O Amor Supera Tudo? escrita por thathacarter


Capítulo 3
Capítulo 3 (A volta de Midnight)




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/148449/chapter/3

Seria insuportável se Midnight tivesse a cara de pau de voltar depois de tudo que ele fez contra mim. Depois de toda a dor que ele me causou. As imagens ainda ficam na minha cabeça e veem a tona todas as noites.

   Se ele voltasse, não sei o que sou capaz de fazer. Consegui colocá-lo na cadeia e ele só cumpre cinco anos da pena por bom comportamento? É irracional. Mesmo com tudo que Nick fez, nada chegaria perto do que Midnight fez. Foi incompreensível, inadmissível e imperdoável. Eu nunca conseguiria suportar falar com ele novamente, ouvir sua voz, sentir seu cheiro. Eu tinha nojo dele. Tinha até medo.

   Sempre tentando fugir dos problemas, eu fui a praia, já que era o único lugar que eu tinha paz. Tomei um banho de mar e fiquei observando-o. Era a única coisa que me acalmava. Ver as ondas calmas, sentir o vento leve e o sol radiante. Eram as coisas que me faziam esquecer de todos os problemas, de todos meus medos e de todas as decepções que eu tivera recentemente e no passado.

   Mas era este o lugar que conheci Nick e Midnight. Coincidências nada agradáveis do destino. Lembranças que queria esquecer, mas que nunca sairiam de minha mente. Ficaria gravado para sempre. Midnight e eu nos conhecemos nessa linda praia também, e o dia parecia o mesmo. Eu estava sentada na areia e ele sentou-se ao meu lado. Ele parecia ser o cara ideal, o cara simpático, o cara romântico e terminantemente belo.

Ficamos conversando durante horas de todas nossas experiências. E fazíamos isso todas as tardes, até que inevitavelmente nos apaixonamos.

   E se não fosse pelo o que Midnight fez, estaríamos juntos até hoje. Enquanto eu me lembrava de tudo que nós dois vivemos. Ouvi uma voz estranha soprada em meu ouvido dizendo:

- Sentiu saudades amor?

   Eu me arrepiei, era o mesmo tom de voz, aquela voz rouca e grossa, aquela voz que em outra época me faria cair a seus pés. Mas agora me dava enjoo e medo indescritível.

   Virei-me assustada demais para digerir a ideia de que era ele. E ele parecia a mesma coisa, aquele olhar belo e humilde que me fizeram acreditar que ele seria realmente capaz de me amar da melhor maneira.

- O que você faz aqui? – Quase gritei. Eu tinha pavor dele.

- Eu perguntei se você estava com saudades... Que falta de educação não responder.

- Não acredito que voltou! – Me levantei rapidamente e meu tom de voz aumentava a cada instante, minha pulsação acelerava.

- Querida Thais, até parece que não sentiu minha falta!

   Senti meus lábios ressecados, minha pele suada, o tremor em todo meu corpo. Por que ele voltou? Não respondi. Permaneci calada e fui andando tentando me distanciar o máximo possível.

- Thais, espera! Eu só queria um último beijo.

- O que? Você é um canalha mesmo! Idiota! Depois de tudo que fez!

- Eu fiz somente o necessário.

- Necessário? – Dei um tapa em sua cara e segui meu caminho. As imagens me importunavam. Bloqueavam qualquer sentimento positivo que ainda restasse. Depois desse tempo que eu tive um pouco de paz, ele conseguiu tirar isso tudo de mim.

   Cheguei em casa e joguei meu corpo na cama. Pensamentos fluíam e me causavam uma terrível dor de cabeça. O meu telefone tocou e atendi.

- Alô?

- Bom dia, senhora Thais.

- Bom dia, quem é?

- Bom, aqui é da Clínica de reabilitação de Nova Iorque. O senhor Nick Carter foi internado e ele nos deu o seu número. É seu namorado, certo?

- Não, não é.

- Bom, mesmo assim eu gostaria que pudesse visitá-lo. Não há mais ninguém que ele possa contar nesse momento, e é essencial a presença de algum conhecido lhe dando apoio.

- Tudo bem.

   Nick estava internado. E ainda por cima deu o meu número. Como uma pessoa pode ser tão cara de pau? Bom, o máximo que eu podia fazer era visitá-lo, aliás, quem iria? As prostitutas? Ou os amigos drogados?

