Entre Memórias e o Esquecimento escrita por Nyne


Capítulo 31
31 O melhor do passado


Notas iniciais do capítulo

Pois bem queridos leitores e amigos, aqui estou com o último capítulo dessa fic.
Obrigada a todos que acompanharam capítulo por capítulo e hoje estão aqui para o desfecho tão esperado da história da Mayumi.
Vou ficar com saudades, mas quero ver todos vcs nas minhas outras fics ok, as escreitas e as que estão em fase de produção.
se não fosse pelo review de vcs ñ teria continuado a escrever minhas histórias.
Bjus a todos e ótima leitura :)



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Antes que chegue a mesa Vagner segura Mayumi pela mão e a faz parar de andar.

 - Aquele é o tal Hugo não é?

 - O próprio. Tantas praias, e ele tinha que estar logo nessa, logo nesse quiosque? – diz Mayumi com a mão na testa.

 - Ficou balançada de o ver?

 - Balançada não, surpresa. Ele seria a última pessoa que imaginaria encontrar por aqui.

Vagner olha pra cima com um semblante distante. Mayumi segura em seu rosto e o vira para ela, o fazendo olhar em seus olhos.

 - Não tem motivos pra você ficar assim. O Hugo é passado, já era já foi.

 - Ele quer falar com você.

 - E daí? Nada que ele me diga vai mudar o que aconteceu. Ele tem a vida dele agora e eu tenho a minha. Ele vai ter até um filho não ouviu?

Vagner ainda olhando para Mayumi não diz nada.

 - Vem o pessoal está esperando a gente. – diz Mayumi o puxando pela mão de volta a mesa onde estão os demais.

Eles voltam para a mesa, mas Vagner ainda não parece bem. Manu nota na hora e pergunta para Mayumi o que houve.

 - Vocês brigaram May?

 - Não Manu, mas encontramos o Hugo aqui.

 - O Hugo? Aqui? Como assim?

 - Parece que ele e a namorada trabalham no quiosque. Ela está grávida Manu. O Hugo a tratou tão mal, fiquei até com pena.

 - É um imbecil mesmo, não mudou nada.

 - Pois é mesmo me vendo com o Vagner ele quer conversar comigo.

 - Conversar o que? O que ele acha que vai acontecer? Que você vai largar tudo pra ficar com ele de novo? Idiota!

 - O Vagner está assim desde então. Não quero brigar com ele por causa do Hugo Manu, não é justo. Logo agora que estamos tão bem.

 - Não tem o porquê brigar com ele. Ignora o Hugo e pronto. Vamos ficar aqui por mais uns dias, mas aqui não é o único quiosque, têm muitos outros.

Enquanto as amigas conversam Vagner se aproxima e senta-se ao lado de Mayumi.

 - Posso participar da conversa?

 - Que pergunta claro que pode. – diz Manu.

 - Você está bravo comigo? – pergunta Mayumi apreensiva.

 - E deveria estar? Você não fez nada.

 - Então porque você está estranho comigo desde a hora que voltamos do quiosque?

 - Não é você, é aquele cara. O que ele quer falar com você?

 - Sei lá. Mas eu não quero falar com ele.

 - Não quer mesmo Mayumi?

Vagner raramente chamava Mayumi pelo nome. Isso a deixou ainda mais preocupada.

 - Olha, desculpem me meter, mas vocês estão percebendo que estão ficando em um climão por causa de um babaca que mal sabe servir mesas? – diz Manu olhando os amigos. – Vocês acham que vale a pena ficar assim por causa dele?

Os dois então se olham e Vagner se levanta.

 - A noite está bonita, quer dar uma volta? – pergunta estendendo a mão para Mayumi.

Ela sorri e aceita. Os dois saem de mãos dadas andando pela praia. Realmente a noite está bonita. Não existe sequer uma nuvem no céu e as estrelas estão bem visíveis.

 - Desculpa japinha, sei que você não tem culpa de nada, mas fiquei pé atrás quando vi aquele cara querendo falar com você.

 - Pé atrás, logo você que é tão desencanado?

 - É diferente. Vocês namoraram, e agora ele aparece. Fiquei inseguro mesmo.

 - Não precisa ficar assim. O Hugo faz parte de um passado que graças a Deus não volta. Meu presente agora é você. O futuro vamos ver como vai ser. Não é o que você sempre diz?

Vagner sorri e concorda com Mayumi. Eles andam por mais alguns metros em silencio até que Vagner fala algo que surpreende Mayumi.

 - Fala com ele.

 - Como? – pergunta confusa.

 - Fala com esse Hugo aí. Apesar de você dizer que ele agora é passado ainda tem coisas pendentes entre vocês. É hora de colocar tudo em pratos limpos e finalmente ficar livre não acha?

 - Quer mesmo que eu faça isso?

 - Não é uma questão de querer. É preciso.

Mayumi olha para Vagner que apesar de mostrar calma está apreensivo. Ele sabe tudo o que Mayumi passou enquanto namorou Hugo, mas o coração das pessoas sempre nos prega peças.

