Naquela Noite II escrita por Talita Sagittarius


Capítulo 3
Mentiras Que Salvam Uma Noite


Notas iniciais do capítulo

Esta é uma fanfic com personagens de Saint Seiya, série criada por Masami Kurumada.
Quando a fala estiver entre # # é porque o personagem está pensando. E quando estiver () depois do nome, é porque está sussurrando.



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 Saga – Quem eles pensam que são pra levarem nosso carro desse jeito?

Aioria – O guindaste.

Saga – Não foi isso que eu quis dizer.

Máscara da morte – O Dohko foi pego pelos policiais da festa. – Diz olhando para trás e vendo o velho esperneando e sacudindo em vão a bengala.

Shaka – HAHAHAHAHAHA... Parecem espíritos famintos se jogando na carcaça podre de um animal!

Camus – Ein?

Shaka – Não entendeu? O Dohko é a carcaça podre. HAHAHAHAHAAHA...

Mu – Cala a boca e corre, Shaka.

Kanon – Alguém precisa acertar a Kombi para fazê-la parar.

Aioros – Ah é... Bem, deixem comigo.

Aioros volta até onde Dohko “lutava” com os policiais e entra na briga.

Aldebaran – O que o idiota está fazendo?

Aioria – Deve ter ido ajudar Dohko. Como meu irmão é bondoso...

Afrodite – Sei não... Mas deixa ele pra lá e me ajude a carregar meus embrulhos, querido.

Aioria – Eu não.

Afrodite – Indelicado!

Aioros surra os policiais e corre. Dohko aproveita e foge também.

Camus – O que você estava fazendo?

Aioros – Pegando os revolveres deles.

Shura – Pra que?

Aioros – Pra isso... – Diz mirando nas rodas da Kombi e atirando.

Aioria – Como meu irmão é inteligente! – Totalmente orgulhoso.

Saga – Ótimo! A Kombi parou. Já estamos quase alcançando.

Tony alcança primeiro a Kombi, depois Miro, que conversava com o motorista que tinha saído do veículo e examinava os pneus desesperado.

Saga – O que foi?

Miro – Ele não quer devolver nosso carro. – Diz impaciente.

Motorista – Vocês que atiraram na minha Kombi?

Máscara da morte – Foi ele aqui, ó! – Aponta Aioros.

Aioros – Cala a boca, imbecil!

Máscara da morte – Eu vi!

Aioria – Vou te arrebentar a cara. Você dedurou meu irmão.

Aioros – Deixa que eu resolvo isso.

Aioria – Não, pode deixar. Eu vou quebrar cada osso da cara feia desse imbecil.

Máscara da morte – Ui, que meda!

Aioros – Não, eu que vou quebrar a cara dele.

Aioria – Não se incomode, eu faço isso.

Aioros – Não, eu já disse que...

Saga – CALEM A BOCA!

Todos - ...

Saga – Devolva nosso carro e caso encerrado.

Motorista – Como assim “caso encerrado”? Estou fazendo o meu trabalho de rebocar carros estacionados em locais proibidos e vocês ainda atiraram na minha Kombi. É pra ir todo mundo para a delegacia.

O motorista mostra sua identificação de guarda de trânsito.

Shaka – Ei... Hahahaha... Eu também tenho uma dessa. – Shaka mostra uma carteira de polícia de brinquedo que Aioros tinha ganhado no tiro ao alvo e lhe dado.

Motorista – Ah, e ainda desrespeitam a autoridade?!

Mu – Ignore-o. O caso é que não vamos poder ir até a delegacia.

Kanon – Isso mesmo. Pessoal, entrem no carro, que eu vou soltar o guincho.

Tony e Máscara da morte entram na limusine.

Motorista – Vocês não vão fazer nada! Estão presos!

Aioros – Não temos tempo para ficar presos.

Cinco carros de polícia os cercam. Policiais tiram Máscara da morte e o jegue de dentro da limusine, algemam os cavaleiros e os levam para a delegacia.

=Dentro de um dos carros de polícia=

Shaka – Ei, Mu!

Mu – O que é?

Shaka – Para onde estamos indo?

Mu – Para a delegacia.

Policial – Fiquem quietos.

Silencio

Shaka – Mu...

Mu – Quê?

Shaka – O que vamos fazer na delegacia?

Mu – Não sei.

Policial – Mandei ficarem calados.

Silêncio.

Shaka – Mu...

Mu - ...

Shaka – Muuu...

Mu - ...

Shaka – Muuuuuuuuuuuuuuu...

Mu – Que foi?

Shaka – Não acha que seria legal se fossemos passear em outro lugar?

O policial olha feio para eles.

Mu – Sim, mas fica quieto, por enquanto.

Shaka – Ta.

Silencio

Shaka – Muuuuuuuuuuuuuuu...

Mu – Hum? #Cara chato!#

Shaka – Quem é esse tiozinho aí? – Aponta para o policial ao lado de Mu.

Mu – Um policial.

Shaka – Ele não tem roupa de policial.

Policial – Sou um policial. – Tira o distintivo da carteira e mostra. – E ordeno que permaneçam calados.

Shaka – Ah, eu também tenho um desse... – O cavaleiro tenta enfiar a mão no bolso para pegar, mas não consegue por causa das algemas. Sendo assim, Shaka quebra as algemas, e pega o distintivo falso.

Policial – Como você fez isso?

Mu – Mas que droga, Shaka!

Shaka – Droga foi o que eu tomei... E nem vi a marca do refrigerante pra não tomar mais...

Mu – A algema dele estava mal fechada.

Policial – Hum... – Desconfiado.

Shaka – Estava incomodando. Porque não tira a sua também?

Mu – Shaka, fica quieto!

Shaka – Ta bem...

O policial coloca outra algema em Shaka e Mu sussurra para o cavaleiro não quebrá-la.

= Em outro carro =

Afrodite – Oh, céus... Que falta de classe ir para uma delegacia... Logo eu que sou tão chique... Eu até choraria se não fosse borrar a maquiagem.

Aldebaran – Já estamos encrencados demais. Vê se cala a boca.

Afrodite – Seu... Seu insensível! Oh, Shurinha, me console! – Diz se inclinando pra cima de Shura.

Shura – Ah, não, sai de cima de mim!

Policial – Ordem aí atrás!

Afrodite – Sim, senhor policial gostoso.

Policial – Como é que é?

Afrodite – Como é que é o que? Ah, sim! Quer ver? – Coloca mão no zíper da calça.

O policial fica constrangido.

Policial – Calem a boca e fiquem quietos.

= Em outro carro =

Camus – Esse jegue está com pulga.

Máscara da morte – Não fala mal do Tony.

Camus – Depois que esse jegue ficou perto de mim, minha cabeça começou a coçar.

Máscara da morte – Você está passando piolho para o Tony!

Camus – Ele que está passando pulga pra mim.

Máscara da morte – Tony, não deixa o Camus te passar piolho não!

Tony da um coice em Camus que se arrebenta na janela do carro.

Policial – FIQUEM QUIETOS!

Camus – Esse jegue que está fazendo zorra aqui.

Policial – Nos vamos leva-lo para a associação protetora dos animais.

Máscara da morte – NÃO! NINGUÉM LEVA O TONY!

Policial – Não se atreva a gritar novamente!

Camus da um sorrisinho maldoso para o Máscara da Morte, que o ameaça com os punhos.

= No outro carro =

Kanon – Já chegou?

Policial – Não.

Saga – Já chegou?

Policial – Não.

Kanon – Agora já chegou?

Policial – Não.

Saga – Vai demorar para chegar?

Policial – Aff... Não.

Saga – Falta quanto tempo?

Policial – Grrr... Não sei.

Kanon – Já chegou?

Policial – NÃO, MAS QUE MERDA!

Silêncio.

Miro – Eu tô chateado.

Silêncio.

Miro – Vocês não vão perguntar porquê estou chateado?

Kanon – Ninguém quer saber.

Miro – Mas deveriam perguntar por educação.

Saga – Aff... Porque está chateado, Miro?

Miro – Agora eu não quero mais responder.

Silêncio.

Kanon – Já chegou?

Policial – Não.

Saga – Que horas que vai chegar?

Policial – Quando chegar eu aviso.

