Valerie e Henry estavam caminhando juntos pelo vilarejo, enquanto conversavam.

-Nossa fazia tempo que nós não caminhávamos juntos. —disse Henry.

-Eu acho que isso nunca aconteceu o fato de nós dois caminhando juntos, e tranqüilos, não como hoje, sem nada tão horripilante para pensar. Triste sim, mas não horripilante. —disse  Valerie.

-O que você está pensando de triste?—perguntou Henry.

-Minha irmã. O que ela faria para estar com você agora? Assim como você está. —disse  Valerie.

-Ah!—Henry sempre ficava sem graça ao assunto que Lucie gostava dele, mas o que mais incomodava é que ela havia morrido por causa dele, ele se sentia culpado por isso.

-Henry?—chamou Valerie, ela vira um brilho de culpa nos olhos de Henry. —O que foi?O que aconteceu?

-Nada. —Henry respondeu rápido demais.

-Não minta para mim Henry, por favor!

-Ok! Eu me sinto culpado de certa forma, sabe? Ela gostava de mim e eu nem dei valor, não dei a mínima. E ela morreu por causa disso.

-NÃO!—Valerie se desesperou.—Não quero que você pense que a culpa é sua, longe disso. Não é sua culpa.

-Lógico que é Valerie! Seu pai usou isso para matá-la.

-Então não sei se você notou, mas você usou a frase ‘seu pai usou isso para matá-la’ e não ‘eu usei isso para matá-la’. Foi meu pai, você não tem nada haver com isso. —explicou Valerie—Por favor, deixe isso para lá, ok? Não se culpe por isso Henry, pelo amor de Deus, nunca que eu falaria para você isso, para depois você ficar se culpando. Vamos esquecer isso.

-Está bem! Desculpe-me. —disse Henry.

-Pelo o que Henry? Você não fez nada. Você só nos ajudou, eu tenho que ser grata por isso. —disse Valerie —Mas você achando que é culpado, me deixa culpada e atormentada, por te tocado no assunto.

Henry ficou de cabeça baixa. Coisa que ele fazia quando estava preocupado, Valerie o conhecia não por muito tempo, mas já sabia a pessoa fofa que ele era.

-Vamos mudar de assunto. —falou Valerie. —O que você acha de Prudence e Erick?

Henry riu com o assunto e disse:

-Acho que está nascendo um amor. Um defendendo o outro. E eu acho legal, eles se combinam.

-Combinam mesmo. —disse Valerie. E depois mudou de assuntou de novo. —Eu acho que a minha vida parece está melhorando, ou eu estou aprendendo viver com a saudade.

-Ou os dois. —disse Henry.

-É! Ou os dois. —repetiu Valerie

Valerie se sentiu tonta na hora, sua vista escureceram. Ela se apoiou em Henry, se não teria caído. Henry ficou preocupado.

-Valerie?—perguntou preocupado e assustado. —O que aconteceu?

Valerie que havia perdido o fôlego disse:

-Nada, só uma tontura. Já passou. —disse ela tirando as mãos de Henry. Mas quando fez isso quase caiu por causa da fraqueza, mas Henry tinha sido rápido e a pegou no colo.

-Não, não passou. Vou te levar pra casa. Você está pálida. Você comeu algo antes de sair?—perguntou preocupado.

-Não lembro se comi ou não, acho que não.

-Como não lembra Valerie?—se Henry não estivesse tão preocupado, teria rido dessa.

-Eu não me recordo. Mas acho que não.

-Então se você ACHA que não, eu ACHO que é por isso que você está assim. Levo para sua casa e você come.

Valerie não conseguiu responder mais nada, estava tonta com a fraqueza, a fraqueza tinha pegado ela de surpresa.

Quando Henry chegou na casa de Valerie empurrando a porta com o corpo Suzette se assustou.

-O que aconteceu?—perguntou Suzette.

-Nada mãe, foi só tontura.

Henry deitou Valerie no sofá e ficou ao lado dela de joelhos no chão.

-Como nada Valerie, você nunca sentiu tontura, veio senti hoje por quê?

-Talvez porque ela na tenha comido, dona Suzette. —disse Henry.

-Me chame só de Suze querido. Agora você Valerie, vai comer e descansar, e nada de sair por hoje. —disse Suzette.

-Ah não mãe. Eu combinei de ficar com as meninas na casa de Roxanne.

-Henry pode ir lá e falar que você não pode mais ir, e pedi para elas virem para cá ao invés da casa de Rox. Não pode Henry?

-Claro que posso! Vou lá agora mesmo se quiser. —disse ele.

-Não preciso falar com você antes Henry. —disse Valerie.

-Ok.

-Mãe pode sair, por favor?

A mãe dela sem falar nada saiu.

-Henry. —Valerie tentou se sentar, mas Henry não deixou. —Deixa eu me sentar.

-Não fique assim. —disse ele. —você queria falar comigo.

-Sim! Eu queria pedir para que você vá à casa de Milena e diga a ela que eu preciso falar com ela e de alguns livros emprestados.  Você poderia fazer esse favor?

-Lógico. Mas quem é Milena?—perguntou Henry.

-Como assim Henry? Quem é Milena?—Valerie olhou para ele meio boba de ver que ele não conhecia Milena Beyfort, uma garota simpática que falava com todos. —É a filha do Frederico Beyfort.

-Ah! A Sindy.

-Não, é Milena Beyfort.

-Então, ela mesma, é que eu a chamo assim, e tinha me esquecido do nome real. —ele riu.

-Nossa Sindy? Francamente não tinha outro nome para chamar não?—Valerie perguntou com ciúmes, pois ainda que não gostasse de Henry como namorado, gostava muito dele como irmã, ou amigo, e ele chamava uma menina por apelido e ela pelo nome.

-Eu que coloquei quando eu tinha uns 10 anos. —disse ele ofendido.

-Nossa só queria ver do que você me chamaria, seria mais feio ainda. —disse Valerie querendo que ele a apelidasse lá mesmo, nesse exato momento.

-Bom eu te chamaria de Estrela. —disse ele.

Valerie ficou sem graça, sem palavras.

-Pensei que seria estranho como o da Milena.

-Não. —disse ele.

-Que bom!—disse Valerie. —Mas será que você pode fazer esse favor pra mim?

-Claro.

-Obrigada.

-Então agora eu vou indo, você quer que eu fale para as meninas virem aqui?

-Sim!Vem também, chama Erick também. Quem sabe não rola algo entre ele e Prudence aqui mesmo?—Valerie disse.

-Claro Estrela! —disse ele com um sorriso de orelha a orelha.

Valerie sorriu.

-Se cuide, não faça esforço, Estrela. Melhoras. —disse Henry.

Henry saiu para dar os recados de Valerie. Já que ela não podia ficar andando por causa da fraqueza.