The Last Song escrita por milesaway


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Primeiro de tudo: Sim, eu sei que eu sou uma autora tremendamente irresponsável e que não segue os próprios prazos estabelecidos, e peço desculpas pela demora. Espero que não queiram pular no meu pescoço, haha!
Bem, olá de novo :) Da última vez que eu postei, estava com muita coisa na cabeça por causa do musical e das provas, mas agora que estes já acabaram e consegui vencer o meu bloqueio de escritora, voltei!
O musical foi bem legal, tirando o fato de eu ter dado de cara com uma tábua de madeira bem antes de entrar no palco, o que não é algo muito bom assim, haha.
Quem aí foi ao ou viu o Rock in Rio? Fui nos dia 23 e 30; os outros, assisti pela TV. Sinceramente, foi uma das melhores experiências que eu já tive. A garganta toda doída tá aí de prova, hahaha.
Enfim, espero que gostem desse cap e nos vemos lá embaixo :)
beijoos ♥
Para Isabela T., que me deu algumas ideias para os próximos caps durante a aula de Ed. Física.



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“Depois das doze, não tão bem / Não vou fingir que é cedo demais para dizer o que vem depois desta curva”

The Driveway, Miley Cyrus

Minha cabeça doía e me sentia um pouco tonta. Por quanto tempo eu fiquei apagada, alheia a tudo à minha volta? Abri os olhos lentamente, tentando me localizar. Estávamos em um carro, aparentemente algum tipo de utilitário.  Procurei o relógio do painel: 7:03 PM, marcava. Que legal. Estávamos naquele carro idiota há, pelo menos, mais de quatro horas.

- Ah! A Bela Adormecida finalmente levantou de seu sono profundo! – exclamou o garoto de cabelos negros que dirigia.

- Cale a boca, Percy. Ela só dormiu por... – Melanie parou para olhar o relógio – Tudo bem, bastante tempo. Mas, poxa, a garota desmaiou, e ainda temos mais 4 horas de viagem. Além do mais, muitas coisas aconteceram hoje, e ela precisa de um tempo para internalizar tudo. Não há melhor jeito de fazer isso que não seja dormindo, certo, Aimee? - Melanie se virou para mim. Fingi que não notei.

Não fiz comentário algum. Estava brava demais com tudo, todos e o mundo que eu desconhecia, mas era parte de mim. E pior, meu irmão tinha sumido e aqui estava eu, no banco de trás de um carro sem fazer nada para salvá-lo.

- Ficar com a cara fechada não vai ajudá-la, Aimee – ela suspirou – Nem ao seu irmão. Eu sei que é difícil ter que lidar com essas descobertas sobre a sua vida, principalmente em uma hora como essa, mas tudo isso te torna quem você é. É uma parte da sua identidade.

E como você quer que eu reaja, hein? Pensei comigo mesma. Durante toda minha vida, acreditei ser uma pessoa normal, algo que eu não sou, nunca fui e nunca vou ser. Vivi uma mentira por dezessete anos, e esperam que eu lide com isso numa boa? Ah, por favor!

- Aimee, eu realmente sinto muito – Melanie continuou – Mas-

- Repetir isso o tempo todo só piora a situação dela, Caçadora – Percy interrompeu-a, parando o carro em um acostamento próximo e virando-se para mim – Olha, Aimee... A gente sabe que é complicado porque já lidamos com isso. Sabemos como é estranha essa situação. Tudo bem, descobrimos isso um pouco mais cedo do que você, mas e daí? Não te torna alguém diferente.  As pessoas que você conheceu, os lugares pelos quais passou, as experiências que teve... Isso tudo foi real. Ainda é! E é o que faz de você quem é, entendeu? – apenas assenti enquanto ele se virava e fazia o carro voltar à estrada – Acho que é mais ou menos isso que deveria saber. O resto fica por conta do Acampamento. Certo, Caçadora?

Melanie balançou a cabeça afirmativamente.

- Caçadora? Que tipo de apelido é esse? – perguntei baixinho.

- Hunter significa “caçadora” – disse ela após um breve suspiro - Mas o cabeçudo ali não é o único a me dar esse apelido besta. As Caçadoras de Ártemis adoraram e passaram a me chamar assim também.

- Da última vez que elas visitaram o Acampamento, tentaram fazer com que a Melanie se juntasse a Caçada. Foi muito engraçado, principalmente com as irmãs dela tentando convencê-la – disse Percy rindo histericamente.

Melanie deu-lhe um tapa em seu braço. O estalo havia sido tão alto que aposto que deixou uma marca no local.

- Ai! – ele exclamou.

- Irmãs? Você e Ártemis? Ártemis, a deusa? – perguntei.

Ela assentiu.

- Ártemis é minha irmã, assim como Thalia Grace, a tenente das Caçadoras.

