A Nova Heroina escrita por Babyi


Capítulo 7
A esperança já morreu




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eu olhava para tia Beatriz eu sentia como se fosse uma culpa, que eu não entendia. Teve um momento, por volta das oito da noite que eu dessisti. eu sai. Não tinha nenhum objetivo, principalmente, não queria dar um ataque cardíaco na minha mãe, como aconteceu mais tarde, mas eu conto isso depois.

No escuro eu era uma figura estranha descendo para o jardim, em direção ao parquinho. Com uma lanterna qualquer um veria que eu era uma garota deitada no escorregador, olhando o céu torpe, enlamasado e nublado. Alguem vinha se aproximando. O vulto parecia conhecido, mas minhas sinapses naquela hora não batiam.

—Eu sabia que estaria ai- A voz era suave e reconfortante. Eu fiquei fitando aquele vulto até reconhecer o Gustavo. Oque será que ele fazia ali?- Tenho uma coisa para você. Mas antes vamos para a piscina, minha mãe pode me achar aqui.

Eu me levantei e fomos até a piscina. Eu me sentei na parede oposta a da entrada, aonde eu podia ver o céu. Gustavo sentou do meu lado e tirou um pacotinho do bolso.

— É para você. Que não importa oque acontecer, você tenha um pouco de mim. - Eu olhei para ele e abri o pacotinho. Era o colar que eu havia visto na loja. Eu segurei meu cabelo e o gustavo colocou-o em mim. E enquanto olhava para a parede, notei uma câmera de segurança.

— Gustavo, vamos sair daqui. - eu me levantei em um impulso.

— Mas minha mãe nunca vai me procurar aqui.- Ele tambem se levantou.

— Se não for sua mãe, o porteiro pega. - Ele fez que lembrava com a cabeça e pegou minha mão. Ele me olhou por um instante e então ouvimos alguns passos. ele se virou para mim e murmurou “Oh droga, o vigia noturno”. O vigia noturno não era exatamente a pior coisa que nós podiamos encontrar, ele era um homem simples que fazia ronda no jardim e no parquinho, afim de evitar ataques surpresas. Mas ele nunca olhava as piscinas. então estávamos a salvo.

Mas derrepente eu me senti tonta e várias imagens passaram na minha cabeça como um flash back. Primeiro um vídeo caseiro em baixa definição que mostrava um passeio a cavalo de um menininho. a imagem parou e eu focalisei no rosto do menino, era parecido com o rosto do Navid mas tinha chamativos olhos laranja. Depois uma imagem minha no espelho, mas eu estava estranha. Meus lindos olhos castanhos estavam pretos, e a pupila brilhante negra. Em volta do olho aonde deveria ser branco estava vermelho, e eu no espelho parecia gostar da nova visão, que era um pouco mais estranha do que eu costumo ser. Por último eu- de novo- estava em uma sala amarela, com estrela da tempestade engajada em uma espada velha e inferrujada. Quem segurava a espada era Navid. eu estava com um corte na bochecha e o sangue escorria um pouco, mas o mais estranho foi a imagem estar congelada , como uma foto. E então eu acordei.

O Gustavo me segurava, eu estava jogada no chão. ele meio que me apertava.

— Quem tem olhos laranja? oque é estrela da tempestade?- ele perguntou. Eu me sentei encostada na parede.

— Independente do que acontecer, mesmo se eu morrer, vou me lembrar de você. O Navid quando criança tinha os olhos laranjas mais lindos que eu já vi. Eu sonhei que o Navid estava me matando.

— Quanto a isso...

— Meu destino é matar Navid, sei disso. Você não irira entender, mesmo se explicasse. Navid é uma ameaça maior que um menino com uma espada. Ele tem a funçao de me matar para espalhar caus no mundo.- Ele me olhou de um geito estranho.- Viu, já tá achando que eu sou uma doida.

