Infância com Uma Única Letra escrita por C_Cheshire


Capítulo 2
Capítulo 002 Meu novo lar


Notas iniciais do capítulo

Desculpe-me pela demora. Obrigado por todos que postaram seu reviews e a todos que estão lendo.



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 - ...Esperança...? -sussurrou o garoto.

 - Sim, venha comigo...não há que ter medo -respondeu o velho a um gesto amigável.

 O garoto estremeu, olhando aquele senhor tão...tão ''diferente'' estendendo a mão para si? Pessoas de pouca confiança sempre perambulavam as cidades, já fora quase morto por um destes marginais, mas nunca recebera tal tratamento vindo de um destes, apesar da grande quantidade de inocência de um pequenino ninguém poderia negar algumas desconfianças que batiam em seu cérebro e coração o fazendo quse negar a oferta.

 Mas como eu disse...quase negara, olhando profundamente nos pequeninos olhos do senhor, vira que o brilho que surgia, dependendo de seu ângulo, era da mais pura verdade. Claro que outros fatores, como o belo sorriso e jeito amigável não eram poupados. Esticando seu braço pequeno pôs a pegar na mão do senhor, segurando firmemente.

 - Acalme-se! -disse o senhor em seguida de uma risada curta e baixa- Seque estas lágrimas, ninguém gostara de vê-lo chorando.

 - D-desculpe...-disse o garoto fazendo o ato que lhe fora ordenado.

 - Já andou de limousine ? -perguntou o senhor agachando-se na mesma altura que o garoto.

 - O que é isto? -perguntou o garoto inclinando sua cabeça a direita.

 - É um automóvel muito bonito e confortável -riu o senhor- Gostaria de entrar em uma?

 - Nunca entrei em qualquer automóvel...parece ser divertido -disse o garoto baixinho, mesmo ouvindo tal coisas do senhor não demonstrava quaisquer entusiasmo.

 - Muito bem -disse o senhor levantando-se- Não se importa de caminhar um pouco?

 - Não mesmo.

 Caminhando entre os postes congelados da tão bela cidade, chegando a estrada coberta de neve tão branca quanto a lua que já podia-se enchergar no claro céu da tarde. Coisas que o garoto nunca imaginara ver fora visto, coisas que nunca pudera pensar ou entender teria tirado dez se fosse uma prova de colegial ou interpretação. Apesar do pouco tempo que devia restar para aquele senhor de idade, adorava contar o que preparava para seu futuro.

 - Incrível! -exclamou o senhor- Você sabe de muitas coisas, não?

 - Tudo o que sei foi lendo algumas placas do parque, outras ouvi de ''palestras'' que alguns homems faziam a turistas. Não é nada incrível.

 - A quanto tempo vive nas ruas? -perguntou o senhor fazendo uma expressão séria.

 - Não sei...não me lembro do meu passado...não me lembro de...nada para falar a verdade -respondeu o garoto encolhendo-se.

 - Me desculpe pela pergunta -disse o senhor- sei que não deve ser fácil, mas não se preocupe, posso lhe guardar que esta tudo seguro por agora.

 - Obrigado...obrigado mesmo, senhor...-disse o garoto esperando por um nome.

 - Me chame de Watari, sim?

 - Obrigado, senhor Watari.

 - Ah! Veja ali, é a nossa limousine

 Um presente no Natal ou em um aniversário, muitas crianças ou melhor a maioria das pessoas, não importando os anos que tem, ficariam felizes com isto. Não era seu, mas o garoto se sentira feliz em ver ''aquilo'' deparado a sua frente, seria sua passagem a uma nova vida? Sair das ruas depois de tanto tempo, é um milagre de Deus? Tudo isto girava em torno de sua mente, mente tão vasta para um pequenino como ele...O que se importava era se sentir seguro mais uma vez, espere! Mais uma vez? Este pensamento era o mais intacto, aquela sensação já teria passado em seu coração, mas porque não se lembrava dela?

 - Ei, ei! -disse Watari chacoalhando o garoto.

 - Vamos? -disse o garoto a um tom elevado do normal.

 - Deve estar cansado, você vai ver, quando chegarmos ''lá'' podera descansar em paz.

 - ''Lá''?

