1000 Meere - 30 Segundos de Ausência escrita por seethehalo


Capítulo 2
Chaos


Notas iniciais do capítulo

Ai socorro
Que frio é esse
Meus oooooossos
Tô toda empacotada ~
Mas enfim

Meu mais recente vício na trilha sonora desse capítulo. Apollo 3. Mais alemães *OOO* /pessoadovício

Nhaw, obrigada pelos reviews do primeiro capítulo *-* gente linda.
E como eu esqueci de fazer isso no primeiro capítulo, dedico o segundo a 4 pessoas: Vaah e Nanny, minhas leitoras preferidas ([corre) e Vini e Gabrolla, meus mais recentes leitores compulsivos *O*

Então, 1 avisinho:
Estou indo repetir a epopeia do ano passado e viajar no sábado (GEGEN MEINEN WILLEN NÃO QUERO IR SOCORR /parei), mas dessa vez, como ando vendo minha prima bastante no msn, acho que o computador dela não tá com problema e eu vou conseguir postar normalmente. Para esse fim, meu pendrive vai comigo (sowieso).

E 1 merchan:
Venham aprender Alemão ~ http://screamin4thaulas.blogspot.com/

Enfim (tenho mania de falar 'enfim' G.G)
Enjoy (:



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No meu coração é o caos

Quando você está comigo é o caos

E eu me pergunto o que aconteceu comigo

No meu coração é o caos

O caos absoluto

E eu me pergunto se você está como eu

Se você está como eu

Chaos - Apollo 3


*-*-*-*-*

     - Tom eu... – suspirei – Você vai me achar um idiota... Mas eu tô apaixonado pela Maria.

     - Hã?

     - É, isso aí que você ouviu.

     - Tem certeza que é pra mim que você tem que falar isso?

     - Er, sim? Porque até um tempo atrás você namorava com ela?

     - Aquilo... bom, é uma longa história. Depois a Maria te conta. Quer dizer... ela vai te contar se VOCÊ contar pra ela...

     - Não, não, não, não, não. Você não quer que eu chegue nela e fale que...

     Meu irmão ergueu a sobrancelha como se dissesse “dãã, é óbvio”. Como me irrita que faça isso! Mas dessa vez um lampejo passou pela minha cabeça e me fez concluir que era realmente a melhor coisa a se fazer.

     - Tá. Quer dizer... Eu vou pensar.

     - Bill, não sou eu que estou expondo uma condição. Vam’bora.

     Dali a uns dias, do nada peguei uma gripe. Mas gripe não me derruba – só me atira no chão com uma voadora e ainda faz questão de pisar em cima. Pelo menos foi isso o que eu senti depois de duas semanas, quando eu tava começando a melhorar, quando Tom entrou no meu quarto com a notícia que me deixou sem pernas:

     - Os caras ligaram aí de novo, Bill. Me falaram um monte de coisa, eu não entendi a maioria; só o fim, que disseram que a enrolação por causa de uma gripe do vocalista não ia fazê-los ganhar dinheiro e... romperam o contrato.

     - Mas que merda, porcaria! Maldita hora em que eu fui ficar gripado! Poxa, que ódio, a gente perdeu a chance da nossa vida por causa da minha gripe idiota! Por minha causa!...

     - Não se culpe, Bill. Você não ficou doente porque quis. – Mamãe tentou me consolar.

     Limitei-me a suspirar, cabisbaixo. Achei que não fosse rir por uma semana.

     Depois desse prazo, quando voltei à escola, Mari ficou feliz em me ver. Mas ao contrário do que eu pensei, ela não passou o dia todo conosco... Estava no maior papo com Sabine Putz.

     Esta peça, que eu saiba, não batia muito com o santo da Maria quando ela chegou... Até porque foi o pivô da pior discussão que tivemos, na última festa de fim de ano da escola; Mari ficou louca ao saber que ela tinha ficado com o Tom e depois me enrolou com um papo e eu acabei ficando com ela também.

     E agora lá estavam as duas, rindo e conversando como se fossem amigas de infância. Tom deve ter sacado a minha neura, pois no intervalo me viu olhando para onde elas estavam e informou:

     - Fizeram amizade no tempo em que você estava de cama. A professora Frank colocou as duas pra fazer uma redação e estão aí desde então.

     Tentei disfarçar o meu espanto:

     - É mesmo, é? Bom... é problema delas.

