Fiquei calada por alguns segundos apenas olhando pro espelho, eu fazia alguns movimentos de surpresa e incrivelmente o reflexo repetia perfeitamente.

— Isso é macumba! — Falei pra mim mesma passando a mão pelos cabelos cor de bronze. Seria melhor fazer uma resa rapida... Corri de volta ao meu quarto e peguei o terço em cima da estante.

— Meu deus... — Lembrei que não sabia rezar terço, então preferi improvisar. — Tira essa macumba do meu corpo! Não faça com que eu tenha a cara do demonio estampada em meu rosto, DEUS É MAIS! — Alterei a voz na ultima parte enquanto olhava pro teto.

Como se Deus estivesse escutado meu aviso, o celular tocou. Eu corri em direção ao aparelho o levando a orelha rapidamente.

— DEUS OUVIU MEU CHAMADO, AMÉM! — Falei um num alto.

Escutei a gargalhada do outro lado da linha, e essa gargalhada era muito parecida com a minha!

— Escuta Swan, acho melhor você vir me encontrar no centro em vez de ficar rezando ou fazendo macumba! Seila o que... E também acho bom me esclarecer essa porr@ que você fez com nós dois! — Era minha voz.

E só aquele "porr@" no meio da frase me fez lembrar do Cullen.

— Quem é?! — Perguntei rapido.

— Quem você acha que é? Vai tomar no toba garota! Me encontra logo na porr@ do centro. — Desligou o telefone.

Agora eu tinha certeza, era o Cullen! E ele se encontrava na mesma situação decadente que eu.Joguei o celular na cama e olhei minhas roupas, reparando na roupa feminina super apertada em "meu" corpo. Bufei, o unico homem da casa era Charlie... E suas roupas, devo dizer que a maioria é uniforme de trabalho. Bem ja que esse era o unico jeito, me direcionei a porta do quarto. Teria que tomar cuidado para não acordar ninguem, principalmente as pirralhinhas ao lado, então na ponta dos pés passei pelo corredor e logo abri com cuidado a porta do quarto de meus pais. Senti uma ancia terrivel quando vi a camisinha usada no chão, tive que colocar a mão sobre a boca. Caramba teria que apresentar o lixo pra eles?

Tive que colocar a mão sobre a boca enquanto entrava no quarto, olhei pros dois, dormiam profundamente e a coberta graças a Deus do me livre do tralma cobria seus corpos. Eu me apressei para chegar no guarda-roupa, ja conhecia a parte de Charlie então abri a parte certa do movel.

— MÃOS PRA CIMA! — Escutei o grito de Charlie, eu dei um pulo mais logo levantei minhas mãos, e me virei devagar preparada para morrer.

Não foi o que eu esperava, Charlie apenas se virou para o outro lado da cama dormindo tranquilamente. Droga, ele fala dormindo!Bufei o mais baixo que pude e me virei pro guarda-roupa novamente peguei a primeira roupa que vi logo tirando uma cueca com nojo junto.

O que eu fiz pra merecer isso senhor? Dei uma olhada pro teto enquanto pensava, sai do quarto o mais rapido que pude enquanto Renée berrava algumas falas de uma novela mexicana no qual acompanhava. Por sorte Charlie apenas se mecheu na cama, ele deveria estar acostumado com tudo isso. Fui direto pro meu quarto tirando as roupas esgarçadas e vestindo a cueca, eu não olhei pra baixo enquanto fazia estas coisas, a ultima coisa que eu queria agora era ter que dar de cara com o Edward Junior. Após colocar a cueca com muito esforço comecei a vestir as fardas de Charlie me atrapalhando em praticamente tudo, mais logo fechei os ultimos botões e me olhei no espelho e simplesmente fiquei sem palavras, não era o que puto ficava bonito de uniforme policial? Desci uma mão pela barriga e sem querer esbarrei na "beringela", soltei um berrinho fino e a figura no espelho de transformou de um macho sexy para um completo boiola. Tive a imensa vontade de rir, mais reprimi colocando a mão sobre a boca.

