Justin ainda não acreditava que Isabella estava com ele agora. Era inacreditável, tudo parecia um sonho e ele desejava que esse sonho não acabasse jamais, caso contrário ficaria sem forças. O garoto se escorou na parede, enquanto a observava com calma. Ela era tão perfeita para ele, tão... Dele. Ele sorriu de canto, acompanhando cada movimento dela, que não era nada mais do que ela mesma mexendo com os cabelos, enquanto encarava a vida lá fora.

            Isabella estava escorada na janela, observando a brilhante Paris, pensando que talvez as pessoas que caminhavam lá fora não faziam idéia do que estavam perdendo, afinal Paris tinha esse aspecto um tanto mágico e romântico, não? Ela franziu a testa, pensando seriamente nessa sensação estranha que a fazia se sentir em casa. Já estava escurecendo e ela sentia um pouco de sono, mas não era nada que ela não pudesse controlar afinal ela não queria dormir, não agora.

            -É linda, não acha? – ela olhou por cima do ombro e pode perceber que ele se aproximava. Justin se sentou ao seu lado, olhando pela janela a magnífica paisagem que Paris lhe proporcionava. O garoto franziu a testa, pensando que nunca havia ao menos se sentido tão bem naquele lugar como agora e em como Paris parecia mais bonita e romântica.

            -O que é linda? – perguntou virando-se para ela e encarando o rosto de Isabella, que era iluminado apenas pela luz da lua.

            -Paris! – respondeu simplesmente.

            -Pode acreditar que durante todo esse tempo morando aqui, eu nunca fui até a Torre Eiffel?

            -Sério? – ela franziu a testa e o encarou. – Por quê?

            -Não sei, só não tive vontade! – ele deu de ombros e olhou a cidade lá fora. – Mas se quiser podemos ir até lá um dia! – o garoto desviou sua atenção para ela. – O que acha?

            -Acho que é uma idéia fantástica! – ela sorriu animada e beijou de leve os lábios dele. 

            -Nós podemos fazer algo diferente todos os dias! – Isabella mordeu o lábio, enquanto podia ver a animação nitidamente estampada nos olhos do garoto. – E nunca cair na rotina. – ele fez uma pausa para olhá-la. – O que você acha?

            -Acho que seria difícil achar algo novo pra fazer todos os dias!

            -Eu dou um jeito! – ele sorriu convencido e depositou um leve beijo nos lábios dela.  – Ei, você está com fome? Por que se estiver eu posso fazer algo pra você comer e...

            -Você cozinhando? – Bella riu e o menino a encarou, sentindo-se levemente ofendido. – Essa eu pago pra ver!

            -Bem... Você sabe que eu nunca fui um exímio cozinheiro, mas posso tentar! – ela revirou os olhos e sorriu divertida. – Além do mais eu não sou tão ruim assim, e já cheguei a arriscar algo, mas na maioria das vezes a comida saiu queimada ou quase isso! – Isabella soltou uma risada tão gostosa, que Justin parou no mesmo instante. – Quer um conselho? Não duvide dos meus dotes culinários! – ele arqueou uma sobrancelha, enquanto apertava o nariz dela levemente, fazendo-a rir mais ainda.

            [...]

            A garota o encarava, enquanto mordia o lábio se segurando para não rir. Justin olhava a panela que ainda estava sobre o fogão. Ele havia deixado a comida queimar. Isabella não se conteve ao vê-lo encarar a comida e bufar, soltando uma longa e alta gargalhada, pensando que corria o risco de comerem comida queimada sempre, uma vez que ela talvez não mandasse bem na cozinha.

            -Vai, pode rir! – ele disse, enquanto ela ria sem controle. – Eu sei que mereço!

            -Dotes culinários! – disse entre risadas.

            -Há-Há! – riu sem emoção. – Você tá achando isso muito engraçado, não é? – a garota balançou a cabeça positivamente, enquanto ainda ria. – Malditos dotes culinários! – ele desferiu um tapa sobre a mesa e  Isabella riu pelo nariz, ameaçando soltar outra de suas famosas gargalhadas. – Para!

            -Ok, me desculpe! – ela respirou fundo, tentando controlar o riso e o encarou.

            -O que vamos comer agora?

            Ambos ficaram em silêncio e de repente se olharam como se tivessem tido a mesma idéia. Se isso fosse um desenho animado, com toda a certeza haveria uma lâmpada sobre suas cabeças, nesse exato momento.

            -Pizza! – disseram juntos. Ambos sorriram e se encararam.

             [...]

            A mesinha de centro, já estava lotada de coisas e entre eles os copos e pratos do jantar, enquanto Justin e Isabella estavam sentados no sofá, esperando que o sinal da televisão melhorasse. A imagem era cheia de chuviscos e “fantasmas”, mas ambos não davam a menor importância para isso. Isabella passou um de seus braços em volta da cintura do garoto, enquanto sentia os dedos dele fazerem movimentos circulares no topo de sua cabeça.

            Ela ergueu a cabeça, olhando detalhadamente cada traço do rosto do amado, enquanto o mesmo se mantinha vidrado na TV e aparentava sentir um pouco de sono.

            -Maldita televisão! – ele disse baixinho, mas logo desviou sua atenção para a garota. – O que foi?

            -Você é lindo, sabia? – Justin sorriu convencido e ela riu baixinho. – Como você é convencido, garoto! – a garota deu um leve tapa no peito dele, fazendo-o massagear o local, pouco depois.

            -Mas foi você quem disse! – ele levantou as mãos para cima na defensiva, e ela sorriu. Justin parou para olhá-la e passou o polegar pela bochecha dela, que fechou os no mesmo instante. – Estou tão feliz que esteja aqui! – sussurrou. Não mais do que eu! Ela pensou, mas apenas sorriu e afundou o rosto no peito nu do garoto. – Sabe, eu fico mais aliviado só de pensar que eu mesmo cuidarei de você, sem precisar que Ryan, ou qualquer outro, faça isso em meu lugar!

            -Ninguém nunca nem chegou perto de tomar o seu lugar! – ela disse séria, enquanto se ajeitava no sofá ficando de frente para ele, fazendo-o sorrir da forma mais sincera e pura que lhe era possível. – Eu te amo Justin, e esse amor é todo e somente seu!

            O garoto aproximou seus rostos e fez um carinho no rosto dela, com o polegar, tomando-lhe os lábios com delicadeza, segundos depois. Era calmo, transmitia todos os sentimentos que um tinha pelo outro, fazendo ambos se sentirem amados e confortados. Eles se separaram lentamente, mas sem quebrarem o contato visual.

            -Eu sei que me ama e eu te amo também, mas conheço Ryan e sei o quão mulherengo ele é! – Isabella balançou a cabeça, constatando que isso era verdade e tentando ao menos calcular a quantidade de namoradas que aquele garoto já teve. – Tive medo de ele tentar algo com você, sei lá! – confessou.

            -Acha mesmo que eu seria capaz de trair você? – ela arqueou a sobrancelha.

            -Não, claro que não! – ele franziu a testa, enquanto ela apenas sorriu. – Confio em você, mas, como já disse, conheço Ryan. Sabe-se lá o que ele poderia pensar sobre você, eu não sei, e era disso que tinha medo!

            -Eu sou sua! – disse de repente, fazendo-o sorrir de forma sincera outra vez. – Sempre fui e sempre serei, nós deixamos isso bem claro a todos!

            -Que bom que deixamos, não é? – ele sorriu divertido e se aproximou dela, puxando-a para si, até que seus lábios estivessem colados aos dela.