A Maldição da Caça escrita por reallystrange


Capítulo 4
Perguntas sem resposta


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!Demorei mais to de volta com mais um capítulo.Espero que gostem!



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O sol batia no meu rosto me incomodando enquanto eu tentava me virar. Olhei pro lado e Sam ressonava comigo em seu peito.

Livrei-me delicadamente de seus braços e me troquei silenciosamente colocando um pequeno vestido de renda cor de rosa, sapatilhas pretas de cetim e um laço de fita branco prendendo minha franja junto com o cabelo.

Peguei o notebook e desci as escadas até o restaurante do hotel dando de cara com Dean e Bobby sentados numa mesa devorando pilhas de panquecas e bacon. Não pude deixar de me sentir enjoada quando Dean me olhou sorrindo com a boca aberta e cheia de bacon melequento.

Sentei-me numa mesa na janela e liguei o notebook pra ver o andamento de meus processos e possíveis eventos sobrenaturais na região.

Ouvi passos firmes e olhei pro lado dando de cara com Sam que tinha um discreto sorriso de lado no rosto e vinha ao meu encontro.

-Bom dia, como vai?- ele disse se sentando.

-Bem na medida do possível. Posso te ajudar em alguma coisa ou vai ficar aí me olhando feito um babaca?- eu perguntei arqueando uma sobrancelha.

Sam buscou por palavras e não encontrou nenhuma que o fizesse sair daquele estado ridiculamente vermelho e pasmo em que estava. O que ele pensava?Que eu iria ficar toda boba com ele só por causa de uma noite de sexo?

Parei involuntariamente pra pensar em tudo o que nos tinha acontecido na noite anterior e me levantei incomodada por não encontrar justificativa pro que eu tinha feito ontem.

Passei pela mesa de Dean e fui até o pequeno parque do hotel ao lado da entrada. Sentei-me num balanço de correntes e comecei a analisar alguns casos que teria que defender ou acusar pessoas que não tinham a mínima idéia do mundo em que vivíamos. Como as pessoas poderiam ser tão cegas?

Ouvi rodinhas se aproximando e fechei o notebook apoiando-o em minhas pernas descobertas.

-Lindo dia não?

Olhei pra cima e Bobby me encarava parecendo nostálgico, e eu por minha vez o olhava sem sentimento nenhum, como se aquele em minha frente fosse uma estátua desinteressante no meio de uma praça abandonada.

-Depende do ponto de vista. Olha, vamos logo com isso, fala logo o que você quer- eu murmurei encarando o céu.

-Um pouco de respeito seria bom agora - Bobby disse firme.

-Por quem?Você?Não força a barra – eu disse me levantando.

-Sou seu pai mocinha, volte já aqui e me peça desculpas!- Bobby gritou.

Virei-me pra ele rindo sarcasticamente até me apoiar na cadeira de rodas onde ele estava.

-Ou o que?Vai correr atrás de mim?- eu perguntei em tom de escárnio.

Levantei-me e abandonei o velho ali pensando numa boa resposta que não encontraria tão cedo. Dentro do hotel os Winchesters conversavam animadamente sobre algum assunto.

Sam tinha os olhos sobre mim e me chamava com o dedo pra mesa. Assenti de leve e sentei-me em frente aos dois sentindo meu estômago revirar enquanto aqueles olhos repousavam sobre mim.

-Temos algumas perguntas a fazer se não se importa- Sam disse parecendo curioso.

-Perguntas?Tá certo, podem fazer-eu respondi apoiando a cabeça nas mãos.

-O que pensa que somos?

Dean perguntou me fitando enquanto eu suspirava olhando pra janela velha do hotel.

-Próxima pergunta – eu murmurei.

-Não vai responder?- Dean perguntou sério.

-Você me pediu perguntas, e não respostas- eu respondi sorrindo de lado.

-Tá bom, outra: Você acha que Bobby te deixou no seu colégio pra cuidar da gente?É por isso que você odeia a gente e não fala com seu pai?

