Reencontrar escrita por kiryuu_ichiru


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Desculpem, eu sei que demorei para continuar a fic... espero que vocês continuem gostando.



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 -  Mas parece que ele significa algo mais para você... Você tem certeza que é só isso? Um colar que ganhou de um amigo não te deixaria tão pensativa como está agora.

 - Tem muito valor sentimental. Apenas isso. – respondi.  – Mas por que você quer tanto saber sobre esse colar?

 - Às vezes é estranho. Eu acho que já vi um colar como esse em algum lugar. Quando vejo você com ele, parece que eu travo, parece que alguma coisa me impede de tentar algo com você,  me faz sentir como se estivesse fazendo algo errado. – ele respondeu, com um olha baixo e sem jeito.

   Eu não sabia o que fazer. Fiquei mal em saber que aquilo deixava Tom sem jeito.  Eu não deixaria de usá-lo só porque Tom achava estranho ou intimadador.

  Achei melhor mudar de assunto.

 - Então... Erhm... Você sabe que, um dia, a Carol vai voltar a morar com a gente, não sabe?

 - Eu preferia não falar sobre isso agora, Yuuki. Acho desagradável. – Ele respondeu.

   Eu não insistiria naquele assunto. Eu sabia que Tom ainda estava chocado com a história de saber que Carol traia seu irmão com seu melhor amigo.

   Durante o resto do jantar, ficamos conversando sobre coisas boas, sobre nossas vidas e sobre comida. Tom amava comer.

  Naquela noite, eu o ajudei a limpar a cozinha e fui direto para o meu quarto. Tomei um banho e só pensava em dormir para conseguir acordar cedo e bem disposta para dar a bendita aula para Bill.

   Estava quase pegando no sono, quando Tom apareceu em minha porta, chamando meu nome.

 - Oi...oi? Tom? O que foi? – Perguntei, sonolenta, sentando-me na cama.

 - Eu não estou conseguindo dormir. Eu posso ficar aqui com você? – ele perguntou.

  Fiz que sim com a cabeça.

  Tom entrou, deitou ao meu lado na cama. Ficamos um pouco sem posição, então nos arrumamos em formato de conchinha para que ficasse mais confortável. Eu nunca dormira daquele jeito.

 - Sua cama é muito gostosa, – Tom sussurrou em meu ouvido. – assim como você...

  Ao dizer isso, Tom começou a acariciar meu corpo, tentando levantar minhas camisola. Meu deus, ele tinha as mão macias para isso, ele devia ter prática. Em meu íntimo, eu queria prosseguir com aquilo. Era tão gostoso e excitante.

 *LEMBRANÇA*

  Eu estava na grama, deitada entre Bill e seu irmão.

- Olha, o céu está tão bonito. – falei.

- Sim, tão bonito quanto você. – Tom respondeu.

  Bill levantou a cabeça e olhou mau humorado para seu irmão. Ao perceber, Tom colocou sua mão na minha.

  Bill se levantou e saiu correndo para dentro de casa.

- Bill, espere! – gritei. – Olha o que você fez, Tom. Eu não queria que você ficasse fazendo isso, eu não gosto.

- Deixa o Bill pra lá... Ele não gosta que eu fique muito perto de você.. ele é tão idiota. – Tom respondeu.

  Tom pegou minha mão e colocou em sua barriga, tentanto abaixá-la para suas partes íntimas.

- PARE! Eu não quero isso. – Falei, tirando minha mão da barriga dele e me levantando.

  Eu tinha apenas 11 anos, eu não pensava naquilo...

*FIM DA LEMBRANÇA*

- Tom, por favor. Eu não quero.  – Falei.

- Por que não, meu amor? - Ele perguntou, confuso.

  Me virei de frente para ele. Enquanto me mexia, senti que ele estava “animado”.

- Eu não quero. Não estou pronta para isso. Eu nem sei se estamos juntos. Você é experiente demais para mim... – falei

- Mas eu posso te ensinar. Não, não estamos namorando, eu espero. – ele falou – Mas estamos ficando, podemos dar uma rapidinha de vez em quando.

- Tom, eu sou virgem, eu não quero fazer isso agora. –respondi.

  Tom aceito aquilo de cara feia.  Continuou deitado comigo, mas virou-se para o outro lado. Coloquei minha mão nos cabelos de Tom. Eram dreads muito bem cuidados, por sinal, e eram até macios.

   Com carinhos nos cabelos, Tom adormeceu rápido. Eu fiquei acordada, pensando sobre tudo.

   Eu sentia que, mesmo que meu corpo imporasse pelo corpo de Tom, não poderia fazer amor com ele. Eu sentia que estaria traindo alguém.

   Alguém que nem sei se lembra de mim, pensei.

  Tom me deixava louca por essas coisas erradas, era incrível. Aquele corpo quente próximo do meu, aquele cheiro excitante, aquela respiração...

  Ele me lembrava aquele Tom que conheci quando pequena, que adorava passar a mão em mim quando eu estava distraida. Que adorava fingir que era meu namorado só para irritar seu irmão.

   No fim das contas, eu suspeitava de tamanha semelhança... Eu apenas não queria me dar conta totalmente.

   Me levantei. Aquelas lembranças e pensamentos não estavam me deixando dormir.

   O colar que eu levava comigo parecia parte de mim, parecia que ele batia como um coração em mim.

   Parei em frente ao espelho do banheiro, lavei o rosto.

   Talvez Tom estivesse certo – pensei – aquele colar era coisa do passado. Talvez fosse momento de deixar  o passado no passado.

   Tirei aquele colar; foi difícil, admito, mas me senti livre. Senti que alguma coisa me desprendera do passado. Senti que eu poderia ser feliz, que eu superaria todas aquelas lembranças e toda a falta que aquele menino que foi embora quando eu tinha onze anos fez.

   Saí do quarto, fui até o final do corredor dos quartos. Alí, bem no final, havia uma porta fechada, pela qual eu nunca vira ninguém entrar.  

  Abri a porta. Eu sabia o que era aquele quarto. Era o quarto de Bill.

  Era muito bem arrumado e decorado, sinal de que Bill, assim como eu, tinha um ótimo gosto para decoração.  Aquela decoração me era familiar, mas eu não sabia dizer de onde eu já havia visto.  Não toda a decoração, mas uma das paredes. Apenas uma das paredes.

  Nela, algumas fotos estavam coladas, cercadas por luzes de natal. As luzes já deviam ter queimado, pensei. A pintura era de um tom antigo. Eu não quis parar para olhar as fotos. Naquele momento elas não me interessaram. Havia um desenho feito à mão que não me era estranho. Aquele desenho prendeu minha atenção, mas não soube dizer o que aquilo podia significar para mim.  

- O que você está fazendo aqui?

   Assustei-me ao ver Tom ali, em pé, na porta. Ele estava com cara de sono.

- Na-nada. Eu saí do banheiro, estava indo para a cozinha, mas me deu vontade de vir para cá, não sei a razão. – respondi.

- Aqui  é o quarto do meu irmão, ele não gosta que entrem aqui sem que ele permitar. – Tom falou em um tom sério. – Além disso, já está tarde, vamos dormir, Yuuki.

   Concordei. Fechei a porta do quarto e acompanhei Tom até minha cama.

   Deitamos e, desta vez, foi tom quem acariciou meus cabelos. Peguei no sono... Naquela noitesonhei coisas bonitas e alegres. Sonhei, também, com jardins. Foi uma noite serena. 


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