Ajudei todos a se secarem e se recuperarem daquele susto e fui para o meu chalé.

Cheguei e logo me deitei e fiquei olhando para o teto quando notei que tinha algo errado. Estava muito claro para ser quase meia-noite, e todas as chamas do fogo haviam sido apagadas, isso não é muito normal, até mesmo quando se vive em um mundo cheio de deuses.

Descobri a causa da luz alguns segundos depois desse pensamento. A luz do meu banheiro estava ligada. E só eu morava lá, e Tyson. Mas Tyson faria muito barulho se ele estivesse lá. Não, não era ele. Quem era? Peguei Contracorrente em meu bolso e destampei-a. Fui andando pé ante pé até chegar ao banheiro. Abri a porta com o maior barulho possível que eu poderia fazer naquelas condições. Só que não havia ninguém, apenas uma mensagem de Íris. A cobrar.

Procurei eufórico por um dracma no meu bolso, mas eu não tinha. Será que era importante?

- Espere aí por um minuto, eu vou procurar um dracma na minha mochila!

Saí correndo, quase derrubando o tridente de meu pai que estava no meio do caminho. Peguei a mochila com agressividade e abri-a, procurando um único dracma. Achei. Corri o mais rápido que eu podia, cheguei ao banheiro e joguei no arco-íris logo que o vi.

A imagem mostrava um lugar escuro, que eu não sabia distinguir se era uma caverna ou se era noite. Duas vozes falavam alto, mas não tinha ninguém por perto que podia se incomodar.

- Será que não pegamos muito leve com o Acampamento? Uma bolinha de fogo pequena, nem fez muito estrago. Eu soube que Percy Jackson nem estava na fogueira na hora em que a bola atingiu o solo. Não conseguimos matá-lo, muito menos ferir algum semi-deus.

- Calma, Cário – uma voz feminina falou – ainda teremos muitas oportunidades para matar Percy Jackson e seus amiguinhos semi-deuses. Temos que ter paciência, pois ele não perde por esperar.

A imagem falhou e a mensagem de “Insira mais um dracma aqui” apareceu, zombando da minha cara. Saí do banheiro, apaguei a luz e fui dormir ouvindo o som da água borbulhando vindo da pequena cachoeira do meu pai.

Na manhã seguinte, eu apavorado. Não por causa da mensagem de Íris, mas sim porque todos haviam recebido a mesma mensagem de Íris que eu. Alguns viram mais porque tinham uns cinco dracmas no bolso, eu me sentia deslocado. Annabeth me contou que aquelas criaturas mencionaram os nomes de pelo menos metade dos campistas do Acampamento Meio-Sangue. As filhas de Afrodite estavam abaladas e chorosas, mas mesmo assim muito bonitas, os filhos de Hefesto martelavam com mais força e acabavam deformando seus martelos, os filhos de Hermes nem estavam pregando peças, pelo menos em mim, não,  as filhas de Atena fingiam que nem tinham visto a mensagem, mas Annabeth garantiu que elas viram, os sátiros estavam com mais medo que as filhas de Afrodite, Grover estava comendo três latas de Coca-Cola de uma vez só.

- Béé, vocês viram a mensagem?

- Obviamente. – Annabeth respondeu.

- Eu acho que deve ter sido um deus nos avisando. – Eu disse.

- É, pode ser, chumb – Grover falou em meio as suas latas de Coca-Cola.

- Eu acho que não, eles podem ter mandando a mensagem para nos iludir, ou nos fazer ir até eles. – Annabeth falou, tirando minhas esperanças por ajuda.

- Quer saber? Eu sinceramente acho que deve ter sido eles mesmo, porque um deus nos ajudaria? – Clarisse chegou com sua gangue para nós.

- É pode ser. – falei.

- Pois então venham, panacas, Quíron está chamando todos na  Casa Grande, ele quer que vejamos uma coisa.