Silêncio.

Miro – Sabe, eu estava pensando...

Saga – Que milagre!

Miro – Cale-se, que não estou falando com você.

Kanon – Sobrou, Saga. Eu não deixaria esse escorpiãozinho falar assim comigo.

Saga – Kanon, troca de lugar comigo.

Kanon – Para que?

Saga – Para eu bater nele. – Aponta pra Miro (com as mãos algemadas).

Kanon – Claro, irmãozinho!

Kanon se levanta e se joga um pouco pra frente, para Saga passar e se sentar agora no meio dos dois.

Miro – Ó, não vem não! Eu chuto sua cara, ein! – Levanta uma perna tentando ameaça-lo.

Policial – É para ficar os três quietos aí!

Miro – Mas está todo mundo quieto, pô!

Silêncio.

Kanon – Já chegou?

Policial – SE PERGUNTAR ISSO DE NOVO EU TE ESTOURO. - Diz apontando um revólver para Kanon.

Saga – Não grita com meu irmão não. Se ele ficar traumatizado sou eu que vou ter que aguentar.

Policial – FIQUEM QUIETOS, CARAMBA!

Todos - ...

Miro () – O cara ficou estressado, você viu?

Saga () – Foi culpa sua.

Miro () – Foi culpa do Kanon.

Kanon – O quê que vocês estão falando de mim aí?

Saga – Nada.

Miro – Nada.

Kanon – Eu ouvi meu nome, ein! Estou de olho em vocês. Hunf!

Miro – Bem, como eu estava dizendo antes, eu estava pensando...

Kanon – Saga, isso me lembra que você trocou de lugar comigo e ainda não bateu nele. – Indica Miro.

Saga – Ah, é! – Se prepara para socar Miro, mas este é mais rápido e chuta Saga, o empurrando para cima do irmão e ambos caem de mau jeito no chão do carro.

Kanon – Agora eu também vou te arrebentar, escorpião de merda. – Diz se levantando do chão e sentando.

Miro – QUEEEM É ESCORPIÃO DE MERDA? – Diz arrebentando as algemas e fazendo pose de briga.

Policial – PERMANEÇAM QUIETOS, OU CUIDAREI PARA QUE DOBREM A PENA DE VOCÊS, PARA QUE APODREÇAM NA CADEIA!

Silêncio.

Miro cutuca o policial.

Miro – Me chamaram de escorpião de merda.

Policial – Dane-se.

Miro – Como é?

Saga e Kanon – HUAHUAHUAHUAHUAHUAHUA...

Miro – Quando sairmos dessa droga de carro, vou arrebentar vocês dois.

Kanon – Estamos morrendo de medo.

Saga – Olha só como estamos tremendo. – Saga treme exageradamente. Na verdade ele se sacode.

Miro – HUNF!

Kanon – Hahahaha… Nessa você está exagerando.

Saga – Que nada! Olha só como eu tremo de medo desse babaca. – Continua se sacudindo exageradamente. O policial olha para trás e observa Saga.

Policial – Oh, céus! Ele está tento um ataque nervoso.

Saga – Ein? – Parando de tremer.

Policial – Você está bem? – Diz enfiando uma garrafinha de água na boca de Saga.

Saga – Gasp! Cof, Cof... Glub…

Miro – Ele está fingindo.

O policial para de dar água para o Saga.

Policial – Ahhhh! Tentando me enganar! Fingindo que está dando chilique para eu me descuidar e vocês fugirem! Então era um plano... Tentativa de enganar policiais. Vocês não sairão da cadeia nem com fiança!

Kanon começa a tremer violentamente. Saga entende o plano.

Kanon – Estou passando maaaaaaal...

Miro – Ele está fingindo também.

Saga – Você deu água para a pessoa errada. Meu irmão sofre de chilique agudo. – Faz um sinal para Miro ajudar a enrolar o policial.

Policial – Bem, é que... Vocês são iguais...

Miro – Eles são gêmeos.

Kanon para de tremer e encara Miro.

Kanon – Não diga! Você descobriu isso sozinho ou te contaram?

Miro – Me contaram.

Policial – Estão brincando comigo?

Kanon – Oh! – Voltando a tremer mais do que antes.

Saga – Ele... Ele... Para de dar ataque epilético e quando pensa que já sarou, começa de novo.

Miro – Sim. Ele tem fobia de ir preso. Sempre é a mesma coisa.

Policial – Ahh, então ele já foi preso muitas vezes? Tem ficha criminal?

Kanon – Não, claro que não! Mas Miro, você só diz besteira.

Policial – Sarou?

Kanon – Ops! – Recomeçando a tremer.

Policial – Não se preocupem. Já estamos chegando e na delegacia têm médicos.

Kanon – Já está chegando? – Se senta e gruda a cara no vidro tentando ver a delegacia.

Saga – KANON!

Kanon – An? Ah, é mesmo! – Se deita e continua fingindo.

= Em outro carro =

Aioros – É sacanagem, viu... MUITA SACANAGEM!

Aioria – Você está dizendo isso desde que entramos nesse carro.

Aioros – Já são 23h50. Olha o tempão que eu perdi! O que fiz até agora de interessante? NADA!

Aioria – Bem... Você viu o Shaka doidão.

Aioros – O Shaka já é maluco! Que indivíduo em sã consciência passa o dia todo sentado, pensando em um cara gordo e careca?

Dohko – Devemos respeitar os gostos do próximo. Vocês são jovens e...

Aioros - E você não.

Dohko – Bem, de fato, mas tenha mais respeito por mim, que sei muito mais sobre a vida do que vocês.

Aioros – Sabe nada.

Aioria – Concordo.

Dohko – Aioria, pare de ser puxa saco.

Aioria – Eu não sou!

Aioros – Verdade, ele não é.

Dohko – Que seja, mas deveriam escutar os conselhos deste velho aqui, que sabe muito mais do que vocês.

Aioros – Você não conhece o inferno melhor do que eu.

Policial – Ah, então já foi preso muitas vezes, ein?!

Aioros – Não se intrometa!

Aioria – É, a conversa ainda não chegou no chiqueiro.

Policial – O QUE DISSERAM?

Dohko – Por favor, não dê atenção a eles!

Policial – Mais uma gracinha e vou descer o cacete em vocês. – Mostra o porrete.

Aioros – Hunf! Se quer descer o cacete, deveria procurar o Afrodite. Mas acho que ele iria preferir que subisse.

Policial - #O que será que ele quis dizer?#

Aioria – Hahahaha... Essa foi boa!

Policial – Estão zoando com a minha cara?

Aioros – Palhaço...

Aioria – HUAHUAHUAHUAHUA...

Dohko – Pelo amor de Zeus, fiquem calados!

Policial – QUEEEEM É PALHAÇO?

Aioros abre a boca para responder, mas Dohko o interrompe.

Dohko – Eu! É que... É que... Eu trabalho no circo como palhaço.

Aioros – Ta mais pra assistente de mágico. Cabe em qualquer caixinha...

Aioria – Hahahahaha... Também parece aqueles anões que fazem show com os macacos.

Dohko - ...

Policial – Nunca vi anões fazendo show com macacos.

Aioros – Azar é seu.

Policial – Agora já chega, calem a boca.

Aioros – É você que se intrometeu na nossa conversa.

Dohko – Aioros, pare de ser mal humorado!

Aioros – É culpa sua, que ficou falando pra gente entrar nos carros de policia, sendo que poderíamos ter sumido de vista na velocidade da luz. Agora nem sabemos onde está o carro da Saori.

Dohko – Se tivéssemos feito do jeito que você falou, nem poderíamos nos divertir direito, porque estaríamos sendo perseguidos e iria dar problema suficiente para a Saori se irritar e resolver se matar de novo. Eu não estou afim de ter que me matar outra vez para vencer outro deus maluco.

Aioria – Faz sentido.

Policial – O velho fez a escolha sensata. Não adiantaria resistir!

Aioros – Afff...

= Mansão Kido =

Jabu – Chegamos, senhorita.

Saori – Eu já vi, idiota. Me ajude a descer.

Jabu desce da carroça a ajuda Saori a fazer o mesmo. Tatsumi tenta descer, mas escorrega e se arrebenta no chão. Saori os ignora e se dirige para seu jatinho, que está estacionado na frente da mansão. Jabu vai atrás dela.

