Amor Indefinido escrita por Kiah chan


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas cá estou :D

Boa leitura, gente!



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Amor Indefinido

By Kiah chan

Betado por YKT


Capítulo II – Vermelho

Passei numa das melhores faculdades da cidade. Infelizmente ficava a dois quarteirões da minha casa e assim, meu desejo infantil de abandonar meus pais mais cedo foi parcialmente destruído.

Parcialmente.

Porque eu ainda via Sasori como meu salvador. Talvez um dia ele me tirasse de casa.

Ou convencesse meus pais que eu poderia muito bem ter meu próprio canto. Mesmo que tivesse que ser vizinha deles.

Mas Sasori parou de aparecer na minha casa, desde o dia das fotos.

E o mundo não parou de girar para mim, como aconteceria se estivesse em um conto de fadas.

O mesmo estresse matinal, a mesma correria, a mesma empolgação. A composição perfeita de um cotidiano imutável...

E mesmo assim, sentia falta do desânimo e da falta de agitação de Sasori, que não estavam presentes para me amparar mais.

Eu não precisava mais olhar para seus olhos apagados.

Eu não me sentia mais tão protegida quanto antes...

Minha insegurança apoderou-se de mim rapidamente.

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Meu primeiro dia na faculdade foi um pesadelo. Perdi-me nos corredores várias vezes, esqueci a chave do armário na carteira da primeira sala e fiz meu segundo amigo.

Ele era desagradável e até irritante e como tudo podia mesmo piorar, aceitei namorá-lo logo no primeiro encontro, ainda não sei de certo o porquê.

Meu primeiro beijo de verdade não foi tão bom quanto meu primeiro beijo de mentira.

E aqueles cabelos vermelhos não conseguiam me hipnotizar tanto quanto os dele.

Gaara só tinha uma coisa parecida com Sasori: O nome exótico e uma personalidade meio indefinida.

E que as coincidências parassem por ali.

Depois de um mês e meio de azar, terminei com o garoto e tratei logo de me acertar.

Não era mais nenhuma criança.

Passei a odiar ruivos com expressões indiferentes e nomes exóticos.

Sasori tornou-se um pesadelo doído que eu tentava apagar de vez.

Mas ele já era um apagado. Então não entendia porque seus traços tomavam tanto sobressalto na minha cabeça.

Aquilo não poderia mais ser amor.

Eu não queria que fosse.

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Achei que estava enlouquecendo quando fiquei sabendo que teríamos um ajudante nas aulas de História da Arte chamado Sasori.

Minha boca ficou seca quando o vi entrar na sala de aula com seu típico sorriso entediado e olhos astutamente perdidos no nada.

Nesse dia, passei a ignorar palpitações, imagens do passado e tudo que me levasse ao Sasori, meu vizinho.

Aquele ali não era meu parceiro e vizinho, era o ajudante do professor.

Ele não havia me reconhecido, quando me viu naquela sala apertada.

Nunca chorei tanto na minha vida como o fiz aquela vez.

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A caixa vermelha permaneceu intacta e imutável, perdida na minha infância e esquecida nas minhas memórias, por um longo tempo.

As fotos nunca mais foram vistas, depois daquele dia em que ele as deixou comigo.

Aquela era a nossa última promessa. Queria me manter longe de tudo que me remetesse à sua expressão perdida.

Larguei a faculdade de História, pois sabia que não era crescida o suficiente para agüentar vê-lo toda segunda-feira como se nada tivesse acontecido.

Consegui convencer meus pais a permitir que fosse para o exterior.

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Quando retornei para casa, depois de quatro anos completamente isolada, estava psicologicamente mais forte e já nem lembrava direito as sensações de tortura que aquele amor pelo Sasori me faziam passar. Já era finalmente uma adulta, com os meus vinte e dois anos.

Corri para o meu quarto, e joguei-me na cama. Fechei um pouco os olhos para saborear aquele momento de nostalgia. Aquele tempo em silêncio recordou-me da caixa vermelha, presente de infância do meu vizinho de feição entediante e indeterminada chamado Sasori.

