A Sociedade Perfeita escrita por fhyuvdkmchjk
Notas iniciais do capítulo
trolololol
Cap dramatico esse
Preguiça de postar trilha....
mas aí vai.
Disenchanted, MCR
link: http://letras.terra.com.br/my-chemical-romance/370070/
Lorena acordou de uma noite turbulenta e cheia de dúvidas.
Por um momento, ela esperou, ainda deitada na cama. Não sabia o quê. Talvez que Clarisse entrasse em seu quarto com um sorriso falso no rosto, dizendo mais mentiras.
Lorena suspirou, soprou o ar e se levantou. Parou rente à porta. Podia-se ouvir ruídos baixos vindos da sala e Lorena deduziu que Clarisse, "Cisse", ou até mesmo "Lisse", quem sabe ja tivesse chegado com Charlie. Era estranho porém, que Lorena ainda se sentia estranha em relação à ele. Ela percebia, de alguma maneira, que ele escondia muito mais mistérios do que ela desconfiava.
Uma curiosidade intensa se apossou do corpo e da alma da pequena Lorena. Ela queria saber o que ele escondia e, principalmente, porquê ele escondia.
Abriu a porta, decidida, e deu de cara com uma Clarisse meio brava e um Charlie sem graça.
- Olá, dorminhoca. - Brincou Clarisse, e Lorena percebeu em fim que eles já haviam chegado, sendo que no bilhete estava escrito claramente que o casal não voltaria de manhã.
- Que horas são? - Ela perguntou.
- Duas da tarde e......quarenta minutos!- exclamou Clarisse animada.
- Hm. - Disse Lorena, meio sem graça por ter dormido tanto.
Clarisse, porém, nào pareceu se incomodar.
- Se quiser pode tomar um banho, Lorena. Eu sei que você é tímida demais para pedir.
Lorena fez que sim com a cabeça.
- Ok.
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A relva estava absurdamente verde em volta do vilarejo que ali se erguia. Lorena encontrava-se sentada em uma colina (dentro de uma colina...irônico, talvez) à beira do lago. Ela não sabia porquê. Algo lhe dizia para permanecer ali e esperar por algo. Ou alguém, ela não sabia ao certo.
O pensamento voava à toa, por todo o universo, tando o lado de fora quanto o de dentro. e, por alguma razão, seu olhar virou-se para o lago. Lorena se surpreendeu com sua própria intuição. Havia ali refletido na água pura e transparente um Charlie sozinho e pertubado, a olhava como se quisesse dizer algo. Lorena virou-se para ele.
O rapaz corou.
- Oi.
-...Oi...- Lorena disse, desconfiada.
- Desculpa se te incomodei. Já estou indo embora...- O garoto disse sem jeito, se embolando com as palavras.
- Na verdade - Lorena o interrompeu - Eu queria falar com você.
Charlie fez que sim com a cabeça.
- Somos dois - ele disse baixinho e se aproximou da beira do lago, sentando-se ao lado dela.
- Então? - Lorena perguntou, estimulando a dizer alguma coisa.
-Não sei.
Lorena franziu o cenho.
- Não sei o quê?
- O que falar. Algo me diz que eu tinha que conversar com você. Mas eu estou totalmente sem assunto.
-Hm. - Lorena resmungou, vagamente. - Que tal começar me explicando por que vocês me mandaram um bilhete falso. E o que diabos é uma bala envenenada. Ou então quem é Theodore. - Ela mandou tudo de uma vez, e por um momento viu Charlie fraquejar. Ele virou-se pra ela, receoso.
- Eu não devia lhe contar nada sobre isso. Mas algo diz que devo.
Lorena esperou, ansiosa.
- Muito bem...- O rapaz suspirou. - Clarisse mente pra você pois não quer que você se junte ao exército. Ela sabe que a adrenalina lhe estimularia, assim como fez comigo.
- Como assim com você?
- Eu nasci aqui, Lorena. Vivi a vida inteira em uma rotina irritante. Quando soube que podia ir lá pra fora, tudo o que eu queria, e ainda quero, é um pouco de aventura.
