A Sociedade Perfeita escrita por fhyuvdkmchjk


Capítulo 5
Soldados Em Resgate


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!Finalmente posso postar!!!Trilha sonora: I Never Told You What I Do For A Living - My Chemical Romance.Não tem razão pra eu escolher essa música, kkkk mas eu gosto muito dela e quis passar pra fic.Link: http://letras.terra.com.br/my-chemical-romance/122322/



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A moça lhe olhou e arregalou os olhos.

Era ela. Só podia ser.

- LOREEEEEEENAAAAA!!!!!

Ela correu e lhe abraçou, rápida. 

Lorena mal podia acreditar. Quanta cara de pau! - pensou por um instante - Sua amiga, a amiga verdadeira que a abandonou, estava ali! Feliz por vê-la!

Lorena a olhou, seca. Não conseguia, porém, sentir raiva dela. Não totalmente. A moça era só uma criança quando foi levada à Sociedade Perfeita. Talvez nem deixassem ela sair.

Clarisse pareceu ler seus pensamentos.

- Não. Não deixaram. Perigoso demais. - e a olhou tristonha. - Eu tentei, Lô...Juro que tentei. era impossível. 

- Então aqui é tipo uma prisãozinha 5 estrelas....- Lorena disse, amarga. - Lindo.

- Prisão nao é. - Clarisse continuou. - Pode-se sair na maioridade. 

Lorena soprou o ar, como se eliminasse fumaça de seus pumões. Uma velha mania que havia tomado do cigarro. 

- Bom saber que meus pais me amam, não é? - Ela sorriu simpática para Clarisse. Não sentia raiva dela. Não mesmo. Sentia apenas raiva deles

Clarisse a olhou, um olhar de reprovação. 

- Não fale assim Lorena. 

- E por quê não?

- Porquê seus pais morreram assim que chegaram. Alguma doença de Dunkelheit. Os cidadãos perceberam, eles agiam estranho. Mas já era meio...tarde. 

Lorena engoliu seco.

- Hm.

Clarisse sorriu.

- Não, Lorena. Não acho que você tenha a mesma doença. Você parece totalmente normal para mim. E eles deviam ter a doença à séculos. Não sei. É melhor previnir do que remediar, de qualquer forma. Eu posso acompanhá-la mais tarde.

Lorena fez que sim com a cabeça.

- E por acaso eu deva saber de algum dom especial para ler mentes que você tenha adquirido? - Lorena perguntou.

Clarisse balançou a cabeça, indiferente. 

- Não que eu saiba.

Lorena olhou em volta. Observou o mato, as plantas, o portão âmbar que ali se erguia. Soprou o ar de novo. Uma criança se aproximou e pediu uma flor do buquê de Clarisse, depois atravessou o campo novamente, e se juntou a uma outra mulher. Um casal esperava mais ao longe.

Lorena estranhou.

- O que vocês estão esperando? - Perguntou.

Clarisse sobresaltou-se.

-  Como sabe que esperamos algo?

- Não há quase ninguém aqui. E quase nada também. E não deve ser normal ficar tão perto do portão.

Clarisse sorriu.

- Observadora. Aquelas crianças esperam o pai delas, que deve ser o marido daquela senhora. O casal deve esperar o filho ou a filha maiores de idade. 

- E você?

Clarisse sorriu ainda mais e olhou ao além, um ar apaixonado.

- Meu noivo.

- Hm - Lorena respondeu, sem graça. Havia sempre se sentido tão sozinha... sentiu uma pontada de inveja da amiga ao lado, mas o sentimento logo sumiu. Estava feliz por ela.

- Ele é legal? - perguntou

- é sim - respondeu a amiga, vaga.

Lorena olhou para o casal e percebeu o olhar preocupado deles. Voltou-se para a amiga para perguntar o porquê de tamanha ansiedade, mas surpreendeu-se ao perceber que a mesma exibia a mesma expressão.

- Clarisse? - chamou.

- Sim?

- Do quê exatamente eles vão voltar?

Clarisse tentou sorrir.

- Lá de fora.

Lorena engasgou-se com a própria saliva. Como é que é? Ela havia ouvido direito?

- Que diabos eles estão fazendo lá? Passeando? Pois lhe garanto! Não há nada, absolutamente nada para ver!- Lorena exclamou raivosa. Havia demorado tanto para passar no teste e havia gente querendo sair!

Clarisse deu a explicação.

- Eles procuram por puros que estão no lugar errado. Que não têm condições de viajar até aqui. Gente bondosa que está perdida por aí, passando-se lá o quê. Gente como você, Lorena.

Lorena parou e engoliu o ar que antes soprava. Isso existia!? Por que nunca haviam lhe encontrado?