Não sei por quanto tempo procurei por ela pelo meu quarto. Tentava lembrar-me do lugar que larguei a caixa. Revirei as memórias que tinha de quatro ou cinco anos atrás e todas elas me levavam ao meu guarda-roupas, em cima dele.

Não tinha absolutamente nada, além da poeira.

Nem um mínimo resquício de marca de algo que deveria estar lá, que foi mudado de lugar. Passava-me a impressão de que nunca houve nada ali.

Como estava desistente de procurar em outros lugares, gritei com a minha mãe sobre a caixa.

Ela disse que meu velho amigo Sasori, que havia não havia me reconhecido na faculdade, havia tomado a caixa de volta, alegando estar com saudades dos velhos tempos.

"Que velhos tempos, Meu Deus?".

"Ele disse que lhe devolveria a caixa, quando sentisse falta dela.".

Achei que minha mãe estava louca por deixar que um ruivo com cara de idiota levasse algo meu. Meus pensamentos foram interrompidos pela voz deveras irritante dela. "Ele me disse que, quando fosse a hora, te devolveria. Não, não entendi o que o Sasori-kun quis dizer com isso, querida."

Vinte e sete anos nas costas e definitivamente ele não perdia essas manias.

Algo gritava dentro de mim, dizendo que deveria tomar a caixa vermelha de qualquer jeito.

Ignorei a vozinha e limpei a parte de cima do meu guarda-roupas.

Parecia que, naquele quarto, nunca existira uma caixa vermelha.

A voz que antes gritava, foi se calando lentamente.

Sasori seria, a partir daquele momento, parte do meu "Era Uma Vez".

Acho agora que não estava preparada para colocar meu amigo e amor infantil no meu passado.

Mas estava me sentindo pior que antes, principalmente quando, nos meus sonhos, recordei-me de como Sasori era essencial para mim.

Agora, neste momento, não sei como pude ser tão idiota e criança por ter colocado essas memórias de lado.

Não sei como consegui apagar aqueles cabelos vermelhos e olhos profundamente entediados da minha cabeça.

Meu pesadelo estava ficando vermelho...

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Quando era pequena, fazia de tudo para ficar ao lado do Sasori. Mesmo que me sentisse mal por interromper suas leituras diárias, logo esquecia os meus pesares.

Ele não parecia se importar muito. Acho que preferia ouvir minhas histórias inventadas a ler algum conto ficcional que descrevesse cenas de sangue.

Nessa época, eu comecei a me interessar pela cor vermelha. Achava tão linda a cor dos cabelos dele, que o invejava por isso. Meu cabelo era meio rosa, um tom derivado do vermelho, aliás. Era por causa desse tom que o meu rosa sem-graça existia.

Eu também era dependente dele, no final das contas.

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Joguei tudo para cima e decidi buscar a minha caixa vermelha.

Não era justo que ele quisesse minhas lembranças doídas também. Ele já estava brincando com a pouca sanidade que eu ainda tinha...

O vermelho passou a ser constante nos meus pensamentos.

Perguntava-me insistentemente, enquanto ligava o carro, se Sasori me reconheceria ou me ignoraria como já havia feito.

Balançava a cabeça freneticamente para afastar tais questionamentos. No momento, a única coisa que deveria me preocupar seria onde que Sasori estaria enfiado.

A gasolina do meu carro acabou duas vezes, antes de achar o lugar em que ele morava.

Apagado, escuro e muito discreto. Era um atelier, que ficava do outro lado da cidade.

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Além do desenho, da fotografia e dos livros de ação, Sasori gostava também de colecionar marionetes.

Tinha um dom para controlá-las também, mas sempre dizia a mim que preferia que elas ficassem guardadas, para serem preservadas.

Sasori gostava de conversar sobre coisas eternas, paradas.

Como será que os pais dele reagiram quando souberam que seu filho era tão afundado numa monotonia eterna?

Achava ainda que Sasori era um ser místico...

Acho que ele veio de outro planeta... Seus pais também deveriam achar.

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Sasori?”.

Subi as escadas estreitas do atelier com cuidado. O medo de quebrar uma daquelas tábuas antigas, que rangiam sem piedade, estava me deixando ainda mais afoita.

