ONESHOT - My dear friend...

"A amizade sempre termina em amor, mas amor em amizade - nunca" - Charles Caleb Colton

- Desculpe, Hinata... Eu não gosto de você dessa maneira... - disse ele, meio sem jeito.

Hinata ficara parada, em choque. Sabia que ele não gostava dela e, sim da Sakura, mas, ainda assim, o baque de ouvir aquelas palavras fora mais forte do que ela imaginara. Era o fim do seu primeiro amor. O estranho era que não conseguia chorar! As lágrimas simplesmente não vinham, mas o coração, cuja a esperança que tinha a poucos minutos atrás fora destruída, se despedaçara.

Ele fora embora, afinal, ele não sabia o que fazer. Ela não se moveu, ficara ali parada em estado de choque por alguns minutos em frente ao memorial aos shinobis mortos em combate, sob a chuva que lhe derramava pelo rosto como se fossem as lágrimas que lhe foram negadas.

"Hinata!" pensou ter ouvido uma voz gritar seu nome. Já estava ouvindo vozes?

"Hinata!" repetiu-lhe a voz e sentiu uma mão em seu ombro, porém não virou para ver quem era. Não lhe importava.

A mão em seu ombro a virou e Hinata vira quem era. Kiba. Ele havia ido procurá-la?

- Hinata... - disse ele se aproximando. - Vou te levar para casa, venha... - e tocou gentilmente nas costas.

Ela parecia tão frágil! Kiba sempre soube que ela era como uma boneca de porcelana, muito frágil, mas tentava parecer forte, por Naruto. Só que, nesse momento, ela deixara a máscara cair e mostrara sua fraqueza.

Já fazia um mês desde que fora rejeitada. Ou melhor dizendo já fazia um mês que não respirava, que não sorria, que não vivia, que se sentia vazia. Tsunade lhe dera 2 meses de folga de suas missões, a pedido de seus companheiros de equipe. Sai assumira o lugar da mesma, pois Sasuke havia voltado para seu lugar de direito no time 7. Descobrira por meio de Neji que Shino e Kiba espancaram Naruto, e este não protestou. Sabia que havia sido ideia de Kiba, mas é claro.

- Eu vou matar aquele desgraçado! - brandou Kiba.

Kiba e Shino haviam ido comer churrasco, pois haviam sido convidados por Shikamaru, mas o mesmo não pode comparecer, graças a sua nova esposa, Temari. Kiba comia que nem um louco tentando se acalmar.

- Kiba, mantenha sua cabeça no lugar, não vá fazer besteira. - disse Shino indiferente, mas por dentro, queria matar o Naruto tanto quanto Kiba.

- Mas, olha o que ele fez com ela!

- Kiba, não é culpa dele. Ele simplesmente não gostava dela do mesmo jeito.

- Ainda assim... - tentou protestar Kiba.

- Quieto. - disse Shino e Kiba grunhiu, derrotado.

- Mas eu quero fazer algo por ela, Shino! - Kiba falara novamente.

- Você nunca desiste...? - dessa vez fora Shino que suspirara em derrota.

- Você não entende! Você não viu como ela estava naquele dia...

Shino se manteve em silêncio. Não havia visto Hinata na primeira semana, a pedido de Hiashi.

- Ela estava tão frágil...

- Kiba, porque você não vai vê-la hoje. Eu não poderia ir de qualquer maneira. - disse Shino. Ele e Kiba alternavam os dias para visitar Hinata que não saíra uma só vez de seu quarto.

- Talvez eu deva... - disse Kiba, levantou e saiu do restaurante.

Shino percebera uma coisa após a saída de Kiba, a conta sobrou pra ele.

Kiba chegara na casa de Hinata em poucos minutos. A porta fora aberta por Neji. Fora até o quarto de Hinata acompanhado de Neji. Chegando na porta, Neji disse-lhe:

- Hinata-sama, ainda está dormindo. Peço que não faça muito barulho. - e se retirou, em direção ao campo de treinamento.

Kiba adentrou o quarto de Hinata com cuidado para não acordá-la e fora até onde a mesma dormia. Kiba a observou dormindo. Seus cabelos lhe caiam no rosto e seu peito subia e descia tranquilamente. Kiba ficara ali observando a figura adormecida, perdido em pensamentos.