Jabu – Senhorita, precisa de mais alguma coisa?

Saori – Que você suma daqui.

Jubu – Está bem. Tchau, senhorita.

Saori - ...

Tatsumi – Senhorita! Senhorita Saori, me espere!

Saori – O piloto não está no jatinho. – Se vira para Tatsumi. – CADÊ O INFELIZ?

Tatsumi – Ah... M-mas n-não e-está?

Saori – Não gagueje! Meu carro é roubado, meu celular não funciona no santuário, não posso executar meu plano para as doze casas, tenho que vir para minha casa em uma carroça, o piloto não está no jatinho. Isso é um complô para me irritar, não é? CONFESSE!

Tatsumi – Senhorita, como... Como pode pensar isso?! E-eu vou providenciar para que o piloto volte.

Saori – Qual o telefone dele?

Tatsumi – Eu não sei...

Saori – Então como vai mandá-lo vir?

Tatsumi – Er... Bem... Eu não pensei...

Saori – Ah, não diga! Tatsumi... – Saori segura o báculo com ambas as mãos, como se fosse lançá-lo.

Tatsumi se ajoelha.

Tatsumi – Por favor, não me espanque senhorita!

Saori – Então me diga, o que vamos fazer, ein?

Tatsumi – B-Bem... Se fossemos pessoalmente a uma delegacia, eles seriam obrigados a atendê-la. Ainda mais que você é a tão conhecida Saori Kido, neta do seu avô...

Saori olha demoniacamente para Tatsumi.

Tatsumi – Digo, neta do Mitsumasa Kido. E se eles se recusassem a atendê-la, a senhorita poderia processá-los...

Saori continua olhando feio para Tatsumi.

Tatsumi – O-ou p-pior... A... A senhorita poderia explodir toda a delegacia com seu imenso poder de deusa.

Saori da um sorriso meigo.

Saori – É, até que finalmente você não teve uma ideia muito ruim. Pegue a outra limusine na garagem e vamos.

Tatsumi – Agora mesmo, senhorita. – Aliviado.

Tatsumi corre até a garagem e volta com cara de choro.

Saori – Porque não trouxe o carro, imbecil?

Tatsumi – S-senhorita... A l-limusine reserva está no conserto.

Saori – Sim, eu sei, mas e a outra? Ou você acha que não sei que tenho três limusines?

Tatsumi (suando frio) – S-sim, c-claro q-que você sabe... É... É que... E-eu deixei a outra no orfanato com um motorista a disposição dos serviços de lá, porque estavam precisando e a senhorita tinha autorizado, lembra?

Saori – Claro que eu lembro... MAS ISSO JÁ FAZ UM MÊS! PORQUE NÃO TROUXE DE VOLTA, VAGABUNDO?

Tatsumi (se encolhendo) – E-eu esqueci... – O mordomo mantinha os olhos no cetro dourado, de modo a tentar desviar, caso ele viesse em direção a sua cabeça.

Saori – E agora como eu vou para a porcaria da delegacia?

Tatsumi – Tem um... Um outro carro lá na garagem.

Saori – Tem?! Ah, é... Acho que tem outro mesmo, mas o importante é que não é uma limusine. E eu sou chique demais para andar em BMW, Porshe ou Ferrari. Por mais que sejam carros elegantes, nenhum mantém o ar social e respeitável, como é o de uma dama em uma limusine. Mas se não tem outro jeito...

Tatsumi – S-senhorita... B-bem... N-não... É... É que... er...

Saori – VÁ LOGO BUSCAR O CARRO!

Tatsumi – S-sim.

Tatsumi vai correndo até a garagem e volta dirigindo um fusca meio arrebentado. Ele sai do carro, abre a porta do outro lado e levanta o banco dianteiro (o fusca tinha só duas portas) e olha para Saori esperando-a entrar, enquanto suava frio e a fitava com um sorrisinho amarelo.

Saori permaneceu parada em estado de choque olhando o carro por alguns minutos, até que voltou a si e gritou, esperneou, espancou Tatsumi e só parou quando este a lembrou que precisaria continuar vivo para poder dirigir. A garota entrou no carro e foram rumo à delegacia central.

= Delegacia =

Os cavaleiros e o jegue estavam na recepção da delegacia, algemados, enfileirados na parede e muito emburrados, com exceção de Shaka, que sorria. Chega o delegado que se encarrega dos cavaleiros desde então.

Delegado – Tragam uma maca e um médico para este aqui. – Aponta para Kanon que estava sendo carregado por dois policiais (um levantava os braços e o outro as pernas) e que ainda tremia fingidamente.

Chegam dois médicos com uma maca e levam Kanon para a enfermaria.

Delegado – Bem... Vocês sabem muito bem porque estão aqui...

Dohko – O que o Kanon tem?

Miro – Falsidade aguda.

Dohko – Eu conheço uma história de um homem que ficou doente de...

Saga – Ele quis dizer tremelique agudo. Não... É chilique... Acho que é isso.

Delegado – CALEM –SE!

Silêncio.

Delegado – Como eu dizia, vocês já sabem por que estão aqui...

Aioros – Estamos aqui porque vocês trouxeram a gente!

Delegado – Só fale quando for convidado. E o que eu quis dizer, é que vocês já sabem os crimes que cometeram. Mas em todo caso, vou ler todos os crimes de vocês – Pega um papel – antes de lhes mandarem para as celas.

Afrodite – Eu exijo ser preso na cela feminina! Sou delicado e não vou ficar com brutamontes fedorentos.

Delegado – Você ficará onde eu quiser, e quem me interromper enquanto leio o relatório policial, será esquartejado antes de ir para a cela. Alguém tem algum comentário?

Shaka se segurava para não gargalhar.

Todos - ...

Delegado – Ótimo. Bem... Vocês são acusados de atirar em uma kombi de guarda de trânsito, tentar enganá-lo com falsa carteira de policia - Shaka abre a boca para argumentar, mas Mu da uma cotovelada no estômago dele para impedi-lo de falar. – e roubar um carro. Agora podem falar. Alguém tem algum comentário?

Dohko – Quando é o nosso julgamento?

Delegado – Aqui e agora.

Dohko – Mas cadê o juiz?

Delegado – Tirando férias. Eu decidirei a pena de vocês.

Máscara da morte – Tamo fudido!

Shaka – Hahaha... Eles se esqueceram da droga.

Mu – Cale a boca! O que é que eu disse para você quando chegamos aqui?

Shaka – Que me daria um Buda de chocolate se eu ficasse sem falar até amanhã.

Mu – Exatamente. Se falar de novo, não vai ganhar o Buda de chocolate.

Shaka – Ta bem.

Delegado – Eu ouvi o que disseram. Então a denuncia de droga na festa que acontecia na rua onde foram pegos, também tinha haver com vocês!

Mu – Ah, não. Meu amigo aqui estava falando de um refrigerante muito ruim do qual ele se referiu como droga... Porcaria, entende?!

Delegado – Não tente me enganar. Todo dia prendo criminosos safados como vocês. Não me trate como um novato.

Mu – Ele estava falando de um refrigerante sim! Fala pra ele, Shaka!

Shaka balançou a cabeça negativamente se recusando a falar.

Mu – Pode falar agora, eu deixo.

Shaka continuou se negando a responder.

Mu – Eu te dou o Buda de chocolate mesmo se você falar agora.

Shaka encarou Mu pensativo, porém nada disse. Áries perdeu a paciência.

Mu – Bem, de todo jeito, você não tem provas de que estávamos envolvidos com droga.

Aldebaran – Apoiado, apoiado!

Shaka começa a rir loucamente, mas sem emitir nenhum som.

Delegado – Ele tem algum problema de cabeça? – Aponta para Shaka que agora rolava no chão de tanto rir.

Shura – Sim, mas ele está pior porque tomou um... Er... Refrigerante indigesto.

Policial – Ele parece estar drogado.

Delegado – Bem observado. Levem-no para a enfermaria e confirmem se ele está drogado e que tipo de substância ingeriu.

Policial – Sim, senhor.

Dois policiais carregam Shaka igual carregaram Kanon e o levam para a enfermaria.

