— Tudo bem, hoje é um novo dia e eu espero pelo menos uma apresentação — disse Will ao entrar na sala do coral.

Kurt levantou a mão, animado. Mr. Schue o deixou falar.

— Como todo mundo aqui gosta de mim — ele sorriu, olhando para a turma — e não me sobrou ninguém para fazer o dueto, convidei alguém com quem todos sabem que já tive minhas diferenças. Dave, por favor.

O garoto apontou para a porta e Karofsky entrou na sala, provocando uma onda de raiva nos membros do coral, que teve de ser acalmada pelo professor.

— Gente, menos! — exclamou Will. — Vamos ouvir a proposta de Kurt.

— Obrigado, Mr. Schue. — Kurt levantou e ficou ao lado de Karofsky. — Ensaiamos muito e ele não me ameaçou nenhuma vez, então relaxem. Se nos permitirem.

Todos concordaram com a cabeça, embora ainda muito desconfiados. Kurt mandou a banda começar, mas Dave parecia muito desconfortável em voltar àquela sala. Ignorando sua expressão, Kurt começou a cantar.

KURT

She was a fast machine she kept her motor clean

She was the best damn woman that I ever seen

She had the sightless eyes telling me no lies

Knocking me out with those American thighs

DAVE

Taking more than her share

had me fighting for air

she told me to come but I was already there

BOTH

'Cause the walls start shaking

the earth was quaking

my mind was aching

and we were making it love

And you shook me all night long

yeah you shook me all night long

DAVE

Now I'm back in the ring to take another swing

'Cause the walls were shaking the earth was quaking

my mind was aching

and we were making it love

BOTH

And you shook me all night long

Yeah you shook me all night long

It knocked me out I said you

Shook me all night long

You had me shaking and you

Shook me all night long

Yeah you shook me

Os alunos do Glee bateram palmas, entusiasmados, ao ver Karofsky pegar uma das guitarras de um membro da banda para tocar o solo da música. Finn assoviou audivelmente, aprovando.

KURT

Yeah you shook me

Yeah you shook me

All night long

— Adorei Kurt! — exclamou Mr. Schuester, acompanhando as palmas. — Ótimo mesmo.

— Obrigada, galera — agradeceu Kurt, reverenciando os colegas. — Quem escolheu a música foi Dave. Ele queria dizer que gostava da Santana de alguma forma e adora AC/DC.

Ele aplaudiu Karofsky, que sorriu e entregou a guitarra ao dono.

— Dave, se deseja ficar... — disse Will, acanhado.

— Não, obrigado — replicou o garoto, seu tom agora não sendo de total desprezo. — Tenho que ir embora.

Ele saiu. O Glee pareceu retomar o senso e o encarou com olhares raivosos.

— Kurt, você ficou louco? — exclamou Finn. — Ele poderia ter matado você!

— Agradeço sua preocupação, Finn, mas Blaine estava comigo o tempo todo. Foi ideia dele, aliás, e minha dedicatória da música também. — Kurt sorriu.

— A música fala sobre coxas de mulheres americanas — confundiu-se Puck.

— É mais que isso, Noah — retrucou Kurt. — É sobre alguém que não consegue tirar os olhos de outro alguém.

Quinn e Rachel se entreolharam e riram alto. Estavam lado a lado, a mão de Rachel apertando delicadamente a mão da outra. Finn foi o primeiro a notar a risada.

— O que foi? — perguntou sincero.

— Nada — respondeu Quinn, prendendo o riso.

— Muito bem, outra apresentação? — perguntou Will.

Foi a vez de Puck e Finn se levantarem. Quinn não havia notado que eles usavam casacos vermelhos iguais, a diferença sendo a letra nas costas: Puck carregando um J e Finn um B.

— Vão cantar Justin Bieber? — indagou Sam, lembrando-se de seu pequeno momento em que participou da “Bieber Fever”.

— Ele não é JB! — exclamaram Puck e Finn ao mesmo tempo.

— Enfim... — continuou Puck, pegando um violão. — Por esses dias eu estava ouvindo uma banda de irmãos muito boa chamada...

— Puck, eu já estive no seu quarto e sei que lá tem um pôster dos Jonas Brothers — interrompeu Quinn, causando uma rodada de risos, inclusive do professor. — Admita que goste deles.

— A questão — falou Finn, já sentando na banqueta à frente da bateria — é que achamos uma música deles que combina bastante conosco. Com o Glee.

Puck começou no violão e Finn logo o seguiu na bateria.

FINN

I woke up, on my roof, with my brothers

there’s a whale, in the pool, with my mother

PUCK

And my dad paints the house, different colors

Where would we be, if we couldn't dream?

BOTH

And I know

we get a little crazy

And I know

we get a little loud

And I know

we’re never gonna fake it

we are wild

we are free

we are more than you think

so call us freaks

But that's just the way we roll

PUCK

You've got moves, I've got shoes, let's go dancing

Pop and lock, battle dance, against Hanson

FINN

If we lose, all the girls, they'll be laughing

Where would we be, if we couldn't dream?

BOTH

'Cause we're old enough to know

we never let it go

'Cause I know

we get a little crazy

And I know

we get a little loud

And I know

we’re never gonna fake it...

— Você tá cantando junto! — exclamou Rachel num sussurro. — Você gosta mesmo dos Jonas.

— Não estou cantando! — replicou Quinn, mas traiu sua fala ao mexer os pés no ritmo da música. — We are wild, we are free, we are more than you think, so call us freaks...

— 'Cause that's just the way we roll! — Finn e Puck terminaram de cantar, observando Quinn levantar para terminar a música com eles.

— Desculpem-me — sorriu Quinn corando, voltando a sentar-se, enquanto Rachel rolava de rir ao seu lado.

— Fico feliz que alguém conheça essa música — disse Finn.

— Passamos do horário, gente — falou Mr. Schue. — Boa tarde e vejo vocês amanhã.

Os garotos cumprimentaram o professor antes de saírem. Rachel parou junto ao armário de Quinn. Tinha saído de mãos dadas com ela da sala do coral, e por onde estavam chamavam atenção. Também pudera: desde quando Rachel Berry e Quinn Fabray possuíam uma relação além de ódio?

— Vai fazer o que hoje à noite? — perguntou Rachel, se apoiando na porta aberta do armário de Quinn.

— Além de ficar sozinha na minha casa gigante e pedir comida chinesa? Nada.

— Que tal não ficar sozinha na minha casa gigante e comer do meu Macarrão à La Berry?

— Isso é um encontro?

— Só se você quiser que seja. — Rachel sorriu maliciosa.