A unica coisa que tinha que fazer agora era dar um jeito de sair daqui... Então vi a porta se abrir e por um momento penser ser um demonio, uma praga! Me afastei o maximo que pude prendendo a respiração, até que três crianças entraram no quarto me olhando com curiosidade. Sim, ali estavam Bianca, Amy e Claire!

— Papai? — Perguntou Bianca grogue, ela levou a mãos ao rosto coçando seus olhos. Seria fofo, se não fosse a pestinha da minha irmã ali.

— Filha... — Percebi que a voz havia saido fina demais.

— Tio Charlie, ta rouco? — Amy me olhava com os olhos apertados.

— Ele ta com voz de menininha! — Claire colocou a mão sobre a boca, fazendo expressão de surpresa.

Olhei pra janela com a vontade de pular pra fora daquele quarto.

— Vão pra cama, esta cedo demais. — Deixei minha voz a mais grossa que pude.

Bianca abaixou as mãos fazendo bico.

— Mais eu to com fome papai!

— Tio Charlie da pirulito! — Claire correu em minha direção puxando a barra de minha calça.

— PIRULITOOO! — Amy berrou levantando os braços.

— Shiu! Vão todas pro quarto, eu vou buscar varios doces e levar para lá depois, mais pra isso vocês tem que ficar quetinhas... — Sussurrei não me importando com a voz meio afinada.

Elas se olharam com um sorriso largo no rosto e logo correram pra fora do quarto, assim que fecharam a porta soltei um suspiro aliviado.

Olhei novamente para a janela, a sim, eu infelizmente teria que fazer isso. Me aproximei do infeliz destino passando uma perna e acabei ficando sentada entre a janela, sentindo uma dor terrivel no meio de minhas pernas, soltei um gemido de dor e olhei pra baixo vendo que meu pinto estava sendo esmagado.

— Caramba isso dói! — Falei sufocada. Mordi o labio com força passando a outra perna enquanto me segurava na janela, soltei um suspiro ao me livrar daquela terrivel dor.

Olhei pra baixo e senti meus olhos irem pra fora ao reparar na altura. — Eu quero me matar — falei baixo para não acordar ninguem, na verdade a minha vontade era de gritar pra Deus e o mundo ouvir.

Me segurei firmemente enquanto me estrepava na parede andando em direção a um cano na lateral da casa, varia que nem nos filmes, se saisse machucada o problema era do Cullen, o corpo é dele mesmo!Após chegar perto o suficiênte do cano me segurei nele, e cedo demais - pelo menos para mim - meu corpo deslizou enquanto o ruido saia da sola de meus sapatos e minha mão esquentava, eu reprimi a vontade de tira-las dali, era minhas mãos ou o corpo inteiro pro saco. Assim que senti meus pés no chão em simplesmente me joguei no gramado, olhei a palma de minhas mãos, completamente vermelhas e fiz um bico enorme com vontade de chorar pela dor.

— Eu não vou chorar! — Disse pra mim mesma me levantando contra a vontade.

Olhei pros lados, agora era só ir de encontro ao Cullen e acabar com essa gororoba toda que me meti. Comecei a andar o mais rapido que pude, o barulho que meus sapatos faziam no chão era pior do que plataforma de mulher, tentei pisar de modo mais "delicado" eu tentei, mais foi em vão.

Já proxima ao centro notei varias mulheres me olhando com um certo interesse... Realmente elas tinham vento na cabeça, nada mais.

— Ui policia, me prende. — Sussurrou uma loira ao passar em meu lado.

Eu franzi os labios sentindo nojo, tentei ser o mais fazer gestos mais gay's possiveis, e isso não afastou a urubuzada.

Balancei a cabeça e assim que cheguei ao centro de Forks, (um lugar que deveria ser movimentado, mais era pior que enterro, acredite) olhando para os lados, reparando em uma figura de costas pra mim, esparrachada em uma cadeira de restaurante, os cabelos bagunçados com um boné laranja berrante e moletom estremamente grande num tom azul marinho. Eu não pude acreditar que aquele ser alí seria eu! Me aproximei devagar, a garota pareceu escutar meus passos - afinal quem não escutaria? - e virou o rosto em minha direção, congelei aonde estava ao reconhece-lo.