   Depois da ligação feita pela clínica de reabilitação, eu fui diretamente para o hospital. E fiquei pensando se eu estava fazendo isso por caridade ou por que eu ainda o amava. Mesmo eu querendo acreditar que eu só estava tentando ajudar, na verdade, eu sabia que eu ainda o amava, que eu me arrepiava ao seu lado e que ainda tinha uma chama acesa dentro de mim, apesar de todo o ressentimento. Chegando à clínica, fui até a recepção e peço pelo nome de Nick e logo a recepcionista informa o número do quarto. Subo a escada aflita, quando abro a porta vejo Nick deitado em uma cama, completamente ferido e acabado, e então percebo que Vavá Midnight estava ao seu lado! Ele estava prestes a machucar mais o Nick com uma pequena faca, foi então que o ataquei. Pulei em cima dele e o arranhei sem dó.

- Saí daqui desgraçado! – Gritei.

- É assim que você me trata amor?

- Saaaaaaaaaaaai! – Repeti sem paciência.

   As enfermeiras chegaram desesperadas para ver o acontecido e encontraram eu e Vavá caídos no chão. Elas imaginaram que eu fosse uma louca, uma doente mental... Rapidamente chegaram homens de branco e me levaram a força a uma sala totalmente branca, pequena, sem janelas, sem móveis, apenas quatro paredes e meu corpo frágil. Fiquei gritando pedindo ajuda e informando-os de que eu não era louca. Mas de nada adiantou.

   Depois de algum tempo, chegou uma mulher com óculos de grau e uma expressão de bondade e total pena.

- Olá senhora Thais. Eu sou a psiquiatra Sara. É um prazer conhecê-la. Soube que é uma agente do FBI. Como a senhora está se sentindo? Está mais calma?

  Eu a olhei com ignorância. O que aquela mulher poderia estar pensando de mim? Que eu fosse uma irracional e com problemas mentais? Comecei a explicar toda a história.

- Oi Sara. Vocês entenderam tudo errado, foi um grande mal entendido. Eu ataquei aquele homem apenas porque ele estava tentando ferir um grande amigo meu. Eu vim a essa clínica de reabilitação para visitar um amigo, eu não sou a louca que vocês estão pensando e eu...

- Espere um momento querida.

- Aonde você vai?

Ela não respondeu. Fechou a porta e me deixou ali, sozinha, isolada, sem a luz do sol. Meu desespero aumentava a cada pulsação, as lágrimas começaram a se formar nos meus olhos perdidos e desesperados.

Depois de um bom tempo naquela maldita sala com as quatro paredes brancas. A porta abriu-se novamente. Era a mesma doutora e ao lado dela estavam Kevin e Nathalia, me olhando com decepção. A médica me liberou e falou para que eu me controlasse que meu estágio devia estar fraco. Eu a olhei nem um pouco interessada em suas palavras e fui embora com meus amigos.

- Gente, esse pessoal é maluco!

- Thais, o que deu em você? Tudo bem, nós sabemos que você teve problemas com o Vavá, mas não é motivo de atacá-lo em plena clinica de reabilitação. – Nathalia contestou.

- Gente! Ele ia machucar o Nick!

   Os dois se olharam não acreditando muito na minha estória e nós fomos direto para aonde Nick estava. Entrei sozinha e avistei aquele homem por quem passei meus melhores momentos da minha vida depois do que Vavá fez comigo.

   Entrei no quarto tentando não fazer barulho, ele dormia tranquilamente. Parecia tão sereno, com aqueles cabelos loiros sobre a cama, e sua pele estava pálida. Fiquei o observando, sentei ao seu lado e segurei sua mão.

- Ah Nick... Por que não deu certo? Eu fui tão feliz ao seu lado, tudo que nós já vivemos... Você me magoou tanto, você traiu nossa confiança, mas mesmo assim, apesar de tudo, eu te amo tanto. – Deitei a minha cabeça em seu peito e as minhas lágrimas molhavam sua bela camisa. Senti seu coração batendo de uma forma tão agradável.

- Tha... Thais? – Ele mal conseguia falar direito por causa dos fortes medicamentos.

- Oi meu amor. Como você está?

- Nem acredito que está aqui...

- Nem eu Nick. Eu quero te perguntar uma coisa...

- Qualquer coisa meu amor...

- Você mudaria por mim?

Ele me olhou com os olhos brilhando e me passando a confiança que eu precisava para voltar no nosso relacionamento. Nós nos abraçamos e eu disse:

- Venceremos essa luta juntos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Amor Supera Tudo?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.