar para primeiro notar a movimentação, mas diferente do que pensara, estava tudo vazio. Rudy e nem os pais estavam por ali. Leo estranhou mais ainda.

- Onde ele está…? - Falou para si mesmo, quando o mãe e o pai entraram pela porta de repente. Parecia ofegantes e cansados. - Papai, mamãe, já chegaram?
- Sim, conseguimos achar o remédio mais rápido do que pensávamos mas.. Onde está o seu irmão? - Perguntou o pai, exausto da viagem. 

Leonard engoliu a seco e olhou para o chão, com medo da reação dos pais.

- Leo… O que aconteceu? - Indagou a mãe, já aflita pela expressão do menor. 
- O Rudy e eu… saímos para pegar uns vagalumes e… Ele disse que tinha esquecido algo no caminho, mas ele não voltou… Eu achei que ele estivesse aqui… Mas… Não, eu não sei onde ele está. - Dizia ele, triste, sem conseguir encarar os pais. Os dois se entre-olharam com muito medo e preocupação, pegando Leo para correrem em direção a floresta, a procura do irmão mais velho. Na cabeça da mãe, martelava uma dúvida e um medo incontrolável. A saúde de Rudy era muito frágil. Qualquer coisa seria o bastante para matá-lo.



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Notas finais do capítulo

Terminou meio vago eu sei. Mas esse foi o capitulo maior qu eu já escrevi... Se tá uma merda dá, uma risadinha e um review (y)