May The Gods Be Ever In Your Favor escrita por Hermiju


Capítulo 6
happiness can be found in the darkest places


Notas iniciais do capítulo

Aqui estou eu novamente. E eu tenho que esclarecer umas coisas:
Eu só não postei porque eu estava trabalhando em duas one-shots(uma em inglês e outra em português) que acabaram com a minha inspiração.
Mas eu finalmente postei esse capítulo, yay.
Aproveitem :D



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POV 3ª pessoa(n.a.: é a partir desse ponto eu vou começar a mudar os POV, okay?)

Aquela loira estava começando a irritar Nico. A garota sem nome tinha um aspecto de raposa e ficava se esgueirando atrás das copas das árvores, procurado uma oportunidade de matá-lo.

Depois de três aberturas na terra durante as lutas que ele teve que com a menina, ele percebeu que ela tinha desistido de tentar acabar com ele. Por hora.

A noite já tinha caído quando ele avistou a última coisa que ele esperava ver. Um cadáver. Pelo menos o que deveria ter sido um cadáver, de tão desfigurado que estava.

O corpo estava tão inchado que ele parecia três vezes maior que o normal. Parecia que a pessoa havia sido atacada por uma horda de abelhas raivosas. Cada lugar que havia um ferrão, saia um pus esverdeado.

A visão daquilo havia deixado o filho de Hades enojado. Mas ele percebeu que a pessoa, antes de morrer, estava segurando um arco, que ainda estava preso entre seus dedos inchados e cobertos de pus. O cabelo vermelho fogo foi a pista definitiva para Nico perceber quem era.

Lucy Asher, filha de Hefesto.

Então aquela tinha sido a morte que ocorrera pouco depois que os rostos dos que morreram foram mostrados no céu. Lucy tinha se juntado a lista dos mortos, junto com pessoas como Katie Gardner, um filho de Afrodite cujo o nome ele não sabia se era Zach ou Adrien, Marion - uma caçadora que o odiava profundamente(o sentimento era mútuo) - e uma filha de Niké que ele já tinha visto andando pelo acampamento, mas nunca perguntou seu nome. Para o seu desespero, a lista só aumentava.

Em meio ao seu raciocínio em relação de quantas pessoa tinham morrido só no dia anterior, Nico percebeu uma trilha de destruição próxima ao corpo de Lucy. Ele entrou nela e começou a andar.

O filho de Hades sibilou de dor quando ele esbarrou em um galho de uma árvore. O corte que ganhara numa das diversas brigas que deve com a loira que tentava eliminá-lo se abriu mais vez. Ele sentiu o sangue quente sair do ferimento, mas continuou seguindo a trilha. Seu suprimento de néctar e ambrosia era muito pouco. Teria que economizar aquilo para ocasiões piores, que, pelo jeito que as coisas estavam indo na arena, iriam se aproximar logo.

O rei dos fantasmas notou as diversas plantas pisoteadas, galhos quebrados, um líquido parecido com o pus que saiam das feroadas no cadáver da filha de Hefesto que formava uma pequena trilha até um buraco.

Nico agarrou o capo de sua espada, se preparando para qualquer coisa. Dentro do burraco poderia estar a criatura que havia causado a morte de Lucy. Ele segurou sua arma, pronto para atacar o que quer que fosse.

O embaixador de Plutão se aproximou mais e observou o que estava dentro do burraco. Ele soltou sua espada em choque.

Cabelos castanho estavam espalhados pelas folhas mortas sujas de sangue. Um corte fundo sobre o olho parecia estar sangrando mais que o normal. Havia três pontos inflamados em seus braços e um outro no pescoço. A garota estava abraçada a suas pernas, tremendo. Havia uma expressão de dor em seu rosto, como se ela tivesse tendo um sonho ruim.

Enfim, Juliet Fray já teve dias melhores.

Nico se apressou em entrar no buraco e tirar a filha de Poseidon de lá.

–Ei, Juliet. - ele disse, tentando sentir o fraco pulso que ela ainda tinha. - Acorda.

Juliet não se mexeu. Nico não sabia como cuidaria dela, mas ele daria um jeito, tinha que dar.

Ele tirou a mochila e o tridente que estavam nas costas de sua amiga.

De longe, Nico ouviu um trovão. Uma tempestade estava vindo. Ele se apressou em ajeitar seus poucos pertences juntos aos também escassos de Juliet e colocou tudo em suas costas.

