Lima, Ohio – Sexta-feira.

"Olá, você deve ser a Quinn!" Uma mulher loira vestida de branco abriu a porta e Quinn arqueou uma sobrancelha, abrindo a boca para falar alguma coisa, mas sendo interrompida pela voz de sua avó.

"Que parte de 'eu atendo' você não consegue entender." Mary Collins apareceu atrás da mulher. "Eu sou perfeitamente capaz de receber minha própria neta." Ela usou uma bengala prateada para cutucar os tornozelos da loira de branco. "Você está na minha frente." Ela soava irritada e Rachel encostou o rosto no braço de sua noiva em uma tentativa de esconder um sorriso.

A mulher deu espaço para a senhora, que finalmente sorriu antes de perceber que a mulher continua ao seu lado. "Você não tem outras coisas para fazer?" Ela perguntou e a loira finalmente foi embora, desaparecendo para dentro da casa sem dizer palavra.

"Quem era essa?" Perguntou Quinn, abraçando sua avó e entrando na mansão.

"Seu tio decidiu que eu sou incapaz de ficar sozinha e contratou uma enfermeira para 'me fazer companhia'." Explicou a mulher, desdém era evidente em sua voz. "Primeiro me arrumam uma bengala e agora um encosto pra me incomodar..." Ela murmurou baixinho, fazendo Quinn sorrir e Rachel dar uma risadinha. Mary chacoalhou a cabeça em desaprovação antes de empurrar as duas para a sala de estar.

"Como você está, vó?" A assistente social perguntou de seu lugar ao lado de Rachel no sofá, vendo sua avó se sentar em uma poltrona com certa dificuldade.

"Estou bem, Quinnie, minhas pernas já não funcionam mais como antigamente, mas fora isso, estou perfeitamente bem." Ela elevou a voz na ultima parte, certificando-se que sua enfermeira escutasse. "E vocês? Eu fiquei surpresa quando você ligou, não esperava te ver novamente tão cedo. Sei o quanto vocês duas são ocupadas em Nova York."

"Estamos bem também..." Quinn respondeu, apertando a mão de Rachel na sua. "Mais do que bem, até..." A morena sorriu e beijou sua bochecha.

Mary sorriu para as duas, mas sua expressão logo se fechou quando viu que a enfermeira entrava na sala pela porta da cozinha. "Gostaria que eu preparasse alguma coisa para vocês, senhora Collins?"

"Já te disse milhões de vezes que chamo se precisar de alguma coisa, Esther." A senhora respondeu, fazendo um gesto com a mão que fez a loira de branco voltar para a cozinha. Ela se voltou para Quinn e Rachel e perguntou quase que docemente. "Vocês aceitam alguma coisa? Quinnie? Rachel?"

"Não, Mary, obrigada. Acabamos de almoçar com os meus pais." Sorriu a cantora.

"Nem um pedaço de bolo?"

"Não, vó, estamos bem..."

Mary fez que sim com a cabeça e se reclinou um pouco na poltrona, escorando a bengala na parede. "Eu vi vocês na TV esse domingo." Ela falou com um sorriso. "Eu adoro aquele programa, é uma pena que tenha acabado."

"Ano que vem ele volta de novo." Disse Rachel.

Elas conversaram um pouco sobre Nova York e planos futuros e Quinn falou sobre o novo apartamento que elas haviam adquirido. Mary comentou que Olívia havia aparecido há algumas semanas para o aniversário de Evelyn no final de março.

Depois de alguns minutos de conversa jogada fora, a loira mais nova e a cantora trocaram um olhar, decidindo que era hora de contar para a Sra. Collins sobre o verdadeiro motivo de sua visita.

"Vó?"

"Sim, querida?" Mary tomou um gole do café que Esther havia acabado de trazer (contra sua vontade).

"Você já esteve em Nova York?" Quinn descruzou e cruzou as pernas, inclinando-se um pouco para frente e sentindo as unhas de Rachel percorrerem suas costas.

"Não. Seu avô e eu nunca saímos de Ohio..." Ela respondeu com uma nota de tristeza na voz.

"E você gostaria de ir para lá algum dia?"

"Oh, o meu tempo já passou, Quinnie... Não tenho mais idade para sair pelo mundo." Ela tinha noventa e um anos afinal. "Se eu fosse dez anos mais jovem, ainda poderia pensar na possibilidade, mas agora..."

