A Proposta. escrita por larafrancoo


Capítulo 10
A Fogueira




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BELLA – POV

— Poxa Bella, quando você vai cansar de me atazanar? — Edward perguntou com a voz embolada. Demorou só alguns minutos para tirá-lo de lá.

— Só quando você parar de dançar que nem um maluco. — eu ri, sentando na areia em frente à barraca dele. Os meninos haviam dado um banho nele para ver se melhorava, mas não estava surtindo efeito. Pelo menos ele não vomitava. Ainda.

— Você que saber o meu dia? — ele riu, soluçando.

— Não quero não. Quero que você durma para eu me livrar de você. — o empurrei para dentro da barraca, rindo.

— Mas eu conto assim mesmo. — ele riu e deitou no colchão inflável. — Você sabia que eu ganhei um urso de pelúcia na prova da comida? Só que eu o deixei em algum lugar, não lembro direito. Foi tão divertido hoje! — soluço. Eu me sentei do lado do seu colchão, rindo. — E também teve uma garota que se chamava Dingo Bell — ele sorriu. — Agente ficou muito... legal.

— Não existe uma garota com um nome desses Edward. — eu falei persuasiva.

— Existe sim, me lembro muito bem. — ele fechou os olhos e torci para que dormisse. Porém ainda de olhos fechados, sussurrou. — Bella?

—Sim? — sussurrei de volta.

— Por que você está sussurrando?— ele abriu os olhos, elevando a voz.

— Era por que você... O que você queria me falar mesmo? — eu ri, mudando de assunto.

— Me pergunta se eu sou um arroz. — ele riu, olhando para mim. Revirei os olhos. — Pergunta! Pergunta! — Ele cantarolou feito uma criança.

— Você é um arroz? — fiz uma voz  de tédio, colocando a mão na testa.

— Sim, eu sou um arroz. — Edward apontou para si mesmo. — Agora me pergunta se eu sou um feijão.

— Pelo amor de deus Edward, vai dormir! — eu falei, exasperada.

— Vou dormir, é só você me perguntar se eu sou um feijão.

— Você é um feijão?— rolei os olhos.

— Não, eu sou um arroz. — ele riu e depois bocejou.— Um arroz com muito sono.

Cinco minutos depois, Edward estava roncando e cheirando a bêbado.

—Um arroz que nunca mais vai beber na vida perto de mim. —falei fechando o zíper da sua barraca, olhando no relógio. Meu irmão Theo mexia em alguma coisa na barraca dele, pois só suas pernas estavam de fora. Quando ele colocou finalmente o corpo todo fora da barraca, vi que ele trazia consigo um saco de marshmallow’s.

—Hey Bonita! — Theo riu com o apelido que me chamava desde os três anos.

— Hey Theolemarketing! — eu ri.

— Vai aí um marshmallow?  Se bem que os prefiro muito assados, depois daquela vez que o George enfiou dois no nariz, feliz da vida porque tinha passado de ano. — ele fez uma cara de nojo.

— E então ele repetiu isso quando passou em todos os outros anos. — eu o lembrei, rindo.

— Não me diga isso. Graças que ele não veio este ano para nossa reunião de “motochatos”.— Leo fez aspas no ar, imitando como George os chamavam.

—Por que eles não vieram? — perguntei, me referindo aos meus irmãos que faltavam ali.

—Ah, O George, você sabe, virou médico comunitário e essas coisas. Quase não o vimos. — O Theo era mais próximo ao George, mesmo que ele negasse nós sabíamos. Assim como eu era mais próxima ao Freddie. — Logan virou um modelo famoso, e não liga mais para nós.— ele riu. —e o Alex... bem, agora o Alex é Alexandra. — ele riu, desconcertado.

—Ah, não fale assim dele! Ele era o único que brincava de boneca comigo. — eu sorri.

— Então foi culpa sua! — ele riu.— de qualquer forma, ele ainda fala com a gente. — ele se sentou nos bancos de piquenique perto da sua barraca, eu o acompanhei. — só que diz que não vê mais graça nenhuma em ficar com as pernas doloridas nas férias. Ele mora em Las Vegas com o namorado dono de um cassino.

—Ele se deu bem! — eu ri. — Quanto tempo eu passei fora? Oito anos? Vocês mudaram muito em oito anos.

Você mudou muito em oitos anos, Bonita. — ele sorriu, pegando meu cabelo longo. — Lembra quando você tinha dez anos e tinha um cabelo curtinho no ombro e franjinha?

— Não, não iremos entrar em sessão nostalgia agora! — Dei um tapa em seu ombro, rindo.

— Ireemos sim. — ele cantarolou, puxando o “e” — você era tão mandona! Eu tinha, sei lá, treze anos e você mandava como se fosse a tia Kate. “Theodore Locke! Venha aqui agora! Arrume a bagunça que você fez no meu quarto. Cadê a minha meia da sorte? Foi culpa sua!” — ele riu, imitando a minha voz.

— Ei, não falava assim! — Bati de novo nele. — Você me atormentava muito, por isso que era sempre culpa sua. Eu descontava em você tudo que a tia Kate me fazia aguentar com o Leo. “Não Ise! Deixa o Leo, ele é pequenininho” — eu ri. Uma garota apareceu ao longe. Theo acenou para ela.

—Tenho que ir, Bonita. Você não vai para a fogueira?

