Acho que todos vocês conhecem essa história. Garoto conhece a garota... Garoto gosta da garota... Garoto é um pouco nerd e não chega na garota como deveria... Garoto é mordido por uma aranha geneticamente alterada e ganha super poderes... Garoto... opa, rápido demais? Talvez. Vamos de vagar.

Sim, meu nome é Peter Parker, mas hoje eu atendo por outro nome.

"É O HOMEM ARANHA!!! POLÍCIA!!!!" grita uma senhora, desesperada, quando me vê. Sim, sou eu, o seu velho amigo da vizinhança Homem Aranha. Aqueles que todos acham um lunático de legging que sai por aí balançando pra lá e pra cá com suas teias pela cidade. E daí você se pergunta: cara, por que você faz isso? Qual é seu problema? Você é doido, maluco? Balançar por aí numas teias feito um imbecil e arriscar sua vida toda noite, à troco de que?

Pois é, eu sou meio doido sim. Pelo menos eu acho. Acho que isso explica um pouco. Mas tem um outro motivo que me leva a ser como eu sou. Então sente-se um pouco, fique à vontade enquanto eu te conto minha história...

...

Era mais um dia comum na vida do jovem Peter Parker, 15 anos. Ele sai de casa apressado, não queria se atrasar. "Tchau tio Ben! Tchau tia May! Hoje é o dia da excursão na empresa do pai do Harry, então não vou estar em casa pro almoço!"

Peter era um bom rapaz. Esforçado. Dedicado. Um pouco nerd. Morava com seus tios. Seus pais haviam morrido num acidente aéreo quando Peter era pequeno.

Peter sorri ao entrar no ônibus. Senta-se ao lado de seu melhor amigo, Harry.

"Ei, Potter." diz Peter, sorrindo.

"Já disse para não me chamar assim!" riu Harry. Não, seu sobrenome não era Potter, era Osborn. Harry Osborn. O seu pai, Norman Osborn, era dono das Indústrias Osborn, que, francamente, vendiam de tudo, de comésticos a armas. Harry era, assim, muito rico. E Parker, muito pobre. Por que eles eram melhores amigos de tal maneira? TInham algo em comum.

"E AÍ NERDS!"

Sim, os dois eram constantes vítimas de bullying. Flash Thompson era o nome dele. Valentão. Fortão. Quarterback do time de futebol americano. Ele passa pelos dois dando um tapa na cabeça de cada um. Seus amigos, tão gorilas quanto, riem.

"E aí Harry, empolgado pra excursão na casa do papai?" diz Flash, rindo, provocando Harry. Ele o ignora.

"Cai fora Flash!" uma garota que estava sentada na frente de Parker e Harry levanta-se e o encara. Era Gwen Stacy. Amiga de Peter e Harry, e tão nerd quanto. Porém ela era também bonita e bem relacionada, então ninguém implicava com ela como com os rapazes, o que a permitia defender seus amigos quando estavam sendo vítimas do Flash, como agora.

"Tá, tá.. Eu vou pro meu lugar... Sorte sua ter a mamãezinha para ter proteger, hein meninos?" Flash vai pro canto dele, rindo.

"Vocês não deviam deixar ele importunar vocês." disse Gwen para os dois, cruzando os braços. Ela era uma linda garota. Olhos azuis, nariz levemente arrebitado, esbelta, de cabelos longos e loiros cintilantes. Até brava, era incrivelmente atraente.

"Não é como se tivessemos escolha." responde Peter. Ele se sentia péssimo. Não gostava de ser vítima de Flash, mas gostava menos ainda de ser defendido por Gwen. Tinha uma queda por ela há algum tempo. Mas ela era só uma amiga para ele, desde... sempre. E ele não sabia como mudar isso. E além disso, ele era só o fraco Parker, um nerd sem jeito. Nunca conseguiria namorar uma garota inteligente, simpática e bonita, rica, bem relacionada... nunca conseguiria uma garota... como a Gwen.

...

"E, à direita..." dizia um alto e magro cientista. Ele orientava os estudantes na excursão. Flash já o havia apelidado de "corujão" e tirava um sarro do pobre homem toda vez que ele se virava.

"Meu pai nem veio nos cumprimentar..." Harry resmungou. Gwen se aproxima dele. "Harry, seu pai é um executivo ocupado. Além disso, eu odiei quando meu pai nos levou naquela excursão na viatura de policial. Nunca paguei um mico maior, sério." Ela tentou consolar o colega. O pai bem que poderia ter ido falar com o filho. Ele estava visitiando a empresa onde ele trabalhava! Ele estava logo ali! Era só pegar um elevador! Mas claro, ela não disse nada disso. Mas no fundo, sentia pena de Harry. 

 Parker, enquanto isso, tirava fotos de tudo que via, e fazia perguntas para o guia da excursão.

"Eu só queria que ele se importasse comigo de vez em quando." lamentou Harry, de mãos nos bolsos.

"Muito bem, à sua direita vocês verão um contâiner de vidro com 5 aranhas geneticamente alteradas. Nós fomos capazes de pinçar seus dispositivos de sobrevivência e lhes demos capacidades superiores em relação às aranhas normais! Uma delas salta 10 vezes mais alto. A outra tem um sentido que a alerta de qualquer perigo. Outra delas tem reflexos apurados. A quarta tem força aumentada nas patas. E a última reúne todas essas características. Incrível não?"

Flash riu. "Wow, que demais! Vocês inventaram uma aranha ainda mais difícil de matar para as donas de casa! Isso que é tecnologia! Parabéns Harry, teu pai é um gênio, 10 milhão de dólares pra inventar essa drog..."

Peter o interrompeu. "O que este estudo revela na verdade é que é possível isolar os genes responsáveis por determinadas características biológicas e alterá-lo de modo a fazê-lo trabalhar mais ou menos, ou ainda alterar sua composição bioquímica para torná-lo mais ou menos efetivo. Isto, no futuro, se aplicado a seres humanos, pode significar a supressão de doenças de predisposição genética, além de outros usos."

O cientista sorriu. "Muito bom meu jovem. Mas esta tecnologia ainda está longe de poder ser adaptada a seres humanos. A seguir..."

Parker tirava algumas fotos para o jornal da escola das aranhas alteradas genéticamente. Quando de repente, percebeu algo estranho...

"Espera, tem só quatro aranhas aq... AAHHHHHHHHHHH!!!!"