Ao Avesso escrita por Annye


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

- Oh meu Deus, você ainda existe?
Alô, alô, Terra chamando. Existe alguém aqui ainda?
— Nossa autora, você desapareceu!
— Sim, pois é, eu sei.
— E você voltara a atualizar essa fic?
— Yep!

Aproveitem o capítulo, e boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/150077/chapter/3

– Eu fiquei gorda com essa roupa? – Jessica perguntou.

– Não, você ficou gorda com aquela rosquinha gordurosa que você comeu. – disse Lauren maldosamente, revirando os olhos e saindo do closet, me fazendo rir de suas palavras.

Já estávamos na mansão de Lauren, fazendo todo um ritual de beleza para a festa logo mais. Iriamos chegar à festa, por volta da meia noite, mas combinamos um esquenta em um bar antes.

– Ah, acho que vou mudar de vestido... – disse Jess, já indo atrás de suas coisas.

– Não adiantaria Jessica. Daqui a pouco os meninos chegam, e se você mudar esse vestido terá que mudar tudo. Então para de complicar, pois já sabemos que quem chamará a atenção nessa festa, sou eu. – disse com superioridade, mas colocando um sorrisinho no rosto para parecer simpática.

– É... Você está certa... – eu via que ela estava bem contrariada, mas tanto faz, eu não me senti nem um pouco mal por minhas palavras.

– Bella, seu celular não para. Desliga logo, ou atende. – disse ela impaciente ao retornar ao closet, trazendo consigo o aparelho. Foi minha vez de revirar os olhos.

– Ok. Vou atender logo essa porra. – eu disse pegando o celular de sua mão, e olhando no visor. Obviamente, era minha mãe. Respirei fundo, controlando minha voz, e atendi. – Alô? – atendi me fazendo de desentendida.

– Isabella Marie Swan. Se você não chegar em casa em cinco minutos...

– Você o que? – cortei Renée, desafiando-a. Ela bufou do outro lado da linha.

– Não sei Isabella. Não sei. Você é tão absolutamente incorrigível que estou por um fio de desistir de você. – meu olhar iluminou-se naquela hora. Era uma permissão? Finalmente ela deixaria eu ir para Califórnia?

– Tia Esme sabe cuidar bem de mim. – Eu disse, jogando a maior direta que podia.

– Não, não será do seu jeito, querida. Estou prestes a te colocar naqueles malditos colégios internos. Talvez te mandar para um internato na China. Eles devem ter algum bem rígido lá, e eu aposto que conseguiria te manter ali até os vinte um. – ela ameaçava-me, como já havia feito várias vezes. Mas eu sentia que a cada palavra ela escondia um pouco de medo. Não adiantava o quanto ela falasse, ela jamais me afastaria dela, uma vez que a imagem dela é ligada a minha. Então era hora de minha cartada final.

– Ótimo, então arranje o número e pegue meus documentos. A partir de hoje você com certeza irá me mandar para um internato, isso, se eu não for presa antes. – eu disse em tom vitorioso, fazendo com que ela assumisse um tom alarmista.

– Como assim? O que você está planejando, Isabella?!

– Amanhã você verá na primeira capa de entretenimento do The New York Times. – disse encerrando a ligação, não antes de ouvir Renée praguejando meu nome.

– Terminou a discussão? – perguntou Lauren sarcasticamente.

– Não que seja de sua conta, mas sim. – respondi no mesmo tom ácido.

– Gente, Mike e Tyler estão lá embaixo. Partiu? – disse Jessica com aquele jeito animado que encobria sua falsidade.

– Vamos. – disse por fim.

Aquele carro estava absurdamente apertado, considerando que todos nós tínhamos carro. Eu estava dirigindo meu carro, no entanto, Tyler, Mike, Lauren e Jess pegavam carona comigo. Era ridícula aquela superlotação, porém, Tyler e Lauren estavam já se pegando lá trás, e Mike ficava dando em cima de mim, no banco do passageiro, enquanto Jessica segurava vela, toda emburrada, porque Mike estava com o foda-se ligado para ela.