A fogueira. Meu deus, eu marquei com o Dave de encontrar ele lá!

— Na verdade vou. Para que lado é? — perguntei, rindo.

— Bom é andando direto pela praia até o centro do camping. Freddie está ajudando a arrumar se não o chamaria para te fazer companhia. Aliás, não quer vir com a gente? — olhei para a garota emburrada pela demora.

— Na verdade, não. Não quero atrapalhar. — balancei a cabeça e Leo pareceu considerar.

— Tudo bem. Mas vou deixar passar por que isso tem cara de homem. Bonita, Bonita... — ele cantarolou, correndo até a garota emburrada.

O pôr-do-sol me encontrou caminhando pela praia em direção ao centro do camping, onde estava a fogueira.  Ele estava frio. Os últimos raios de luz do dia dançavam finos e fora das nuvens deixando a coloração do oceano laranja, azul, rosa e azul pastel. O mar calmo e esticado á minha frente, dançando como um caminho para o paraíso. Segui por onde Theo me indicou, facilmente encontrando a enorme fogueira estalando ao longe, e várias pessoas dançando, tocando violão e assando marshmallows.  Consegui chegar até lá, desviando de algumas pessoas bronzeadas. Então ri ao dar de cara com a pessoa que se esbarrou em mim. Desta vez ele não caiu.

— É algum tipo de saudação de onde você mora? —ele riu, brincalhão.

— Hey Dave! — Sorri, enquanto ele me abraçava inesperadamente. Ele olhou a minha blusa branca colada com o short jeans, sandália e cabelo preso em um rabo de cavalo, com algumas finas ondas que se desprenderam por causa do vento caídas no meu rosto.

—Hey Bella! Você está linda. — ele piscou para mim.

Dave era natural, de riso fácil e olhos azuis encantadores. Não havia como não gostar dele. E foi isso que acabou acontecendo, depois de algumas horas que conversamos, desde o show até aqui. Eu havia gostado muito de Dave.

— Obrigada. — eu sorri. Ele me guiou até uma mesa onde estava sendo servidas as comidas.

Havia marshmallows, aqueles mini milhos estranhos que são tão confusos e nem tem gosto de milho, eu enchi meu prato pegando um pedaço do que parecia e cheirava como pão recém-assado, então fui para o lado de Dave.

— Então Dave, — falei assim que tinha mastigado um pedaço de pão. Dave estava assando um marshmallow quando olhou para mim. — Onde você mora?

— Em Londres, — ele sorriu. — mas estou estudando em Yale, agora.

— Sério? — falei, em um tom animado. — Eu também estudo lá!

— Sério? — ele riu, por estar me repetindo. — em que curso?

— Direito, e você? — eu sorri.

— É muita coincidência. — ele balançou a cabeça, rindo. — mas eu estou acabando já, oitavo semestre. Eu te conheço. Você é uma das líderes de torcida de lá não é?

—É sim, por quê? — eu perguntei, sorrindo.

— Porque que já vi você lá. Meus amigos sonham com vocês, cara. Se eu contar que conheci uma, eles não vão acreditar! — ele riu e eu corei.

—Estou no sétimo semestre. Ou melhor, estava, mas isso não importa. Você quer trabalhar em que área? — sorri ao ter alguém com que conversar sobre o assunto. Rose era minha colega de faculdade, porém ela estava muito longe. Dave me fez lembrar que a vida que tenho fora das férias é real. O que não torna este verão um sonho, por mais que eu esteja relutante em pensar.

A fogueira não estava mais tão alta como quando eu cheguei e algumas pessoas já haviam saído para dormir ou fazer qualquer outra coisa que as pessoas fazem no escuro. Ao longe se via Freddie com uma garota loira bonita e Leo dormindo em cima da barriga de um cachorro, que estava mordendo o seu protetor solar ainda. Theo parecia ter sumido com a sua garota emburrada e o resto dos garotos estavam acompanhando as músicas que John tocava no violão que dava para ouvir a música em um tom baixo. Havia mais ou menos vinte pessoas, a maioria casais se beijando ou rippies saudando as estrelas. Ah, as estrelas. O céu parecia transbordar delas hoje. Tão longe, tão brilhantes, tão lindas.

— Bella... — ele pareceu medir as palavras. Olhei para ele. Já passava das doze horas da noite. — Você... Sabe que eu gosto de você, certo?

— Humrum. — Mordi os lábios, olhando para a fogueira baixa que se encontrava em minha frente. Agora eu estava me fazendo de boba, e não era bom sinal. A verdade: Dave gostava de mim. Eu gostava dele também. Olhe para o cara. Com os olhos azuis oceano e sempre uma piada na boca. Ele também era, de longe o cara mais legal que já conheci.

— Estou estragando isso. — ele murmurou.

Olhei para ele e descobri que ele também olhava para mim. Suas mãos largaram o marshmallow lentamente e sua mão direita acariciou levemente o meu rosto. Eu sabia que ele iria me beijar. E por alguma força do universo louca e psicótica eu sabia que não devia deixar fazê-lo. Por que isso mudaria a minha forma de pensar sobre ele. Mudaria minha forma de pensar sobre beijo com, bem, Edward. Por que eu estava pensando em Edward mesmo? Droga de razão que só aparece na hora errada.

Joguei a razão em um canto escuro da minha mente. Ela iria ser usada mais tarde. Agora eu queria me concentrar em uma só coisa: David.


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