Não se Esqueça. escrita por Alice e Cecília


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Gente, tem novo capítulooo!
Como vcs sabem, nós somos duas. (2 irmas)
Uma chamada Alice e outra chamada Cecília.
Alice - 12 anos
Cecília- 15 anos.

Tbm temos um outra irma de 11 anos, que dará participação às vezes.A Luíza.

Vamos sempre avisar se ela participou, e quem escreveu aquele capítulo.




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Gente, neste capítulo, a Luíza não ajudou. A Alice fez o capítulo 1 e o Prólogo.

Entre meus sonhos senti uma dor inesquecível, que ao mesmo tempo eu não sentia. Em um piscar de olhos, eu desapareci e ao me virar estava sobrevoando um quarto de hospital. Ainda sentindo o toque caloroso do meu anjo. Mas não conseguia o ver. Desta vez, ou ele estava invisível, ou ele não estava presente naquele momento. Sentia um enorme desconforto ao ver aquela equipe de médicos tentando ressuscitar aquela garota. A garota tinha um rosto familiar. Seu cabelo era ondulado, com grandes cachos formados e naturais. Seus cachos como seu cabelo, eram castanho claro, quase louro. Sua pele.  Era clara, e macia. Seus olhos cinza cristalinos passavam a idéia de desespero e angustia. Podia sentir ela gritando por dentro tentando sair dali. Suas lágrimas desesperadas, pareciam gotas de orvalho, ao amanhecer.

   Ao ver meu sentimento de preocupação, a garota se vira.

-Você sabe quem eu sou! – exclamou.

Eu não reconheci a voz, mas já havia ouvido em algum lugar.

-Olhe-se no espelho! – disse a garota.

Não tinha espelho algum na sala.  Sem resposta, a menina disse:

-Lembre-se!

Em alguns instantes toda minha vida passou pela minha cabeça. Todas as lembranças, todos os momentos, todas as fotografias.  Como um flash. Foi tão rápido, que não consegui me lembrar de meus detalhes pessoais. Apenas o essencial: Quem eu era.

A imagem de um espelho veio em minha mente. Os cabelos, os olhos, a voz! Tudo tão igual! Ela era eu e eu era ela. Aos poucos, pensamento por pensamento, eu encaixei as peças do quebra- cabeça e . Percebi e entendi tudo o que estava acontecendo . Inclusive a razão de eu estar naquele lugar, naquela hora.  Tentei falar com a garota , mas a minha voz não saia. Eu tentava cada vez mais. Podia ouvir minha voz por dentro, apesar dela não sair. Estava rouca e demonstrava todas as minhas emoções, que estavam vindo à tona, agora que sabia a verdade.

A verdade doía, e cada vez mais, me corrompia. Sentia ela correndo em minhas veias, que passava pelo meu coração, que apesar de ser sua função não bombeava sangue para meu corpo. Mas, se aquela garota era eu, e eu, também era eu,qual de nós duas era a verdadeira? Será que eu estava fingindo para mim mesma? Ou ela, que era a intrusa? Como eu poderia saber, eu não sei, mas como sou uma garota curiosa, eu fui procurar saber.

    Tentava desesperadamente pensar. Mas a dor do desfibrilador, dando choques em meu peito era imensa. Apesar de não estarem usando ele em mim, eu podia sentir a dor. De alguma forma eu e a minha “outra eu” estávamos ligadas. Sentíamos a mesma dor, o mesmo sofrimento. A mesma pena de si mesma. Os mesmos olhos de tristeza. Os mesmos sentimentos de desentendimento. Naquele momento, éramos como uma só. Queria descobrir O QUE ela era. Se ela era um monstro eu não sabia. Mas, sabia que ela estava roubando a minha vida, a minha família (se é que eu tenho uma), meus momentos. Minha história. Precisava o mais rápido possível descobrir quem eu era. E principalmente o que “aquilo era”. Os médicos não paravam de tentar  “salva-la”. Ela lia meus pensamentos, então me respondeu, mandando uma mensagem e minha mente. Ela dizia:

-Você descobriu quem eu sou. Agora precisa saber “o que eu sou”. – ela enfatizou o O QUE. – Sim, Elizabeth. Eu sou seu corpo. Você é o “nosso” espírito. Por isso você me vê morrer. Por que a sua vida depende de mim. Se eu morrer, você morre. Você tem pouco tempo para tentar se salvar.

