Antes de Você escrita por Machene


Capítulo 2
Cap. 2




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~ Hiyono Pov's ~

Já faz dois meses desde que sofri aquele acidente durante a minha entrevista com o padeiro que faz pão no formato de bichinhos. Nunca me mandaram cobrir uma matéria grande, o que sempre me irritou, mas no dia levei um tiro de um assaltante e fui pro hospital. Nunca tive mais vontade de matar o pessoal do jornal!

Não recordo agora de muita coisa do que fiz antes de tudo acontecer, mas quando acordei estava cercada pela minha família e um cara de quem não lembrava até então ser meu noivo! Falaram que tô com amnésia, o que é estranho. Lembro de tudo, menos dele! Mas, ignorando isso, resolvi conhecer ele melhor.

- Tenho direito de vir aqui, sou sua noiva!

A cada dia mais acho estranho ter me apaixonado por um homem tão sério e que gosta de me maltratar! Apesar disto, tenho que admitir ainda sim que ele é muito inteligente, cozinha bem e... É verdade, além de tudo é lindo! Mas por que eu me apaixonei?

- Mesmo sendo minha noiva, entrar na casa dos outros sem aviso e sem permissão é um crime!

Não estamos morando juntos, ele não me leva pra nenhum lugar que eu gosto nem me conta sobre sua vida, além de ignorar muitas das minhas ligações! Se não bastasse, reclama se vou visitá-lo no trabalho no tempo livre ou se entro na casa quando ele não está.

- E o que quer que eu faça se não me deixa ficar com você? Eu tenho que ficar esperando você dar um sinal de vida pelo telefone?

Tá certo que ele sabe meu prato favorito no café, no almoço e no jantar, me defende quando estou com problemas, enviou por correio meu presente de natal, passou o ano novo comigo e com minha família e nas horas em que estou triste me conforta, mas é só!

- Sinto muito se não tenho tempo pra ficarmos um pouco juntos, mas eu tenho trabalho, e se não se esqueceu, você também, o que quer dizer que não pode ir me visitar lá!

Independente do que eu diga, ele não me escuta! Mamãe não consegue compreender como, sendo tão diferentes, aceitamos nos casar; se ela não entende, eu vou entender? Kousuke e Ryoko, por outro lado, são os que mais nos incentivam a marcar logo a data.

- Muito bem, se você não quer que eu continue do seu lado é só dizer agora que eu vou embora!

Eyes e papai não gostam e nem desgostam dele, se dão até muito bem, Rio o adora, mas no momento, eu sou a que mais o detesta! Antes que dê os dois passos inicias na direção da porta, ele segura meu braço com pouquinha força.

- Eu não disse isso, não precisa ir!

- Mas, sem ser com todas as letras, você está me mandando embora! O que é? Não gosta mais de mim?

- Pode parecer que não, mas eu gosto sim.

- Então por que você é tão mal comigo? – ele não responde de imediato, mas solta o meu braço. Alguns segundos nos olhando, ele pega meu casaco e o dele.

- Vamos sair para o parque um momento, que nós precisamos conversar. – ele põe meu casaco em mim e abre a porta para que entre no carro assim que saímos da casa.

Passamos todo o caminho em silêncio. De vez em quando ele ainda olha pra mim, parecendo preocupado com alguma coisa. Nós descemos do carro quando ele estaciona em uma vaga qualquer e eu resolvo colocar o casaco, aquecendo as mãos dentro dos bolsos dele.

- Então, o que você quer me contar? – falo na hora em que começamos a caminhada. Ele está mais sério que das outras vezes.

- Eu não sei de onde partir, então eu serei o mais direto possível. – suspira – Eu não sou seu noivo.

- Como é? – começo a rir – Como não? É sim!

- Não, eu não sou. – paro de rir assim que noto a seriedade com a qual ele carregou a voz – Eu menti.

- Você tá brincando comigo?... Diz que está!

- Quem dera estivesse, mas é verdade... Eu menti.

- Mentiu?... – paro de andar e sento no banco mais próximo, sentindo as pernas moles. Preocupado, ele se senta do meu lado, mas durante algum tempo não consigo distinguir o que ele está sentindo – Por que mentiu para mim? Desde quando você tá mentindo?

- Foi tudo um mal entendido! Quando eu te vi no chão, caída naquele dia, eu percebi que estava sem nenhum dinheiro por causa do assalto. Não sei o que houve comigo, eu quis te ajudar na hora e acabou que eu fui junto pro hospital!

- Mas por que disse que era meu noivo?

- Foi uma enfermeira do hospital, que estava me observando. Eu disse que você seria o tipo de pessoa com quem eu gostaria de me casar um dia, então ela disse pra sua família que estávamos juntos. Eu tentei falar que era mentira, mas não consegui.

- E... Por que não? – a esta altura, minha voz deve estar sumindo.

