- Vou dizer logo a verdade. Georg ama você, Gustav diz que também ama, e o Bill eu não sei. Mas ele vai te odiar se souber o que você fez. – falei.

- Eu sei. Bill deve me odiar já, não é? – ela perguntou.

- Não. Eu convenci Tom a não contar. – falei.

- Nossa! Muito obrigada! – ela falou.

- Não me agradeça. Ele só concordou em não contar porque é você quem vai contar  o que fez ao Bill. Você ligará para ele, terminará tudo e justificará com o que fez. –falei.

- Não, Yuuki! Eu não vou fazer isso e deixar o caminho livre para você ficar com ele. –ela começou a  ficar histérica.

- Falamos sobre isso ao fim da conversa porque tenho mais coisas a tratar. Gustav. Eu sei que você ama o Georg, mas não pode ficar se divertindo com Gustav, tem gente que ama ele sabia? E ele se iludindo com você. – falei.

- Ele se ilude porque quer. Eu não amo o Georg, na verdade eu não sei. –ela falou.

- E até você saber de quem gosta, você vai ficar enganando três meninos maravilhosos, é isso?- perguntei.

- Não. Eu não quero. – ela falou.

- O primeiro passo para acabar com isso é ligar para o Bill e resolver tudo com ele. Faça isso, ou eu ligarei e contarei tudo a ele. – falei.

Ela pegou meu celular com as mãos já tremulas. Eu sabia que ela não queria fazer aquilo, ela estava com medo da reação de Bill.  Ela discou o numero dele e colocou o telefone perto das orelhas.

 - Alô, B-Bill? – ela falou. – Não, não é a Yuuki, sou eu, Caroline.

Bill pareceu ficar feliz ao telefone; Carol começou chorar.

Eu sentia muito por ela ter que contar, mas era necessário, Bill não podia sofrer e ser enganado. Ele já estava sofrendo o bastante por estar longe do irmão.

- Bill, me escuta. Eu não quero mais namorar você, tudo está acabado. – Caroline deu uma pausa, mas assim que percebeu que Bill contestaria, ela completou – Não questione. E traí você com Gustav e Georg, eu não quero mais você, eu não te amo.

Eu me mataria se fosse alguém terminando comigo daquela forma, de verdade. Me mataria mesmo. Estava sendo difícil  ouvir aquilo. Imaginei como Bill se sentia.  Em meu íntimo, eu pude sentir a sensação que Bill sentia. Era ruim, senti que ele estava muito mal.

- É isso, Bill. Até logo e melhoras. – Carol falou, logo após isso, ela desligou o telefone.

Caroline se sentou no chão e começou a chorar. Legal, eu me sentia mal por duas pessoas agora.

- Ele ficou mal, ele não acreditou no que ouvia. Ele repetiu três vezes “meus amigos?”. Yuuki, ele vai me odiar para sempre. –ela falou.

Naquele momento eu entendi. Caroline estava chorando porque a amizade dela com Bill estava em risco, não por causa do término do namoro. Estranho.

- Não se preocupe, você fez o que era certo. Obrigada! – falei. – Agora, por favor, retire-se daqui e vá conversar com Georg e Gustave resolva tudo.

Ela se levantou e saiu.

Eu fiquei em meu quarto o resto da tarde, chorando. Eu não queria que aquilo tivesse acontecido. Eu não me importava em querer pegar o Bill dela, eu nem o conhecia.  E eu estava saindo com Tom, tecnicamente.

Tom chegou alguns minutos depois, entrou em meu quarto e me viu deitada na cama. Eu tentei disfarçar o choro, mas Tom sabia que algo estava errado.

- Tom, tudo foi resolvido, tecnicamente. –falei.

- Como assim? – ele quis saber.

- Fiz Caroline ligara para Bill e terminar com ele, usando a traição como justificativa. – falei.

Tom quis saber mais e eu contei tudo o que acontecera enquanto ela esteve em casa. Tom ficou sem palavras quando terminei de contar o que acontecera.

- Vou ligar para meu irmão. – foi a primeira coisa que ele disse após saber da história.

Eu não falei nada. Fiquei ali com Tom enquanto ele ligava para o irmão.

Eu não prestei muita atenção na conversa e no que Tom falava. Estava me lembrando da cena de Carol ligando e falando com Bill.

- Yuuki. Hey, Yuuki! – Tom me despertara do devaneio.

- O-oi. – respondi.

- Bill quer falar com você. – Tom falou.

Ele me entregou o telefone e saiu para tomar banho.

- Oi Bill. –falei.

- Por que ela me ligou do seu telefone? – Bill falou. Ele parecia arrasado.

- Porque eu pedi que ela falasse com você e de contasse tudo. Seria ela ou seu irmão. –respondi.

Naquele momento, eu pensei que Bill estava com uma vontade imensa de me bater. Pensei que ele começaria gritar comigo ao telefone.

- Obrigada. Por isso e por ter acalmado o Tom. Ele teria matado o Gustav. Ele não sabe de Georg, não é? – Bill perguntou.

- Ele ainda não sabe. Achei melhor que ele ainda não soubesse. –respondi.

- Você o protege tanto. Parece uma menina que conheci há anos. – ele falou.

Eu ri.

- Eu agradeço muito por tudo o que você tem feito, Yuuki. Aguardo o começo da semana para que você me dê aulas. – ele falou. – Agora preciso desligar, fisioterapia. Até logo. Obrigada novamente. Beijos.

- beijos, Até logo. – falei.

Assim, a conversa com Bill terminara.

“ Uma menina que conheci há anos”

*LEMBRANÇA*

- Não, tia, fui eu que sem querer joguei a bola na sua janela. Desculpe, minha mãe pagará. – falei.

- Tudo bem, querida. Se foi você, não há problemas. Fique tranquila. – a mãe dos meninos me falou.

Ela entrou na casa, sorrindo. Eu sempre achei que ela sabia que eu estava mentindo para proteger Tom.

- Obrigada, Yuuki. Você sempre me ajuda. – aquele Tom falou.

- Você sempre nos protege, nos ajuda. Obrigada Yuuki. É por isso que eu gosto de você. – o Bill falou.

*FIM DA LEMBRANÇA*

Aquela cena viera a minha mente com tanta facilidade. Flashbacks estavam muito comuns desde que conhecera aqueles meninos.

Estanho. – pensei.

- Meu Deus, o banho estava tão quentinho. – Tom falou, descendo as escadas.