Chegamos ao bar, e lá já estavam uns amigos mais velhos de Tyler. Assim que cheguei já identifiquei minha presa: loiro, alto, olhos verdes, direito em Columbia. Ele não iria conseguir nada de mim, é claro, mas servia para perder meia hora.

– Aquele é meu. – sussurrei baixo para Jessica, mas olhando diretamente para ele, que quase instantaneamente respondeu meu olhar. Dei um sorrisinho, e ele levantou uma sobrancelha, me correspondendo. Seria fácil até demais.

– Nesse caso, Mike está livre? – perguntou Jess, me fazendo cortar o contato visual com o gatinho universitário. Revirei os olhos.

– Que seja, é todo seu! – respondi, já procurando um lugar para ficar perto dele e não ligando a mínima para Mike, Jessica, e todo esse drama inútil. Tyler se aproximou da mesa, causando grande euforia nos presentes. Logo colei nele, esperando que nos apresentasse, e assim ele o fez.

– Ei galera, esse é Mike, mas vocês já conhecem esse cuzão. Agora apresento essas três raridades: Jessica, Bella e minha gatinha, então podem tirar o olho, Lauren. – Ele disse apontando para cada uma de nós, e eu, fitava descaradamente o gatinho. Depois de muito barulho, alguns assovios e aqueles comentários de meninos quando veem gostosas, eu decidi ir ao bar. Como esperado, o gatinho me seguiu.

– Oi, Isabella, certo? – ele disse me cumprimentando.

– Pode me chamar de Bella. E você, tem nome? – disse com um sorriso malicioso no rosto.

– Chace. Posso pagar um drink para você? – perguntou de forma galanteadora.

– Um apple martini. – respondi direto para o barman.

– Eu quero um uísque duplo. – ele pediu também. Sorri ao ouvir.

– Pela bebida, já sei que você tem um gosto bem refinado. – disse, me aproximando um pouco mais dele.

– Olhando mais de perto, percebo que talvez você não tenha idade suficiente para beber. – ri daquilo. Ele sabia muito bem que eu tinha a idade de Tyler, logo, duvido que ele importava-se com isso. O barman colocou nossas bebidas no balcão, e eu logo peguei a minha.

– Então, você gosta de dançar? – ele perguntou, e eu tive que me segurar para não revirar os olhos. Era tão gato, por que não poderia ter bom papo?

– Não o faço com frequência, mas hoje especialmente estou louca para dançar. – disse com um olhar bem sugestivo.

Ficamos naquele chove não molha até Jessica vir falar que estava na hora de ir. Ia me despedir de Chace com um beijo na bochecha, mas ele me segurou pela cintura e depositou um beijo na minha boca.

– Então, nos encontramos na balada? – ele perguntou.

– Você já sabe, estarei na pista de dança. – respondi, partindo.

Eu preferi não dirigir, uma vez que estava me sentindo um pouco tonta, então quem o fez foi a Jessica. Dessa vez quem ficou de vela fui eu, mas sabendo que logo mais pegaria um gostosão na balada, nem liguei.

Se eu estivesse sóbria, odiaria aquele lugar. Aquelas luzes, aquela gente se esbarrando, aquela música alta... Minha definição de pesadelo. Porém, já inebriada, era impossível não curtir.

As coisas melhoraram ainda mais, quando Chace me encontrou. Ali, quase no escuro, com uma música excitante e comigo não oferecendo resistência nenhuma, ele me agarrou com força, não só para me beijar, mas para evitar que qualquer outro me chamasse para uma “dança”. Ficamos hora nos pegando, hora dando beijos bem quentes, hora dançando colados, tudo regado a muita bebida, é claro.