     Minha mãe sabe o que eu sinto pela Mari, e parece que Tom e ela têm um complô contra mim. Dia sim, dia não um deles vem atrás de mim pra me chacoalhar ou proferir um lírico discurso de encorajamento pra eu ir falar com ela. Hoje foi o Tom, com o chacoalhão e uma ideia:

     - Se liga, Bill, se você não tem coragem de falaaar assim com ela, por que não tenta um outro caminho?

     - Por exemplo...?

     - Indireta, meu irmão. Faça-a perceber.

     Tenho que admitir que me interessou o conselho.

     - E você tem ideia de como eu posso fazer isso?

     - Chega junto... Puxa um papo... Mas se liga, indireta de santinho não cola. Então trata de tirar a argolinha dourada de cima da cabeça. E você precisa ser um pouco mais... deixe-me ver... atirado? Bom, pode ser isso.

     - Tá... E qual o plano infalível, gênio? – perguntei, sádico.

     - Você também quer que eu pense em tudo? Se vira, mermão!

     Fechei a cara e saí da cozinha. Peguei o telefone, que repousava sobre a estante, e disquei o número da Mari.

     - Alô? – uma voz infantil atendeu.

     - Er... por favor a Maria? – pedi.

     - Quem é?

     - É o Bill.

     - Oi, Bill. É a Brenda. Peraí que eu vou chamar a Maria pra você.

     Fiquei esperando, e dali a meio minuto Maria atendeu.

     - Oi, Bill – ela disse. – Tudo bem?

     - Tudo sim. Ham, Mari, vem jantar aqui em casa. Quer dizer... você pode vir jantar aqui em casa?

     - Deixa eu ver... É claro. Vou sim.

     - Minha mãe vai fazer uma pizza.

     - Hmm, pizza. Já tô aí. Deixa eu ver... Umas sete horas eu vou, ok?

     - Tá certo.

     - Então tá, Bill...

     - Er, Mari...

     - Oi?

     - Se você quiser, você... você pode dormir aqui em casa também... Er...

     - Tá bom, Bill. Eu vou. Até mais tarde.

     - Tchau.

     Desliguei o telefone pulando por dentro e fui até o quarto pegar o meu caderno, ver se conseguia terminar a música que comecei a escrever outro dia.

     Depois de duas horas, levantei do sofá e fui atrás do Tom.

     - Tom! Se liga... Terminei uma música. ‘Bora escrever a melodia.

     - Vamos. Me deixa ver a letra.

     Entreguei-lhe o caderno e disse enquanto ele lia:

     - Pensei naquela agitada que você tava tocando outro dia...

     - Aham, ela é ótima. E essa letra é uma gracinha. – ele disse erguendo a cabeça.

     Arqueei a sobrancelha e fiz uma careta de estranhamento.

     - É com isso que quer contar à Maria?

     Minha careta se transformou, numa fração de segundo, numa cara de pavor com a qual eu emiti um alto, sonoro e articulado “NÃO”.

     - Por que não? – ele quis saber – A ideia é boa, dá uma indireta e tanto. E aliás, não vai querer gravar?

     - Não. Quer dizer, pelo menos não por enquanto.

     - Você que sabe. Está jogando no lixo uma ideia de ouro. Mas como você vai dizer que eu não tenho nada a ver com isso...

     Suspirei e já ia saindo do quarto dele.

     - Aonde você vai? Dá aqui o caderno. Desistiu de querer colocar a melodia?

     - Não. Faz isso aí. Perdi o ânimo.

     - Tá, né. Mas Bill, pensa um pouco nisso.

     Dei de ombros e saí do quarto.

     Depois das sete horas, como combinado, Mari chegou aqui em casa. Eu já tinha avisado ao Tom e à minha mãe, mas me esqueci de um pequeno detalhe. Deixei-a plantada na sala e fui até o quarto do meu irmão, peguei o caderno com a letra escrita e escondi embaixo do meu travesseiro. Depois voltei pra sala, sentei-me no sofá ao lado dela, passei o braço por trás de seu pescoço e fiquei-a observando enquanto estava distraída com o comercial de margarina que a tevê exibia.

     Passado o comercial, ela virou o rosto na minha direção e um súbito tique de coragem fez com que eu lhe desse um insinuante selinho.