Sakura, quanto tempo!”.

A sala em que ele desenhava, naquele momento, era pouco iluminada por causa do crepúsculo do sol. As duas janelas não ajudavam tanto.

Fiquei parada na porta, enquanto meus olhos corriam por cada detalhe daquela sala. Tudo parecia jogado, perdido.

No mínimo, caótico.

Mas não durou muito. Minha observação ficou para depois, quando senti que meu coração voltava a palpitar com sofreguidão.

Parece que você me reconheceu...”.

É. Achei que agüentaria, pelo menos, duas aulas comigo lá, para te ensinar. Pena que não deu certo.”.

Não sei onde foi parar o seu bom-senso. Aposto que sabia o que eu sentia por você.”.

Não, Sakura, aposto que você está muito confusa.”.

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O sorriso apagado foi inevitável de aparecer em seus lábios, junto com as lágrimas ofuscantes que corriam pelo meu rosto.

Nós não éramos mais crianças. Sasori já era um adulto fazia tempo...

Não poderíamos mais nos esconder em casinhas de madeira ou fingir que estava tudo bem, mesmo não estando. Não poderia correr até ele e abraçá-lo a fim de confortá-lo... Isso não adiantava mais.

Sakura, eu sinto muito.”.

Sentir muito era uma forma de se despedir?

Eu ainda não entendia a linguagem dos adultos, mesmo já sendo uma. Não estava interessada em entender, em me colocar no lugar dele. Porque eu nem mesmo sabia o que ele tinha...

Não podemos ficar juntos como antes, as coisas mudam... Mas não pude evitar sentir-me aliviado quando veio buscar a sua caixa. Obrigado.”.

O que aconteceu?”.

Eu estava um pouco aturdida com o que ele dizia. Não conseguia compreender uma só palavra...

Ele havia voltado para sua faculdade, não apareceu mais em casa para me ver, ignorou-me na minha faculdade e pegou a minha caixa de mim. E ainda alegava mudanças. Que mudanças?

Não existia lógica.

Ele andou até um pequeno armário no canto do cômodo e tirou de lá a minha caixa vermelha. “Apesar de mudarmos, sabia que ainda temos uma coisa em comum, Sakura?”.

Se ele tivesse perguntado a mim o que nós tínhamos em comum, eu poderia enumerá-las, mas deixei que ele continuasse. Seus olhos estavam expressando o tédio como de costume, mesmo que não fosse isso que ele sentisse... Talvez.

O vermelho.”.

Ele pediu que eu segurasse a caixa com cuidado, logo deixei-a no chão, perto dos meus pés, e deu um beijo na minha testa bem devagar. Passou seus dedos sobre o meu rosto e limpou as lágrimas teimosas que ainda se faziam presentes.

Meu cabelo, seu cabelo...”. Resmungou passando a mão pelos meus fios e continuou logo em seguida. “Nossas vidas são tingidas pelo vermelho também... É uma cor forte. Acho que nesse ponto você entra...” Sorriu e tocou seu nariz gelado no meu. “Eu sou totalmente ofuscado pela cor vermelha. Ela está na sua personalidade e você está na minha vida. Como uma mancha.”.

Na hora, não gostei nem um pouco da comparação. Uma mancha?

Sangue...”.

Sussurrei para mim mesma, mas acho que ele ouviu. Manchas vermelhas me lembravam sangue.

O sangue grudado na roupa, insistente em não a deixar de nenhuma maneira. Ou quando secava em nossa pele...

Sangue me remetia à dor também.

Sakura, somos como irmãos. Nunca lhe vi de maneira diferente.”. Sasori ergueu meu pulso até a altura de sua cabeça e juntou sua mão à minha. “E esse nosso amor, que você acabou confundindo, dói quando estamos separados. Acabamos sangrando...”.

Acho que meus olhos estavam tão esbugalhados que Sasori poderia facilmente ver através da minha alma. As portas para ela estavam totalmente escancaradas...

E sabe a melhor parte? O vermelho guardou nossas lembranças também.”.

