Lótus Negra escrita por Remmirath
— Vai nos seguir por muito tempo?
— Ah, você me descobriu Seren–chan! – choramingou falsamente Lavi, saindo de trás de um pilar.
—Seren…– repetiu ela, virando–se para o ruivo e levantando uma sobrancelha. – chan?
— Não dê ouvidos para ele, senão ele não sai mais do seu pé. – advertiu Kanda, lançando um olhar frio para Lavi.
— Você deveria ouvir os próprios conselhos, Yuu. – comentou o ruivo sorrindo, cruzando os braços atrás da cabeça.
— Droga! – praguejou o dito cujo, chutando a porta maciça e trancada à sua frente.
— Eles selaram todas as saídas. – Bookman Júnior falando.
— Eu avisei. Agora que você voltou, não vão deixar você sair.
— Concordo com a Seren-chan.
— Pare de chamar ela assim! – ameaçou Kanda, mostrando-lhe um punho fechado.
— Ei, Yuu. – cantarolou, aproveitando–se da situação. – O velho me disse que na sua nova raça, é comum ter muitos loiros. Imagine só, nem teria por que você se irritar comigo se fosse loiro.
— Maldito!— ameaçou Kanda, pegando a espada de Serenhiel.
— Yuuu no Patsuuuu! – gritou Lavi, mostrando a língua e saiu correndo em círculos, repetindo o xingamento pelos corredores. E claro, sendo perseguido por um Kanda enraivecido com desejo de fatiá-lo.
E Serenhiel ficou ali, olhando para a enorme porta negra trancada, as vezes para a perseguição assassina no outro lado, esboçando um leve sorriso, divertida com a cena. Mas por dentro, tudo que ela queria era ir embora. Voltar para o bosque prateado. Descobrir que aquilo tudo era só um sonho louco provocado por algum cogumelo que alguém colocara em sua comida, ou até mesmo uma flecha envenenada que a acertara na clareira. E acordar em seu quarto, na torre. Balançando a cabeça por ter mais um sonho idiota. E continuar a vida, sua missão, da qual dependia todo o reino. Voltar. Parece uma palavra tão vaga. Mas para ela significava muita coisa. Se ao menos a deixassem sair, para descobrir o responsável. O idiota que resolvera abrir um portal em seu mundo e a trouxera para esse caos.
— Voltar…— sussurrou, indo atrás dos dois que haviam sumido, para verificar os estragos.
Num dos salões da Ordem Negra, a guardiã das Inocências, Hevlaska sentia um leve formigamento e uma energia emanando por todo seu corpo translúcido e cheio de tentáculos.
— Há alguém reagindo com uma Inocência.— falou ela em sua voz etérea, despertando a atenção do supervisor que saia do recinto.
— Está perto? – perguntou Komui.
— Dentro da ordem.
— Seria a Mugen? – opinou o supervisor, mexendo nos óculos. – O Kanda voltou, você sabe.
— Não, é outra Inocência. Uma que eu nunca consegui fazer contato antes.
— Deixe-a sair. – Ordenou Komui, prático. – Vamos ver se ela sincroniza.
Em um dos corredores, um samurai e um ruivo recuperavam o fôlego, depois de uma corrida – perseguição – insana, que acabou em nada.
— Eii, Yuuu... aquilo ali vindo parece uma…
— Eu já disse para não me chamar pelo primeiro nome! – cortou Kanda, irritado, mas ficou com os olhos arregalados ao ver uma centelha verde flutuando rapidamente pelo corredor, passando direto por eles. Indo exatamente na direção em que ela vinha. – Droga!
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