- Kiba? O que você quer comigo? – disse eu assustada, depois do que ele fizera comigo na quadra, deixando-me completamente sem ar e me enforcando, quem não ficaria?.

- Ino, eu precisava falar com você – ele olhou para baixo e me encarou, ainda segurando a minha mão.

- Então fala – disse eu, ríspida.

 Ele me olhou, depois balançou a cabeça negativamente.

- Porque você está com o Gaara? – ele perguntou.

- Porque isto é da sua conta? – perguntei arqueando a sobrancelha.

- Você não consegue ver carne fresca no pedaço – disse ele, olhando ferozmente para mim, medo –n/ sofre.

- Kiba – disse eu, tomando fôlego - eu não gosto mais de você, entenda isso.

- Por quê? O que eu fiz? – ele perguntou. Cínico, deve ter esquecido de que quase me matou --“ .

 Balancei a cabeça negativamente, tentando esquecer a pergunta que ele havia feito.

 - Kiba, você me enforcou, foi muito grosso, sem contar as outras milhares de coisas que fez enquanto namorávamos – disse.

- Mas eu ainda te amo, vamos passar uma borracha nisso – disse ele, me olhando com esperança.

- Kiba, entenda – disse eu, me soltando e gesticulando com as mãos – eu não te amo mais, já acabou e é passado – disse grossa.

- Se você não for minha, não vai ser de mais ninguém – ele disse isto de uma forma muito tensa, havia maldade em sua voz. Ele saiu, deixando-me ali sozinha, eu estava gelada, o que ele poderia fazer? O que ele queria dizer com aquela frase?

 A festa pra mim havia acabado, fiquei ali, estática, sem ter nenhuma reação. Ele já havia me enforcado, quase me matado uma vez, o que viria desta vez? Todos aqueles Flashs vieram em minha mente, mas principalmente, este:

Flashback on:

- Kiba – virei, desfiz seu abraço e o encarei seriamente – eu já disse, acabou.

 Ele ficou bravo, segurou meu pulso fortemente, machucando-o.

 Eu puxei meu braço, e gritei com ele:

 - KIBA, PORQUE ESTÁ FAZENDO ISSO, EU JÁ NÃO FALEI PRA VOCÊ QUE ACABOU? – exclamei, gritando.

 - E eu disse que só acaba quando eu quiser, entendeu? – ele gritou, segurou meu braço, virou-o por trás e apertou com força, como se fosse quebrar, enforcou meu pescoço. – você entendeu o patricinha metida ?

 -Estouficandosemar- falei, entredentes.

Flashback off.

 Sai de meus devaneios e cai em mim, estava com medo, medo dele, ele não podia fazer nada, não agora, tudo estava tão perfeito, meu namorado, minha melhor amiga estava bem, estava cheia de amigos, mas tudo aquilo pareceu se esvair completamente, pareceu tudo desaparecer.

 Andei o mais depressa para fora daquela casa, eu precisava ficar um pouco sozinha. Sai dali com pressa, esbarrando em muita gente, minha maquiagem já deveria ter borrado completamente. Abri a porta e sai o mais rápido que pude.

 A rua estava muito bem iluminada, o que me deixava com um pouco de raiva, preferia o escuro, comecei a andar a esmo, sem rumo.

 Ouvi passos rápidos vindo em direção até mim, Sakura chegou e diminuiu a velocidade, caminhando ao meu lado.

- O que aconteceu? Você saiu de lá chorando, Naruto me avisou e eu vim atrás de você – disse ela, falando rápido.

- Não foi nada – disse eu olhando pra baixo e enxugando algumas lágrimas que caiam.

- Me diz o que aconteceu – ela ficou em minha frente, paramos.

 Droga, eu não poderia esconder isto dela. Contei-a o que havia acontecido.

 Abracei-a chorando, eu estava com medo, ele era um maluco, poderia fazer qualquer coisa.

- Fica calma, ele não vai fazer nada – disse ela. Soltei-me do abraço e limpei minhas lágrimas, meu rosto estava todo borrado.

- Vamos voltar pra festa, lá você toma uma agua e limpa seu rosto – disse ela.

- Eu não quero ir pra lá – disse eu a olhando.

- O Kiba já foi embora, e outra, você precisa se acalmar um pouquinho – disse ela, meio que implorando que eu voltasse pra lá.

