Unexpected Situation escrita por Ichinose


Capítulo 1
Pane


Notas iniciais do capítulo

Fic feita as pressas para o aniversário do Shou.
betada por miniminisan, obrigada!
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/149391/chapter/1

Saga’s POV


Hoje poderia ser mais uma terça-feira como outra qualquer, mas não é. Hoje é o aniversário da pessoa mais incrível que eu já conheci, meu namorado.

É maravilhoso saber que o nosso relacionamento já dura mais de dois anos. E se pensar na forma como nós nos conhecemos, ninguém imaginaria que ficaríamos juntos.

~x~

Flashback

Mais um dia cansativo. É nisso que dá abrir a própria firma no ramo de decorações, você nunca fica parado. Quando não está atendendo algum cliente chato que exigiu que o trabalho fosse feito pelo dono da firma em pessoa, está supervisionando o trabalho dos outros para que não façam besteiras e acabe sobrando pra você.

Como hoje não poderia ser diferente, aqui estou eu, saindo do apartamento de uma senhora de 73 anos que mora sozinha com o gato e levou duas horas só pra decidir se aceitava ou não a cor das cortinas. O que eu fiz de errado pra merecer isso? E como se não bastasse aquele gato me fazendo espirrar o tempo todo – eu mencionei que sou alérgico? – eu vou ter que descer do 16° andar de elevador, já que as únicas escadas desse prédio são as de incêndio, e a porta que dá acesso a elas fica trancada – a menos que haja um incêndio, óbvio. O que eu não entendo é quem vai pensar em procurar uma chave em caso de incêndio...

E uma pessoa normal reclamaria se tivesse que descer 16 andares de escadas, e não por não ter acesso a elas, certo? Não eu. Eu simplesmente morro de medo de elevadores. Um medo completamente sem motivo, mas nós não controlamos nossos medos. É inevitável, sempre que eu entro em um elevador fico pensando que ele vai cair, ou que a energia vai acabar e eu vou ficar preso ali, é desesperador. E se você pensar bem é ridículo, um homem de 26 anos com medo de elevadores.

Aperto o botão dessa coisa e espero que ele chegue. Já que é a única opção, e eu preciso ir embora, tenho que entrar nessa caixa metálica horrorosa. Por favor, não caia comigo dentro...

Um bom tempo depois o elevador abre suas portas, revelando um loiro incrível dentro dele. Ele usava calças jeans extremamente justas, realçando as belas e fartas coxas, e também a bunda, que eu pude ver por ele estar de costas, arrumando o cabelo no espelho. Como se não bastasse o jeans justo, ele também usava uma regata preta colada ao corpo. E que corpo. Não sei quanto tempo eu fiquei parado apenas admirando, mas com certeza foi muito, já que no instante seguinte o loiro segurou a porta do elevador e disse:

– É melhor o senhor parar de olhar o meu corpo e entrar, antes que o elevador vá embora.

Alguém pode, por favor, abrir um buraco no chão e me jogar dentro? Eu fui pego quase devorando o corpo de um estranho com os olhos! E ele deveria ter ficado irritado, me batido, ou algo do tipo, mas não; ele simplesmente me olhou com esse sorriso enorme no meio da cara, lindo sorriso por sinal.

As portas do elevador se fecham, me deixando sozinho com o loiro. Agora eu sei o significado da expressão “silêncio constrangedor”. Abro a boca para tentar falar algo, mas o loiro se adianta.

– Não precisa ficar envergonhado senhor...

– Takashi, Sakamoto Takashi.

– Certo, como eu dizia, não precisa ficar envergonhado, Sakamoto-san, eu não me importo que o senhor quase tenha arrancado minha roupa com os olhos. Eu até gostei. - Como ele quer que eu não fique envergonhado após ouvir uma coisa dessas?

Antes que eu tenha tempo pra formular uma resposta, quando o elevador estava entre o sétimo e o oitavo andar, ele simplesmente para e as luzes se apagam. A pequena luz de emergência acende, e eu chego à conclusão de que um dos meus medos se realizou: Acabou a energia.

Não pode ser. Logo hoje? Logo nessa situação? Logo com esse loiro gostoso? Como se não bastasse eu quase ter comido o cara só com o olhar, agora nós vamos morrer juntos. Eu vou morrer preso em um elevador e a ultima coisa que eu fiz na vida foi babar pelo corpo de um estranho. A situação não poderia ser pior.

– Parece que nós estamos presos, Sakamoto-san.

– Pode me chamar de Takashi, já que nós vamos morrer aqui não precisamos de formalidades.

