A garota gemia e rolava na cama.Ela gritava 'Não,NÃO!Por favor!Não me machuque!Por favor,não me machuque!',por um instante,ela parou de gritar e começou a murmurar 'Quem é você?O que aconteceu nesse lugar?...'

- McGee!!! - a voz de um enfermeiro ecoou no quarto da garota,acordando-a - McGeeee!!!!Acorda McGee!!!!!

- Não me chame de McGee,Antony - a garota falou,com a voz cansada - Me chame pelo primeiro nome,por favor!

-Ok! Falou,vampirinha mau-humorada! - disse o enfermeiro, num tom zombeteiro e foi embora,fazendo uma careta para Alice.

Alice odeia ser chamada de McGee.Aos 6 anos ela perdeu os pais em um incêndio e foi para o manicômio onde foi internada há 10 anos pelo avô,mas Alice não fazia a menor ideia de por que foi internada.

'Muito obrigada,Antony!' Alice pensava 'Perdi o sono por sua causa!'.Alice levantou da cama e olhou para a janela com grades do seu pequeno quarto,chovia do lado de fora.Alice correu para a frente do quarto e trancou a porta do quarto,onde poderia ficar em paz olhando para o frio de Londres.Ela correu para a mesinha de cabeceira e pegou seu estojo e o caderninho de couro preto.O estojo estava coberto de marcas de queimado,do incêndio acidental que matou seus pais.O caderno estava em perfeitas condições,na capa,estava escrito,com letras bem bonitas e em caneta azul-turquesa brilhante, Caderno de Desenhos da Alice.O título foi escrito pela avó de Alice,Emily McGee, que também morrera no incêndio.Na primeira página,tinha um auto retrato de Alice,feito por ela mesma.Alice era muito bonita.Tinha a pele extremamente branca,olhos de um azul-claro profundo e cabelos bem lisos e bem pretos.Ela era bonita,mas se achava feia e andava sempre de mau-humor.

Alice abriu o caderno,tapou os olhos e deixou sua mão escrever qualquer coisa que viesse em sua mente.Depois,ela leu o que estava escrito em uma das páginas: "Eu sou a porta.Quem entrar por mim será salvo e achará comida.(João 10, 9)".Ela ficou espantada com o que viu.O que aquilo significava?

Uma batida de porta atrapalhou seu pensamento.Ela arrancou uma folha do caderno e escreveu um bilhete: "Só um instante!" em seguida,dobrou o bilhete e o passou por debaixo da porta.Depois,foi trocar de roupa.Alice vestiu um suéter branco,uma saia xadrez preta e cinza,uma meia calça de lã branca e um par de botas pretas.

Ela abriu a porta do quarto,era o diretor do manicômio.

- Pois não, sr. Williams?

- Alice,arrume suas coisas,hoje você vai para casa.O seu avô veio te buscar

- Ok,tudo bem.

- Já chamei um empregado para pegar suas coisas no depósito

Ela acenou com a cabeça e quando se virou para o material de artes,ela tentou abrir um pequeno sorriso,mas, fez uma cara de sarcasmo.Quando acabou de se arrumar, Alice saiu do lugar onde passara 10 anos de sua vida.'Dez anos jogados fora' Alice pensou,  e entrou no carro de seu avô sem falar nada.

                                              * * * *

Chegando em casa,Alice correu para o quarto e deitou em sua cama fofinha e quentinha.Bateram na porta do quarto: era o avô.

- Alice,descanse um pouco ,quando estiver na hora do jantar,eu a chamo.

- Tudo bem. 

Completamente relaxada,Alice abriu a gaveta da mesinha de cabeceira e pegou um pacote esquisito, em que estava escrito,com letras recortadas de jornal, "Para Alice".Ela o abriu e,dentro tinham algumas fotos meio mal-tiradas.Eram todas do seu avô,colocando fogo na casa que foi queimada.Atrás,Alice viu a data,eram todas do dia em que seus pais morreram.'Cretino!Me enganou!' Alice pensava,consumida pelo ódio.Ela pegou o caderno e o estojo e os pôs no bolso do suéter.Alice subiu no parapeito da janela,olhou para baixo e viu o lago escuro da casa do avô e abriu os braços.O avô chegou nessa hora para chamar a neta para o jantar.Ela olhou para trás,viu o avô correr até ela.A última coisa que ela ouviu antes de pular foi o avô gritando "Alice!!Nãão!!!",depois,mergulhou nas águas profundas do lago.