 - Sim, ''lá'' é uma surpresa

 Entrando naquele belo carro, pode se sentir confortável. Aquele senhor, melhor, Watari era realmente diferente das outras pessoas, por fora ele sabia disto mas por dentro ainda tinha aquela sensação de insegurança, aquilo rebatia-se dentro de seu peito causando frios na barriga e de vezes arrepios que subiam e desciam se corpo.

 Quinze minutos de viagem até o lugar indicado, contou. O garoto parecia demonstrar grande afeto pela matemática, e pensar que a grande maioria das crianças de sua idade nem iriam se importar com o estudo dos números. Além do tempo de viagem, pode calcular o número de tijolos de três casa antes do ''lá'', fez contas com números de fibonacci, se referindo as sementes de um girassol.

 O senhor o encarou com um longo sorriso, vendo as contas sendo feitas com esplêndida rapidez e simplicidade. Após tirar conclusões exatas, Watari fez um pequeno gesto com a mão esquerda, fazendo assim o motorista descer do carro e abrir a porta do lado onde o garoto sentara.

 - Obrigado -disse o garoto descendo do automóvel.

 - Mi scusimaio non parlola vostra lingua¹ -disse o motorista.

 - GrazieCarlos, ancora una volta facendo il suo lavoroArrivederci² -disse Watari descendo da limousine

 - Por favor, senhor Watari. Que língua estão falando?

 - É italiano. Meu outro motorista inglês não pode vir, então contratei este da Italia

 - Tornare perun secondo momento, il signor Watari³ -disse o motorista, Carlos, entrando novamente na limousine e saindo fora de vista de ambos

 - Bom -disse Watari voltando-se ao garoto- É aqui o ''lá''. Ou poderiamos dizer, seu novo lar.

 O garoto olhou atentamente o lugar, não pode ver envolta pois a névoa cobria tudo junto a neve que engrossava a cada hora, os portões negros metálicos era a única coisa que conseguia ver perfeitamente, era grande com um pouco mais de 1,85 pelo o que pode calcular, o muro era de uma rocha escura a qual não pode deduzir qual era seu tipo, o que pode ver depois dos portões foi parte de um belo jardim branco. 

 Parecia tudo seguro até este momento, quando os sinos no alto de um pilar começaram a tocar, causando grande estrondo. Exerceu um pouco de sua vista, mas pode enxergar pessoas. Sim! Pessoas e não eram adultos como fora imaginado, eram crianças...? Todas com imensa alegria de poderem brincar no cobertor gelado e branco.

 Medo. Medo de quê? O garoto podia deduzir contas matemáticas, teorias ciêntifícas e interpretações de texto, mas não podia deduzir o medo que sentira a ver outras pessoas, pior, em grande quantidade.

 Em seu subconsciente tudo parecia enfraquecer, tremendo seu corpo. Para que tanta coisa assim acontecer? Uma coisa tão boa que poderia trazê-lo dos fundos de um vasto oceano a terra firme e fofa de antes, então porque não aproveitar? Uma corrente de suas memórias esquecidas ainda o prendiam ao chão submerso, ficando preso sobre águas e águas que não o deixavam respirar.

 Aperto. O aperto de seu coração era o sinal mais forte deste medo, sentiu-se desanimado mas ainda estava de pé, outro sinal de que este garoto não iria desistir tão fácil a esta escala de sua vida. Este aperto subiu para sua mão esquerda, que ocasialmente segurava na mão direita de Watari, segurou firme novamente em sua mão, transmitindo o conhecimento de que não queria perde-lo e que ao mesmo tempo queria decidir as custas sozinho.

 - Quer entrar? -perguntou Watari

 - ...sim... -disse o garoto com a voz abafada e fraca

 Uma última olhadela ao rosto de Watari, virou ao enorme portão negro e o encarou. Empurrando devagar pode abri-lo sem nenhum esforço.

 - Seja bem-vindo a Wammy's House


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Notas finais do capítulo

¹ ''Mi scusi, ma io non parlo la vostra lingua''
— Desculpe-me, mas eu não falam a sua língua
² ''Grazie Carlos, ancora una volta facendo il suo lavoro. Arrivederci''
— Obrigado Carlos, mais uma vez fazendo o seu trabalho. Adeus
³ ''Tornare per un secondo momento, il signor Watari''
— Volto mais tarde para busca-lo, Sr. Watari



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