Nico

 Tentei não ligar para o que Percy disse. Se com Percy me odiando eu já estava quase morto imagina Poseidon?

 Eu e Manu fomos para a floresta. Ela não era muito de andar em florestas, mas eu sou e ela foi comigo.

 Achamos um lugar claro com poucas arvores e um lago. Um lugar perfeito para conversar sem que ninguém te atrapalhe.  Parecido com o lugar que nos encontrávamos no internato.

 -Poseidon não pode fazer nada com você – Manu disse tentando me acalmar. – Você é meu namorado e eu sou filha dele.

-Você não conhece os Deuses – disse – eles não ligam para quem você é. Já vi alguns Deuses que mataram seus próprios filhos.

-Eu não vou o deixar fazer nada com você garoto dos mortos.

Sorri com o novo apelido que ela me dera. Ouvi um barulho atrás de mim. Os olhos de Manu estavam focados em alguma coisa atrás de mim. Ela estava assustada.

 Olhei par trás e vi uma pequena onda se erguendo do lago. Toda a água daquele pequeno lago estava apontada em minha direção.

 Tinha certeza que Manu não estava fazendo aquilo. Nem Percy, ele já tinha dado a permissão.

 A onda, de repente, caiu em minha direção me fazendo afogar. Nada mais vi. Só senti uma mão me puxando para fora e eu apaguei.

Manu

Uma onda foi em direção ao Nico o fazendo apagar. Puxei-o para fora, perto de uma arvore. Ele não acordava de jeito nenhum. Ai meus Deuses. Tentei de tudo quando ele finalmente acordou.

-Graças aos Deuses – disse abraçando-o.

-O que aconteceu? – ele perguntou, sentando.

-Eu não sei. Uma pequena onda veio pra cima de você. Como?

-Você ainda tem duvidas? Poseidon tentou me matar Manu.

Minha boca abriu. Ele é meu pai, como pode fazer isso?

Levei Nico para seu chalé. Ele tentava parecer forte querendo ir sozinho, mas apoiei o braço dele ao redor de minha costa e fomos juntos. Deixei-o lá e fui para o meu chalé. Não estava acreditando no que tinha acontecido.

Quando cheguei lá vi o que menos esperava ver.

-O que você esta fazendo aqui? – perguntei.

-Quero explicações. – Poseidon me disse.

-Eu não vou dizer nada.

-Eu sou seu pai e quero você longe do filho de Hades.

-Você não pode me proibir de eu fazer o que eu quero.

-Posso sim, eu sou seu pai.

-Um pai que nunca cuidou de mim.

-Eu sempre estava do seu lado para te proteger.

-Mas eu não sabia. Aprendi tudo sozinha. Fiquei sozinha todo esse tempo e não é agora, quando eu estou com 13 anos idade suficiente para me cuidar sozinha, que você vai querer interferir na minha vida. Eu vou ficar com Nico e ponto final.

-Não vai ficar nada. Ele só vai te machucar. Ele quer você porque você é bonita. Depois ele vai te largar e você vai ficar chorando e dizendo que eu tinha razão.

-Eu sou feliz com ele. Nunca senti o que eu sinto com ele. Ele vai me fazer feliz e nunca vai me magoar. O que você fez com ele é uma idiotice. Tentar matar ele?

-Nunca vou desistir de matá-lo e fazer você feliz.

-Eu já sou feliz ao lado dele.

-Se eu ver você de novo com ele, eu...

-Você o que? – perguntei.

-Eu vou matá-lo.

E assim ele sumiu em uma névoa me deixando sozinha em meu chalé.

Fui ao chalé de Hades. Precisava falar com Nico. Eu mal tinha chegado e as lagrimas já caiam de meus olhos. Bati na porta e Nico abriu.

Quando ele viu que eu estava chorando me abraçou e me levou para dentro. Sentei em sua cama e deitei em seu peito. Ele passava a mão em meu cabelo enquanto eu chorava. Chorei por um tempo, até não ter mais lagrimas. Olhei para ele e disse:

-Eu quero ficar com você.

-Eu também quero. Mas seu pai não permite.

-E seu pai?

-Ele gosta de você. Sempre achou que eu era muito sozinho e agora que eu tenho uma companhia ele ficou até que feliz.

-Queria que meu pai fosse assim. Eu também sempre fui sozinha.

-Eles não entendem.

-E agora? – disse – Eu não quero te perder. Desde que eu ando tendo aquele sonho, penso que se eu estiver com você, ele não vai acontecer.

-Que sonhos?

-Toda noite eu ando sonhando que alguém me seqüestrou. Eu estou e uma sala escura e machucada.

As lagrimas voltaram a cair. Ele me olhava com duvida.

-Por que você não me contou?

-Eu achava que se eu estivesse com você, você iria me proteger, fazendo com que isso não aconteça.

-Você não confia em mim?

-Claro que confio. Eu só tive medo.

-Eu também andei sonhando que você estava sendo seqüestrada. Mas eu achei que era sonho. Mas agora que você disse, pode ser verdade. Alguém pode estar planejando em seqüestrar você. Você devia ter me dito. – ele começou a aumentar a voz.

-Desculpa.

-Quer saber, vamos pensar um pouco. Vai para seu chalé esfriar a cabeça. Depois nós conversamos.

Para mim aquilo foi como um “vai embora” ou “saia daqui”. Olhei para ele e nem um “tchau” eu disse.

Fui correndo para praia. Quando cheguei lá comecei a chorar. Tudo estava tão complicado. Às vezes era melhor se seqüestrada do que conviver com isso. Eu nunca desejei ser o que sou. O que eu fiz para merecer isso? Acabei dormindo na praia. Na areia mesmo.