- Quer dizer que você é...

- Uma filha de Zeus? Exatamente. Eu sou filha do Senhor dos Céus – Melanie suspirou, e um trovão pôde ser ouvido ao longe, embora não houvesse sinal algum de que uma tempestade se aproximasse.

- Isso significa que vamos ter de chamá-la de “Majestade” ou algo do gênero? – perguntei, o riso preso em minha garganta.

- Céus, não! Eu prefiro Caçadora!

Então nós duas começamos a rir, abafando o som de “Strawberry Swing”, que tocava ao fundo baixinho.

- Para onde vocês estão me levando, exatamente? – perguntei depois de mais algum tempo de viagem.

- Um lugar chamado Acampamento Meio-Sangue, em Long Island – Melanie respondeu enquanto parava em um dos muitos sinais vermelhos pelos quais passamos. Assumira o volante para que Percy pudesse roncar, digo, cochilar um pouco (“O combinado era dividir o volante,” ele dissera. “Seja menos preguiçosa, Caçadora”) – Para alguns semideuses, como o dorminhoco aí – ela apontou Percy com a cabeça, que dormia tranquilamente no banco do carona - é um lugar para passar as férias e melhorar suas habilidades, técnicas de combate e outras coisas do tipo. Alguns, como eu, são campistas de ano-todo. Moramos lá durante o período letivo das escolas humanas.

- Entendo. Então, esse era o seu “internato”, certo? – disse, fazendo aspas com os dedos.

Mel riu ao ver o gesto pelo espelho retrovisor.

- Espero que esteja se acostumando com a ideia de ser uma semideusa. É bem perigoso na maior parte do tempo. Temos muita sorte de não termos encontrado nenhum monstro até agora. Um semideus filho de um deus menor já atrai uma quantidade bem grande deles, imagine dois dos Três Grandes, então.

- Três Grandes?

- Zeus, Poseidon e Hades. Teoricamente, eles não poderiam mais ter filhos, já que fizeram um juramento após a Segunda Guerra Mundial, que foi um confronto entre os filhos deles. E mesmo assim, estamos aqui, além de Thalia e Nico, filho de Hades.

- Por que escolheu Percy para vir com você? Quero dizer, se sabia que os dois poderiam acabar mortos só para vir buscar uma garota que nunca tinha ouvido o termo “semideus” antes?

 - Sabia dos riscos quando escolhi o cabeçudo para vir comigo na missão, mas ele era o mais apto. Tem um poder de persuasão maior, e precisaríamos disso para te convencer de que não éramos loucos nem nada do tipo.  Ele também tem muito talento com a espada, o que eu invejo muito. Além do mais, você é importante. Pelo que me disseram, as Parcas têm grandes planos para sua vida.

Sorri de lado e me recostei no banco traseiro, observando a estrada à minha frente. A ideia de que eu era uma peça chave em alguma coisa me atraía, embora ao mesmo tempo, me deixasse apreensiva. Grandes feitos vêm com responsabilidades maiores ainda, e ainda não estava pronta para tudo isso.

- Ei, não precisa se preocupar muito com essas coisas, ok? - disse Melanie, como se tivesse lido meus pensamentos – Esses “grandes planos” podem demorar um bocado para acontecer ainda, então acho que você pode dormir um pouco, descansar. Seu dia vai ser bem longo amanhã, tenha certeza disso. Por enquanto, o mais importante é levá-la para o Acampamento em segurança.

Recostei-me confortavelmente no banco traseiro, tentando prender meu cabelo em um rabo desajeitado. Um bocejo escapou pelos meus lábios.

- É – respondi, os olhos pesando mais uma vez – Talvez você tenha razão.

A parada brusca do carro me acordou. Percy pulou no banco do carona, batendo a cabeça no teto do carro.

- Ai! – exclamou ele – O que foi? O que aconteceu?

- Faltando tão pouco... Droga. – Melanie murmurou, balançando a cabeça em sinal de incredulidade. Pegou apressadamente a moeda cor de bronze em sua bolsa – Olha ali.

Quinhentos metros à frente, cinco sombras vinham em nossa direção. Pareciam rastejar, e carregavam algo em suas mãos que se parecia com uma lança.

- Dracanae – ele murmurou – Quanto tempo faltava até ao acampamento?

- Dez minutos – respondeu ela – No máximo.

- Bom, - Percy tirou algo de um dos bolsos: uma caneta esferográfica. Ainda não entendia como objetos tão simples e comuns, como uma moeda e uma caneta, podiam ajudar nessas situações, mas depois da cena na loja mais cedo, tudo passou a ser possível – acho que teremos que lidar com elas.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Críticas, conselhos, sugestões comentários? Deixem um review me dizendo o que acharam desse cap e, se acharem que a história merece, recomendem :)
beijoos, e até a próxima att ♥