Only You escrita por Lúcia Hill


Capítulo 1
Capitulo - Noticia trágica


Notas iniciais do capítulo

Luiza acaba de receber uma triste Noticia que a deixou completamente sem chão.



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“Já não tenho mais forças para continuar vivendo.”

Luiza escreveu em um pedaço de papel e deixou sobre a pequena cristaleira central da sala, sentia seus pés caminharem rumo ao riacho perto do casarão.

[...]

Agora, com a notícia que Raul havia falecido no hospital da Cidade do México, Ernesto entrou todo afobado no casarão, para dar-lhe a má notícia. Mal sabia que era tarde demais.

— Luiza! — berrou, entrando com o chapéu em mãos.

Uma criada apareceu na sala com feição triste e abatida, ele correu até ela, sentiu seu sangue gelar com aquela expressão.

— Onde ela está, Luiza? — encarava-a, desesperado.

— Meu senhor, a senhorita saiu rumo à mata. — gesticulava, mas mantinha os olhos fixos no chão.

— M-Mas como a deixou? — agarrou nos braços da velha mulher. — Meu Deus, ela já sabe.

A criada arriscou a pergunta.

— Do senhor Raul? — levantou os olhos marejados para fitá-lo. — Sim, senhor.

O velho rapidamente soltou-a e correu para fora, para reunir seus capatazes, sabia que Luiza era muito apegada a Raul e que não era bom deixá-la sozinha nesse momento.

— Vamos. — berrou, abrindo caminho no meio da mata. Sentia seu coração pular dentro do peito. — Luiza! — berrava em desespero.

Não podia permitir que ela fizesse alguma besteira, pois era sua única filha, sem ela, a descendência dos Cortez não iria sobreviver a mais essa tragédia.

[...]

Luiza andava entre a mata com o coração em pedaços pela perda de seu único amor, caiu de joelhos na beira do riacho, cobriu o pequeno rosto com as mãos.

— Não! — gritou com todo seu fôlego, as lágrimas molhavam seu pequeno rosto. — Por que, meu Deus, por quê?

[...]

Os capatazes do coronel Ernesto se dividiram em duplas para tentar achar a garota, Javier encarou seu companheiro e fez cara de tanto faz.

— Garota mimada. — grunhiu, cuspindo no chão. — Fazendo a gente perder tempo.

Sumiu a galope na frente, deixando o outro para trás. Ele conhecia os caminhos da fazenda como a palma de sua mão, bufava igual a um touro com raiva.

“Tantas coisas para fazer e temos que ficar procurando a filhinha mimada do coronel” pensava, mirando os olhos castanhos a procura, desceu do cavalo e seguiu a pé até o riacho das pedras.

— Luiza! — gritou, abrindo caminho com as mãos entre a mata.

Luiza continuava sentada, mirando as águas, como poderia sobreviver depois da morte de seu único amor?

— Ai está você garota, por que não responde? — soou áspero, como se estivesse dando uma ordem.

Ela apenas virou-se para fitá-lo, mas logo voltou seus olhos para as águas com tom de esmeralda, ele se aproximou bruscamente da garota.

— Está surda é garota? — arqueou uma das sobrancelhas escuras.

— Deixe-me em paz. — pediu com a voz baixa.

— Não, vim aqui buscá-la e você vai retornar comigo. — aproximou-se dela.

Ela se levantou, bateu a poeira da roupa e o fitou, limpando os olhos molhados, sua feição se modificou com a aproximação dele.

— Afinal, quem você pensa ser? — encarou-o.

— Não te interessa garota, mas não me faça perder meu tempo aqui. — tinha os olhos cravados nela.

— Olha aqui, seu babaca, seja lá quem for, não vai me dar ordens, entendeu?! — apontou o dedo na direção dele.

— Está me desafiando, é? — deu mais um passo.

Luiza sabia que não poderia enfrentá-lo, ela encostou-se na árvore e cruzou os braços com os olhos fixos nele, estava o desafiando.

— Estou. — falou e virou-se para olhar novamente o riacho.

Ele não aguentava mais, puxou-a pelo braço, fazendo ambos se chocarem, Luiza soltou um grito com o impacto.

— Está maluco é?! — berrou, bateu na mão do rapaz, mas nada adiantou. — Solte-me! — gritou.

Ele a carregou no ombro até o cavalo, que estava alguns passos dali, enquanto ela batia em suas costas, mas nada feito, ele continuou até chegar ao cavalo, jogou-a por cima do mesmo.

— Solte-me, cretino! — tentava se debater, mas as mãos de Javier eram mais rápidas.

— Vamos para o casarão e fique quieta, garota chata. — ele montou no cavalo e seguiram para o casarão.

O Coronel estava nervoso, andando de um lado para o outro, os demais peões estavam encostados na varanda, mirando o caminho de terra, Carlos caminhou até a porta e berrou.

— Coronel, lá estão eles. — apontou para o ponto que levantava poeira na estrada ao longe.

Javier tentava ser mais rápido para não ter que ficar ouvindo os murmúrios daquela garota insuportável.

— Isso não vai ficar assim, seu cretino! — grunhiu, podia sentir os buracos da estrada.

Javier apenas riu e continuou, chegaram à frente do casarão.

— Minha filha. — o coronel correu até eles, ajudando-a a descer.

Ela tinha o rosto vermelho, Javier porém virou as rédeas de seu garanhão e seguiu para seu posto, abraçou sua filha como se a tivesse perdido há semanas.

— Quem mandou o senhor pedir para aquele cretino me buscar? — limpava a roupa com raiva.

O coronel mal pode responder a pergunta, ela saiu andando para dentro do casarão, bufava de raiva.

[...]

“Cretino, imbecil, animal do mato!” pensava Luíza enquanto subia as escadas que davam acesso para os quartos, vingar-se-ia do tal Javier de qualquer jeito, ah, isso ela faria.

[...]

Carlos se aproximou do peão, que ajeitava as ferraduras do cavalo, encostou-se à porteira.

— Você é louco mesmo. — tinha um sorriso no rosto enquanto falava.

— E por quê? — continuava a ajeitar as ferraduras do animal.

— O jeito que você trouxe a filha do homem. — disse, aproximando-se dele. — Javier, a garota está querendo te matar, nunca se trata uma dama daquele jeito.

— Ela me desafiou. — parou para fitá-lo. — O que você queria, que eu a trouxesse pela mão?

— Tu és louco peão. — afastou-se, deixando-o sozinho no seleiro.

Javier riu e fez pouco caso das palavras do amigo, o coronel Ernesto o tinha com muito estimo, não seria uma garotinha mimada que o faria ser mandado embora.

— Javier. — disse aproximando-se da porta do seleiro.

— Coronel. — levantou-se e o encarou.

— Te devo muito, meu filho. — tinha uma expressão distante e aliviada.

— Tudo bem, apenas faço meu dever. — segurou as rédeas do cavalo enquanto encarava o velho. — Se me der licença...

— Claro. — afastou-se da porta, abrindo espaço para ele passar a galope com o baio.

Era um homem assim que tinha que manter a ordem na fazenda dos Cortez.


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Notas finais do capítulo

Boa Leitura!