A loira mais nova mordeu o lábio. "Nem se fosse para comparecer ao casamento da sua neta?"

"Não, nem se..." Começou ela, parando no meio da frase e piscando algumas vezes na direção das duas mulheres que sorriam a sua frente. Olhos dourados penetraram nos de sua neta e um sorriso surgiu em seu rosto. "Quando?" Ela perguntou.

"Bem, Rachel me pediu em casamento há alguns meses, mas..."

"Não, quando vocês querem que eu vá para Nova York?" Ela apertou os braços da poltrona, sentindo-se animada de repente. Ela não imaginava que viveria para ver sua neta mais nova casar, muito menos que sua Quinnie estaria se casando com outra mulher e menos ainda que ficaria feliz por saber dessa união improvável.

Rachel se empertigou no sofá. "Nós ainda não marcamos a data, na realidade. Estávamos esperando o American Idol terminar e agora que eu não tenho mais que ficar indo e vindo de Los Angeles o tempo todo..." Ela gesticulava animadamente. "Queremos definir a data quando voltarmos para NY, mas provavelmente não vai ser esse ano. Estamos arcando com os custos do novo apartamento e toda a mobília nova e reformas... Provavelmente na metade do ano que vem, talvez." Ela fez uma pausa. "O que você acha, Quinn?"

A loira sorria em sua direção, concordando distraidamente com tudo o que sua noiva dizia. Elas não haviam realmente falado sobre isso, mas sinceramente, qualquer coisa que Rachel decidisse estaria mais do que bom para ela.

"Eu posso ajudar com alguma coisa?" Perguntou Mary, cruzando as mãos sobre o colo. "Sei que tradicionalmente o pai da noiva paga pela cerimonia, mas como vocês são duas... noivas..." Ela falou um pouco hesitante. "Eu não sei como isso funciona, mas já que seu pai é um imbecil volátil e incapaz de ver o quanto você está se saindo bem, eu ficaria feliz em arcar com qualquer custo que vocês tiverem."

Isso fez com que Quinn desviasse os olhos da morena e encarasse sua avó, um pouco em dúvida a respeito do que havia acabado de escutar. Nem mesmo os pais de Rachel haviam sugerido arcar com qualquer tipo de despesa quando ficaram sabendo sobre o noivado algumas horas antes. (Eles estavam envolvidos demais em uma discussão sobre qual dos dois iria guiar a pequena morena até o altar.)

"Oh, nã.. não..." A loira olhou para sua noiva, sem saber o que dizer.

Rachel tentou socorre-la, mesmo estando tão chocada quanto ela. "Nós não queremos gerar nenhum tipo de.. transtorno.. Sra. Collins, Mary." Ela se corrigiu rapidamente quando a mulher lhe lançou um olhar desaprovador. "Quero dizer, você não precisa gastar o seu dinheiro conosco. Não foi com essa intenção que viemos te visitar..."

"Eu sei que não!" Mary balançou a cabeça. "Mas eu estou dizendo que quero ajudar, será um prazer fazer isso por vocês." Ela abriu as mãos e apoiou-as sobre os joelhos. Seus olhos viajavam entre Quinn e Rachel. Será que elas não conseguiam entender que ela falava sério?

"Vó.. Nós não passamos por dificuldades financeiras, nem nada do gênero. A senhora não precisa se preocupar com isso..." Quinn falou devagar, prendendo uma mecha de cabelos atrás da orelha. "Você pode usar esse dinheiro para..." Ela começou, sem saber completar, uma vez que não fazia a menor ideia do que sua avó poderia gostar de fazer que custasse o equivalente a uma festa de casamento.

"Oh, querida..." Mary sorriu para sua neta. "Eu tenho 91 anos. Pagar pelo seu casamento é a melhor coisa que eu poderia fazer com o dinheiro que seu avô me deixou." Ela fez um gesto com a mão que indicava que não era nada de mais. "De um jeito ou de outro, esse dinheiro vai acabar com você e sua irmã quando eu me for. E é claro, seu primo Frederick..." Ela revirou os olhos e Rachel arqueou as sobrancelhas para a familiaridade do gesto. "Pense nisso como um adiantamento da sua herança se assim desejar."

"Vó..." Começou Quinn, se preparando para iniciar um protesto.

"Quinn, você realmente vai tentar discutir com uma velha de 91 anos? Que tipo de educação seus pais lhe deram naquela casa?" Ela perguntou com um sorriso.