- Por que eu nunca tive uma família de verdade, e me apeguei muita à sua. – ele me encara – E também a você. – agora sim a minha garganta secou de tanta emoção.

- Quer dizer que... Eu sou o seu tipo? – ele ri.

- Você ouviu alguma palavra do que eu disse?

- Depois disso não! – devo estar parecendo uma idiota, porque ele continua rindo e nem isto eu posso fazer – Mas, Ayumu... – ele pára – Você me ama? – o silêncio outra vez toma conta do espaço. Desta vez, eu também estou tão séria quanto ele – E então, ama?

- Eu não sei dizer, amar é uma palavra muito forte. – meu último fio de esperança se esvai – Acho que é mais correto falar "Eu te adoro!", não é? -, mas volta e com força total. Escondo o rosto com as mãos; já nem sei mais se estou chorando, feliz ou os dois.

- Seu bobo, não me deixe tão nervosa assim! – ele ri e o sinto me abraçar pela primeira vez.

- Veja, eu te achei maluquinha da primeira vez que falei com você. – ele começa a me balançar pros lados devagarzinho – Eu não teria nunca continuado com essa história se eu não tivesse acabado me apaixonando mesmo por você, maluquinha!

- É; você sempre me pareceu sensato demais pra acreditar em um amor a primeira vista e vivia me olhando de cara meio feia quando eu vinha te visitar no começo...! Eu ficava chateada!

- Sinto muito se te fiz sofrer, mas vamos recomeçar do zero. – sorrio e encosto minha cabeça no peito dele – Se você quiser, nós podemos marcar a data do nosso casamento agora mesmo e depois nos mudamos logo em seguida, ou até antes!

- Mudamos? – afasto o rosto já seco – E vamos nos mudar pra onde Ayumu, pelos céus?

- Pra nossa nova casa, ora. Vamos morar juntos!

- Isso é sério? Não vale me assustar de novo!

- É claro que é sério! Por que eu ia brincar com um assunto destes? – meu sorriso aumenta e o dele surge.

- Sabia que o seu sorriso é lindo? – sem responder, ele encosta nossas testas e me puxa pela cintura para tocar as nossas bocas.

O beijo dele é muito doce, além de gostoso, mas nós acabamos sendo obrigados a nos separar uns minutos depois por causa do ar. Maldito seja o oxigênio; era bom ser um ser anaeróbio nestas horas!

- É a primeira vez que você me beija desde que nos conhecemos!

- Não tem problema, eu posso fazer isto sempre se você quiser! – rimos – Só uma coisa que me preocupa.

- O quê? – estranho a mudança de assunto.

- É a mesma coisa que me preocupou quando eu tentei contar a verdade: a sua família! Eles não vão me torturar, ou será que vão?

- Ninguém precisa ficar sabendo da história. – voltei a rir.

- E se nos perguntarem algo que nós não vamos saber responder sobre um e outro, o que vamos fazer?

- Pra isso vamos ter que nos conhecer mais.

- Se for só isso, então não tem nenhum problema; eu sei que você é muito elétrica, que come demais, adora me atrapalhar nos momentos inconvenientes, grita como nenhuma mulher além de só fazer coisas idiotas ou impensadas...!

- Ei, e as coisas boas? – bato no seu braço, zangada.

- Ah sim... – ele ri – Você é boa fazendo pesquisas, se preocupa bastante com os outros, até demais, e é louca por mim! Acertei?

- As coisas boas sobre mim já terminam por aí mesmo?

- Você ganha um crédito extra por gostar de mim.

- E você, além de convencido, é muito frio, chato, preguiçoso e malvado! – ele ergue uma sobrancelha, e ainda sorrindo – Tá, mas também é ótimo na cozinha, é dedicado e muito inteligente... Feliz?

- Quase... – volta a me abraçar, olhando nos meus olhos – Eu disse que te amo, mas e você, heim?

- Quer dizer que ainda tinha dúvidas?

- Pelo vermelho do seu rosto, acho que é verdade!

- Bobo...! – rimos – Se eu disser que amo vai parecer besteira!

- Não vai não! – diminui o riso – Vai Hiyo, diz, eu quero escutar!

- Pensei que não ligasse pra esse tipo de coisa.

- É que eu sei que é uma coisa que te constrange, então...

- Você quer é me irritar! Daqui a algum tempo, eu é que vou estar te pedindo isso, malvado! – ele ri e voltamos ao beijo – Te amo!

Fim


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Notas finais do capítulo

Minha segunda fic curta na vida e ela é de Spiral, ai, que sonho! ** Estou super feliz por ter terminado (e só levou dois dias, levando em consideração que ela veio do nada! ¬¬)! O segundo cap. ficou mais curtinho, mas eu espero que tenham curtido. Eu quero reviews! Bye bye minna!



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