O problema começou quando ele me chamou para o “cantinho”. Eu não iria mesmo dar para um amigo do Tyler, numa balada, não interessava o quão gato ele era. Então quando ele começava a me arrastar, eu empurrava um pouco ele. Ele até tentou falar comigo, mas a música estava muito alta, e eu estava absolutamente tonta. Em algum momento da noite, ele percebeu que não ia rolar mesmo, então ele sinalizou que ia pegar uma bebida para gente. Aquela seria a despedida, então apenas assenti, e o puxei para um último beijo. Valeu a pena gastar mais de meia hora.

Eu não estava em condição nenhuma de dirigir, mas meu carro era o único lugar que eu conseguia pensar naquele momento. Pensei que iria ficar ali até amanhecer esperando pelos outros, mas para minha total surpresa, os quatro é que me esperavam.

– Terminou de se divertir? – falou Jessica, toda irritada.

– Eu sim, mas pelo visto você não. – retruquei com o que restava de sarcasmo no meu corpo exausto. Eu odiava festas, não servia para essas coisas...

– Bem, vamos logo. – Mike disse, entrando no carro, e nós o seguimos.

– Espera! – gritou Jessica – Quem vai dirigir?

– Olha, não estou a fim. – respondi, e logo fui cortada por Tyler.

– Eu dirijo.

– Você “tá” bêbado! – ela reclamou, sendo a única a ainda estar fora do carro. Lauren estava desmaiada no banco traseiro, ao seu lado estava Mike, também quase dormindo.

– E você está sóbria? – ele perguntou irônico – Eu dirijo carros desde os doze, também piloto jet sky e helicóptero. Então menos, e entra no carro. – minha consciência tentava falar algo para mim, mas minha cabeça doía tanto que era impossível entender.

– Eu não gosto nada disso! – Jess falou, acabando com o que restava de minha paciência.

– Eu não gosto de trigonometria, mas tenho que estudar. Sobe logo nesse carro e cala a boca! – Eu fiz esse chilique, e ela ficou quieta e entrou no carro.

Tyler deu partida no carro, e eu senti pontadas mais fortes na minha cabeça. Ninguém tinha me reconhecido naquela porra de balada, tampouco no bar. Logo, eu não iria parar na imprensa. Renée ficaria no máximo, chateada com o que eu fiz, mas não puta, como eu queria.

Ao me lembrar de Renée, senti uma vontade de conferir meu celular, ele estava no chão do carro, dentro da minha bolsa. Como estava sem cinto, abaixei facilmente, batendo minha cabeça no caminho. Porra Tyler, não sabia nem guiar a porra de um carro. Peguei minha bolsa do chão, e me acomodei de volta no meu lugar, pondo o cinto de segurança. Tyler era um animal, e eu não aguentava mais nenhuma dor em minha cabeça.

Abri minha bolsa, e quando olhei meu celular, tinham inúmeras ligações perdidas. Além das da minha mãe, havia de minha madrinha, e provavelmente da sexta brigada de incêndio de Nova York – Phill, bombeiro chefe desta brigada, é fã número um da minha mãe, com certeza faria a ela o favor de me procurar e intimidar, sem envolver as páginas marrons.

A mistura de bebida, de repente me deixou insana. Meu coração apertou, minha cabeça latejou, e acho que lágrimas escorreram. Eu vi minha mãe, e senti algo. Pena, talvez?

Eu não tive tempo de pensar, pois logo ouvi um guinchar me tirando toda a linha de pensamento. Tudo que eu via eram flashes.

Um caminhão. Lanternas altas. Eu virando o rosto para o lado. Tyler em desespero, sem conseguir girar o volante. Minha boca tentando abrir, sem fazer nenhum som. Eu virando meu rosto para trás. Jessica, Lauren e Mike com olhos arregalados. Impacto. Um corpo voando. Meu corpo amaçado. Dor. Muita dor. Cansaço entorpecente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Depois de muito tempo, não sinto que é um capítulo satisfatório (em tamanho). Mas é justamente como eu imaginei. Vou finalizar essa fic até o fim das férias, então, espero que acompanhem :)

Reviews?