- Tá – disse bufando, ela sorriu. Nós não estávamos nem um pouco longe, apenas a uma rua da casa.

 Voltamos para lá, depois de Naruto ter perguntado o que havia acontecido, eu não disse a verdade, eu apenas disse que me senti mal e fui lá pra fora por causa de dor de cabeça, ele fingiu que acreditou e perguntou se eu não queria me acalmar um pouco lá em cima, e que lá tinha removedor de maquiagem da mãe dele, pra eu limpar aquele borrado.

 Subimos, pois era uma casa muito grande, com três andares. O quarto da mãe dele era no terceiro andar. Kushina sempre fora muito chic, desde que eu a conhecera, o que fazia bastante tempo. Sakura veio logo atrás de mim.

 Seu quarto era gigante, a testuda esperou sentada na beira da cama enquanto eu limpava o borrado da minha maquiagem, eu já estava bem mais calma, algumas lágrimas ainda escapavam, mas eu estava bem calma.

 Ouvi a porta abrir e logo após alguém me abraçar por trás.

- O que aconteceu? – perguntou Gaara, me virando de frente para ele, preocupado.

- Nada, só dor de cabeça – menti.

- Sério? – perguntou ele desconfiado.

- É sim – dei-lhe um selinho e voltei para frente do espelho arrumar minha maquiagem.

 A noite não fora totalmente perdida, Naruto ligou o som no máximo lá embaixo e todos nós dançamos muito, até umas três, porque a maioria do pessoal ali era ou do time, ou líder de torcida, ou tinha algum tipo de prova ou compromisso importante. Eu me diverti muito depois que me acalmei, esquecendo completamente o que havia acontecido.

 Hn, esses dois ai – vulgo Sasuke e Sakura – conversaram a noite inteira, riram bastante também, tem treta nisso, pode apostar!

 Sakura e eu pedimos um taxi e voltamos pra casa, eu tinha um jogo que apresentar amanhã, ou hoje, pra mim o outro dia só começa quando eu durmo, haha. E pra piorar, ainda tinha prova de química. Dormir e não estudar para prova, mas me dar bem no jogo, ou estudar a noite inteira, ir bem na prova e me ferrar no jogo por causa de sono?

- Testuda – chamei-a, ela estava no banheiro da suíte do meu quarto penteando o cabelo.

- Que foi? – disse ela, sem tirar os olhos do espelho.

- Tem prova de química hoje, e agora? – disse.

 Ela me olhou assustada, como se tivesse esquecido completamente a prova, isso que ela é a mais nerd da sala –n/medo.

- Como você me faz ir pra uma festa em dia de prova, Yamanaka?- disse ela vindo em minha direção, brava.

- Eu esqueci, mas você ainda tem chance de estudar, e eu que ou durmo e vou bem no campeonato ou estudo, me dou bem na prova e me ferro lá – disse eu, tristonha.

 Nós começamos a estudar, mas mais ou menos vinte minutos depois senti o sono tomar conta, e dormi, sobre o livro.

 Acordei com Sakura me jogando dois travesseiros.

- Tá loca? – gritei.

- Não, eu estou tentando de acordar faz DEZ MINUTOS porquinha – disse ela, dando ênfase no tempo.

- Sério? – fiz cara de inocente.

- Agora levanta que a gente vai se atrasar – disse ela me jogando minha mochila com meu material em cima de mim, na cama.

- AI SAKURA! – gritei, ela jogou em cima de mim uma mochila com mais ou menos uns 7 quilos, era muita coisa que eu carregava na mochila.

 Corri e me vesti (primeiro look da esquerda), graças a Kami-sama ouviram minhas preces, Sakura estava com uma roupa totalmente fofa. (Sakura).

 Chegamos ao colégio dez minutos atrasadas, mas graças a Deus conseguimos entrar, a prova seria aplicada agora. Traduzindo, geral começou a rezar pra poder passar nesta prova e não tomar bronca do treinador por ter tirado nota baixa.

 Sakura estava ao meu lado na bancada, eu olhava pra prova e via um monte de letra voando, literalmente.

 Enrolei um monte nas questões, estava muito complicado. Agora era só rezar pra que tudo estivesse certo.

 O resto das aulas passaram, como sempre, num tédio, passei a maioria do tempo lá no fundo da sala conversando com Gaara e a Sakura sentou uma bancada na frente, e nos mandava calar a boca sempre porque ela queria prestar atenção, Sasuke estava sentado do lado de Gaara, e ficava todo cute quando ela reclamava com a gente, hn esses dois.

