Capitulo 6 – Abaixando a Guarda

         Jacob ainda estava ao meu lado, já tinha se passado algum tempo e ele continuava lá, parado. Mas, a sua companhia me fazia bem, eu ficava tranqüila segura, não sei o porquê, mas desde que o vi pela primeira vez não paro de pensar naquele rosto moreno, em sua voz rouca...

            Quanto ao meu pai eu ainda não sei ao certo o que fazer, mas de uma coisa eu sei seria injusto da minha parte culpa-lo por algo que ele foi obrigado a fazer, obvio que ele tem uma parcela de culpa nisso tudo, mas a maior parte é daquela que durante todos esses anos dizia só querer o nosso bem e ainda assim provocou o nosso sofrimento.

            - Quer conversar? – Jacob me perguntou. Eu precisava realmente conversar com alguém e no momento ele era o único que me inspirava confiança.

            - Você quer ouvir? – perguntei com a voz não passando de um sussurro. Vi um sorriso singelo surgir naqueles lábios carnudos. Jacob se ajeitou ao meu lado.

            - Se você quiser contar, estarei aqui. – disse simplesmente, mas essas simples palavras significavam mais do que pareciam para mim de alguma forma eu sentia que ele só queria me ajudar e que se preocupava comigo, imaginar isso fazia com que um sentimento de contentamento surgisse em meu peito de uma forma avassaladora.

            - O que você faria se não mais que de repente descobrisse que tudo o que você acreditou por anos não passava de mentira?  Que momentos que poderiam ter sido incríveis foram estragados por egoísmo de uma pessoa que dizia te amar, e no fim você por fim entende que afastou e colocou a culpa de tudo na pessoa errada? – falei em disparada. Eu estava nervosa e precisava que alguém me ajudasse a chegar a alguma conclusão lógica. Jacob respirou fundo e me encarou.

            - Acho que minha mente estaria a mil. Mas, tentaria recuperar o tempo perdido e enxergar o ponto de vista da pessoa que você afastou. Não sei ao certo, falar é fácil desde que você não seja a pessoa que vivencia esse momento. – ele disse de forma gentil. Um arrepio percorreu meu corpo quando um vento frio serpenteou entre nós.

            - Você está com frio. Não trouxe uma blusa? – Ele perguntou de forma que repreendia minha falta de cuidado.

            - Eu esqueci. – disse me abraçando. Jacob retirou seu casaco de couro preto e me entregou. Na hora não acreditei que ele estava fazendo isso, nenhum garoto jamais tivera tal atitude comigo.

            - Anda, pega antes que fica resfriada. – ele disse autoritário. Peguei a jaqueta e a vesti. Tinha um cheiro amadeirado delicioso, quando a vesti sem que ele percebe-se, eu acho, a cherei.

            - Obrigada! – sorri agradecida.

            - Antes que continue contando a sua vida que mais parece novela, me diga o seu nome. – ele pediu brincalhão.

            - Renesmee Cullen, mas pode me chamar de Nessie. – eu disse estendendo a mão. Ele sorriu divinamente, um sorriso amplo que deixava a mostra todos os seus lindos dentinhos brancos. Contei tudo que aconteceu para o Jake e ele se mostrou muito prestativo, confesso que ele era diferente dos outros rapazes que conheci, ele mexe comigo de uma forma que nunca imaginei ser possível. Levantei-me junto com ele pra ir embora, mas desequilibrei e ele me segurou.

            - Tudo bem? – ele perguntou docemente. Assenti levemente.

            - Não por isso. Sabe, eu posso estar estragando o momento falando isso, mas mesmo assim eu vou falar. Você me surpreende a cada instante, não é a menina rude e rebelde que você aparenta ser, é só fachada não é? Você tenta afastar as pessoas por que tem medo que façam a mesma coisa que seu pai. Mas que tal tentar abaixar a guarda pelo menos comigo? – Jacob disse eu refleti por uns instantes e por mais que não eu quisesse admitir ele tinha razão. Não custava tentar, eu faria isso por mim, por ele... Hein?! Ah nada, esquece!

            - Aceito a proposta! – Disse. Jacob abriu um enorme sorriso.