-Mas, como?! – respondi.

-Tente voltar para mim.

-Eu não sei como voltar. Me ajude!

-Não há nada em que eu possa te ajudar, criança.

-Espere! Eu estou falando?!

-Não. Você está conversando comigo por pensamento. Espíritos não têm cordas vocais. Mas eu sou um corpo. Meus órgãos internos, não funcionam sem você. Volte para mim, Elizabeth.

-Como?

O médico nos deu um choque muito forte. Tão forte que “nós” sentimos lá no fundo. A dor foi e voltou ecoando em “nossos” pulmões. Não podia gritar afinal, não tinha cordas vocais. Meu corpo exclamou, reclamando da dor.

-Ahhhhhhh! – gritou em pensamento. – Parem com isso! Só vou voltar se ela PULAR em mim.

-Espera pular?

-Não! É jeito de falar. Não é como você pensa!

-Não custa tentar.

Tentei me mover. Parecia estar envolvida em correntes de aço que me impediam de realizar meus movimentos. Que objeto poderia me tirar dali? Talvez um daqueles instrumentos cirúrgicos. Bisturi,tesoura,agulha,alicate...Alicate?Estava amarrada ao meu corpo com correntes,certo?

Um alicate seria perfeito.Juntei todas as forças que me restavam e pensei no instrumento e em como ele seria de bom uso. Em um ato diferente e exótico,o alicate veio até mim e cortou uma espécie de “cordão umbilical” que me ligava a minha outra eu. Naquele momento me senti livre,me senti como se pudesse fazer qualquer coisa.Impulsiva,gostaria de poder me salvar! Mas não sabia como! Meu anjo não estava lá. Era a hora que eu mais precisava dele e ele não estava lá.Chamei,chamei mas ele não apareceu.Talvez por quê ele não deveria estar ali.Ao ver que eu havia cortado o “nosso” cordão,meu corpo exclamou:

- Sua ignorante!Agora não tem mais volta,você cortou o que nos ligava.Você nunca mais vai conseguir viver.Adeus!

No momento em que ela falou isso,o médico disse:

-É,gente,acho que não dá mais.Anotem a hora da morte,que eu vou contar ao irmão.

O médico saiu da sala.A voz dele era de um tom grosso e forte,e eu podia ouvir ele falar no corredor.Porém,seu tom de voz soava triste,decepcionado por não ter conseguido me salvar.

Após a conversa entre o médico e o garoto,a equipe de médicos saiu da sala e deixou meu corpo parado na sala de cirurgia.Assistir aquela cena me deixou muito emocionada. Comecei a chorar,e acabei dormindo.

Acordei com um toque.Alguém fazia carinho em minha cabeça.Puxando meus cachos para trás.Ao abrir meus olhos percebi que agora não sobrevoava meu corpo,agora eu estava ao lado dele.E me sentia como se estivesse “dentro” dele.

O garoto levava algumas coisas na mão.Ele começou a falar:

-Eu,eu trouxe isto – ele disse- sua blusa preferida.

A blusa era colada no corpo.Ela era cinza e estava escrito em preto,com um brilho rosa o nome de uma garota:Elizabeth.

- Eu também trouxe seu refrigerante preferido,e eu sei que mesmo que você esteja,você esteja – lágrimas começaram a saltar de seus olhos. – Eu ainda não superei,então não vou falar,ok? Bem mesmo deste jeito acho que você gostaria de tomar um gole- disse posicionando um canudo, (que estava dentro do copo) à minha boca cuidadosamente.

Não podia engolir,afinal não controlava meu corpo.