Delegado – Mais algum comentário antes de eu dar a sentença de vocês e leva-los para as celas?

Afrodite – Espero que já tenha providenciado minha cela vip. Eu sou chique, se não reparou.

Miro – Nos não roubamos o carro.

Delegado – Ah, não? Então vão me dizer que aquela limusine é de vocês?

Miro – Bem... Não é nossa, mas apenas pegamos emprestada.

Delegado – Sem o dono saber, imagino.

Miro – Ah, é que... Er... O dono é amigo nosso, sabe...

Delegado – Veremos. – Se vira para a secretária que mexia em um computador. – Veja quem é o dono dessa limusine.

Secretária – Agora?

Delegado – Sim, agora.

Secretária – Mas agora eu estou ocupada conversando no Messenger.

Delegado – Não deveria estar fazendo isso! Veja logo o que eu pedi, entendeu?

Secretária – Affff... Sim, senhor.

Miro – Você vai ver como foi tudo um engano. Somos só um bando de amigos que saiu a noite para se divertir...

Delegado – Pois espero que se divirtam na cela de vocês.

Saga – E eu espero que você se divirta no seu túmulo, seu maldito! Ou espera mesmo que vou ser preso como um bandido qualquer?

Afrodite – Isso mesmo, Saginha! Exija tratamento vip!

Dohko – Céus! Cala a boca, Saga! Não estrague tudo.

Delegado – Acho melhor ouvirem o velho aí, ou estarão mais encrencados.

Um policial entra correndo na recepção.

Policial 2 – Senhor, preciso que venha comigo. Prenderam um homem por necrofilia. Ele está lá fora com um garoto histérico.

Delegado – Não posso sair daqui.

Policial 2 – Mas senhor, precisamos que resolva este caso. O tal necrófilo parece ser um psicopata. Quer que a gente o prenda e depois você fala com ele? O problema é o garoto que está realmente histérico.

Delegado – Está bem, mande-os entrarem por aqui mesmo.

Policial 2 – Mas vai resolver isso aqui? – Olha para os cavaleiros emburrados encostados na parede – Não está cheio demais?

Policial – Não posso sair daqui e nem deixar para resolver depois, então o jeito é fazer isso.

Policial 2 – Como quiser.

O policial 2 sai da delegacia e em menos de um minuto volta trazendo um homem alto de cabelos curtos e azuis que estava algemado e um garoto loiro que chorava e gritava revoltado.

Camus – Hyoga e... Abel?!

Hyoga – MEEEESTREEEEE!!! – Se joga nos braços de Camus, que como estava algemado não pôde abraçá-lo.

Máscara da morte – Huahuahuahua... Olha, Tony! Que zorra isso aqui está virando...

Abel parecia tranquilo e olhava tudo a sua volta parecendo entediado. Hyoga continuava a chorar no ombro de Camus.

Delegado (lendo um relatório do caso) – Então você é acusado de necrofilia. Foi pego em flagrante pelo garoto, enquanto fazia isso e aquilo com a mãe dele.

Hyoga – BUAAAAAAAAAAAAAAAAAA... ELE MOLESTOU MINHA MÃE! EU VI!

Abel agora olhava para Saga como se tivesse visto nele algo realmente interessante.

Delegado – Você tem algum comentário a fazer?

Abel se virou para o policial.

Abel – Não seja tolo. Não seja irreverente. Você acha que pode acusar um Deus?! Isso é bobagem! – Disse calmamente, voltando a fitar Saga.

Policial 2 – Ele acha que é um Deus, senhor – Disse, ao ver a expressão surpresa no rosto do delegado.

Hyoga – BUAAAAAAAA... A MINHA MAMÃE ESTAVA LA DORMINDO E ELE CHEGOU E... CHEGOU E... BUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA...

Delegado – Dormindo? Mas...

Policial 2 – A mãe dele está morta e jaz na Sibéria, em um navio naufragado.

Delegado – E ainda foi em baixo da água! Se você é um Deus como se diz, porque não usa seus poderes divinos para escapar dessa? – Perguntou irônico.

Abel – Eu sou o Deus do Sol. Depois da minha... Discussão com Atena, quando chega o crepúsculo, meus poderes são neutralizados enquanto eu estiver na Terra.

Delegado – Que pena, não?! E porque um Deus teria que fazer uma sem vergonhice dessas com uma simples humana... E que já está morta? Se é um Deus, poderia ter a mulher que quisesse, não é mesmo?

Hyoga – BUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA...

Abel – A mãe dele é loira e gostosa.

Hyoga – BUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA... MAIS RESPEITO COM MINHA MÃE, SEU SAFADO, MALDITO! EU VOU TE QUEBRAR!

Vários policiais seguram Hyoga.

Policial – Tragam um calmante para o garoto.

Abel – E ela não pode reclamar do meu servicinho. – Da um sorriso safado e volta a fitar Saga.

Saga – Ta olhando o que? Se não reparou direito, eu não sou mulher e nem estou morto.

Hyoga – BUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA... MESTRE, ELE ESTÁ INSULTANDO MINHA MÃE! – Aponta Saga.

Camus – Er... Hyo...

Saga – Eu nem falei da sua mãe! Você está maluco, pivete!

Hyoga – INSINUOU QUE ELA É “COMIDA DE ABEL” E QUE VOCÊ NÃO É QUALQUER UMA COMO ELA!

Saga – EU NÃO DISSE ISSO!!! NÃO PONHA PALAVRAS NA MINHA BOCA!

Abel – Acalmem-se! Eu sei que meu ato foi repentino demais. Hyoga, a próxima vez que eu “visitar” sua mãe, eu aviso com antecedência.

Hyoga endoida. Camus arrebenta a algema para segura-lo e alguns policiais também ajudam.

Policial 3 – Aqui está o calmante – Mostra um comprimido e um copo de água.

Camus – Acho que é impossível faze-lo tomar isso agora. – Segurando Hyoga que se debatia e gritava coisas indecifráveis, enquanto a temperatura do ambiente misteriosamente diminuía.

Delegado – Isso aqui está bagunçado demais!

Secretária – Achei a proprietária da limusine.

Delegado – Ótimo, mas espere um pouco que depois resolvo esse assunto.

Secretária – Mas senhor, eu quero ir embora.

Delegado – Como assim, quer ir embora? O turno da noite mal começou.

Secretária – Mas eu estava pensando em ir embora mais cedo hoje.

Delegado – E porque quer sair mais cedo?

Secretária – Ah, é que eu quero... Er... Eu...

Delegado – Se não reparou, a delegacia está movimentada demais agora. Fique aí!

Secretária – Ah, não senhor. Estou indo embora.

Delegado – Como você vai embora assim de uma hora para outra sem cumprir com o horário de trabalho?

Secretária – Eu li em uma revista que ficar acordada de madrugada da olheiras.

Afrodite – Ah, isso é verdade, querida. E para compensar tem que dormir 18 horas. Das seis da manhã à meia noite.

Secretária – Está vendo? E eu tenho mais o que fazer durante o dia.

Delegado – Isso é besteira! Não existe isso de ter que dormir o dia todo não.

Afrodite – Você fica quieto porque não entende do assunto, meu bem. Não é a toa que tem essas manchas HORROROSAS nos olhos.

Delegado – Você – aponta Afrodite – Volta para a parede e fica lá quieto junto dos seus amigos e você – se vira para a secretária – fica aí com os dados da proprietária do carro para quando eu pedir, você saber me dizer na ponta da língua.

Secretária – Ah, não vai dar não, senhor. Eu vou embora. – Pega sua bolsa e se levanta se preparando para sair.

Delegado – SENTA NESSA DROGA DE CADEIRA E NÃO OUSE SE MEXER ATÉ EU MANDAR, OUVIU BEM?

Secretária (assustada) – Sim. – Voltando para a cadeira e deixando a bolsa em cima da mesa.

Kanon – O que está acontecendo aqui? – Aparece comendo um sanduíche e com um copo de suco na mão.

Aioria – Onde arrumou comida?

Kanon – Os médicos me deram. E adivinha só! Não encontraram doença nenhuma em mim. Legal, né?

Miro – Que pena...

Kanon – Esse cara aí – Aponta Abel – Quem é ele? Me lembra uma coisa ruim.

