Gerard estava no seu quarto deitado no chão, mergulhado em lembranças. Agora ele sabia como era ficar sozinho. A dor era muito forte. Parecia que tinha se aberto um novo buraco em seu peito e tirado tudo que havia dentro.

Era assim que ele se sentia: vazio.

Gerard levantou-se. Não iria perder mais nem um segundo ali. Foi ao quarto de seu pai e pegou ama arma. Apontou para a própria cabeça. Colocou o dedo no gatilho.

Mas antes que ele puxasse o gatilho, um rosto veio a sua mente:

Rowena. Rowena tão doce, tão linda.

Rowena tão morta...

Rápido e sem pensar, Gerard saiu correndo até o cemitério. Passou pelos portões, pelas lapides:

-Rowena? Rowena, meu amor.

Mas não houve resposta. Correu para mais fundo do cemitério, o lugar mais escuro.

Não havia ninguém. Era como se Rowena não existisse.

Lagrimas escorriam pelo rosto do garoto quando ele encontrou um bilhete.

As lagrimas escorreram mais ainda no final do bilhete.

Não eram as lagrimas doces da saudade, eram amargas e pegajosas.

Olhou novamente em volta e se surpreendeu com o que viu:

 Uma moça chorando, sentada no chão. Estava com um vestido negro, pintado de luto.

Suas lagrimas brilhantes reluziam a luz da Lua.

Rowena chorava, com seu coração em pedaços.

-Gee, um coração que já parou de bater ainda pode se partir?

-Eu não sei, mas eu faria de tudo para consertá-lo.

Gerard caminhou até a moça e se ajoelhou na sua frente.

A garota o abraçou e respirou seu perfume.

-Ro, eu te amo. Ficarei ao seu lado para sempre. –Gerard chorava.

-Eu posso te pedir uma coisa dessas.

-Mas eu quero. É a minha vontade. E eu vou te contar.

Gerard contou o seu dia e tudo o que aconteceu.

-... Acima de tudo por te amar...

A garota deu um beijo longo em seu amado e se levantou. Gerard fez o mesmo.

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-Faça. - um homem disse estendendo uma arma.

A garota pegou a arma e afagou a mao do jovem. Apontou a arma para o mesmo.

-Eu te trouxe as minhas balas, você me trouxe o seu amor.

E atirou.

O corpo do rapaz caiu sem vida no chão. A garota deu um sorriso quando diante de seus olhos o mesmo corpo se ergueu.

O corpo era pálido e não tinha o calor de antes. Mas lá dentro, em um coração já morto, um sentimento queimava.

Abraçaram-se, beijaram-se e amaram- se como da primeira vez.

O Sol já ia nascer.

Uma garota muito pálida, com os olhos pretos e cabelos igualmente escuros, desaparecia na primeira curva do cemitério, dessa vez acompanhada de um garoto de pele igualmente pálida e olhos cor de oliva.

Um corvo voou no céu quando o Sol nasceu.

E ainda há quem diga que corvo é sinal de mau agouro.

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Na noite seguinte, uma noiva, que mais parecia um cadáver caminhou por entre as lápides. Nas mãos ela tinha um buquê no coração um amor verdadeiro a esperar.

O chão estava coberto de folhas mortas como um tapete, e todas as lápides estavam enfeitadas com rosas.

A noiva deu um suspiro longo e sorriu. No seu campo de visão um noivo muito ansioso apareceu.

Se o noivo ainda estivesse vivo com certeza essa seria o momento em que seu coração dispararia.

Um coveiro seria o padre esta noite.

Esta noite eu uno o que em vida não foi possível. Que suas almas caminham entre vento juntas pelo infinito...

The end