“Mas, ninguém o ama tanto quanto eu”.

~ Minoru’s POV ~

Eu acordei assustado. Olhei para os lados e me vi na enfermaria. Não tinha idéia do que tinha acontecido, tive um sonho horrível que me impedia de trocar de pensamento.

Levantei-me e a moça logo me avisou do que aconteceu. O pesadelo saiu de minha mente durante esse momento, e eu pude me lembrar. Cheguei atrasado ao colégio, perdi metade da aula, recebi um selinho, dormi, recebi um beijo, quase fui beijado de novo, peguei um resfriado e me encontrei com um dos senpais, que me trouxe para cá.

Agora faz mais sentido.

Tossi um pouco, pedi desculpas e retirei-me do local. De longe, avistei Takahashi-senpai. Corei instantaneamente, e sai andando para o lado oposto. Não queria ser visto naquele estado.

Do outro lado, Kawashita-senpai. Eu estava indo agradecê-lo quando senti um puxão no meu braço. Apesar de me fazer virar, foi um puxão delicado.

-Ei. Você está bem, Takenaga? –Disse Takahashi-senpai, que me soltou.

-S-Sim, estou.

-Hiro contou que você estava com febre e não muito bem.

-Já melhorei, dormir no terraço não foi uma boa. –Sorri.

-Tem certeza? Fiquei preocupado.

Eu corei com o comentário. Era incrível como ele conseguia fazer isso comigo. E eu duvido que esteja apaixonado. Duvido muito.

Apenas sorri para ele e confirmei que estava bem. Ele me deixou ir depois dessa série de perguntas. Eu descia as escadas desertas com certo receio. Sentia alguém me seguindo. Mas sentia meu rosto queimar, logo, estava com febre de novo e poderia estar vendo coisas.

Mas não estava.

Não demorou muito para do nada eu estar encostado à parede com Hizaki a minha frente, me cercando.

-Oi bebê. ~

-Você de novo?

Suspirei, retirei um dos braços dele de minha frente e tornei a andar. Seus braços envolveram a minha cintura e ele me puxou para um abraço.

-Ei, Kazenaga-sen—

Nesse momento ele pareceu diferente. E pela primeira vez, eu vi um olhar diferente em Kazenaga-senpai.

-Ei. –Ele começou- Desculpe-me por qualquer coisa. Você sabe que eu te amo.

Ele me deu um beijo no rosto e saiu correndo e rindo. Eu fechei o punho, senti meu rosto aquecer novamente.

-Maldito seja... –Sussurrei, e não pude deixar de abrir um sorriso, enquanto ia embora.

~ Yuuki’s POV ~

Desde aquela tentativa de beija-lo, não falei mais com Minoru. Ele pareceu extremamente envergonhado, que fofo.

Hiro me encontrou e começou a conversar comigo, até que me contou algo que me interessava.

-Ah, bom, eu encontrei o Minoru no corredor, pelo visto ele pegou o resfriado. Tava com um pouco de febre.

-Onde ele está?

-Descansando na enfermaria, mas calma, o veremos depois, apressadinho. –Riu.

Eu estava bastante preocupado, e fiquei do lado de fora da enfermaria por tempos. Uma hora, vi Minoru sair de lá, no meio da movimentação. Eu fui até ele e o puxei, para que não fosse mais longe.

Tivemos uma breve conversa, ele me afirmou que estava tudo bem e voltou a andar. Queria ter certeza que ele estivesse mesmo bem. Não quero que meu, sim, meu, Minoru tenha problemas desde já. Se já não bastasse Hizaki.

Teria eu coragem de me declarar?

Na via das duvidas, o segui sorrateiramente. Até que o encontrei com Hizaki, e a cena, e as falas, me surpreenderam.

Hizaki havia se declarado tão rápido, foi realmente surpreendente. Mas, por quê? Achei que ele iria esperar mais um pouco, ou sei lá... Ou simplesmente estou com ciúmes. Com certeza terei que admitir isso.

~ Hizaki’s POV ~

Apesar de tudo que fazia com Minoru, sabia que ele ria sobre. Era bom o ver sorrindo. E ele parece ser tão lerdo, que creio que nem notou o motivo do porque faço essas coisas.

Vi Hiroshi e Yuuki conversando, e então fui atrás de Minoru, mas não o encontrei. Após muuuito tempo, o vi descendo as desertas escadarias, tranquilamente.

Me aproximei dele e o encostei na parede, com ambos braços o envolvendo.

-Oi bebê. –Brinquei.

-Você de novo? –Me respondeu, com mínimo ânimo.

Ele retirou um de meus braços de seu caminho e voltou a andar. Antes que ele fosse embora, o segurei pela cintura e o abracei.

-Ei, Kazenaga-sen— -Ele iria me interromper, mas ficou quieto.

-Ei. –Comecei- Desculpe-me por qualquer coisa. Você sabe que eu te amo.

Dei um beijo no rosto dele e sai correndo antes que levasse um soco ou qualquer coisa do tipo. Olhei para trás por um instante, o vi rir e começar a andar novamente. Sorri instantaneamente, e continuei correndo.

Eu sabia que ele não entenderia, mas ninguém o ama tanto quanto eu.