Only One escrita por Lukke, toromaru


Capítulo 2
Capítulo 2- Um militar aparece no meu quarto




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Eis a minha definição de nem um pouco divertido: Viajar por ai usando uma estranha chave mágica dada por uma menina vinda sabe-se lá da onde, enquanto descobre que seu professor pode fazer pior do que apenas te dar notas baixas.

Logo depois que aquele estranho garoto sumiu, eu resolvi tentar repetir aquilo que eu fiz no banheiro. Eu queria provar a mim mesmo que aquilo não havia sido apenas minha mente pregando peças. E quem sabe talvez a chave me levasse para meu quarto? O unico lugar aonde eu me sentia realmente feliz.

Pois bem, fui em direção ao primeiro carro que eu vi, tirei a chave do meu pescoço, e a levei na direção do espelho retrovisor. É claro que eu não pensei de verdade que aquilo aconteceria de novo. Mas não custava nada tentar. Eu já estava encostando a chave no retrovisor, quando eu ouvi uma voz familiar, vinda logo atrás de mim.

–Jake!

Impulsionado pelo susto, eu me virei enquanto escondia a chave no bolso da minha calça. Era Rachel Campbell, uma garota que tinha uma certa “queda” por mim desde o primário. Ela veio correndo na minha direção, com seus cabelos loiros presos em um rabo de cavalo, uma calça jeans, um casaco listrado que tampava sua camisa branca, e um guarda-chuva.

–O que você esta fazendo nessa chuva? –Disse ela parando logo em seguida. –E ainda por cima ao lado do carro da diretora? Você quer receber outra detenção?

Eu não havia percebido que aquele era o carro da diretora, realmente, devido a minha reputação, se alguém me visse ali eu receberia mais uma detenção. Diriam que o garoto rebelde problemático com tendências violentas estava pondo em prática sua tentava de explodir o carro da diretora. Sim, quando se trata de me enquadrar, as pessoas realmente arranjam uma imaginação assustadora. E aquilo era a última coisa que eu queria naquele momento.

–Olha Rachel. –Disse eu. –Eu sei que você esta preocupada comigo e tudo mais, mas eu estou meio ocupado agora. Então, dê o fora.

Aquilo saiu mais rude do que eu imaginava. Não me levem a mal, ela sempre se preocupou demais comigo. Na verdade, eu acho que ela era minha única “amiga” daquele lugar. Mas aquele era realmente um momento de tensão pra mim.

–Ahn... Ok. –Concordou Rachel, direcionando seu olhar para o chão. –Eu é... Te vejo por ai então.

E assim ela se foi. Se eu não tivesse tão preocupado naquele momento e se eu não fosse... Você sabe, eu, talvez eu tivesse ficado com pena dela, mas eu apenas me voltei para a situação. Novamente eu tirei a chave do bolso, e com certo receio, eu fui aproximando-a em direção ao retrovisor. Como já era esperado, ela atravessou o espelho do retrovisor, o que me fez ficar boquiaberto, quase babando.

–Essa chave... É mesmo mágica! –Exclamei espantado.

Então eu a girei.

Eu não sei bem o que aconteceu depois disso. Só o que eu sei foi que eu apareci no meu quarto. Não foi na sala, nem na cozinha. Foi no meu quarto. O Lugar aonde eu queria ir. Talvez aquela chave lesse meus pensamentos, ou algo assim.

–Gostando do brinquedinho novo? -Perguntou alguém que estava ali.

Meu quarto estava escuro como o de custume. E em um desses cantos escuros, eu vi algo ou alguém. Pela voz parecia ser um homem. Mas só quando ele deu um passo em direção a luz eu pude enxerga-lo.

–Jake Taylor. Certo? –Perguntou ele.

Ele vestia um uniforme militar completo, desde as botas até a boina. Tinha uma pele morena, era careca, e usava um tapa olho, em seu olho esquerdo.

–Hã...Er...Sim! Quer dizer... Sim senhor... –Gaguejei.

Eu já tive algumas experiencias ruins com militares, e sabia que se eu desse qualquer sinal de desrespeito ou coisa do tipo, algo ruim aconteceria, mas ele apenas riu, deixando-me desconfortável. Eu não gosto quando riem das minhas idiotices. E não é todo dia que um militar emerge das sombras de seu quarto.