 A aula acabou, e hoje não teria treino devido ao jogo daqui a pouco. Eu estava com muita, mas muita fome, mas me lembrei de que teria que estar completamente boa pra hora do jogo.

 Todo mundo foi comer naquela lanchonete e eu disse que teria que resolver alguns probleminhas na diretoria, e sai, deixando-os lá.

 Voltei para o colégio e fui até a sala de química, o professor estava lá, com as provas na mesa, corrigindo- as.

- Oi – disse eu entrando sala vagarosamente, falando para que ele percebesse que ele estava aqui.

- Senhoria Yamanaka, vejo que não se preparou nem um pouco para a prova – disse ele, me encarando sério.

- Foi tão ruim assim? – perguntei, olhando para baixo e depois para ele, tomando coragem para falar.

- Ino, eu entendo que agora com o campeonato, vocês estejam todos apreensivos, e estejam se preparando demais, mas a escola tem que vir em primeiro lugar, e suas notas não estão boas, você sabe disso, e sabe que com essa sua nota – disse ele me mostrando um papel, com um E em caneta vermelha – você vai tomar bomba no primeiro bimestre, igual ao ano passado, e se continuar assim, não terá conselho de classe que a tire desse emaranhado de notas péssimas – ele parou para respirar – e eu já falei com seus outros professores, não foi só em minhas provas que você se deu mal, matemática e história também.

 Droga, eu não acredito que estava tão péssima assim.

- Ino, eu terei de falar com seu pai agora, antes que suas notas piorem – disse ele, me encarando.

 Não, ele não podia fazer isto, não podia! Meu pai já quase me matou por eu ter ido para o conselho de classe no final do ano, uma dessa agora e sabe Kami-sama o que ele faria?

 Puxei uma carteira em frente a mesa do professor, incrédula, ele não poderia fazer isto.

- Por quê? Agora? – perguntei, assustada.

- Sim, é para o seu bem, você irá conseguir recuperar suas notas, e ele precisa saber – disse o professor, levantando da mesa – me espere aqui, vou à diretoria ligar para ele e já volto, não saia – disse ele saindo, e fechando a porta.

 Eu teria um jogo agora, ele não poderia fazer isso, não, pelo amor de Kami-sama.

 Os segundos pareciam eternos, pareciam ter parado. Apoiei meu cotovelo na mesa, com minhas mãos ao rosto, tentando achar uma solução para tudo aquilo, mas tudo o que eu conseguia fazer era não pensar em nada, ficar estática.

Minhas mãos abafavam os soluços que apareciam, devido ao choro. Se você estivesse em meu lugar, estaria igualzinho, então não me chame de chorona.

Fiquei ali por um tempo, não sei quanto tempo se passou, meia hora, quarenta minutos, e ouço o som da porta abrir, por ela entram o professor e meu pai, ele me olhava tentando entender o que estava acontecendo, e eu estava estática, eu sabia que a culpa era minha, eu sabia, e ele teria vergonha de ter uma filha como eu.

- Sente-se Sr. Yamanaka – disse meu professor, puxando uma cadeira para meu pai em meu lado para que ele se sentasse.

- Sr. Yamanaka, você sabe os problemas que sua filha teve ano passado em relação ao colégio – meu pai assentiu - ...

_ _ _X_

... – no Ginásio.

- CADÊ A INO? – gritou a treinadora.

- Eu já a procurei por todos os cantos do colégio – disse Sakura.

 Os meninos do time de basquete também haviam procurado.

 O jogo já iria começar.

-Karin, você entra no lugar dela – disse a treinadora – aonde será que essa garota se meteu?

_ _ _X_

Voltando a sala do professor ...

 - É isso! – disse o professor, que havia acabado de explicar a meu pai minha situação acadêmica.

- Obrigado por avisar – disse meu pai, levantando da cadeira- vamos Ino – desta vez ele falou de forma autoritária.

 Dirigimo-nos ao carro dele e de lá voltamos para a casa, em silêncio, quando entramos, eu tentei explicar.

- Pai, me desculpa, não foi isso/ - ele me interrompeu.

- Ino, pegue suas coisas e saia de casa! – gritou ele, em tom grosso, nervoso.