 - Tudo bem, eu falo com ele, mas não vou atrás dele. Se ele quiser, ele que venha.

Eles andam mais um pouco pela praia e voltam até onde os amigos estão. Por volta das três da madrugada voltam para a casa de Vini, pois estão com sono.

O dia seguinte corre normalmente. A manhã estava ensolarada e após o café da manhã todos decidem ir à praia.

Mayumi e as amigas tomam sol enquanto Vagner, André e os demais garotos jogam futebol. Tudo corre bem, até o momento em que Mayumi ouve chamarem seu nome logo atrás dela. Era Hugo. Ao vê-lo Manu não se controla.

 - Você não se toca mesmo né? O que você quer aqui?

 - Falar com a Mayumi. Com ela e não com você.

 - Olha como você fala com a minha amiga. – diz Bel já se levantando da areia.

 - Calma gente, eu vou falar com ele.

 - Mas May, não se sinta obrigada a isso. – diz Manu.

 - Não me sinto obrigada Manu, mas essa conversa aconteceria mais cedo ou mais tarde. Não pretendo demorar também. Se o Vagner acabar o jogo e eu ainda não tiver acabado a conversa, podem dizer com quem estou. Ele já sabe.

Bel e Manu se olham sem entender, mas concordam com a amiga que sai com Hugo. Eles não ficam muito longe de onde ela estava apenas a uma distancia que não permita que as meninas ouçam a conversa deles.

 - Você está bonita. – diz Hugo puxando assunto.

 - Obrigada, mas não acho que você insistiu tanto pra falar comigo só pra dizer isso. O que você quer Hugo?

 - Eu soube que quando terminamos você sofreu um acidente. Já está bem?

 - Olha pra mim e diga o que você acha.

 - Pra mim você parece muito bem.

 - E estou mesmo, mas custei muito até ficar assim. Fiquei em coma por meses e quando voltei perdi a memória.

 - Nossa sério?

 - Isso. E nesse tempo todo você nem se deu ao trabalho de ir me ver no hospital.

 - Eu não podia, não estava mais na cidade, já tinha me mudado pra cá.

 - Aqui não existe telefone? Você ao menos podia ter perguntado pra alguém.

 - Isso já passou Mayumi, o que importa agora é que você está bem, e me parece bem melhor do que quando nos conhecemos.

 - Disso você pode ter certeza, estou muito melhor mesmo.

 - Você recuperou toda a memória?

 - Sim. Aos poucos fui lembrando de tudo. Coisas boas e ruins pelas quais passei.

 - Se lembrou da gente?

- Claro, como acabei de falar, lembrei de coisas ruins também.

 - Então o tempo que ficamos juntos foi ruim pra você?

 - Desculpa Hugo, mas a grande parte do tempo foi e você sabe muito bem disso.

 - Você tem razão, pisei mesmo na bola com você. Mas eu mudei Mayumi.

 - Que bom pra você e pra Bia e pro filho de vocês que vai nascer. Que você não repita com ela os erros que cometeu comigo.

 - A Bia e eu não estamos nada bem. Brigamos quase todos os dias e agora pra completar ela engravidou.

 - Um filho pode mudar as coisas Hugo.

 - Não no meu caso. Nós dois juntos não temos mais futuro. Eu errei ao deixar você, largar tudo e voltar pra cá.

 - Pode até ser, mas sempre aprendemos com nossos erros, tenho certeza que você vai aprender com os seus também.

 - Preciso de uma chance pra não errar mais.

 - A vida vai te dar essa chance.

 - Nossa Mayumi, você está tão fria, o que aconteceu com você?

 - Nada. Você queria que eu dissesse o que?

 - Que você me perdoa por tudo o que te fiz e que me dá uma chance pra ser um cara melhor.

 - Já te perdoei faz tempo Hugo e como disse, a vida vai te dar uma chance pra ser um cara melhor.

 - Não quero que a vida me dê essa chance, mas quero que você faça isso.

- Hugo, acho que você não está sabendo se expressar. Do jeito que você está falando pode parecer que você quer voltar comigo.

 - Não parece, é isso mesmo. Quero voltar com você, quero consertar tudo o que fiz de errado.

 - Conserta com a Bia e seu filho, já disse. Pelo amor de Deus Hugo, não confunda as coisas. Eu te perdoei, mas não vai acontecer mais nada entre a gente. Do jeito que tudo aconteceu nem uma amizade dá pra cultivar.

 - Você quer um tempo pra pensar? Quando você vai voltar pra cidade? Podemos voltar até juntos se você quiser.

 - Hugo, acorda. Estou em outra e você também. Você vai ser pai!

 - E daí? Eu pago a pensão certinho, mas não preciso ficar com a Bia por causa do filho.

 - Meu Deus, você não sabe o que está falando.

 - Claro que sei Mayumi. Você não veio nessa praia por acaso, nós dois tínhamos que nos encontrar novamente.