– Nesse caso, me chame de Kohara. E nós não vamos morrer Takashi, isso sempre acontece, acho que esse elevador está com defeito. Semana passada eu fiquei preso aqui. Dessa vez a companhia é boa pelo menos, na outra vez eu estava sozinho.

É impressão minha ou esse loiro está me olhando de um jeito nada inocente?

– S-sempre acontece?

– Sim, sempre, como eu disse, comigo essa é a segunda vez, mas todos os moradores já reclamaram. Isso vem acontecendo a cerca de dois meses, você é morador novo?

– Não eu... Sou decorador. Vim fazer um trabalho no 16º andar e a moradora não me disse nada sobre isso.

– A tal moradora que te contratou tem um gato? – Acenei um sim com a cabeça. – Imaginei que fosse. Ela é o mau humor em pessoa e adora sacanear as pessoas, tenho certeza que aquela bruxa velha não avisou de propósito.

– Ótimo, eu vou morrer por culpa de uma velha mal-humorada! Belo jeito de deixar o mundo dos vivos!

– Relaxe, Takashi, você não vai morrer. Na outra vez, levaram só uma hora pra me tirar daqui.

– Eu vou ter que ficar uma hora aqui?

– Acho que sim... Não precisa ficar desesperado, eu cuido de você...

Antes que eu sequer pensasse em abrir a boca pra falar, eu fui prensado contra o elevador, enquanto Kohara selava nossos lábios. Aos poucos ele pedia passagem com a língua e eu cedi imediatamente. As mãos dele se dirigiam a minha cintura conforme o beijo ficava mais profundo, e em pouco tempo eu já sentia Kohara apertá-la, como se eu fosse fugir.

Enlacei seu pescoço com meus braços, quase fundindo nossas bocas, travando uma batalha deliciosa entre nossas línguas. Mais cedo do que eu gostaria, o beijo acabou, mas ele não se afastou de mim, ao contrário, ele começou a descer as mãos ao longo das minhas coxas, me acariciando, e eu já nem lembrava mais o significado da palavra medo. Ficamos assim, entre beijos lascivos e carícias ousadas, até que cerca de uma hora e meia depois, o elevador começou a se mover e nós chegamos ao térreo, Kohara saindo na frente e eu logo em seguida.

– É uma pena que tenha durado tão pouco... – Estávamos agora do lado de fora do prédio, e honestamente, eu não sabia o que fazer ou dizer. Eu nunca tinha passado por algo assim... – Por que não me liga e nós marcamos algo?

– C-claro... – Puxei meu celular do bolso e estendi para que ele anotasse o número, vendo o sorriso maravilhoso que se desenhava em seus lábios ao me devolver o aparelho.

– Vou ficar esperando a sua ligação. – Dito isso, selou levemente nossos lábios e foi embora, me deixando com um sorriso bobo no rosto. Como eu pude ficar tão encantado por alguém tão rápido?

No dia seguinte, eu liguei para o número que me fora dado, ouvindo a voz alegre de Kohara do outro lado da linha. Depois daquele dia saímos juntos várias vezes e aproximadamente um mês depois começamos a namorar. E eu nunca mais tive medo de entrar em um elevador. Desde que ele estivesse junto, claro.

~x~

Agora estou aqui, com a casa toda preparada para o aniversário do meu amor. Após um ano de namoro eu finalmente o convenci a se mudar para o meu apartamento. Fiz sua comida preferida, deixei todo o ambiente à luz de velas e me permiti descansar no sofá até a chegada dele.

Escuto o barulho da chave na porta e me levanto com ansiedade, ficando frente à mesma, surpreendendo meu amado com um beijo necessitado logo que o vejo.

– Feliz aniversário koi... – disse enquanto fechava a porta.

– Você lembrou...

– Eu nunca vou esquecer o seu aniversário, Kohara. Como eu poderia esquecer algo assim da pessoa que me agarrou no elevador e fez superar meu medo?

– Temos que agradecer ao defeito daquele elevador. Sabe o que me disseram? Que depois daquele dia o elevador nunca mais teve problemas. Algo conspirou para que ficássemos juntos – e mais uma vez, eu via aquele sorriso perfeito, que tanto me aquece, me faz feliz.

– Então temos que agradecer também a velha do gato.

– Pelo menos uma vez na vida aquela velha fez algo útil. - Disse sorrindo ainda mais.

Voltamos a nos beijar, e eu sabia que aquele seria apenas o início da comemoração daquele dia tão importante. Agradeço ao meu esquecido medo de elevadores, que me uniu ao homem mais perfeito que eu já conheci. Eu não poderia estar mais feliz.


~ FIM ~


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews?