A Sociedade Perfeita escrita por fhyuvdkmchjk


Capítulo 7
Revelações


Notas iniciais do capítulo

trolololol
Cap dramatico esse
Preguiça de postar trilha....
mas aí vai.
Disenchanted, MCR
link: http://letras.terra.com.br/my-chemical-romance/370070/



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Lorena acordou de uma noite turbulenta e cheia de dúvidas. 

Por um momento, ela esperou, ainda deitada na cama. Não sabia o quê. Talvez que Clarisse entrasse em seu quarto com um sorriso falso no rosto, dizendo mais mentiras. 

Lorena suspirou, soprou o ar e se levantou. Parou rente à porta. Podia-se ouvir ruídos baixos vindos da sala e Lorena deduziu que Clarisse, "Cisse", ou até mesmo "Lisse", quem sabe ja tivesse chegado com Charlie. Era estranho porém, que Lorena ainda se sentia estranha em relação à ele. Ela percebia, de alguma maneira, que ele escondia muito mais mistérios do que ela desconfiava. 

Uma curiosidade intensa se apossou do corpo e da alma da pequena Lorena. Ela queria saber o que ele escondia e, principalmente, porquê ele escondia.

Abriu a porta, decidida, e deu de cara com uma Clarisse meio brava e um Charlie sem graça.  

- Olá, dorminhoca. - Brincou Clarisse, e Lorena percebeu em fim que eles já haviam chegado, sendo que no bilhete estava escrito claramente que o casal não voltaria de manhã. 

- Que horas são? - Ela perguntou.

- Duas da tarde e......quarenta minutos!- exclamou Clarisse animada.

- Hm. - Disse Lorena, meio sem graça por ter dormido tanto. 

Clarisse, porém, nào pareceu se incomodar. 

- Se quiser pode tomar um banho, Lorena. Eu sei que você é tímida demais para pedir.

Lorena fez que sim com a cabeça.

- Ok.

********************************************************************

A relva estava absurdamente verde em volta do vilarejo que ali se erguia. Lorena encontrava-se sentada em uma colina (dentro de uma colina...irônico, talvez)  à beira do lago. Ela não sabia porquê. Algo lhe dizia para permanecer ali e esperar por algo. Ou alguém, ela não sabia ao certo.

O pensamento voava à toa, por todo o universo, tando o lado de fora quanto o de dentro. e, por alguma razão, seu olhar virou-se para o lago. Lorena se surpreendeu com sua própria intuição. Havia ali refletido na água pura e transparente um Charlie sozinho e pertubado, a olhava como se quisesse dizer algo. Lorena virou-se para ele.

O rapaz corou.

- Oi.

-...Oi...- Lorena disse, desconfiada.

- Desculpa se te incomodei. Já estou indo embora...- O garoto disse sem jeito, se embolando com as palavras.

- Na verdade - Lorena o interrompeu - Eu queria falar com você.

Charlie fez que sim com a cabeça.

- Somos dois - ele disse baixinho e se aproximou da beira do lago, sentando-se ao lado dela.

- Então? - Lorena perguntou, estimulando a dizer alguma coisa.

-Não sei.

Lorena franziu o cenho.

- Não sei o quê?

- O que falar. Algo me diz que eu tinha que conversar com você. Mas eu estou totalmente sem assunto.

-Hm. - Lorena resmungou, vagamente. - Que tal começar me explicando por que vocês me mandaram um bilhete falso. E o que diabos é uma bala envenenada. Ou então quem é Theodore. - Ela mandou tudo de uma vez, e por um momento viu Charlie fraquejar. Ele virou-se pra ela, receoso.

- Eu não devia lhe contar nada sobre isso. Mas algo diz que devo.

Lorena esperou, ansiosa.

- Muito bem...- O rapaz suspirou. - Clarisse mente pra você pois não quer que você se junte ao exército. Ela sabe que a adrenalina lhe estimularia, assim como fez comigo.

- Como assim com você?

- Eu nasci aqui, Lorena. Vivi a vida inteira em uma rotina irritante. Quando soube que podia ir lá pra fora, tudo o que eu queria, e ainda quero, é um pouco de aventura.