— Gustavo. Gustavo.- Era a voz da mãe dele. ele pegou minhas mãos e disse:

— Te amo,ok? e se depender de mim, você não vai morrer.- Ele me beijou. Era um adeus “Ah, se ele soubesse. ”  Pensei. POr mais que o Gustavo e o Calouro tentassem ajudar, o Navid iria mata´los a sangue frio de qualquer geito, e então seriam mais duas vidas perdidas. Se eu contasse para minha mãe, ela ia usar todo o dinheiro da minha faculdade para pagar um tratamento pscicológico. A única que poderia fazer idéia do que vai acontecer seria tia Beatriz, e não porque eu disse para ela, mas sim porque ela tem a irritante habilidade de ver o MEU destino.

O Gustavo soltou minha mão. Ele foi se afastando devagar, e deu uma última olhada para mim. “Como eu não percebi antes?” Ele estava escondendo alguma coisa, e não sei como, sabia que era sobre esse caso do Navid.

— Gustavo! - A mãe dele chamou de novo. Dessa vez ele definitivamente se foi.- Gustavo! Queria dar um ataque cardíaco na sua mãe? Você está de castigo para o resto da vida! Só para começar! Vamos conversar baixinho quando chegarmos em casa.- E então não se ouviam mais vozes. Definitivamente ele devia estar de castigo, e eu sozinha.

Eu fiquei um tempo tentando achar qualquer estrela perdida. Meio que abraçando o meu colar, e tentando lembrar de segundos antes: O Gustavo me envolvendo em seus braços, em uma preocupação deliciosa e apaixonada. Sua face um pouco estranha, como se oque estivesse fazendo não fizesse parte do plano. Mas que plano?

Eu decidi subir. Silenciosamente eu abri a porta do elevador, um funcionário estava limpando.  Ele me olhou com a pior cara de desgosto que já vi na vida.

— Crianças, como eu odeio crianças.- Ele jogou o pano no chão, e eu me senti cada vez pior pelo oque aconteceu.

— Ei, eu limpo se você quizer.- Tentei ser legal. O cara estava assim por falta de opção, provavelmente nunca sequer chegou perto de uma faculdade e eu sempre estava complicando a vida dele, então, porque não ajudar?

— Hã, ok...- Ele saiu do elevador, como se eu fosse a primeira pessoa que  se oferecesse para ajuda-lo. Eu queria saber que horas eram, queria que fosse cedo e eu pudesse voltar para a casa sem ter que tocar a campainha e incomodar minha mãe- Na minha casa, meus pais trancam a porta depois das nove. Na verdade o maior problema não era incomodar, mas a bronca que ela ia me dar. Enquanto o elevador subia, eu ia me preparando psicologicamente para a zorra que ia se tornar minhas férias depois disso.

Enfim quarto andar. Eu desci do elevador, e ele logo se moveu para pegar outro passageiro. Eu me virei, fazendo careta como se o elevador estivesse me abandonando. E então andei até a porta de casa.

Parei diante do número 42, meu lar. Fitei um pouco os desenhos da madeira, e minha mão começou a formigar, como se fosse o certo a fazer mas tambem fosse difícil. Nunca pensei estar com medo de entrar em casa. Toquei a maçaneta ruidosamente, eu teria que fazer isso, mais cedo ou mais tarde. Apertei meus dedos sem fazer nenhum ruído, e então silenciosamente com uma vibrada a maçaneta virou. Eu abri uma fresta, e depois terminei de abrir a porta. A sala já estava em silêncio e escura.

Passei pelo sofá tentada a sentar e ver tv, mas não, eu precisava dormir. Eu quase cheguei ao corredor quando uma voz chamou:

— Quem pensas que é?- Era minha mãe. A voz vinha do sofá, e estava meio abafada.  Resisti ao impulso de dizer ser Reyna, mas por pouco que eu disse.

— Mãe eu...- Antes de terminar eu fui até a sala e acendi a luz. Uma figura no sofá estava sentada, mas não era minha mãe. Primeiro jurei ser Navid, mas depois percebi que era mais magra e esbelta. Não era minha mãe, mas eu tinha uma idéia de quem era.

— Re...- Eu engasguei.- Reyna?