- Ah,é mesmo. Você não pode beber.- disse,se corrigindo – Porque você está...Bem, sabe. –disse,começando a chorar. –Sabe,Lizzie,eu estava tentando ser forte. Mas eu não consigo. Eu te amo Lizzie!Você é tudo para mim.E você não pode ir assim.Você precisa ser forte,ok?Não morra.Fique comigo.Nós sempre fomos,você sabe,”nós”.Sempre trocando pensamentos.Eu...Eu não posso mentir.Eu...Simplesmente não posso!Lizzie,eu estou prestes a morrer.Eu tenho apenas seis meses de vida.Estou com uma doença terminal rara,desconhecida pelos médicos.Uma doença nova.Um dos vírus que a causa,faz a doença ser terminal.Você sabe que eu não sou de fazer consulta médica,mas desta vez...Não deu para escapar.Lizzie,isto é sério. Você precisa ser forte –disse,pegando a minha mão –Lizzie- começou a chorar mais forte –Nossos pais,eles...eles estão mortos.Os bombeiros só encontraram o que sobrou deles.Eles já foram enterrados.Eu vi aqui falar com você.Você se lembra?Você se recusou à ir ao enterro deles. Eu também creio que você se lembre de nossa irmãzinha mais nova,Lili? Então,ela está bem.Muito bem.Melhor do eu a gente.O padre me disse que ela está junto do papai e da mamãe e que ela se tornará um anjo.Ela está junto dos anjinhos,Lizzie.Você adora anjos.E eu preciso –uma lágrima transparente e brilhante escorreu pela sua face – Eu preciso que você mande uma mensagem para eles,Para o papai e para a mamãe e também para o nosso anjinho,Diga a eles que eu os amo,Mais que tudo na vida.Diga também que eu vou ficar bem e que logo,logo nós nos encontraremos.E ficaremos reunidos.Diga a eles,para que não se esqueçam de mim.

Ele se aproximou de mim.Foi se aproximando até que eu pudesse sentir o toque caloroso de seus lábios em minha testa.Vi que ele tentava ser forte.Ele me amava acima de tudo e de todas as coisas.Eu era tudo para ele.Me senti mau,pois após aquele beijo,ele me cegou profundamente de amor de irmã,e se afastou de mim.Fixou seu olhar,azul e gentil no meu,triste e angustiado.Ficou me olhando por um tempo,mas logo as palavras já não o sufocavam mais e ele as deixou saiu.

- Não se esqueça,Lizzie.

Ele soltou suas mãos das minhas e eu não podia sentir seu toque reconfortante.Quis chorar,mas não conseguia.Quis gritar,mas não podia.Quis morrer,mas isto eu já havia feito.Tentei de tudo.Eu apenas queria meu irmão mais velho,meus pais e meu anjinho de volta.Queria voltar para a minha rotina,agitada pelas ruas de Londres.Queria poder refazer meus passos,consertar meus erros e continuar minha longa jornada de vivência.Não queria terminar meu caminhar ali.Não daquele jeito.Não queria ter visto meu irmão chorar por mim,nem querer morrer comigo.Nem que ele ficasse sozinho no mundo.Gostaria de neste exato momento,nesta tarde chuvosa outonal,estar indo com meu anjinho Lili na sorveteria.Eu estaria levando meu anjinho para tomar sorvete no frio.Como nós sempre fazíamos.Mas eu não podia.Por que ela estava morta e ela nunca voltaria.Eu os amava.Amava Luke.Amava Lili.Amava papai e amava mamãe.Agora não tinha saída.Eu seria enterrada e este seria meu fim.Eu te amo meus anjos,Luke e Lili,e meus protetores guardiões e também meus pais.Aprendi uma lição,NUNCA,em nenhuma alternativa: Não se esqueça.


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram?

Por favor deixem reviws.
Ah, e a partir de hoje gostariamos que vocês fizessem comentarios sobre a escrita de uma de nós (a que escreveu o capitulo).

E então? Como a Alice escreve?

Bjos.
Nós.



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