Lótus Negra escrita por Remmirath
— Irmão! – gritou Lenalee, entrando na enfermaria, que parecia ter virado uma trincheira. Haviam até arames farpados para barrar a porta de um dos quartos, que nem podia ser vista. E Komui portava sua serra elétrica como a uma arma. – Que história é essa que o Lavi me contou?
— Foi sem querer! – desculpou–se Lavi, ao olhar assassino que Komui lhe lançou.
— Reever-san, por que não impediu ele? – perguntou Lenalee brava, e o vice-supervisor só lhe lançou um olhar cansado. – Vocês não podem deixar eles ai trancados, eles vão se matar!
— Lenaleeee–chaaannnn~~ – cantarolou Komui, pulando para tentar a abraçar, e caiu cara no chão. – Não se preocupe, eles devem estar vivos, ainda, não ouvimos nenhum barulho de tiro ou gritaria.
— Mas eles não ter armas... – murmurou Reever, e foi ignorado.
— E como é que vocês vão ouvir alguma coisa? – bronqueou Lenalee, farta com aquelas ideias malucas de seu irmão. – Tem tanta coisa bloqueando aquela porta, que até uma bomba podia explodir ali e ninguém ouviria.
— Nós não pensamos nisso... – murmurou algum dos pesquisadores, ao lado. E os outros que jogavam cartas com eles, confirmaram.
— Pode acontecer qualquer coisa ali, e nós nunca vamos saber! – exaltou–se Lavi, curioso, fazendo a frase soar com duplo sentido. – E se o Yuu estiver morto? As feridas dele não foram curadas, ele deve ter sangrado até a morte! E agora, Seren–chan deve estar rindo enquanto pisa no corpo do Yuu! Eu queria ver isso!
— Isso não seria tão ruim assim… – resmungaram os pesquisadores, e foram atingidos por objetos voadores não identificados, arremessados por Lenalee.
— Ah, tá, seus chatos. – falou Komui, dando um muxoxo. – Mini–Komurin Ex, faça um buraco na parede e coloque um golem lá dentro!
— Aff... – bufou o ruivo, revirando os olhos, enquanto Lenalee tapava os olhos com uma mão, não acreditando no que Komui acabara de falar.
— Pronto, mestre. – falou a vozinha metálica do mini–Komurin, uns minutos depois, surgindo do emaranhado de aço, madeira, fios e outras coisas inomináveis da trincheira.
— Tudo conectado, pode ligar chefe. – avisou Reever, em frente à alto-falantes e um microfone. Todos se esmagaram para ficar mais perto. E Komui apertou o botão ON.
..........................…
— Que…silêncio! – sussurrou Lavi, após um minuto depois, não acreditando.
— Lavi, é você? – perguntou a voz de Serenhiel, fraca.
— Seren–chan~~~! – ecoaram felizes os pesquisadores, consideravam–na sua heroína. Por falta de coisa melhor para fazer, na certa.
— Está tudo bem ai, Seren? – perguntou Lenalee, preocupada. E silêncio novamente.
— Seren–chan? – gritou Komui, começando a ficar preocupado também.
— Eu estou.... morrendo... – E aquela pausa causou um caos, uns gritaram exclamações de indignação contra o Kanda, outros começaram a atirar coisas em Komui, o mini–Komurin foi destruído pelas botas de Lenalee, enquanto isso Reever lutava para pegar o microfone de volta.
— Calem a boca, todos vocês! – gritou Lavi sério. E todos o olharam assustados.
— Eu estou morrendo... – veio a frase fraca novamente, mas dessa vez ela completou. – de fomeeee.
— Eeeeeeeeeee? – exclamaram os pesquisadores, de olhos arregalados.
— Me deixem sair! – pediu a voz, ameaçando chorar. – Vocês não podem me prender aqui com ele..... sem nenhuma comida!
— Ih.... é verdade, tinha me esquecido. – falou Komui, coçando o queixo. – Ela é do tipo parasita.
— Igual o Allen? – exclamou Lavi, pegando-o pelo pescoço e o chacoalhando. – Ponha sua cabeça para funcionar, se fosse o Allen ali sem comida, ele já estaria nos últimos segundos de vida!
— Abra essa coisa agora, irmão! – ameaçou Lenalee. E ouviram uma arfada em dor vindo pelo microfone.
— Seren–chan~~ nós vamos te salvar! – gritaram os pesquisadores, alarmados, voltando–se contra Komui e a trincheira, que ele tentou proteger com o corpo.
Que foi pisoteado, e em segundos, com auxílio de botas, marteladas e serras elétricas, toda aquela parafernália fora destruída e tirada para o lado, só restando a porta em seus caminhos. O vice–supervisor destrancou a porta e girou a maçaneta, abrindo e fazendo todos prenderem a respiração.
No chão, sentada abraçando as próprias pernas e com a cabeça apoiada nos joelhos, estava a elfa. De frente para eles, com a expressão mais profundamente triste nos olhos cinzentos e rosto desfigurado pela dor. O longo cabelo castanho dourado parecia opaco, e as pontas cacheadas tocavam o chão, parecia envolta em uma capa. Seus lábios tremiam, enquanto uma lágrima passeava pelo rosto angelical.
— Supervisor! Olha o que você fez! – gritaram os pesquisadores, alarmados, quase chorando.
— Irmão, eu nunca vou te perdoar! – gritou Lenalee, correndo para fora da enfermaria.
Enquanto Komui, Reever e Lavi ainda a observavam.
— Onde está o Kanda? – perguntou Lavi sério, após passar o olho pelo quarto.
E enquanto levantava, ela sorriu sinistramente, e falou.
— Idiotas.– ao mesmo tempo que Kanda surgia, de trás da porta, correndo e golpeando os que estavam pela frente, e ela voava, para fora, derrubando os restantes e fugindo de sua prisão.
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