Fechei o cenho e a guarda depois disso. A pergunta era direta, sem rodeios e dolorosa, simplesmente dolorosa.

Passei as mãos pelos cabelos tirando a fita que prendia minha franja e comecei a torcê-la com os dedos.

-Dean, eu acho que você pegou pesado dessa vez- Sam disse me olhando.

-Vocês acham que eu não falo com Bobby por causa disso?Realmente não o conhecem, nem a ele e nem a mim- eu disse encarando o chão.

-E por que você acha isso?Praticamente crescemos perto do Bobby, ele é como um pai pra gente- Dean disse.

Engoli em seco segurando uma lágrima que queimava meus olhos.

-Por que fazem isso?Não queria ter visto nenhum de vocês tão de perto, e por dez anos que consegui ficar na minha. Por que isso agora?Pra que isso agora?Todos nós já não cansamos disso?- eu perguntei encarando a janela.

Ouvi um suspiro e Dean sussurrando pra Sam ir olhar o Bobby discretamente. Um tempo depois Dean levantou de leve meu rosto me fazendo encará-lo.

-Nós crescemos nessa guerra, não tivemos nenhuma das chances que você tem, nós não temos outra opção, mais isso você tem. Bobby sempre foi gente boa, sempre nos ajudou com o que podia e não podia, e acabou numa cadeira de rodas por nossa causa, então não venha com esse papo de que seu papai te abandonou por que nós dois sabemos que ele te deixou ali pro seu bem. Agora deixe de ser uma grande mal agradecida e pelo menos tente ser educada.

Dean me encarava sério enquanto eu tentava processar tudo o que ele disse a meia voz. Quando terminei acabei com um sorriso irônico no canto da boca.

-Realmente vocês deveriam se informar melhor sobre minha família e sobre a morte de minha mãe Dean. Acho que seu papai substituto não divulgou nem a metade do que aconteceu de verdade.

Levantei-me com o notebook em mãos segurando-me pra não acabar chorando que nem uma besta por tudo aquilo. Eu tinha enterrado meu passado há muito tempo atrás, e assim ele continuaria até o fim dos meus dias miseráveis na terra.

Meu celular tocou exigente e Drill estava na linha.

-Pode falar- eu disse.

-Ariel me contou o que está acontecendo co você. E aí, como vai com seu papai- ele disse rindo.

 -Vai pro inferno. Fala de uma vez o que você quer- eu sussurrei impaciente sentindo o olhar dos três em minhas costas.

-Tem um anjo aqui Annice, ele é inútil de tão inocente. Mais o legal da história é que ele disse que tem que falar com você- ele respondeu.

-Diga a ele onde estou e o mande aqui oras. Não estou com cabeça pra enrolação.

Desliguei e subi as escadas do hotel em direção ao quarto. Quando abri a porta dei de cara com um moreno alto e forte com cara de neném sorrindo envergonhado.

-Bom dia senhorita, sou Tyler e fui mandado pra te proteger.

Olhei pro anjo e senti algo estranho, suspeito de mais pra que aquilo fosse totalmente verdade da parte dele.

-Está tentando mentir pra pessoa errada. Por que realmente está aqui?

Tyler engoliu em seco não conseguindo disfarçar sua tensão enquanto cruzava os dedos das mãos imensas.

Tudo ali me cheirava a coisa errada. Os anjos, os Winchesters, eu ter encontrado com meu pai, o pedido de Miguel. Tudo ali estava nas sombras, encoberto por um ardil intrincado demais pra que eu chegasse a alguma conclusão rápida.

O que os anjos queriam, e por que isso envolvia a mim e aos Winchesters?


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Notas finais do capítulo

E aí queridos,o que acharam?Esse capítulo é como uma introdução pros acontecimentos,espero que estejam tão ansiosos quanto eu pra que eu comece a desenrolar os fatos pra fic tomar forma.
O/