O que será que Hinata sonhava. Seria com Naruto, mesmo após o mesmo tê-la rejeitado? Ou será que sonhava com ele? Nunca conseguira admitir a ninguém que a amava como ninguém e que quando viu o estado que a amada estava... Não havia palavras que podiam descrever aquela sensação. Preferia morrer do que vê-la daquela maneira.

- Droga, Hinata, por que o Naruto? Por que não a mim? - pensara alto, sem perceber que Hinata estava acordada.

Hinata continuara a fingir que dormia, não conseguiria olhar Kiba nos olhos nesse momento.

Kiba poucos minutos após a declaração da qual, pensava ele, não fora ouvida, fora embora. Hinata se levantou e pôs-se a pensar.

Por que amava Naruto? Ele nunca fizera nada para fazê-la se apaixonar por ele! Ele sempre deixou bem claro que amava Sakura, mesmo que esta estivesse com o melhor amigo dele, Sasuke. Ainda assim, por que se apaixonara justo por ele? Por que não por Kiba, o homem que a amava? O homem que sempre estivera a seu lado, que sempre a tratara bem e que sempre a fez se sentir especial. No momento que parara para pensar, será que realmente não estava apaixonada pelo amigo? Afinal, não conseguira chorar quando Naruto lhe dera um fora. Mas ainda assim seu coração parecia em pedaços... Seria por que se declarara para a pessoa errada e a pessoa certa havia visto? E após, levar um fora, por que fizera tanto drama? Para ganhar a atenção de Kiba? Ou seria ela tão cruel a ponto de deixar todos preocupados, por carência?

Ela se sentia um lixo. Descobrira que amava o amigo, mas será que este a perdoaria por ser tão cruel? Não sabia, mas sabia de uma coisa, tinha que correr atrás de Kiba.

Kiba sentara no campo de treinamento, onde foram aprovados como genin. Não conseguia parar de pensar em Hinata. Foi quando Naruto apareceu.

- Olá, Kiba. - disse ele. Kiba não respondeu.

- Bem, se não quiser, não responda. Mas há algo que quero lhe contar. - continuou ele e Kiba virou para olhá-lo nos olhos. - Vou lhe contar a razão de ter rejeitado Hinata.

Kiba continuava olhando para ele, sua raiva só crescendo.

- A primeira razão é que eu não gosto de enganar as pessoas. Eu não a amo e não fingiria amar.

Kiba se levantara já indo em direção a Naruto.

- Segunda razão é por que não é a mim quem ela ama. Ela acha que me ama. Ela ama outra pessoa, a qual acho que será correspondida. - disse Naruto. Kiba estava a centímetros desse, mas Naruto somente sorria.

Kiba começou a ouvir alguém correndo em direção a eles. Se virou para onde o som via.

- Ai vem ela. - ouviu Naruto dizer e desaparecer.

Hinata corria até Kiba, precisava conversar com ele. Kiba olhava para ela correndo sem acreditar.

- Hinata... - sussurrou Kiba.

- Kiba! - gritou ela e se jogou em cima de Kiba.

- Hinata, o que você está fazendo aqui? - perguntou Kiba.

- Eu vim lhe dizer pedir desculpas e lhe dizer uma coisa. - disse ela, olhando para baixo.

- Desculpas?

- Sim, por lhe deixar preocupado...

- Hinata, você n... - Hinata colocara um dedo em sua boca e levantara a cabeça para olhá-lo nos olhos.

- E também, por não ter percebido antes...

- O que? - disse Kiba.

- Isso. - E beijou-o suavemente.

Kiba ficara estático diante da ação de Hinata, porém pouco tempo depois começou a corresponder. Aprofundou o beijo, invadindo a boca dela com a língua. Reconhecendo cada pedacinho da boca de sua amada. Até que a necessidade por ar fez sua presença valer-se.

- Isso significa, o que eu acho que significa? - perguntou Kiba.

- Sim. - disse ela, dando um de seus sorrisos tímidos que Kiba tanto gostava.

Kiba riu e voltou a beijá-la com paixão.