Lorena concordou com a cabeça.
- Continue.
- Continuar o quê?
- Próxima pergunta. O que são balas envenenadas.
- Ah, sim. Há algum tempo os Soldados d'A Sociedade Perfeita procuraram descobrir algum tipo de arma que pudesse acalmar os não puros, quando eles se sentissem inseguros, sem machucá-los. Com o passar do tempo, porém, descobriu-se que a substância usada para tal feito infectava a corrente sanguínia e permanecia lá, mesmo com o machucado cicatrizado. Nós paramos de usar essa arma, agora chamada de Balas Envenenadas, mas os não puros descobriram sua fórmula e a adotaram como arma. O veneno é muito forte e lhe corroe por dentro, dependendo de sua concentração. É considerado um ferimento muito grave, e se tornou um problema para o exército daqui.
Lorena o olhou, sentindo uma preocupação esquisita.
- Você levou três? E o tal Theodore levou quatro e morreu?
Lorena pensou ver os olhos do rapaz lacrimejarem, mas Charlie permaneceu forte.
- Não. Theo não morreu assim. ninguém morre imediatamente com quatro balas.
Lorena estranhou
- Então por que Clarisse....
Charlie a interrompeu.
- Eu menti para Clarisse. Eu sei que é uma coisa horrível, mas eu não quero magoá-la quando acontecer.
- Acontecer o quê? E como esse Theodore morreu então?
- Ele morreu por mim.
- Explique-se.
Ok, agora definitivamente os olhos dele lacrimejavam. Lorena sentia-se estranha, tinha vontade de abraça-lo. Mas se segurou e esperou a resposta, firme.
- Ele era meu melhor amigo de todos os tempos. Crescemos juntos. Era minha primeira vez no exército, e ele, que era mais experiente, me guiava. Mas na antiga Dublin, na Irlanda, fomos vitimas de um ataque. E foi só ele tirar os olhos de mim que me derrubaram. - Ele riu em falso, desacreditado - O homem ia atirar em mim, mas ele se meteu na frente. A bala atingiu o coração e... - Ele suspirou. - Me sinto um idiota.
- Por quê?
- Eu o desonrei. Cedo ou tarde vai acontecer - Ele exitou - Eu morrerei.
Lorena desesperou-se. Percebeu o que estava acontecendo, percebeu tudo rapidamente.
- Charlie?
- Sim.
- Quantas balas você disse à Clarisse que levou?
- Três.
- E quantas você realmente levou?
Ele suspirou.
- Eu não devia estar lhe contando isso.
- Responda, Charlie. Quantas.
Ele suspirou. Uma lágrima caiu por seu semblante pálido.
- Nove.
Charlie se encolheu, inconsolável. Apoiou a cabeça na testa, formando uma conchinha. Lorena não suportou, abraçou-o por tras, consolando-o. O apertava forte, pois agora entendia o porquê de um soldado tão estranho. O rapaz devia se sentir horrível. Horrível por mentir para a noiva, horrível pela morte do amigo, horrível pela ideia de morrer e de desapontar um Theodore já morto. Não falava, Lorena percebeu, pois tinha medo de revelar algo que pudesse fazer Clarisse desvendar sua teia de mentiras. Não devia, e não o fazia, como Lorena percebeu na noite anterior, se alimentar de maneira adequada, tamanha a culpa que sentia. Parecia tudo um grande drama, uma novela mexicana. Mas ele não se fazia de vítima. Tudo o que acontecia era desesperadamente real.
Lorena roubou-lhe a mão direita, apertando-a, e disse baixinho.
- Posso fazer minha última pergunta?
O rapaz balançou a cabeça ainda entrelaçado em uma concha. Lorena não perdeu tempo.
- Quando é o novo recrutamento?
Charlie levantou a cabeça, curiosíssimo. O rosto estava vermelho e molhado, mas ele parecia tentar ser forte.
- Daqui a três semanas. Porquê pergunta?
Lorena sorriu, um sorriso malicioso, de quem buscava encrencas.
- Eu vou com você.
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REVIEEEWS?