— Vamos, não é assim uma novidade tão ruim. - Ela disse. Na mesa de centro surgiram velas e um pequeno banquete, que não juguei muito seguro. - Os outros estão a dormir. Temos tempo para convesar. - Ela gesticulou oferecendo um lanche, mas eu recusei.

— Oque faz aqui? - Eu estava literalmente boiando. A sala de estar entropesseu- se e então tomou forma de um grande salão. Tinha paredes amarelas e janelas grandes e vistosas, de onde eu podia ver um imenso jardim, com uma fonte central. A sala estava vazia, exceto por um quadro entre duas portas. Mas ele estava coberto.

— A chave está aqui. - Pensei que se referia ao quadro. Não sei oque falou, se foi a curiosidade ou talvez  uma das “intuições” que me tinham atacado várias vezes durante os outros dias. Eu me aproximei do quadro e estava tocando o lensol, então comecei a puxa-lo com cuidado para o quadro não se desprender. - Assista mas não interfira.

Eu parei de puxar o quadro, resistindo ao impulso. E me virei. Estava sozinha novamente. A sala estava vazia e silênciosa. Sentia que se fosse a janela saberia minhas respostas, mas antes de isso acontecer, uma cena criou- se na sala.

Reyna, muito mais nova estava com a espada engajada com alguem, que eu sentia, era muito poderoso. Ela girou, caiu no chão. Sua espada inalcansavel. A criatura pegou uma bola, o mesmo artefato que eu vi no museu, e murmurou algumas palavras. Uma luz me ofuscou, e quando tudo voltou ao normal. A imagem tinha-se ido, eu estava novamente abandonada na sala. Então Reyna, como eu conhecia voltou.

— É doloroso rever  isso. Milenios e milenios tentando mudar, mas a sala é sempre a mesma. Não importa aonde estejamos, quem eu seja, os anos que forem... O mal é sempre o mesmo. - Eu fiquei fitando aquela expressão de dor. Ela olhou para mim, sem esperança.

— Esperança é sempre a última que morrer. - Eu disse. Ela voltou a fitar o vazio.

— Sempre morre depois da pessoa. Não é?

—  Sim.- Eu já previa oque ela ia falar, mas deixei-a continuar.

— A questão é: Eu já morri.

— Mas eu sou você, ou pate de você e não estou morta. Ou será ao contrário? - Eu olhei suas feições, parecia o tipo de pessoa que eu não queria como inimiga. Ela me olhou e estendeu a mão. Eu a toquei e a senti gelada. Outra visão se passou pelos meus olhos:  Estava em um campo de areia algumas pessoas humildes trabalhavam em algo, talvez uma casa. Eu olhei para o lado procurando por Reyna, e apesar de não ve-la, eu podia sentir seu toque gelado. Eu entendi, ela queria que enfrentasse isso sozinha.

A imagem começou a tremular- grande novidade- mas não era só a minha visão, o chão estava tremendo. Os trabalhadores fugiram sem saber oque estava acontecendo, mas eu fiquei parada. Houve uma onda cada vez maior de calor, e estava chegando perto de mim. Alguem em um cavalo chegava com uma coisa em mãos. Era brilhante demais para eu defini-la, mas tenho certeza de que era uma bola ou algo parecido. Um menino vinha atrás, com um bastão nas mãos. Suas roupas estavam rasgadas e respingadas de lama- algo que um dia foi uma blusa branca, não teria mais geito. Ele dizia alguma coisa, mas eu não pude entender.

Derrepente a luz aumentou e ofuscou meus olhos, o meu ombro começou a latejar e eu só tive tempo de ver o menino morrer. A bola parecia proteger o homem no cavalo como um círculo protetor, mas ele pareceu meio cansado.

O calor na minhã mão tornou-se mais intenso. E Reyna apareceu do meu lado.

— Esse foi o último a morrer. Era forte, grande guerreiro. Um bom garoto. Mas não conseguiu, lutou o máximo que pode e foi vencido pelo cansaço.- Seu rosto expunha um pouco de culpa e medo.- Mas agora, já chega. Até minha guerreira mais forte precisa descansar.

De novo tudo começou a brilhar e eu não lembro de mais nada.

 

 


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