A assistente social suspirou e abriu a boca para tentar argumentar uma ultima vez.

"Quinn. Eu sou mais sabia do que você."

A loira mais nova apertou os lábios e Rachel apertou sua mão. Seus olhos encontraram os castanhos e as duas mulheres fizeram um acordo silencioso de que era melhor deixar o assunto para lá por enquanto.

Foi quando o telefone da morena tocou e ela conferiu o visor.

"Hmm, é Meg... É melhor eu atender." Ela deu um beijinho nos lábios de sua noiva antes de se levantar. "Com licença." Disse ela, indo para o hall de entrada.

Mary se levantou assim que Rachel saiu de vista e Quinn lhe lançou um olhar questionador.

"Você vai vir comigo ou vai ficar ai sentada até ela voltar?" Perguntou a loira mais velha, abrindo a porta que dava acesso aos quartos.

Quinn arqueou uma sobrancelha, mas seguiu sua avó até a metade do corredor. A mulher parou e pegou a mão de sua neta, acariciando- a com o polegar antes de se focar no anel em sua mão direita.

"É um belo anel." Comentou ela, percorrendo a pedra maior com sua unha. "Combina com os seus olhos." Ela murmurou quando notou as pequenas esmeraldas que rodeavam o diamante. "Rachel tem muito bom gosto..." Ela levantou os olhos para sua neta antes de abrir a porta de um dos quartos e puxá-la para dentro.

Quinn reconheceu o cheiro familiar de maquiagem e perfume que sua mãe costumava usar quando ainda estava viva e sentiu um aperto de saudade no peito. Havia algumas fotos de Judy jovem penduradas na parede azul e a loira percebeu que aquele era o antigo quarto de sua mãe.

"Quando Judith faleceu, depois que você voltou para Nova York, eu e sua irmã passamos na casa que agora é do seu pai e pegamos algumas coisas que eram dela..." Mary começou, abrindo uma gaveta da penteadeira e procurando por alguma coisa. "Eu estava esperando que você voltasse para poder escolher algo também. Algo para guardar, algo que ajude a lembrar." Ela falou tristemente, tirando uma caixa de madeira entalhada de dentro da gaveta.

"Eu..." Quinn percebeu que realmente não tinha nada de sua mãe consigo em NY, exceto pelo colar com a cruz que havia ganho dela quando ainda era criança, mas que já não usava com a mesma frequência.

A loira mais velha apoiou a caixa na penteadeira e a abriu com um clique, tirando algo de dentro e se voltando para sua neta. "Eu não pude deixar de notar que Rachel não está usando anéis." Ela pegou a mão de Quinn entre as suas e a assistente social sentiu algo de metal frio contra sua palma.

Seu coração parou quando seus olhos caíram sobre o anel. Ele era lindo. Todo o seu corpo era delicadamente entalhado em volteios suaves que convergiam em um pequeno diamante cercado por brilhantes menores. Quando visto de cima, sua forma lembrava uma flor e todo ele parecia brilhar na luz fraca que iluminava o quarto.

"Vó..." Quinn respirou, levantando a peça a altura dos olhos para poder enxergar melhor. Ela já havia visto aquele anel algumas vezes, dentro da caixa de joias de sua mãe. Aquele era seu anel de noivado.

"Foi com ele que seu pai pediu sua mãe em casamento..." Confirmou Mary. "Mas antes disso, ele pertenceu a sua avó, mãe de Russel." Ela fez uma pausa e olhos idênticos se encontraram por cima da joia. "Sei que o histórico dele não parece muito bom, uma vez que nenhum dos dois casamentos foi feliz e ambos terminaram em traição e tragédia, mas eu acho que ele serviria perfeitamente no dedo da sua Rachel."

Mary tinha razão, pensou Quinn. O tamanho parecia perfeito. "Eu não sei se posso aceitar, vó..." Ela hesitou.

"Quem tem que aceitar é a sua noiva, querida, não você." Comentou a Sra. Collins, fechando a caixa de madeira e guardando-a de volta no lugar. "Eu estou te dando esse anel por que é o que sua mãe gostaria que eu fizesse. Você e Rachel tem algo que eu, sua mãe e a mãe de seu pai nunca tivemos. Vocês se amam..." A loira fechou os dedos por cima da joia e a apertou com força antes de secar uma lágrima com o punho cerrado. "Está na hora de mudar a história desse anel, Quinnie, por isso estou passando-o para você, na esperança que ele possa marcar um novo começo na história das nossas famílias."