Ele se preparou para ir a procura de abrigo, enquanto ele carregava a filha de Poseidon inconsciente em seus braços.

POV Juliet

Eu entrava num pesadelo do qual parecia acabar repentinamente só para achar um terror maior esperando por mim logo depois. Todas as coisas que eu mais temia, todas as coisas que eu mais temia para os outros se manifestavam de maneira tão vívida que eu não podia evitar em pensar que eles eram reais.

Todas as vezes que aquilo acabava, e eu ficava mergulhada na escuridão de minha mente, eu pensava, "Pelo menos isso acabou", mas não tinha. De quantas maneiras eu assisti Nico morrer? E, por mais que eu nunca admitiria que tinha visto ele, e Percy? Quantas vezes senti meu corpo ser partido ao meio? Quantas vezes vi os piores e mais sangrentos momentos que presenciei durante a Guerra contra os Titãs? Como vocês já deviam saber, essa é a natureza do veneno dos tracker jackers, trazido para a realidade tão cuidadosamente pelos deuses para chegar até o local onde o medo habita sua mente.

Quando eu recobrei os sentidos, fiquei parada, esperando o próximo capítulo da tortura. Demorou alguns minutos até eu finalmente aceitar que o veneno tinha finalmente perdido o efeito. Eu estava deitada em posição fetal, meu corpo tão rígido que minhas juntas doíam. Sem saber se haviam se passado dias ou horas desde do ataque dos tracker jackers, abri os olhos.
Chuva caia aos montes do lado de fora, consegui avistar um raio caindo a distância. Eu estava em uma caverna, sem minhas botas ou casaco. Então era por isso que eu estava tremendo.

Levei minhas mãos a cabeça a vi que o meu ferimento estava enfaixado. Mas quem...? A espada negra encostada na parede me deu a resposta.

–Quanto tempo em fiquei fora do ar? - perguntei, sem me virar para trás.

–Não dá nem bom noite? - a risada do filho de Hades era seca. - Enfim, faz quase dois dias. O que aconteceu?

Hesitei por um momento, mas então o contei tudo que tinha acontecido desde que nos separamos na Cornucópia. Minha voz se tornava amarga quando falava sobre Percy, tinha que evitar que aquilo acontecesse.

–Isso é... Uh, de certa forma, pior do que ser caçado por uma loira psicótica. - ele observou.

Me virei para encará-lo. Ele estava mais perto do que eu imaginei. Não sabia por que, mas senti a temperatura do meu rosto subir alguns muitos graus.
Nossos olhos se encontraram. Negro contra verde. A temperatura do meu rosto subiu mais.

Nico ergueu a sobrancelha e riu.

–Vermelho não combina com você. - ele disse, pondo fim no longo momento de silêncio.

Ri pelo nariz, mas aquele comentário fez meu rosto ficar num tom escarlate, pior do que antes, quero dizer. Me arrastei um pouco para trás, mas por um motivo desconhecido(provavelmente ainda estava um pouco tonta em razão do veneno), consegui deixar a minha mão escorregar e caí de costas no chão. Nico riu mais uma vez.

–Bom ver que o meu ser desajeitado te faz rir. - murmurei, vermelha como um pimentão.

–Bom ver que você ainda consegue fazer uma piada mesmo quando está envergonhada. - ele replicou, se aproximando para me ajudar a encostar as costas na parede da caverna.

–Ha ha - falei mal humorada.

–Ha ha - ele tirou um cacho de cabelo do meu rosto e o colocou atrás de minha orelha, sua mão foi para o meu pescoço e me puxou para mais perto.

Só tomei consciência do que estava acontecendo quando já era tarde de mais. Nossos lábios já estavam colados, formando um beijo estranho e desajeitado.

Não fiz nada para impedir que o momento durasse menos. Por que eu estava presa a mais um daqueles clichês de filme. Garota gosta de garoto, que sente a mesma coisa só que tinha vergonha de admitir, então depois de muito tempo sendo amigos, alguém dá o primeiro passo, normalmente era a garota, mas felizmente não seguimos o clichê direitinho passo por passo. Afinal, que graça tem isso?

Aquele foi o beijo em que nós dois estávamos conscientes do que estava acontecendo. Aquele foi o beijo que - eu sei que isso pode soar estranho ou meloso ou até mesmo clichê(e clichê parece ser uma palavra que estava sendo muito aplicada naquela situação) mas... - aquele foi o beijo que me fez querer outro.

