Macho até embaixo de outro macho.

Colocar a sexualidade de Sirius Black à prova era pedir pelo Apocalipse. Era mesmo! Sirius ficava alucinado e tentava provar o quão macho ele era a todo custo. A Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts estava vivenciando esse Armageddon nesse momento.

Tudo começara com uma conversa casual em frente à lareira do Salão Comunal da Grifinória. Remus fizera um comentário e Sirius o xingara. Peter rira e Sirius deu-lhe um peteleco. James incrementara o comentário de Remus e Sirius jogou-se em cima dele, dando-lhe socos de mentira. Lily lançara a aposta e os Marotos aceitaram, claro.

A aposta? Sirius teria que levar uma garota ao próximo passeio a Hogsmead.

Remus, James e Peter riram e disseram: “Até parece!”.

Sirius emburrou e disse: “Nos veremos lá”.

Foram quatro longas semanas. Semanas cheias de tiração de sarro, chutes na canela, piadinhas, livradas, risos... E o desespero crescente de Sirius que não conseguia, apesar de sua fama em Hogwarts, convidar uma garota – qualquer garota – para sair. E mesmo que conseguisse! Se ele se atrevesse a chegar perto daquelas meninas, teria que se ver com aquela pessoa.

Quando tudo parecia perdido, uma única idéia surgiu na mente de Black. Mas era perigoso, muito perigoso. Pedir esse favor àquela pessoa era como vender a alma ao diabo. Mas era a única solução.

Por isso, quando o dia da visita a Hogsmead chegara, Remus, James, Peter e Lily saíram na frente. Eles iam se encontrar com Sirius no Três Vassouras. Black ficou para trás, nos últimos preparativos para a sua aparição, cuidando para que aquela pessoa não desistisse de tudo. Ou lhe acertasse um sapato no meio da cara, enquanto se arrumava.

Ao meio-dia, horário marcado para o encontro, os quatro adolescentes já estavam na quarta rodada de cerveja amanteigada quando o último dos Marotos chegou, arrastando alguém – que parecia muito relutante – pela mão, porta adentro.

Os três Marotos e Lily ficaram com cara de bobos vendo Sirius se aproximar com uma estranha e carrancuda morena. Ela andava um pouco torta, como se algo em sua roupa estivesse a incomodando. Sirius apresentou a menina como Sophia Black – uma prima de terceiro grau que tinha terminado Durmstrang no ano anterior e agora estava em Londres, visitando a tia Walburga. Ele disse que os dois estavam namorando. Coisa muito comum entre as famílias tradicionais de sangue-puro. Os outros quatro grifinórios ergueram uma sobrancelha, entreolharam-se, mediram a menina Black de cima a baixo, e então tiveram a mesma impressão: aquela garota era muito familiar.

Contrariados, Remus, James, Peter e Lily aceitaram a menina como namorada de Sirius e pediram o almoço. Os seis adolescentes almoçaram em silêncio. Sirius com um imenso e feliz sorriso. Os outros cinco com carrancas mal-humoradas.

Terminaram o almoço e Sirius anunciou que ia dar uma volta com Sophia. Foi quando o casal levantou-se que James teve A idéia: Um beijo. Remus, Peter e Lily comemoraram. Agora era a hora da verdade.

A menina Sophia amarrou ainda mais (se era possível) a cara e lançou um olhar assassino para Sirius. Que só pôde pensar no quanto ele estava ferrado àquela noite e dar de ombros, inclinando-se para Sophia.

Lentamente, o casal se aproximou. E se beijaram. Um selinho. Um selinho mais longo. Bocas abertas. Mãos nos ombros. Mãos nas costas. Mordidas nos lábios. Dedos nos cabelos. Línguas se devorando. Sete minutos depois, Sirius e Sophia finalmente se separaram. A menina tinha um sorriso torto no rosto. Sirius realmente estava ferrado àquela noite. O casal saiu do pub sob os olhares atentos dos Marotos, que não se conformavam.

Lá fora, caminhando juntos sob o quente sol de junho, Sirius tentava segurar a mão da garota que, por sua vez, tentava se desvencilhar de Sirius. O maroto escondia o riso de um mal-humorado Severus Snape que, usando meia calça e saia, além de fivelas que afastavam sua franja dos olhos e maquiagem no rosto, muita maquiagem, tentava tirar a calcinha de algodão do bumbum, enquanto andava.

- Você me paga, Black.

Fim.