–Bom dia alunos! - exclamou o professor que esperava na porta. Assim que entrou, todos foram para seus lugares e a sala ficou em silencio - Pois bem, vejamos que temos uma aluna nova. Por favor levante e se apresente.

Soltei um breve sorriso, eu odiava ser notada ainda mais apresentar-me. Suspirei fundo e apos alguns segundos, levante-me e com a cabeça baixa comecei a falar.

–Me chamo Aya, e vim do Japão.

–Seja bem vinda -sorriu - Pode sentar-se agora. Sou seu professor de Historia e meu nome é Seung.

Sorri de lado e logo me sentei, ele parecia ser uma pessoa legal. Apos alguns segundos o professor começou a passar matéria na lousa e explicar algumas coisas. As aulas dele passaram muito rápido,que por sinal eram as duas primeira. Assim que deu o horário da terceira aula, o professor despediu-se e sentou-se na cadeira.

–Ei Aya vai ficar aqui mesmo? - perguntou Kyu já na porta. Havia me esquecido que os alunos trocavam de classe e não os professores. Corei levemente ao perceber que na sala só se encontrava eu e o tal professor. Levantei-me rapidamente e sai da classe. Do lado de fora deparei-me com os 4 meninos. Baro, Kyu, Ichiro e Chan também não pude deixar de reparar os olhares femininos que os cercavam. Abaixei a cabeça tentando ser menos notável, mas não deu muito certo.

–Vem aqui - disse Chan me puxando pelo pulso - Porque é tão tímida assim? Tem medo da gente?

–N-não! - exclamei nervosa.

–Nossa como você é idiota - disse o ruivo dando um tapa de leve na testa do loiro - Deixa a menina, ela ainda terá que se acostumar com esse novo ambiente! Aya desculpa, esses meninos são uns bobos.

–Magina, só não quero que vocês achem que eu tenho medo. Porque na verdade, gostei muito de todos, são tão simpáticos e engraçados... - mas que diabos eu estava dizendo? Ah meu Deus me ilumine porque eu já estou fora de si - É então não precisa se desculpar.

–Ah que bom! - comemorou Baro – O que vocês acham de irmos ao parque de diversão com a Aya, assim ela conhece melhor a cidade e cada um de nos.

–Nossa que ótima idéia Baro como conseguiu pensar nisto sozinho? - zombou Ichiro.

–Silêncio vocês - disse Kyu - A gente nem perguntou se ela gostaria de ir.

–Ah! Eu tenho certeza que ira ir, não é mesmo Aya? - pergunta Ichiro com um sorriso lindo.

–C-claro - gaguejei de nervosismo, eu não costumava sair com meninos mas tudo tem sua primeira vez.

–Então esta combinado, amanhã de tarde depois da aula nos vamos à casa do Ichiro e ai todo mundo vai para o parque ok? - pergunta Chan.

Todos balançamos a cabeça positivamente, depois de alguns segundos começamos a caminhar. Baro, Kyu e Chan andavam mais a frente enquanto Ichiro estava ao meu lado, dávamos passos largos porem lentos. Enfim chegamos à sala de aula, que ainda estava um pouco vazia. Acenei ao ver Sury, ela sentava mais ao fundo e estava sozinha. Sorri para os meninos e corri para direção de sua carteira.

–Posso me sentar com você de novo? - perguntei sorridente.

–Claro! Você é uma pessoa muito legal. Que tal sermos parceiras de todas as aulas, afinal nossos horários são iguais -falou gentilmente.

–Sim! Ótima idéia. - conclui e sentei-me ao seu lado - E ai me conta algo.

–Haha - sorriu tímida - O que você quer saber?

–Não sei me diz alguma coisa que nunca contou pra ninguém. Prometo guardar segredos, a partir de hoje seremos melhores amigas!

–Sim claro - sorriu - Promete mesmo que não ira contar pra ninguém?

–Prometo!

–Bem... - corou levemente - Eu acho você muito sortuda!

–Eu? Por quê? - perguntei confusa.

–Pelo simples fato de andar com os meninos mais lindos da escola - mordeu os lábios inferiores - E principalmente por andar com o Kyu..

–Ahh!! você gosta dele não é mesmo? - interrompi a menina aos berros, ela corou fortemente ao perceber que todos da sala voltaram seus olhares para nos. Sem graça eu apenas abaixei a cabeça e sussurrei - Desculpa.

–Magina, só seja um pouco discreta - falou baixinho - E sim eu... eu nunca disse isso a ninguém, espero que guarde segredo. Eu gosto... do Kyu.

–Mais que fofo! Se quiser eu posso até te ajudar...

–Não! - exclamou a menina - Obrigada, mas se for para ele me notar espero que seja por si próprio.

–Ah sim como quiser- disse sorrindo.

–Mas e você, não gosta nenhum pouquinho do Ichiro? - pergunta com um sorriso malicioso dentre os lábios, eu estava preparada para responde - lá quando de repente o toque do meu celular chama minha atenção. Atendi o mesmo sem ao menos ver quem estava ligando.

–Alô, quem é ?

–Aya desculpe por ontem eu sou um idiota e sempre vou ser - a voz dele soava em meus ouvidos, uma voz triste e ao mesmo tempo carinhosa - Eu sei que você não é de perdoar as pessoas. Mas eu te amo com todas as minhas forças, sei que sou um idiota, um bobo e um imbecil. Mas a cada segundo que estou longe de você, cada segundo que estou longe do seu toque, dos seus lábios - suspira fundo - A cada segundo que não te tenho ao meu lado, vem me transformando em um ser completamente desconhecido. Na noite passada eu sei que te magoei... Sei que disse tudo de errado e eu me culpo eternamente por isso. Desculpe-me...

Antes que ele pudesse continuar pedindo perdão desliguei o telefone sem pensar duas vezes, não queria mais escutá-lo e nem velo novamente. Prometi a mim mesmo que jamais sofreria por amor novamente e minhas promessas dificilmente serão quebradas.

–Quem era no telefone? - pergunta Sury curiosa.

–Ninguém de importante. Apenas um garoto chato - falei sorrindo.

–Ah sim. Então voltando ao assunto, você não gosta nenhum pouco do Ichiro?

–Bem, acho que não. Ele é um menino legal, simpático e muito... - pausei, mas logo continue - muito lindo. Porem não vou nunca mais me apaixonar por ninguém!

–Mas por quê?

–Sury é uma promessa que fiz no dia em que quebraram meu coração. Pode não parecer, mas tudo esta mudando agora. Sempre fui uma menina "boa'' era tão ingênua e delicada. Porem em uma noite destruíram tudo o que eu fui. Se é para ser a vilã que seja, a partir de hoje nada será como antes. Não terei mais pena e nem irei mais me apaixonar não sou muito boa com essas coisas. E estou cansada de sofrer por sentimentos que no final jamais darão certo.