Quinn sorriu tremulamente. Ela finalmente havia achado o anel perfeito para Rachel...

Seus braços envolveram sua avó em um abraço apertado.

"Eu estou muito orgulhosa de você, Quinnie." Murmurou Mary contra seu pescoço.

===/===

Domingo – NY

Era final da tarde quando o taxi parou em frente à entrada do novo prédio. Elas subiram com as malas pela rampa de mármore e passaram pela recepção sem cumprimentar o porteiro, que estava ocupado lendo algum tipo de história em quadrinhos.

"Ainda está tudo bagunçado, acho que vai demorar alguns dias para que a gente consiga por as coisas em ordem." Quinn apertou o botão do 18º e ultimo andar do prédio antes de se voltar para sua noiva com um grande sorriso no rosto. "Mas Dave disse que nossa cama chegou sexta, então pelo menos não vamos ter que dormir no chão."

"Eu não me importaria de dormir no chão com você..." Rachel deu um passo a frente e pressionou seus lábios contra os da loira.

Quinn sorriu no beijo e apoiou uma mão na base das costas da morena. "É mesmo?"

"Mmmm..." Rachel respondeu sem se afastar.

As portas prateadas se abriram para o pequeno hall. Três passos a frente havia uma porta, a única daquele andar, e Quinn entregou a chave para a cantora. "Eu já usei essa chave vezes o suficiente enquanto você estava viajando... Agora é a sua vez."

A diva abriu a porta e...

Bem, realmente, estava uma bagunça. A mesa da cozinha estava no meio da sala e o sofá estava desmontado e seus pedaços estavam cobertos em plástico bolha. Haviam caixas de papelão empilhadas nos cantos e jornais sujos de tinta pelo chão.

As paredes haviam sido recém-pintadas em um tom de creme e o espaço amplo parecia acolhedor, apesar da zona.

"Jesse me ajudou a pintar, mas não tivemos tempo de limpar tudo..." Explicou Quinn, largando as malas perto da porta. "Sei que você tinha dito para contratarmos um pintor, mas eu gosto de fazer esse tipo de coisa..."

"Está perfeito!" A morena exclamou, piscando os olhos algumas vezes e olhando em volta. Ela sentiu a mão de sua noiva envolver a sua e entrelaçou seus dedos. "Me mostra o resto?" Ela pediu quase que silenciosamente.

Elas já haviam visitado o apartamento milhões de vezes, mas da ultima vez que Rachel havia entrado nele, tudo era branco e vazio. Ver suas coisas, mesmo que desordenadas, naquele lugar, lhe dava uma sensação estranha, uma mistura de familiaridade com surpresa... Mas não era uma sensação ruim, por que junto com ela havia uma certeza de que aquilo era a coisa certa a se fazer. Estar com Quinn, independente de onde fosse, sempre seria a coisa certa para ela.

A loira a guiou pela cozinha, área de serviço, banheiros, o quarto do andar de baixo que viraria escritório e um dos quartos de hospedes...

"Agora é a melhor parte..." Ela puxou a morena escadas a cima. (A cobertura tinha dois andares e quatro quartos, dois dos quais ficavam no andar de cima, junto com um grande terraço no topo do prédio.) "O nosso quarto."

A cama estava lá, encostada na parede e arrumada com uma colcha florida e lençóis combinando. As paredes ainda estavam brancas, elas não tinham decidido a cor que iria preenche-las ainda. Uma estante de madeira clara já estava montada na parede oposta a da cama e Rachel sorriu ao notar as fotos que Quinn já havia colocado ali, junto com alguns livros e pequenas pecinhas decorativas.

As cortinas estavam fechadas e Rachel se adiantou para abri-las, perdendo o folego com a vista de Nova York escurecendo aos seus pés, literalmente.

"Eu quero te mostrar o outro quarto..." Murmurou a loira, beijando os cabelos escuros e envolvendo sua cintura em um meio abraço.

Rachel concordou e deixou-se guiar pelo pequeno corredor até a segunda porta. O quarto estava vazio, praticamente, a não ser por um grande ursinho de pelúcia marrom sentado ao lado da janela. As paredes haviam sido pintadas de amarelo claro e a cantora deu alguns passos a frente ajuntando o urso do chão e o abraçando antes de lançar um olhar curioso para sua noiva.