Saga – Irmão de Atena.

Kanon – Sabia que tinha algo ruim vindo dele! Mas o que ele quer? Veio recuperar o carro da irmã?

Saga – Que nada. Ele tem um caso com a mãe do Hyoga.

Kanon – Que mãe?

Hyoga – GGGRRRRAAAAAAAAAUUUUUUUUAAAAAAAAAAAAAAAA...

Kanon – Ele está grunhindo?

Camus abre a boca de Hyoga e enfia o comprimido e a água.

Camus – Sei não... Acho que só esse comprimido não vai fazer efeito.

Policial 3 – Vamos levá-lo para a enfermaria e aplicar uma injeção.

Camus e o policial 3 levam Hyoga, que gritava e esperneava.

Hyoga – NÃO!! EU JÁ TO CALMO! EU TO CALMO!

Camus e o policial 3 colocam Hyoga no chão e o fitam desconfiados o observando voltar para junto dos outros cavaleiros enquanto fuzilava Abel com o olhar.

Delegado – Vamos resolver isso tudo de uma vez por todas. Chamem um médico.

Um dos policiais vai até a enfermaria e volta acompanhado de um médico.

Delegado – Abel...

Abel – Pois não?

Delegado – Você diz que é um Deus...

Abel – Sim, sou Deus sol Abel. Filho de Zeus, irmão de Atena e também...

Delegado – Já entendi. E você mergulhou na água gelada da Sibéria, entrou num navio naufragado, achou uma defunta...

Hyoga – OLHA COMO FALA DA MINHA MÃE!

Delegado – ...E se aproveitou dela?

Abel – Isso mesmo!

Delegado – E você pretende fazer isso de novo?

Abel – Claro! Foi muito bom. Por sorte o garoto nos encontrou quando eu já estava acabando...

Delegado – Sem esse tipo de detalhes, por favor.

Abel – Tudo bem.

Delegado – Você não prefere fazer esse tipo de coisa com pessoas vivas?

Abel – Não.

Delegado – Por quê?

Médico – Se me permite a intromissão...

Delegado – À vontade.

Médico – Esse cara precisa de um psicólogo.

Delegado – Concordo. Por isso mandei chamá-lo. Pra avaliar o sujeito.

Médico – Então já vou levá-lo para a cela da enfermaria.

Delegado – Abel, você fará uma consulta com um psicólogo. Depois de ver os resultados decidirei a sua sentença.

Abel – Tudo bem. Não tenho nada mesmo para fazer até o nascer do sol...

O médico leva Abel até a enfermaria e o tranca em uma cela lá dentro, enquanto acorda o psicólogo de plantão.

Delegado – Caso resolvido. Agora voltemos para o caso da limusine...

Hyoga – Como assim, caso resolvido? E a minha mãe?

Delegado – Bem... Que sua mãe descanse em paz! Esse sujeito não voltará a vê-la.

Hyoga – Lógico que não vai. Mas como é que fica? Eu vou lá levar flores para minha mamãe e de repente vejo aquele sujeito lá com ela... Snif! Como acha que me senti? E VOCÊ QUER DEIXAR COMO ESTÁ? NÃO SE IMPORTA COM OS SENTIMENTOS DE MINHA MÃE?!

Delegado – Bom... Na verdade eu... Não posso fazer mais nada.

Hyoga – AAHHH!! É SEMPRE ASSIM! VOCÊ É UM INÚTIL MESMO! ONDE É QUE ESTÁ A JUSTIÇA NO MUNDO? ONDE?

Camus – Calma, Hyoga...

Hyoga – VOCÊ ME PEDE CALMA, MESTRE, MAS NÃO SABE COMO FOI... COMO FOI... SNIF... AQUELE... ABEL... COM MINHA... MAMÃE... BUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA...

Camus – Será que Hyoga poderia ter umas consultas com um psicólogo também?

Delegado – Bom... Acho que sim. Realmente... É uma boa ideia.

Hyoga – NÃO PRECISA! SNIF! SÓ EU ENTENDO A DOR DE ENCONTRAR A DOCE E INOCENTE MÃE... COM AQUELE MISERÁAAAAAVEL.

Máscara da morte – Isso é verdade. Acho que Abel não “atacou” a mãe morta de mais ninguém.

Hyoga – BUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA...

Camus – Vê se não piora as coisas.

Máscara da morte – Você está falando comigo? Está me dando sermão? Seu... Piolhento!

Camus – Repita se for capaz.

Máscara da morte – Não sou gravador, seu bocó piolhento. Olha como o Tony está coçando! – Aponta para o jegue que se coçava com a pata traseira.

Camus – Agora você vai ver! – Se prepara para atacar.

Dohko – Parem com isso! Se querem brigar, ao menos esperem até ficarmos livres.

Camus – Você vai ver na saída...

Delegado – Tem certeza que não quer um psicólogo?

Hyoga – BUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA... Não preciso! Snif! Mas em homenagem a minha mamãe, farei um discurso para mostrar o meu amor... MAMÃE DO MEEEU CORAÇÃAO...

Aioros – Ah, não vai fazer nada não. Fora daqui.

Hyoga – Mas...

Aioros – Você está tomando meu precioso tempo. Vá embora!

Hyoga – Mas eu não terminei o discurso.

Aioros – Termina em outro lugar.

Hyoga – Mas eu quero terminar aqui.

Aioros – VÁ EMBORA!

Hyoga – Snif... MAMÃE!!!! AÍ VOU EU! ME ESPERE MAMÃE! NÃO SE SINTA SOZINHA, EU JÁ ESTOU INDO...

Aioros – VÁ LOGO!

Hyoga olha para Aioros com uma mistura de tristeza e raiva e vai embora.

Camus – Não precisava ter sido tão duro com ele.

Aioros – Ele estava enchendo o saco. Mas chega de perder tempo, vamos ao assunto do carro. – Olha para o delegado impaciente.

Delegado – Certo. Pois bem... O carro pertence, à... – Olha para a secretária.

Secretária – O que foi?

Delegado – A quem pertence a limusine?

Secretária – Sei lá. É uma mulher aí...

Delegado – Incompetente! - pega os papéis em cima da mesa e os lê.

Kanon – Não faça suspense. A quem pertence o carro?

Saga – Cala a boca, imbecil!

Kanon – Eu não! Cala a boca você.

Saga – Cala a boca você.

Kanon – Cala você.

Saga – Você que tem que calar.

Kanon – Não, é vo...

Delegado – SILÊNCIO!

Todos - ...

Delegado – A proprietária do carro é a milionária Saori Kido. A dona da fundação Galaar.

Miro – Eu já sabia, oras!

Delegado – Que bom que já sabia de quem roubaram o carro.

Shura – Nós não roubamos!

Aldebaran – Pegamos emprestado.

Delegado – Sem ela saber?

Aioros – Bom... Isso não vem ao caso, né?!

Delegado – Isso É o caso.

= Estrada rumo à delegacia =

Saori estava em pé encostada no fusca e Tatsumi trocando um pneu.

Saori – Que droga de noite! Só está faltando mesmo é eu ser atropelada por um caminhão.

Passa um caminhão e atropela Saori. Tatsumi vai correndo atrás do veículo desesperado, mas este não para e a deusa é arremessada em um barranco na beira da estrada.

Tatsumi – Oh, céus!! Senhorita! Onde está você? Não morra, senhorita! – Dizia enquanto descia vagarosamente o barranco, tateando no mato.

Saori – Aaaii...

Tatsumi – Oh... Senhorita, encontrei você. Cuidado para não descer o morro rolando. Agarre minha mão.

Saori – E... nergúuu...me... no...

Tatsumi – Não fale, senhorita. Eu a salvarei! – Agarra a mão de Saori e a arrasta de volta à estrada.

= Delegacia =

Mu – Acredite na gente. Não roubamos o carro. E a carteira falsa, ganhamos em um joguinho de tiro ao alvo, e era só brincadeira do Shaka. E os tiros... Bem, nós precisávamos parar a kombi.

Delegado – E eu esqueci de mencionar... Que vocês tem uma multa por estacionar em ponto de ônibus.

Aldebaran – Manda para a Saori pagar.

Delegado – Fácil, né?! Roubar um carro, fazer de tudo com ele e o dono que se dane.