Seu sorriso característico se alargou e a face apática tomou certo brilho. Seus olhos apontaram para mim à caixa vermelha e trançada, sem o laçarote na tampa.

Sasori, mas eu estou apaixonada por você... Você não é o meu irmão.”.

De fato, ele não era mesmo. Não éramos consangüíneos, éramos vizinhos e amigos... Tentei entender por algum tempo o porquê de Sasori tentar me enganar com aquelas palavras...

Encarei seus olhos acastanhados... E lá estava a resposta.

Nós dois estávamos chorando lágrimas de sangue.

Lágrimas vermelhas.

-

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O que havia mudado?

Meus olhos continuavam verdes, meus cabelos estavam tão róseos quanto antes. E meu amor por ele parecia aumentar a cada segundo que ele permanecia tão perto de mim, com aquele cheiro, aquela voz.

Com aqueles cabelos bagunçados e aqueles olhos opacos.

E ele?

Não havia mudado tanto... Tinha crescido alguns centímetros e parecia ter ganhado alguma massa muscular.

Seus olhos continuavam expressando tédio, seus cabelos tão bagunçados quanto antes, o sorriso fino e o cheiro tão característico.

A mão dele continuava apertando a minha, enquanto seus olhos se perdiam nos meus.

A quem ele estava tentando enganar?

Sasori, por que você fugiu de mim? Por que está tentando se enganar? Eu te conheço...”.

Como eu poderia?”.

A voz, rouca e um pouco carregada de culpa, me tirou de devaneios que já estavam me atormentando.

Poderia?”.

Seus olhos pousaram em nossas mãos juntas e ele se separou de mim, logo em seguida.

Voltou-se a janela, o sol desaparecendo e deixando que o quarto fosse submerso cada vez mais à escuridão.

Ele acendeu um abajur, que sinceramente não ajudou tanto quanto deveria para que pudéssemos nos enxergar claramente.

Cinco anos de diferença... Eu te vi crescer, apaixonar-se, fazer amigos e até te mostrei o que era um beijo.” Sorriu para si mesmo, escorando-se na parede oposta a onde eu estava apoiada. “Acho que te confundi com aquilo, com a festa... Você era uma criança, Sakura.”.

Ele parecia medir suas palavras com cuidado. Meus olhos nunca deixando os dele, mesmo quando Sasori insistia em desviar o olhar.

Foi uma questão de perda de controle. Eu fui um idiota, abaixei minha guarda e te beijei. Aquelas suas palavras significaram muito mais que um simples desafio. Aquilo era a maior oportunidade que eu poderia ter tido. E eu aproveitei.”.

Meu coração palpitou quando ele citou aquele selinho.

Meus pensamentos ainda estavam desconexos. Estava totalmente entorpecida... Meu cérebro se negava a ligar as informações, o que me deixava ainda mais confusa.

Por que ele não era direto?

Sasori não pareceu se importar com o meu silêncio incomum e prosseguiu como se estivesse conversando consigo mesmo.

Coloquei na cabeça que você era a minha pequena irmãzinha. Que tínhamos laços sangüíneos e que eu poderia te proteger quando bem entendesse sem que me sentisse culpado... Sabia exatamente o que as pessoas que nos cercavam pensavam. E elas estavam certas.”.

A foto. A caixa vermelha. Os sorrisos. O beijo. As recordações... E o medo.

A idade.

Mesmo assim, eu não queria que você me esquecesse. Por isso te deixei a nossa caixa... Mas queria te dar um tempo. Queria que você conhecesse outros homens, que se apaixonasse de verdade.” Até então, o sorriso discreto deixou seus lábios e o tom despreocupado desapareceu de sua voz. “Não queria que você continuasse nutrindo esse sentimento por mim. Porque ele poderia muito bem ser uma simples confusão, já que eu era o seu amigo mais próximo. Se eu saísse de cena, você deixaria de ficar amortecida com a minha presença e encararia as pessoas ao seu redor de maneira diferente. Talvez não tenha nexo, o que estou te dizendo e-“.

Você fugiu, Sasori. Estava com medo de que?”.

