Acordei. Sonhei com muitas coisas sem nexo, sem o mínimo sentido. Levantei da cama e comecei a andar, ainda havia um resquício de dor apesar do efeito do feitiço de Black já ter acabado.

Desci para tomar café da manhã com meu habitual sobretudo preto. Cheguei lá, estavam todos prontos pra sair.

- Draco, ainda de sobretudo?

- Mas nós não partiríamos só a tarde?

- Ontem, mas hoje o céu ta nublando e pode chover, quanto mais cedo formos, mais longe chegamos!

- Me deixa me trocar, já volto! Ah, Rony, Hermione, eu ouvi a conversa de vocês noite passada, não precisa mais esconder de mim, ok? – não parei pra ver, mas provável que eles tenham ficado vermelhos.

Corri me trocar e em 2 minutos eu voltei

- Só você?

- É eles foram na frente, me disseram que tem que fazer uma coisa antes...

- Uma coisa?

- É...

Saímos voando. Cerca de 3 minutos se passaram e nós vimos uma clareira na mata. Haviam duas vassouras pousadas sobre a grama. Uma Firebolt e uma Cleansweep 7. As vassouras de Harry e Rony.

- Descemos?

- Sim, se não passaremos deles.

Então descemos nossas vassouras até a clareira, mas eles não estavam lá. Provavelmente se embrenharam na mata. O que será que eles tanto procuravam?

Ouvimos vozes vindo da mata. Eram eles. Entramos na mata.

- O que você quer Harry? Já não basta o que aconteceu aquele dia? Você quer procurar mais confusão?

- Todos acreditaram Rony!

- Eles nunca vão entender.

- Eles não precisam saber...

- Às escondidas?

- Deixe–me terminar... Não precisam saber agora!

Dizendo isso Harry puxou o ruivo e deu um terno beijo. Ambos não perceberam nossa presença até o cessar daquele beijo. Eu e Hermione estávamos totalmente estáticos, boquiabertos e “idiotizados” naquele momento. Eles nos olharam com aquela cara de espanto, Harry ainda segurava o braço de Rony, da hora em que ele o puxou para o beijo. Algo, algo me incomodou naquilo. Será que eu era preconceituoso? Eu sou Sonserino não por acaso. Acho que... Será que eu passaria para o lado de Voldemort?

- Er... Eu posso explicar... – começou Harry.

- Cala a boca, Harry! Está na hora deles saberem! – Falou o ruivo com grosseria, parecia não suportar mais aquela situação.

- Já era de manhã. Vocês dois ainda dormiam feito duas pedras. Era de manhã, mas era muito cedo. Estava muito quente, eu e Rony tivemos a mesma idéia, sair para pegar um ar. Quando saímos de nossas barracas nos encontramos e fomos juntos caminhar um pouco para aproveitar a gélida bisa que soprava fora do inferno daquelas barracas.

- Nós acabamos sentados em uma rede estendida no meio de duas árvores, que você mesma, Hermione, conjurou. Harry se sentou primeiro e, por eu ser “levemente” mais pesado que ele, quando me sentei, sem um pingo de delicadeza, a rede subiu um pouco e o Harry caiu em cima de mim. Então rolou uma “química” e aconteceu um beijo... Depois inventamos aquela história da Cho para burlar vocês...

- Desculpem – nos. Vocês se importam se nós ficarmos juntos?

- Não... – falamos ainda uníssono, ainda meio abobadamente, eu e Hermione.

- Partimos então?

- Sim!

Confesso que foi estranho e constrangedor para mim, e pelo que pareceu para Hermione também, ficar voando vendo os dois se beijarem freqüentemente de cima de suas respectivas vassouras. Mas algo me dizia que não era preconceito que eu sentia. Só uma ponta de ciúmes, claro, agora eles vão ficar se esfregando e eu? Vou ficar sozinho, ou pior, com Hermione!