Lorena concordou com a cabeça.

- Continue.

- Continuar o quê?

- Próxima pergunta. O que são balas envenenadas.

- Ah, sim. Há algum tempo os Soldados d'A Sociedade Perfeita procuraram descobrir algum tipo de arma que pudesse acalmar os não puros, quando eles se sentissem inseguros, sem machucá-los. Com o passar do tempo, porém, descobriu-se que a substância usada para tal feito infectava a corrente sanguínia e permanecia lá, mesmo com o machucado cicatrizado. Nós paramos de usar essa arma, agora chamada de Balas Envenenadas, mas os não puros descobriram sua fórmula e a adotaram como arma. O veneno é muito forte e lhe corroe por dentro, dependendo de sua concentração. É considerado um ferimento muito grave, e se tornou um problema para o exército daqui.

Lorena o olhou, sentindo uma preocupação esquisita.

- Você levou três? E o tal Theodore levou quatro e morreu?

Lorena pensou ver os olhos do rapaz lacrimejarem, mas Charlie permaneceu forte.

- Não. Theo não morreu assim. ninguém morre imediatamente com quatro balas.

Lorena estranhou

- Então por que Clarisse....

Charlie a interrompeu.

- Eu menti para Clarisse. Eu sei que é uma coisa horrível, mas eu não quero magoá-la quando acontecer. 

- Acontecer o quê? E como esse Theodore morreu então?

- Ele morreu por mim.

- Explique-se.

Ok, agora definitivamente os olhos dele lacrimejavam. Lorena sentia-se estranha, tinha vontade de abraça-lo. Mas se segurou e esperou a resposta, firme.

- Ele era meu melhor amigo de todos os tempos. Crescemos juntos. Era minha primeira vez no exército, e ele, que era mais experiente, me guiava. Mas na antiga Dublin, na Irlanda, fomos vitimas de um ataque. E foi só ele tirar os olhos de mim que me derrubaram. - Ele riu em falso, desacreditado - O homem ia atirar em mim, mas ele se meteu na frente. A bala atingiu o coração e... - Ele suspirou. - Me sinto um idiota. 

- Por quê?

- Eu o desonrei. Cedo ou tarde vai acontecer - Ele exitou - Eu morrerei.

Lorena desesperou-se. Percebeu o que estava acontecendo, percebeu tudo rapidamente.

- Charlie?

- Sim.

- Quantas balas você disse à Clarisse que levou?

- Três.

- E quantas você realmente levou?

Ele suspirou.

- Eu não devia estar lhe contando isso.

- Responda, Charlie. Quantas.

Ele suspirou. Uma lágrima caiu por seu semblante pálido.

- Nove.

Charlie se encolheu, inconsolável. Apoiou a cabeça na testa, formando uma conchinha. Lorena não suportou, abraçou-o por tras, consolando-o. O apertava forte, pois agora entendia o porquê de um soldado tão estranho. O rapaz devia se sentir horrível. Horrível por mentir para a noiva, horrível pela morte do amigo, horrível pela ideia de morrer e de desapontar um Theodore já morto.  Não falava, Lorena percebeu, pois tinha medo de revelar algo que pudesse fazer Clarisse desvendar sua teia de mentiras. Não devia, e não o fazia, como Lorena percebeu na noite anterior, se alimentar de maneira adequada, tamanha a culpa que sentia. Parecia tudo um grande drama, uma novela mexicana. Mas ele não se fazia de vítima. Tudo o que acontecia era desesperadamente real.

Lorena roubou-lhe a mão direita, apertando-a, e disse baixinho.

- Posso fazer minha última pergunta?

 O rapaz balançou a cabeça ainda entrelaçado em uma concha. Lorena não perdeu tempo.

- Quando é o novo recrutamento?

Charlie levantou a cabeça, curiosíssimo. O rosto estava vermelho e molhado, mas ele parecia tentar ser forte.

- Daqui a três semanas. Porquê pergunta?

Lorena sorriu, um sorriso malicioso, de quem buscava encrencas.

- Eu vou com você.


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Notas finais do capítulo

REVIEEEWS?



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