–Senhor Taylor... -Disse ele abafando o riso.

–Jake! –Interrompi. –Me chame de Jake.

–Ok. Certo. Jake. Você já deve ter percebido que o seu professor de Álgebra não é uma pessoa normal, não é mesmo?

Eu pensei em diversas respostas irônicas, mas aquele homem não tinha uma cara de quem leva as coisas na esportiva.

–Sim. Percebi.

–Então, você deve saber que nenhum lugar é seguro. Agora que ele descobriu sua identidade, digo, sua verdadeira identidade, ele mandará outros atrás de você.

Parece que algo da minha prateleira chamou sua atenção, já que ele se dirigiu até lá. Me ignorando quase que completamente.

Aquilo me fez lembrar da garota fantasma. Então aquele ele que ela havia mencionado, era esse sujeito estranho.

–E qual seria minha verdadeira identidade? E que outros são esses? –Perguntei tentando chamar sua atenção para mim novamente.

–Em breve a verdade virá. –Disse ele enquanto mexia em minha coleção de carros, que estavam na prateleira debaixo.

Se ele não olhasse para mim eu ia ficar realmente com raiva.

–Quando? –Perguntei.

–Você tem muitos brinquedos para um adolescente de dezesseis anos. –Disse ele parecendo não estar prestando atenção em mim. –Talvez você devesse trocar esses brinquedos por algumas coisas mais maduras.

“Talvez eu deva chutar você no seu ponto sensível e te fazer cantar com voz de soprano por uma semana se você não olhar para mim ”, pensei.

–Ok. Mas quando que essa verdade virá?

–Logo. –Disse ele voltando olhar para mim. –Eu não vim aqui para discutir isso. Eu vim aqui para poder lhe dar um convite.

–Ah certo. Um convite –Soltei com um tom meio desconfiado, já que invadir o quarto de adolescentes a noite não é um jeito muito convencional de se entregar um convite.

–Eu sou o líder de uma organização secreta na qual eu sou proibido de dizer o nome ou qualquer tipo de informações sobre a mesma. E estou te convidando a fazer parte dela. –Disse ele com um olhar sério.

–Organização secreta? –Perguntei, erguendo uma sobrancelha. –Acho melhor não. Eu tenho outras coisas pra me preocupar.

–Mas lá você estará em segurança. –Pressionou ele. –E ainda tem o Connor...

–Quem ouo queé ele? -Resmunguei já com raiva. Já que ninguém me dizia por que eu deveria temê-lo. – Eu preciso saber a verdade para assim eu poder me “preparar” para esses outros. Se você quiser que eu entre para esse seu "grupinho" você tem que me contar a verdade.

Admito que dizer aquilo não foi a coisa mais inteligente a se fazer. Mas eu costumo dizer as coisas impulsivamente, sem pensar nas consequências.

–Sinto muito Jake, mas você só poderá saber da verdade depois de se juntar a nós. –Disse ele olhando para seu relógio de pulso. –Bem, está na hora. E a sua resposta é...

–Não. –Respondi. –Eu quero saber a verdade, mas não quero complicar minha vida. E já que você não quer me contar a verdade, descobrirei tudo sozinho e do meu jeito.

–Hum. Entendo. –Disse ele esfregando o queixo e olhando para o lado como se estivesse pensando. –Então pegue isso.

Ele lançou para mim, uma espécie de placa de metal, com um botão vermelho no centro, que eu quase deixei cair.

–E o que seria isso? –Perguntei enquanto examinava aquele estranho objeto.

–Use-o caso mude de ideia. É só apertar esse botão. E Jake, sinto muito por isso.

Ele se aproximou de mim com passos longos e me lançou um jato fumaça verde, vinda de alguma brecha em sua manga. Então minha visão ficou turva e eu vi tudo girando, logo eu estava apagado. E assim terminou mais um típico dia da minha nova vida. Mas o que eu não esperava, era que tudo estava prestes a piorar...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado =D
Tadinha da Rachel D:
Quem era aquele estranho sujeito?
E o que o professor Connor é exatamente?
E qual é daqueles fantasmas?
Será que Jake entrará para essa organização?
Muitas perguntas ainda tem que ser reveladas...
Obg por lerem e até o proximo cap õ/