Percebeu, pertubada, que Clarisse chorava.

- Nunca quis que ele fosse. Nunca. Deixei ele ir pois ele estava tão feliz com a expectativa. E eu pensei em você. De verdade. Pensei que talvez ele ia achar você e pronto. Mas eu nem tinha certeza se você estava viva, nunca havia mencionado seu nome perto dele, não queria alimentar o sonho dele de ajudar alguém lá de fora. E aí ele foi da primeira vez e demorou seis meses pra voltar. Todo dia chegava notícia de alguem que morria, de alguém ferido. E ele não voltava. Já fiquei feliz quendo o vi vivo e bem, pensei que ia desistir, pois seu melhor amigo faleceu na tal guernica. Mas não adiantou, ele estava obsessivo, queria mais, havia se apaixonado pela guerra. E ele quis ir de novo...Aqui estamos nós.

Lorena a olhou, pertubada. Não sabia o que dizer nem o que falar. Clarisse enxugou as lágrimas e sentou-se na grama. Lorena repetiu o gesto e sentou-se ao lado da amiga, agora mais calma.

- Desculpa- ela disse baixinho.

Lorena apenas balançou a cabeça, em um sinal afirmativo.

Esperaram ali por cerca de duas horas. Clarisse estava aflita, olhava para todos os cantos, de modo que Lorena adivinhou:

Estavam atrasados. 

Clarisse bufou.

POF! - um barulho de tiro soou.

Lorena pulou de susto.

POF! POF!

Clarisse se levantou. Lorena seguiu-a , aflita, mas percebeu que a amiga estava feliz.

- Esse é o sinal! Esse é o sinal! - A amiga gritava ansiosa para os tiros.

Uma massa de "soldados" se aproximava do portão. Lorena os chamou assim pois estavam vestidos como perfeitos soldados, usando uniformes de guerra. Na frente, meia dúzia de pessoas maltrapilhas andavam felizes em direção ao portão. 

Lorena sorriu.

"Não puros".

Percebeu, sem jeito, que agora havia uma pequena multidão do lado do portão em que ela estava. Clarisse havia sido apressada. Chegara mais cedo. Muito mais cedo.

A massa chegava mais próxima e o portão se abriu.

Clarisse se adiantou, gritando: 

- Charlie!!! 

Ela penetrava na multidão rapidamente e Lorena a seguia à risca, com medo de perdê-la.

- Lorena! Espere aí! Vou busca-lo e já volto! - Clarisse lhe avisou aos gritos, evitando de perder a amiga na massa de gente que parecia aumentar cada vez mais.

Lorena voltou para o ponto onde aguardavam duas horas antes.

Passaram-se vários minutos e Lorena temeu que a amiga não encontrasse o noivo, temeu que o mesmo estivesse morto. Imaginou como Clarisse ficaria. Já pensava em ir atrás dela quando a viu surgir da multidão, o rosto rosado feliz, puxando pelas mãos um rapaz de aparência cansada.

Não era por arrogância e nem por interesse, mas Lorena travou-se em seu lugar.

Charlie era lindo.

Possuía os cabelos negros chegando até a altura dos ombros, constratando com a pele escessivamente pálida. As olheiras marcavam os olhos verdes cintilantes do rapaz, mas não apagavam sua beleza. Era de altura mediana (ultrapassando porém a namorada de maneira inacreditável) e ele era magro, aparentando ser absurdamente pequeno em relação aos outros soldados. 

Clarisse chegou perto de Lorena com o rapaz nos encalços e estava absolutamente radiante! O sorriso da moça era tão grande que Lorena duvidou que caberia no rosto delicado.

- Lorena... Este é o Charlie, meu noivo. - Ela apresentou, entusiasmada. - Charlie, esta é Lorena, uma amiga antiga minha. 

- Prazer - Disse Lorena, sorrindo.

- Prazer - O rapaz assentiu, surpreendentemente tímido.

- Vamos...? - Chamou Clarisse, guiando os dois pelo meio da vila.

Lorena assentiu, mas o casal não pareceu perceber.


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Notas finais do capítulo

Gente,desculpe se o cap ficou pequeno. Pra quem tiver dificuldade em imaginar o Charlie, eu inspirei a aparência dele no Gerard Way, do My Chemical Romance. Foto atual dele só de cabelo vermelho. Taí uma foto antiga, mas vou dar um video também, por que nessa foto ele tá muito bronzeado, kkk Foto:http://media.tumblr.com/tumblr_lm46i8uGAk1qeyh41.jpg Vídeo:http://www.youtube.com/watch?v=mqi1UTGjqso