Saga – Nós não roubamos!

Shaka – Isso mesmo.

Dohko – Oh, Shaka voltou!

Máscara da morte – Ei, Shaka! Imita o Michael Jackson igual você estava fazendo ali fora quando desceu do carro.

Shaka – Cale-se, imbecil.

Aioria – É impressão minha ou ele voltou ao normal?

Shaka – Eu explicarei sobre o carro supostamente roubado.

Médico – Fizemos uma limpeza no estômago desse sujeito. Com a quantidade de droga que ingeriu deveria ter causado uma overdose, mas não me admira que esteja bem, se levar em conta o tipo de porcaria que ele come.

Shaka – O que como ou não, não lhe diz respeito. Agora mantenha-se quieto, porque eu estou falando.

Silencio absoluto.

Shaka – Bem... Como deve saber, e se não souber, problema é seu, Saori Kido é patrocinadora do orfanato “Filhos das estrelas”. Ela deixou a limusine no orfanato para serviços exclusivos de lá, e nós – faz um sinal abrangendo os cavaleiros – crianças órfãos, pegamos o carro e viemos passear nessa noite, até que descuidadamente o estacionamos em local errado. Espero que tenha entendido, pois agora precisamos ir. Passar bem – Diz se dirigindo à saída, mas um policial o barra.

Cavaleiros estão chocados com a explicação de Shaka.

Delegado – Você disse... Que vocês... São as CRIANÇAS órfãs do orfanato?

Shaka – Sim, algum problema?

Policial – Não estão um pouco crescidinhos para se denominarem “crianças” e morarem em um orfanato não?

Shaka – Hum... Eu não devo ter sido claro o suficiente. Eu quis dizer que éramos as crianças órfãs do orfanato. Crescemos lá, e mesmo cada um seguindo seu caminho, nos mantivemos unidos pra ajudar outras crianças órfãs como nós, que agora vivem lá. E só por que... Por uma única noite pegamos o carro emprestado, nos acusam de roubo.

Aldebaran – Buaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa... Que história linda...

Saga () – Burro, não era para acreditar!

Aldebaran – E nos acusam só porque somos pobres! Snif!

O delegado fica constrangido e emocionado.

Delegado – Bem... Não... Não é isso... Bom... A história do carro realmente parece ser verdadeira, porque todos sabem que Saori Kido, patrocina o orfanato... Mas e o velho roxo ali?

Máscara da morte – Que velho? Aquilo é só uma estátua de anão de jardim que vamos lhe dar de presente.

Dohko – Não seja grosseiro! Há muito tempo, na antiga civilização chinesa, um garoto chamou um homem velho de...

Shaka – Ele é o faxineiro do orfanato, que como caridade, resolvemos deixa-lo vir passear junto com a gente.

Delegado – Ah, entendo...

Aioros – Ótimo! Agora nos devolva o carro, porque queremos ir embora.

Delegado – Mas isso não os livra de uma multa...

Mu – Tudo bem, a Saori paga.

Delegado – ... E também não os livra de ter atirado na Kombi.

Aioros – Mas foi a única medida desesperada que me veio em mente pra parar a Kombi!

Aioria – É, perdoa ele! Você também é humano, já deve ter tomado medidas desesperadas também.

Delegado – Não estamos falando de mim, e atirar nas rodas de um veículo de guarda de trânsito é uma coisa muito grave.

Shaka – É nossa única acusação então? Atirar nas rodas de uma Kombi?

Delegado – E não esqueci que você é um drogado.

Shaka – Não sou um drogado! Sou o ser mais próximo de Deus!

Delegado – Ah, você também entra no joguinho do necrófilo... Sinto muito, mas se for assim, todos aqui são seres bem próximos de Deus enquanto o psicopata estiver aqui.

Shaka – Do que está falando?

Delegado – Eu já perdi a paciência. Terminaremos de resolver isso pela manhã. Levem todos para as celas.

Aioros – Ah, não. Eu não vou perder minha única noite de folga, na cadeia.

O delegado procura a secretária para fazer a ficha de cada um, mas ela tinha ido embora.

Delegado – Cada um escreve o nome, data de nascimento e o crime que cometeu no papel que vou entregar.

Policiais tiram as algemas dos que ainda estavam com ela.

Afrodite – E aqueles que como eu, não cometeram crime nenhum?

Delegado – Todos vocês cometeram crimes.

Máscara da morte – É para colocar qual data de nascimento?

Delegado – Como assim, qual?

Máscara da morte – Quer a data que eu nasci pela primeira vez... Tipo, era um molequinho. Ou quando nasci de novo, ressuscitei?

Delegado – Ein?! Coloca a data da primeira vez.

Miro – A data da primeira vez que eu beijei, ou a primeira vez que eu fiz aquilo que o Abel estava fazendo com a mãe do Hyoga?

Kanon – Você também comeu a mãe do Hyoga?

Camus – Não diga “comeu”. É feio e vulgar.

Miro – Não. Eu quis dizer... Com uma mulher viva, entende?

Delegado – Coloca unicamente a primeira vez que você nasceu.

Miro – Mas eu não nasci pela segunda vez.

Delegado – Mas ele falou...

Miro - Ressuscitar é diferente de nascer.

Máscara da morte – Não é não.

Miro – Claro que é!

Máscara da morte – Não, o caso é que depois da primeira vez, você já nasce grande.

Miro – Isso não é nascer, é ressuscitar.

Máscara da morte – Da no mesmo.

Miro – Lógico que não!

Os cavaleiros que terminaram de escrever iam entregando os papéis para o delegado.

Delegado – Ei, você!

Afrodite – O que foi?

Delegado – Eu falei para escrever, não desenhar rosas no papel.

Afrodite – Isso foi só para enfeitar, querido. Eu escrevi ali no cantinho.

Delegado – Ah, sim... Eeei!!

Afrodite – O que foi agora?

Delegado – Porque no lugar de crime você escreveu “Eu sou um anjo, meu bem. A única maldade que fiz foi tacar uma rosa no Shunzinho antes de me aproveitar dele”.? O que significa?

Afrodite – Meu crime foi o desperdício. Ah, não me olhe assim. Foi você quem pediu para escrever...

Delegado – ...

Shaka entrega.

Delegado – O que está escrito aqui?

Shaka – Está escrito em indi. Se não sabe ler, não é da minha conta.

Delegado – Mas...

Shaka – Você não especificou em que idioma era pra ser escrito.

Aioria entrega.

Delegado – Você rabiscou no papel...

Aioria – Desenhei!!!

Delegado – Mas não escreveu nada!

Aioria – Eu não gosto muito de escrever.

Delegado – Mas eu preciso que você escreva!

Aioria – Desenhei um leão. – Sorri orgulhoso.

Delegado – Não me importa o que você dese... Isso não é um leão.

Aioria – É sim. Meu irmão está vindo aí. Se juntar o papel dele e o meu, forma um leão com um arco e flecha, está vendo?

Delegado – Ah, você também desenhou...

Aioros – Sim!! Bonito, né?

Delegado – Sim, muito bonito, mas nada me interessa os desenhos. Escrevam o que pedi.

Aioros – Não tem mais espaço.

Delegado – Arrumem!

Máscara da morte entrega.

Delegado – Você!

Máscara da morte – O que é?

Delegado – Não escreva seu apelido, e sim o seu nome.

Máscara da morte – Mas “Máscara da morte” é meu nome, ué!

Delegado – Ninguém se chama Máscara da morte. Isso é um apelido.

Máscara da morte – Não é um apelido, é meu nome.

Delegado – Posso ver sua identidade?

Máscara da morte – Serve a carteirinha para entrar no santuário?

Delegado – Que santuário?

Máscara da morte – De Atena. Agora fizeram carteirinhas, porque antes todo mundo entrava lá e estava uma zorra... Igual essa delegacia aqui.

Delegado – Serve... #Deve ser algum clube que ele frequenta#

Máscara da morte entrega a carteirinha. Em frente a palavra nome, lia-se “Mascara da morte Xuxu”

Máscara da morte – Viu só? Foi o nome que minha mamãe me deu. Nem adianta inventar que me chamo Joãozinho, Genovevo, porque esse aí é meu nome.