 - Hugo, estou namorando e estou muito feliz, feliz de um jeito que nunca fui. Coloca isso na sua cabeça. Vive a sua vida e eu vou viver a minha.

 - Mayumi, não fala isso, preciso de você. Esses tempos sem você tem sido os mais complicados da minha vida.

 - Hugo, para!  - diz Mayumi com a voz exaltada, fazendo com que suas amigas possam ouvi-lá.

 - Eu vou chamar o Vagner Bel, fica aqui. – diz Manu indo até onde os garotos estão.

Manu vai até onde eles estão jogando bola e fala com Vagner o que está acontecendo. Na mesma hora ele sai do jogo e volta com Manu indo até onde Mayumi está.

Ao chegarem vem que Hugo parece estar com cara de choro e Mayumi treme de nervoso.

 - Eu vou lá. – diz Vagner indo na direção deles.

Mayumi pode ver que Vagner se aproxima.

 - Tudo bem aqui japinha? – pergunta ele se colocando a frente dela.

 - Tudo sim, já terminei a conversa, podemos ir. – diz segurando o braço de Vagner.

 - Esse é o cara que te roubou de mim? – diz Hugo encarando Vagner de cima a baixo.

 - Ninguém me roubou Hugo, o Vagner apareceu na minha vida na hora certa e de certa forma devo agradecer a você por isso.

Hugo está vermelho de raiva. Vagner também o encara, mas não diz nada, apenas o despreza. Ele então resolve provocar o casal assim que eles se viram para irem embora.

 - Certo, pode ir, afinal eu sei que quando você fica com ele é em mim que você pensa. Eu sempre vou fazer parte da sua vida Mayumi, não adianta tentar se esconder. Você voltar pra mim é questão de tempo. – diz com um riso irônico.

Vagner aperta a mão de Mayumi e se vira. Já está pronto pra voltar e tirar satisfações com Hugo quando ela mesma o barra e faz um gesto para que ele espere.

Ela então vai à direção de Hugo que sorri vitorioso.

 - Sabe Hugo, apesar do acidente, consegui lembrar de coisas de uma maneira bem clara, como se elas tivessem acabado de acontecer. E uma coisa em especial que envolve nós dois. – diz séria.

 - Sabia, sempre soube que você não se esqueceria de mim nunca. Que coisa é essa?

 - Uma frase que você me disse uma vez. Ela me marcou muito e quero repetir pra você agora, é o momento ideal e sinto que se não falar agora talvez não tenha essa oportunidade novamente.

 - Pode dizer Mayzinha, estou ouvindo.

Vagner não entende, mas pelo o que conhece de Mayumi sabe que ela está sendo sarcástica. Mayumi então se aproxima de Hugo e diz olhando no fundo de seus olhos.

 - Agora o melhor é você me esquecer. Vai ser complicado pra você no começo, mas logo vai ser como se eu nem tivesse aparecido na sua vida.

Foi como se um filme tivesse passado diante dele. Essa frase foi dita no mesmo dia em que ele abriu o jogo com Mayumi. Ela disse cada palavra sem esquecer uma vírgula sequer. Hugo não teve o que dizer.

 - O que foi Hugo? Não fica assim, foi só mais um namoro que não deu certo, não foi o primeiro e nem será o último.

Vagner ri discretamente. Logo em seguida Mayumi vai até ele e juntos vão embora deixando Hugo com cara de paisagem para trás.

 - Pegou pesado hein japinha!

 - Não acho. Ele é forte, vai sobreviver.

 - Bom, temos mais uns dois dias de folga, quer ficar aqui ou voltar pra casa? – pergunta Vagner.

 - Voltar? E deixar de aproveitar esse sol, esse mar, você sem camisa? De jeito nenhum! – responde o beijando.

Vagner sorri e retribui o beijo enquanto pega Mayumi no colo.

 - Adivinha o que vou fazer com você agora. – pergunta ele

 - Não faço idéia, mas algo me diz que vou gostar. - responde sorrindo.

Ele a beija novamente e corre com ela para o mar. Entram no mar e se beijam, brincando um com o outro em seguida.

Mayumi descobriu com Vagner que por mais complicado que tenha sido seu passado, ele não tinha o poder de influenciar em seu presente ou futuro, a não ser que ela permitisse isso.

Mayumi descobriu a felicidade enfrentando seus medos e traumas e aprendeu que sua felicidade não depende de ninguém a não ser dela mesma.


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Notas finais do capítulo

Quero deixar um agradecimento especial as leitoras:
Vanvan
Dark_Innocence
DaianaMR
KellyNyah
KellyWD e
Lucy7-7
Por terem indicado essa fic. Muito obrigada mesmo.
Obrigada a todos que tbm deixaram seus reviwes, que sentiram na pele os dramas da Mayumi e chegaram até aqui.
Continuo escrevendo por vcs, que pra mim são muito + que leitores, são meus amigos queridos.
Bjão a todos e até a próxima história :)