Minha voz me surpreendera. Meu coração disparou de vez e quase me arrependi de ter dito aquilo quando percebi que os olhos de Sasori se abriram totalmente, em espanto.

Pode parecer coisa da minha cabeça, mas meu raciocínio voltou quando Sasori ficou sem palavras.

Tudo começou a ter nexo, absolutamente tudo.

Tive vontade de rir.

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Desde pequena, gostava de pegar na mão de Sasori. Para andar, subir em muretas, pular paralelepípedos, tudo.

Ele conseguia seguir meu ritmo sem problemas.

Nossas mãos chegavam a ficar até melecadas de suor, mesmo em invernos tórridos, do tanto tempo que eu segurava a mão dele.

Aquela sensação de proteção misturada com segurança era irresistivelmente viciante. Era aquilo que eu sentia.

Naquele quarto escuro, com Sasori olhando-me espantado, uma pergunta serpenteou minha mente com intensidade.

O que ele sentia quando segurava a minha mão?

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O silêncio se estabeleceu entre nós. Sempre fui covarde, assim, deixei de encará-lo logo que ele se mostrou surpreso. Aquilo também tinha me surpreendido, mas, como tinha dito antes, tive vontade de rir.

E o fiz.

Era uma covarde que costumava rir da verdade.

E novamente a minha boca me surpreendeu.

Você também me ama.”.

Minha insegurança me impede da certeza, claro. Não posso afirmar se foi o que eu disse que o assustou ou se foi o fato de que estava gargalhando sem motivo aparente.

E minhas emoções borbulhavam... Chocavam-se entre si, deixando-me completamente desnorteada e idiota.

Idiota.

Eu fui a idiota mais completa que poderia existir na face da Terra. Era o único pensamento nexo que rondava minha cabeça.

Além de idiota, era estupidamente cega.

Prendi-me nos meus sentimentos e ignorei os dele, deduzindo que ele ainda me amava como uma irmã...

Lembro que me senti culpada, naquele momento, por ter achado que o conhecia tão bem.

Eu não sou mais uma criança... Não precisa mais ter medo dos seus sentimentos.” Fui até ele e agachei, para que ficasse em seu nível. “Não precisa mais ter medo... Porque eu te amo mesmo. Você nunca foi muito bom em confundir as pessoas por muito tempo, Sasori... Suas mentiras nunca foram eternas, muito menos, convincentes.”.

E sorri para ele, como sempre fazia. Passei minha mão por seu rosto e grudei minha testa a dele.

Eu só quero que você fale, Sasori, com todas as palavras.”. Cerrei meu nariz ao seu nariz gelado, provocando-o. “Você sabe o que eu quero que fale... Eu sei que sabe.”.

Meus olhos nunca deixando de fitar os dele, tentava traduzir tudo o que ele estava sentindo.

Nunca desejei que alguém fosse tão claro quanto desejei naquela hora, com Sasori.

Eu te amo, Sakura.”.

Abandonada em cima de um criado-mudo estava a sua câmera fotográfica.

Sem fotografias para guardar o momento... Sem caixas vermelhas para não me deixarem esquecer o que realmente aconteceu.

Guardei o momento em que ele me beijou no meu coração...

Porque sabia que ele não iria mais escapar de mim.

Não mais.

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Hei, Sasori, o que você sentia quando segurava a minha mão, quando éramos pequenos?”.

Sasori apenas sorriu. Aquele sorriso fino, apagado e discreto, enquanto seus olhos entediados tentavam não se desviar do livro de ação.

Se você adivinhar, ganha um beijo, Sakura-chan.”.

-

-

A caixa vermelha, um pouco velha e desgastada, até hoje está em cima de um guarda-roupas. Não mais aquele da minha adolescência, mas o do apartamento que divido com Sasori...

Todos os nossos momentos foram devidamente fotografados e guardados na caixa e pretendemos continuar assim, até que ela esteja totalmente cheia.

Todos, menos o nosso primeiro beijo oficial.

Aquele beijo que sempre me remetia à cor vermelha...

FIM


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem, gente! Quem comentou, um agradecimento mais que especial!

Espero que tenham gostado, certo? n.nb

Beijo no nariz!



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