     - O que deu, Bill? – ela perguntou.

     - Ué. Só te dei um selinho. Algum problema? – perguntei já sentindo voltar o nervosismo.

     - Não. Nenhum. Só que... Bom, você não é de fazer essas coisas. Mas não vejo nenhum problema em trocarmos um selinho. – para provar, ela me deu um beijo e deitou a cabeça no meu ombro, voltando a atenção para a tevê, que voltara a exibir a novela. Não pude deixar de ficar balançado, mas o episódio também me deixou um pouco confuso.

     O jantar correu tranquilo, já eram dez horas quando mamãe nos mandou os três para a cama e me mandou pegar o colchão e ceder a minha cama para a Mari dormir. Disse que tudo bem e fomos para o quarto.

     Dali a quinze minutos apagamos as luzes. Mari sentiu “alguma coisa dura embaixo do travesseiro” e eu lembrei que deixara o caderno ali. Acendi o abajur e tirei o caderno do esconderijo – e ela pediu pra ver o que era.

     - Nananinanão – respondi.

     - Por quê? É o seu diário?

     - Não, bobona. É o caderno onde eu escrevo algumas letras das minhas músicas.

     - Ah, me deixa ver? Por favor?

     - Não! Aqui tem material inédito. Só Tom, Georg e Gustav têm acesso a essas anotações.

     - Qual é... Não posso ter uma casquinha?

     - Tsc-tsc. – reforcei a resposta com a cabeça, abraçado com o caderno, e me levantei do colchão para guardá-lo na gaveta da escrivaninha.

     Não devo ter mencionado que estou sem camisa. Sim, estou provocando. Sentei na beira da cama, dei-lhe boa noite no ouvido, apaguei o abajur e voltei a deitar no colchão.

     Tentei dormir, mas não consegui pegar no sono. Notei que a Mari devia estar na mesma situação, pois se mexia freneticamente na cama.

     - Mari – sussurrei -, tá acordada?

     - Tô – ela sussurrou de volta.

     - Não consigo dormir.

     - Nem eu.

     - O que você tem?

     - Nada. Só estou insone. E você?

     - Nada não... – suspirei. – Quer dizer... – disse depois de alguns segundos – Mari... – levantei e acendi a luz. – Tem uma coisa sim.

     - Fala.

     - É...

     Eu ia começar a falar quando ouvi batidas na parede. Era o Tom do quarto contíguo, resmungando que queria dormir. Quis mandá-lo à merda e dizer que ninguém mandou colocar a cama na parede que dividia os nossos quartos, mas concordei que aquilo não era hora.

     - Esquece – falei apagando a luz. – Não é hora de ficar conversando. Vamos dormir.

     Fiquei meio sem entender. Logo o Tom, o defensor número um da causa “fale-com-ela-já” me interrompendo bem na hora H. Ok, não o culpo. Ele não ia adivinhar a fim de que eu estava acendendo a luz do quarto àquela hora da noite. Se bem que podia ter pensado um pouquinho.

     Em meio a esses pensamentos, ao contrário do que eu pensei, logo peguei no sono e apaguei.

     Acordei e dei um longo bocejo antes de abrir os olhos e ouvir bom dia, que veio acompanhado de um deboche inocente:

     - Sabia que você fala dormindo? – Mari me perguntou super interessada, com o queixo nas mãos apoiadas nos joelhos.

     - É? – respondi com voz de sono.

     - Aham. Você diz uns nomes e fala uns resmungos que eu não entendi nada. Com o que estava sonhando?

     - Tsc. Nem sei.

     - Detesto esquecer o que estava sonhando. Ainda mais se era um sonho interessante.

     - É, eu também. Mas não devia ser um sonho interessante. Vamos tomar café?

     - Espera, Bill. Posso te perguntar uma coisa?... O que você queria me falar ontem à noite?


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Notas finais do capítulo

Dois tentaram adivinhar a parada do "what if" que eu perguntei, mas ninguém chegou perto do espírito da coisa. Tentem de novo, dudes.

Vou deixar só avisado aqui, porque acho que todo mundo me perguntou no msn quando eu vou atualizar a fic. Como essa é mais curta que a primeira, vou postar novos capítulos só uma vez por semana, às segundas-feiras.

Até semana que vem, se eu ainda estiver viva, porque esse frio já tá osso aqui, imagina no sul........