Ele durou até não haver mais ar em meus pulmões. Nos afastamos, ambos respirando pesadamente. O rosto de Nico estava tão vermelho quanto o meu, pelo menos era bom saber que eu não era a única envergonhada.
Ele segurou minha mão. A dele parecia surpreendentemente quente em relação a minha. Quero dizer, a mão dele era sempre fria. Talvez a minha mão estivesse fria demais, então a dele parecia quente. Ah, você conseguiu entender.

Ficamos num silêncio desconfortável por alguns minutos.

–Não sei por que - Nico começou. - Lembrei de uma coisa que você disse. Na guerra. "Se você não for lá fora e morrer por alguma coisa, então a Clarisse vai te matar por nada." Nunca vi os soldados se prepararem tão rápido assim.

Ri da memória. E me perguntei se Clarisse estaria na arena, porque, se estivesse, provavelmente pagando de tributo do distrito 2. Ela seria um oponente difícil, isso eu tinha que observar.

–Quanto tempo você acha que vai durar? - a voz de Nico me arrancou da minha linha de pensamento. Ele estava olhando para o lado de fora da caverna, onde a chuva ainda caía e a escuridão da noite já havia tomado conta de tudo.
De primeira me perguntei se ele estava perguntando sobre a chuva ou sobre os Hunger Games. Achei que ele estivesse falando dos Games, então respondi:

–Não faço ideia. Pode acabar amanhã, pode acabar daqui um mês. Teremos que esperar.

Nico suspirou.

–Se importa se eu dormir um pouco? - ele perguntou. - Não durmo direito faz um tempo.

Dei de ombros. Sem problemas. Dormir direito era uma coisa rara na arena, mas numa caverna no meio de uma tempestade era pouco provável que alguém nos achasse e coisa e tal. Aquela era então a melhor oportunidade de colocar o sono em dia.

–Vai lá. - falei, sorrindo um pouco. - Ainda vou estar aqui quando você acordar.

Nico olhou para mim como se se perguntasse se eu realmente estaria lá quando ele acordasse. Ele tirou seu clássico casaco de aviador, o usando como cobertor e apoiou a cabeça em meu ombro, fechando os olhos. Não demorou muito para eu ouvir ouvir o ronco do filho de Hades ecoar pela caverna.

Vi que minhas botas e meu próprio casaco estavam bem próximos e os vesti para tentar me esquentar.

Me reencostei na parede a caverna e pensei no que tinha acabado de acontecer. Pensei que, infelizmente, nada disso iria durar. Afinal, estávamos na arena onde somente um saía vivo(bem dois saíram uma vez mas essa é outra história). Era o suficiente para colocar o 'dis' no meu 'astre'. Pelo menos eu sabia que eu não perderia aquilo sem uma luta, ah, não mesmo. Depois de o que pareceu uma hora ou mais, eu finalmente adormeço, e com um sorriso bobo que não aparecia em meu rosto fazia anos.

POV Desconhecida

Maldito filho de Plutão. Por que ele simplesmente não morria? Depois de diversos embates contra ele, o inútil já deveria estar sem energia, mas não... Quando eu o localizava novamente ele já estava pronto para tentar me vencer mais uma vez.

Não que ele conseguiria tal feito é claro.

Depois de um tempo, desisti de ir a sua procura. Iria cuidar dele mais tarde.

Eu segurava o cabo da adaga com força. Pronta para tudo. Pronta para eliminar o primeiro semideus que cruzasse meu caminho. Pronta para vencer esses Games a qualquer custo. Nada iria me impedir.

Nada.

Eu praticamente voava de árvore em árvore, sem fazer som algum. Quem diria que ser filha de Mercúrio um dia viria a calhar, uh? As coisas não sumiam no acampamento Júpiter a toa.

Todas as Coortes me davam como inútil. Uma soldada fraca. Lutava com uma adaga ao invés de uma pilium como os bons romanos faziam. Eu iria me vingar. Todos naquela maldita arena iram pagar.

Muito caro.

Já me chamaram de impaciente, mas eu sabia a hora de colocar meus planos em prática. O momento se aproximava cada vez mais.

Me falaram que eu agia como uma raposa, mas, como o Gato de Cheshire, eu iria simplesmente desaparecer.


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Notas finais do capítulo

Eu achei que esse capítulo foi um daqueles que você escreve só pra poder seguir com a história...
Mesmo assim:
Mereço reviews?



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