Delegado – É... Estou vendo...

Dohko – A arte da escrita é uma história muito bonita que vem desde a era dos homens das cavernas e começa quando...

Todos – Não queremos ouvir!

Dohko – Hunf...

Mu havia escrito tanto em seu papelzinho, que não cabia mais nada, e ao insistir em escrever tudo que queria, acabou escrevendo palavra em cima de palavra e não dava para ler nada. Aldebaran resolveu escrever na língua do “P”, Saga e Kanon, comeram seus papéis. Dohko não se lembrava como escrevia, Miro e Shura fizeram aviõezinhos e Camus um barco, do qual insistia em querer dar de presente para Hyoga. O delegado desistiu e mandou que os levassem para as celas mesmo sem saber o nome deles.

Máscara da morte – O TONY VEM COMIGO! AHHHHHH! DEVOLVAM O TONY!!!

Delegado – Ele vai para a associação protetora dos animais pela manhã. Agora vou trancá-lo em uma jaula nos fundos da delegacia.

Camus – Ótimo. Que esse bicho fique bem longe de mim.

Tony se solta do policial que o levava, corre até Camus e lhe da um coice. O cavaleiro de aquário também se solta do policial que o levava e parte para cima do jegue.

Máscara da morte – VAI TONY, ACABA COM ELE!

Saga e Kanon – PORRADA! PORRADA! PORRADA!

Chegam mais policiais que separam Camus do Jegue e levam cada um para sua cela.

Afrodite – NÃAAAAOOOO!! EU EXIJO IR PARA A CELA FEMININA! NÃO QUERO FICAR PERTO DESSES BRUTAMONTES FEDIDOS!

Delegado – Leva esse infeliz para a cela feminina por esta noite. Não quero mais problemas.

Miro – EU NÃO ENTRO NESSAS CELAS! ESTÃO CHEIAS DE BICHAS LOUCAS E SAFADAS QUE VÃO QUERER SE APROVEITAR DE MIM!

Afrodite – Bichas loucas e... Safadas? NÃOOOOOOO!! ME LEVEM PARA A CELA DOS HOMENS! EU SOU HOMEM, ME LEVEM PRA LÁ!

Levam Afrodite para a mesma cela de Miro.

Delegado – E agora como vou saber dos casos que tenho que resolver se a inútil da secretária foi embora?! Estou perdido!

Shaka – Podemos fazer um acordo. # Sinto o cosmo fraco de Saori vindo nesta direção. Deve estar vindo dizer que o carro foi roubado. #

Delegado – O que está fazendo aqui? Todos já foram levados para as celas.

Shaka – Não importa o fato de eu não estar lá. O caso é que se você soltar a gente logo... Afinal as mesmas pessoas que me drogaram, deram o revólver para o Aioros, dizendo ser de brinquedo. E ele, muito inocente, atirou. #Oh, Buda, perdoe-me por tantas mentiras#

Delegado – Verdade? Bem... Isso será melhor investigado pela manhã.

Shaka – Mas como eu dizia... Se antecipar o que vai acontecer, ou seja, nos soltar agora, ligo para uma amiga minha que é secretária e poderá ficar aqui esta noite te ajudando.

Delegado – Ah... Bem... #Estou mesmo precisando# Mas isso é chantagem.

Shaka – Não... Eu jamais faria chantagem. É um acordo. #Droga, Saori está muito perto.#

Delegado – Hum... Em quanto tempo sua amiga chega aqui.

Shaka – Em uns cinco minutos.

Delegado – Bom... Vocês são inocentes mesmo, né...

Shaka – Claro!

Delegado -...E... São órfãos do orfanato da Saori... Não podem mesmo ser criminosos...

Shaka – Certamente que não.

Delegado – Então estamos de acordo. Pode usar o telefone e ligar para sua amiga que vou trazer seus amigos.

Shaka pega o telefone e finge fazer uma ligação, enquanto rezava para conseguir sair antes de Saori chegar.

Miro – Que inferno!

Afrodite – Paraíso! Ai, me levem de volta para a cela!

Aioros – Shaka, o que você fez? Ah, não importa, mas eu te agradeço.

Máscara da morte – Tony, cadê você? – Olhando desesperado em volta procurando o jegue, até que o vê encarando Camus, que encarava o jegue. Os dois rosnavam, mas se mantiveram quietos.

Kanon – Gente, o Saga está estranho.

Saga – Grrrrrrrrrr.... – Olhos ficando vermelho e cabelos ficando prateados.

Mu – O que aconteceu com ele?

Kanon – Ele está nervoso assim desde que um dos caras lá passou a mão na bunda dele.

Delegado – A limusine está logo aí na frente. É só a sua amiga chegar e já podem ir.

Shaka – Precisamos ir antes de a minha amiga chegar.

Delegado – Haha... Não tente me enganar, rapaz! E se deixo vocês irem e ela não vier?

Dohko – Que amiga, Shaka?

Shaka – Uma que vocês conhecem bem... Atena...

O pânico é geral entre os cavaleiros. O jegue também se apavora.

Mu – Sim, estou sentindo o cosmo dela...

Saga – O cosmo... Argh... O cosmo de... Atena... grrrrrr... EU VOU MATAR VOCÊ ATENA, VOCÊ VAI VER!

Saga se transforma em Ares.

Saga – HEHEHEHAHAHAHUAHUAHUAHUAHUAHUA... ESTÁ VINDO DIRETO PARA A BOCA DO LOBO! Onde tem uma adaga aqui?

Kanon – O que é isso? O que aconteceu com ele? Está diferente e... O cosmo dele aumentou. Meu irmão digivolveu para...

Aioros – ARES!

Kanon – Buaaaaaaaaaaaaa... Eu também quero digivolver!!!!!

Shura – Agora sei o que Abel tanto olhava em Saga. Ele percebeu que Ares estava prestes a dominar o corpo dele outra vez. Deuses se entendem.

Aioros – ARES NÃAAAAOOO!! ARES E ATENA SÃO MEUS PIORES PESADELOS! TIREM ELE DAQUIII!!!

Ares – Onde tem uma adaga? - Vai até o vidro para emergência, quebra e tira um machadinho. – Isso vai ter que servir.

Logo após o vidro ser quebrado, o alarme de emergência ressoa. Os policiais o desligam.

Delegado – Pouco me importa se são loucos ou pertencem a algum grupo de teatro. Só quero a minha secretária substituta.

Shaka – Acabou de chegar. – Aponta para um fusca que estacionava ao lado da delegacia.

Delegado – Ah... Sim, vejo uma moça lá dentro... Qual o nome dela?

Shaka – Pergunta para ela. Diz saindo da delegacia e correndo para a limusine, onde já estavam Aioros, Máscara da morte e Tony.

Kanon, Miro e Aldebaran arrastavam Ares para longe do fusca e o jogam na limusine. Aioria que estava no volante deu a partida e sumiram de vista. Saori, por sua vez, saiu meio arrebentada do fusca e se dirigiu à recepção, onde o delegado a aguardava ansiosamente.

Saori – Anda rápido, retardado. Eu fui atropelada e você que fica de moleza aí.

Tatsumi – Sim, senhorita!

Saori e Tatsumi entram na recepção.

Delegado – Que bom que pôde vir. Eu estava mesmo precisando.

Saori olha para trás imaginando que o delegado falava com outra pessoa.

Saori – Está falando comigo?

Delegado – Claro! E quem é ele?

Saori – Meu capacho... Digo, mordomo.

Delegado – Ah... É, mas...

Saori – Preciso fazer a denuncia de um roubo.

Delegado – Roubo?? Mas... A secretária...

Saori sorri graciosamente e faz pose de garotinha indefesa enquanto falava de forma meiga.

Saori – Eu sou Saori Kido, a neta do meu avô... Digo, neta do milionário Mitsumasa Kido, dona da fundação Galar. Eu que organizei aquela luta no coliseu, onde corajosos cavaleiros disputaram uma urna com armadura de ouro.

Delegado – Eu sei de quem você está falando. Fui nesse torneio.

Saori – Pois bem, então gostaria de deixar registrado o roubo do meu carro, porque como você deve imaginar, eu, como a dona de uma fundação, não tenho tempo de me preocupar com essas coisas.