"Nós realmente estamos fazendo isso, não é mesmo?" Ela perguntou com um pequeno sorriso.

Quinn concordou, sorrindo também e apertando o pelo do bichinho de pelúcia. "Claro que vai demorar um pouco ainda, mas... Eu já consigo imaginar esse quarto pronto..." Ela apontou para um canto. "Ali ficaria o bercinho, a gente poderia pendurar um móbile de estrelinhas no teto e ali, a gente pode por uma cadeira de balanço, como aquela que a Santana usa para amamentar... Eu te imagino sentada nela, com o nosso filho ou filha no colo... Você consegue imaginar?"

"Uma menininha de cabelos castanhos e olhos dourados." Concordou Rachel. "Ou um menininho... Eu ficaria feliz com um menino também." Ela largou o ursinho de volta no lugar e Quinn passou um braço por seus ombros. "Eu iria cantar com ele e você poderia ensiná-lo a tocar piano." Ela relaxou nos braços da loira.

Elas caminharam abraçadas para fora do quarto, perdidas em lembranças futuras, pensando em tudo aquilo que ainda teriam pela frente e tudo aquilo que ainda iriam construir juntas, como uma família. Quinn as guiou até o terraço, elas pretendiam fazer um pequeno jardim ali. Seria um lugar muito bom para passar tardes de verão lendo, ou brincando com os filhos que talvez viessem a ter.

Elas pararam perto da grade que cercava a beirada e a assistente social abraçou sua noiva por trás, sentindo o corpo dela relaxar contra o seu e a cabeça dela descansar contra seu ombro enquanto ambas observavam a vista do Central Park.

"Eu te amo, Rach..." Ela murmurou, beijando a têmpora da cantora.

Rachel virou um pouco o rosto para trás e levou uma mão para os cabelos dourados, unindo seus lábios delicadamente. "Eu também te amo, meu amor. E eu estou tão feliz..." ela sorriu quando uma mão da loira se espalmou sobre seu abdômen por baixo de seu suéter.

Seus olhos se voltaram para o sol que estava se pondo e sua mão cobriu a da loira. Ela não poderia estar se sentindo mais contente. Os dedos de Quinn acariciavam sua pele lentamente e ela se perdeu na sensação.

"Rachel?" Foi suspirado contra seu ouvido e ela se virou nos braços de sua noiva, beijando sua bochecha, mandíbula e pescoço.

"Humm?" Ela perguntou, dando uma mordidinha no queixo da loira.

Rachel sentiu Quinn pegar sua mão direita e segurar firmemente contra o peito antes de leva-la aos lábios. Olhos de chocolate encontraram os castanho esverdeados que a encaravam com amor e seriedade.

Seus olhos permaneceram conectados quando a assistente social deslizou algo de metal frio contra seu dedo anular até o momento em que ela beijou sua mão novamente e a luz do sol poente refletiu no anel que agora se encontrava em seu dedo. A cantora se focou na joia por um momento e seus lábios se partiram quando ela notou os detalhes gravados no ouro branco e os pequenos brilhantes que cercavam o diamante principal.

"Quinn..." Ela afastou-se um pouco para poder enxergar melhor, tanto o anel quanto sua noiva. "É lindo..."

"É seu." A loira sorriu em resposta.

"É nosso..." A morena murmurou, mesmerizada. "Nós realmente vamos nos casar, Quinn..." Ela falou como se tivesse percebido isso pela primeira vez.

Quinn fez que sim com a cabeça e se aproximou, pegando a mão de sua futura esposa entre as suas e analisando o anel. "Era da minha mãe." Ela comentou. "Minha vó disse que esse anel representa um novo começo pra nossa família, mas eu acho que ele marca um novo começo para nós duas também... Eu quero passar o resto da minha vida com você, Rachel." Ela suspirou. "E quero que ela seja cheia de novos começos e histórias dentro de histórias... E eu sei, Rach, que o amor que eu sinto por você só vai aumentar a cada novo capítulo..."

A morena sorriu, seus olhos brilhavam, marejados. Ela ficou nas pontas dos pés e beijou o lábio superior de sua noiva gentilmente, depois o inferior com a mesma delicadeza. Se afastando milimetricamente para dizer...

"Eu mal posso esperar pelo resto de nossas vidas..."

===))===