O delegado olha Saori de cima a baixo. Seu olhar demora no vestido sujo e meio rasgado da garota, o cabelo despenteado e alguns hematomas nos braços. E depois da uma olhadinha no fusca em que a menina chegou.

Delegado – Sim, entendi... Seu carro foi roubado. Mas... Porque você diz ser Saori Kido?

Saori (agora sorrindo de maneira forçada) – Porque eu sou Saori Kido!

Tatsumi – Sim, é verdade. E eu sou o mordomo dela.

Delegado – Ah, sim... Olha, menina... Não tenho tempo para brincadeiras. Vá logo para a mesa de secretária, que já vou lhe dizer o que fazer.

Saori – Como?

Delegado – Não fique aí parada!

Saori – Mas... Roubaram meu carro e eu sou...

Delegado – Depois que Saori Kido organizou aquele torneio, ela ficou mais famosa e desde então, várias garotas começaram a se vestir igual a ela e a usar perucas roxas.

Saori – Está insinuando que eu...

Delegado – Até que sua fantasia não está muito ruim. Até pintou um cabo de vassoura de dourado... – Diz olhando o cetro dourado.

Tatsumi – Não é um cabo de vassoura!

Delegado – Não me importa se é um cabo de vassoura ou um pedaço de bambu. O caso é que deveria desencardir o vestido e arrumar um carro mais elegante do que um fusca todo arrebentado para se passar pela milionária senhorita Kido.

Saori – É o que estou dizendo. Roubaram minha limusine.

Delegado – Sim, sim... Eu já entendi o joguinho que você está fazendo. Mas como eu disse, não tenho tempo para brincadeira. Preciso que comece logo a trabalhar. E tire essa peruca ridícula da cabeça! – Puxa o cabelo de Saori – Oh, você é fã mesmo! Resolveu pintar o cabelo ao invés de colocar peruca. Os jovens de hoje estão cada vez mais ridículos.

O policial some de vista, deixando Saori estarrecida parada na recepção e Tatsumi não se atrevendo a dizer nada.

= Em alguma rua da cidade =

Aioria – Para onde vamos?

Ares – Matar Atena!!!

Aioria – Hoje não.

Ares – Não ouse me desobedecer, seu traidor! Acha que esqueci que você é irmão do traidor Aioros?

Aioros – Presente! – Diz levantando a mão.

Ares – Oh, você está aqui!!! – Um pouco surpreso. – Merda!

Aioros – Você sabe que eu não vou com a tua cara.

Ares – Nem eu com a sua.

Aioros – Então vem com essa história de traidor de novo e eu te arrebento.

Ares – Acha que eu, o grande Ares tem medo de um perdedor como você? Hehehehahahahuahuahuahua...

Aioros – Seu farsante!

Máscara da morte – Sem risada maligna, por favor. Está assustando o Tony. – Mostra o jegue encolhido.

Ares – Eu conheço o seu cosmo! – Encarando o jegue.

Máscara da morte – Não fale com o Tony!

Ares – É o cosmo semelhante ao de Atena!

Kanon – Quando você vai devolver meu irmão?

Ares – Hehehe... Nunca! Hahahhahahaha...

 Kanon – Melhor assim.

Ares – Olha o que encontrei!! – Diz tirando algo de dentro do bolso.

Kanon – É melhor você não mexer no Pom Pom não...

Ares – Eu me lembro desse pato!

Dohko – Obvio... Sempre esteve com ele...

Ares – Eu nunca entendi porque esse pato me persegue.

Kanon – É você que persegue o pato.

Ares – Ahhhhh!!! HHEHEHEHAHA...

Aioros – Sem risada maligna dessa vez.

Ares – Você interrompeu minha risada maligna!

Aioros – Que bom, né?!

Ares – Nunca mais interrompa minha risada maligna!!!

Aioros – Cale a boca...

Ares – Me deem uma adaga. Vou cortar o pato e executar o meu antigo plano para matar Atena.

Shura – Que plano?

Ares - Colocar uma adaga dentro do pato e dar de presente pra Atena. Quando ela pegá-lo, a adaga disparará direto em seu coração. HEHEHEHAHAHAHAHAAHUAAHUAHUAHUAHUAHUA...

Máscara da morte – Ooolhaaa... O plano é legal!

Ares – Eu sou um gênio!

Kanon – Se cortar o pato, você morre.

Afrodite – Que coisa meiga! Kanon matará o homem que destruir o brinquedinho preferido do irmão – Emocionado.

Kanon – Eu não vou matar ninguém. Eu quis dizer que o Saga se suicida se perceber que “ele mesmo” assassinou Pom Pom.

Ares – Hum... Não devo dar motivos para despertar Saga, ou então não terei livre acesso ao seu corpo. Vou me livrar do pato.

Kanon – Não faz isso não, eu to dizendo...

Ares segura o pato do lado de fora da janela.

Kanon – Sério, não faz isso...

Ares – Fica tranquilo, só estou deixando o pato tomar um ar.

Aioria faz uma curva e a mão de Ares bate num poste, deixando o pato cair.

Ares – Ai, minha mão! – Olhando para Aioria como se ele fosse culpado.

Aioria – Fica enfiando o braço pra fora, o problema é seu se ficar sem ele.

Ares enfia a cabeça pra fora da janela e olha para trás.

Ares – O pato caiu.

Kanon – Desde que Saga não me culpe depois...

Ares – Não... Tipo... O pato caiu. – Olhando preocupado para todos.

Mu – Nós vimos.

Ares – É... Mas... Ah. – Diz olhando para frente, sério.

Shaka – Eu gostaria de saber para onde estamos indo.

Aioria – Eu também.

Camus – Como assim? Você está dirigindo sem rumo?

Aioria – Bem... Eu só estou nos afastando o máximo da Saori...

Dohko – Conheço a história de um jovem que seguiu sem rumo e ficou...

Saga – POM POOOOOOOOOOOM!!! – Saga tinha voltado ao normal e se joga pela janela do carro. Cai rolando no chão, se levanta desesperado e volta o caminho correndo.

Shura – Melhor parar e espera-lo voltar.

Aioria encosta o carro perto da ciclovia. Poucos segundos depois, Ares aparece e entra no carro parecendo confuso. Aioria da a partida.

Ares – Porque eu estava correndo?

Dohko – Bom... É que...

Ares – Já sei!! Vocês tentaram se livrar de mim e me jogaram para fora do carro!!

Aioria – Se tivéssemos feito isso, eu não teria parado o carro para esperar você.

Ares – Hunf! Você é um trai... – Olha para Aioros que o fitava com ódio. – Um traíra, isso sim.

Aioria – Sou o que?

Shaka – O caso é que você é um deus pobre coitado que fica possuindo o corpo desse infeliz porque não pode vir para a Terra com seu próprio corpo...

Ares – Ora seu...

Shaka – Quieto que eu não terminei... E que tacou o pato pela janela, e o Saga voltou à consciência, se jogou para fora do carro, buscou o pato e quando voltou, é você de novo.

Ares – Ah, então foi isso. Esse pato é perigoso demais – Guardando-o novamente no bolso.

 = Delegacia =

Depois de começar a destruir a delegacia, Saori, convencida por Tatsumi de que destruir o local mancharia sua reputação, volta com sua antiga ideia de reclamar com a ONU, e vai rumo ao aeroporto.

= Rua bem longe da que Saori está =

Aioria – Da pra dizer para onde vamos?

Afrodite – Que tal um cassino?

Dohko – Cassino não! Eu conheço uma história de um grupo de amigos que foram em um cassino e quando...

Shura – Sim, vamos a um cassino!

Dohko – Bem, como eu dizia, quando o grupo de amigos chegou...

Ares – Cala a boca, velhão! – Dando um tapa na nuca de Dohko, que cai do assento ao chão.

Ares – Cassino... Hehehe... Mulheres me dando vinho... Hehehehahaha... Eu matando Atena... HEHEHAHAHAHAHUAHUAHUAHUAHUA...

 Aldebaran – Estão todos de acordo que devemos ir em um cassino?

Quase todos – Sim!

Camus – Eu não.

Máscara da morte – Você não conta. Então rumo ao cassino, Aioria!

C.O.N.T.I.N.U.A...


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